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Começa e termina com cenas de filmagens. O longa de Olivier Dahan que abriu nesta quarta-feira, 14, o 67.º Festival de Cannes chama-se Grace: A Princesa de Mônaco. O diretor de Piaf - Um Hino ao Amor fixa-se num fragmento da vida de sua personagem, mas é um momento decisivo, que parece resumir a vida toda.

Em 1961, cinco anos após o casamento do século com o príncipe Rainier III, o diretor Alfred Hitchcock visita sua pupila em Mônaco e lhe oferece o papel de protagonista num novo filme que pretende fazer, Marnie - Confissões de uma Ladra.

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Na verdade, Hitchcock somente contactou Grace por telefone e não foi lhe entregar pessoalmente o roteiro. É uma licença de Dahan para que o irônico Hitchcock desmonte com sua irreverência o protocolo que sufoca a estrela convertida em princesa. E também para que, com duas ou três observações certeiras, ele denuncie a ditadura dos finais felizes dos contos de fadas.

Na vida, pelo menos, o de Grace não comporta o tradicional "... E viveram felizes para sempre". O período focado não cobre somente a crise do casal Grace/Rainier pelo desejo dela de voltar ao cinema. Também cobre a crise entre Mônaco e a França, quando o General De Gaulle deu seu ultimato a Rainier. Ou os locais começavam a pagar impostos para a França ou De Gaulle invadiria o menor país do mundo com suas tropas, anexando o principado. A solução veio por meio de um golpe de mestre da princesa, e num baile. Na ficção de Dahan, De Gaulle vai ao baile porque, como diz o diretor, ele precisava, do ponto de vista dramático, ter os antagonistas na mesma cena. Não foi assim na realidade. De Gaulle não foi, como Hitchcock também não.

Dois detalhes que não são, nem de longe, insignificantes, como se Olivier Dahan quisesse nos dizer alguma coisa sobre sua ficção inspirada em fatos. Numa cena, e tentada pela ideia de voltar ao universo dos filmes, Grace ensaia uma cena de Marnie. É justamente aquela em que a protagonista - frígida - tenta conter o avanço do homem com quem acabou de se casar. "Não me toque", ela grita. Dentro da estrutura de Grace, é como se a própria Grace estivesse querendo manter o príncipe à distância. Entre ambos, há uma figura decisiva - o confessor, o Padre Tuck. É ele, como um diretor de cinema, quem vai orientar Grace para seu maior papel - o de Sua Alteza Sereníssima.

Grace: A Princesa de Mônaco é sobre uma mulher que, por amor, renuncia ao cinema, mas não ao gosto pela representação. Maria Callas, que diz que recusou o ultimato de Onassis - como artista, não poderia renunciar a cantar -, percebe quando e como Grace tem a atuação de sua vida, e aplaude. Ela representa. Nunca sabemos se essa mulher amou aquele homem, ou se tratou de tornar convincente o papel maior de sua vida que havia aceitado. Isso e a teoria da conspiração - a irmã que teria traído Rainier, de olho no trono - explicam as reticências da família real de Mônaco ao filme de Dahan, que não é realmente muito lisonjeiro.

Nicole Kidman disse que estudou filmes para captar a exterioridade dessa mulher - a interioridade é outra coisa. Tim Roth disse que não encontrou muito material filmado sobre o príncipe Rainier e foi melhor assim. Pôde criar o personagem como o via. E Dahan? Sua dor de cabeça parece que está terminando. O diretor anunciou ontem que não existem duas versões do filme - a dele, que abriu Cannes, e a dos irmãos Weinstein. Eles não produziram Grace: A Princesa de Mônaco, mas têm os direitos de distribuição internacional. Ameaçaram retalhar o filme e, no caso de a lei francesa de copyright beneficiar Dahan, sugeriram que talvez nem o lançassem.

Dahan, anunciando que um acordo foi feito e o caso, resolvido, deu conta de que terminou capitulando. Ajustes serão feitos de comum acordo, ele disse. Com os Weinstein? É difícil precisar quem inventou quem - se os Weinstein, Quentin Tarantino ou Tarantino, os Weinstein. Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Bastardos Inglórios. É preciso ser um trator como Tarantino para fazer frente aos Weinstein. Eles invariavelmente conseguem o que querem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com um vestido azul-celeste bordado com lantejoulas, a atriz Nicole Kidman subiu nesta quarta-feira (14) as escadas do Palácio dos Festivais para a cerimônia de abertura do Festival de Cinema de Cannes, que exibiu Grace de Mônaco. "Estou feliz de estar aqui", declarou a atriz australiana, que vive a ex-estrela de Hollywood Grace Kelly, que se tornou princesa de Mônaco ao casar com o príncipe Rainier.

A atriz subiu as escadas acompanhada da equipe do polêmico filme: o diretor francês Olivier Dahan, a atriz espanhola Paz Vega e o britânico Tim Roth, que faz o papel do príncipe. Eles foram recebidos no alto das escadas do Palácio pelos responsáveis pelo festival, Yves Jacob e Thierry Frémaux, e, depois, com aplausos de pé por uma sala repleta de convidados.

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O júri internacional, presidido pela neozelandesa Jane Campeon, também participa da cerimônia de abertura do Festival, que será inaugurado oficialmente pelo cineasta mexicano Alfonso Cuarón.

Luminosa e bela, a australiana Nicole Kidman se converteu nesta quarta-feira (14) na estrela da abertura do Festival de Cannes com "Grace de Mônaco", que provocou a ira da família e também dos críticos reunidos no balneário do sul da França.

Kidman, que carrega nos ombros o filme do francês Olivier Dahan, exibido em Cannes fora de competição, tentou apaziguar a tempestade causada na família Grimaldi pelo filme, ao afirmar que a produção está cheia "de afeto e amor" e convidando-os a assistir o longa-metragem.

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A família de Mônaco, que havia concordado com o roteiro, viu o trailer do longa-metragem - focado em seis meses da vida da ex-estrela de Hollywood Grace Kelly, que abandonou o cinema para se tornar esposa do príncipe Rainier III - e o classificou de farsa.

Em uma coletiva de imprensa no Palácio dos Festivais, após a primeira exibição do filme, Kidman expressou sua tristeza pela polêmica, reiterando que ele havia sido feito "com muito afeto".

"Sinto-me triste porque o filme não tem nenhuma maldade com a família ou com Grace", ressaltou a atriz.

"Mas se assistissem ao filme, veriam que há muito afeto em relação aos seus pais, e à história de amor entre os dois", declarou.

"E minha atuação foi com amor", acrescentou Kidman, horas antes de subir as escadas com a equipe do filme, entre eles a espanhola Paz Vega, que interpreta María Callas, que visitava Mônaco com o magnata grego Aristóteles Onassis, e o britânico Tim Roth, que dá vida a Rainier.

"Tive cinco meses para me preparar, e entrar lentamente em sua pele. Mas era muito importante não me sentir presa, e sim encontrar sua essência. Foi muito bonito", confessou a estrela.

Filme 'não é histórico'

Tanto Kidman quanto Dahan ressaltaram na coletiva de imprensa que o filme "não é histórico", "não é uma biografia", mas que toma licenças poéticas sobre a história de Grace e Rainier III.

A família Grimaldi, que divulgou que não estará presente nesta quarta-feira na cerimônia de abertura do 67º Festival de Cannes, afirma que o conflito que o filme mostra entre o pequeno Estado e o presidente Charles de Gaulle em 1962 - em cujo contexto Grace rejeita um convite do grande Alfred Hitchcock para retornar às telas - não tem nada a ver com a realidade e que Dahan "desvirtuou a história para seus próprios fins comerciais".

Mas Dahan, que se tornou conhecido com o premiado "La vie en rose" sobre a cantora francesa Edith Piaf, respondeu às acusações ao afirmar que o que lhe interessava não eram os fatos históricos, mas "tocar o coração".

"Não quis contar fatos, mas tocar o coração, servindo-me da intuição para retratar o que Grace poderia fazer em tal ou tal situação", afirmou Dahan, antes de ressaltar que seu filme "não é um encadeamento de fatos históricos", embora o contexto seja verídico.

A expectativa criada pelo filme abriu passagem, no entanto, a uma certa desilusão por parte dos críticos de Cannes.

"É uma telenovela", resumiu uma jornalista italiana.

"Cannes começa com um filme biográfico real pior que 'Diana'", afirma o jornal britânico The Guardian, ao mesmo tempo em que o Daily Telegraph o classifica de "melodrama idiota".

Já a publicação francesa Telerama considera o filme "à beira da tolice" e o Hollywood Reporter se pergunta "como é possível fazer um filme chato a partir de uma história tão cheia de fofocas?"

No entanto, apesar de seus defeitos, "Grace de Mônaco" atrai a Cannes algo que sempre seduz: dramas, estrelas cheias de glamour, luxo, escândalos e suntuosas festas.

O ator e diretor mexicano Gael García Bernal, o ator americano Willem Dafoe e a cineasta americana Sofía Coppola integram o júri da 67ª edição do Festival de Cannes, que acontecerá de 14 a 25 de maio, anunciou a organização do evento. O júri, presidido pela cineasta neozelandesa Jane Campion, contará ainda com as presenças da atriz francesa Carole Bouquet, da atriz iraniana Leila Hatami, da atriz sul-coreana Jeon Do-yeon, do diretor, produtor e roteirista chinês Jia Zhangke, além do cineasta, produtor e roteirista dinamarquês Nicolas Winding Refn.

Gael García Bernal retorna aos 35 anos a Cannes, onde exibiu seu primeiro longa-metragem como diretor, "Déficit", em 2007, e onde o filme "No", do diretor chileno Pablo Larraín e do qual é protagonista, venceu um prêmio na mostra Quinzena dos Realizadores em 2012. Sofia Coppola completará 43 anos durante o festival, no qual tem uma longa história. Seu primeiro longa-metragem, "As Virgens Suicidas" (1999), foi exibido na Quinzena dos Realizadores e quatro anos depois ela recebeu o prêmio de roteiro por "Encontros e Desencontros. Também exibiu em Cannes seu terceiro filme, "Maria Antonieta", em 2006.

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Indicado duas vezes ao Oscar, Willem Dafoe já atuou em quase 80 filmes, com diretores consagrados como Martin Scorsese, Lars Von Trier, Paul Schrader, Wes Anderson, entre outros. Os filmes mais recentes do francês Jean-Luc Godard, do canadense David Cronenberg, do britânico Ken Loach e dos irmãos belgas Dardenne estão na lista de 18 filmes que disputam a Palma de Ouro.

O cinema francês chega com tudo entre as estreias da semana. Um estranho no lago, Yves Saint-Laurent e  Jovem & Bela estreiam nesta quinta (24) com exibições espalhadas por vários redutos cinematográficos do Recife.

O aguardado Um estranho no lago entra em cartaz no Cinema da Fundação. O filme possui uma temática de gênero. A história aborda relações homossexuais que acontecem num lago. Lá, a trama se desenvolve com o relacionamento entre Frank (Pierre Deladonchamps) e Henri (Patrick d'Assumção). O longa de Alain Guiraudie venceu a Palma Gay no Festival de Cannes de 2013. Um estranho no lago também integrou a programação do Janela Internacional de Cinema do Recife do ano passado. Os horários das sessões para este filme podem ser conferidos no site da Fundaj.

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Yves Saint-Laurent fez parte da programação do Festival Varilux que terminou nesta quarta (23) no Recife. O filme entra em cartaz no Cinemark RioMar e no Cine Rosa e Silva a partir desta quinta (24). O longa mostra a história de Yves Saint-Laurent (Pierre Niney), um dos maiores ícones do mundo da moda. Com 21 anos, ele é chamado para cuidar do futuro da grife fundada por Christian Dior. Lodo depois, Laurent triunfa em seu primeiro desfile e encontra novas oportunidades para, no futuro, criar sua própria grife.

Jovem e Bela ainda é pouco conhecido pelos recifenses. O filme de François Ozon mostra a vida de Isabelle (Marine Vacth) e suas experiências sexuais. Depois de ter sua primeira relação sexual, a jovem passa a ser prostituta de luxo. A história trabalha e explora a sexualidade de Isabelle com um cunho psicológico repleto de erotismo. Jovem e Bela foi indicado à Palma de Ouro do Festival de Cannes 2013 e entra em cartaz no Cinema São Luiz.

Confira os trailers dos filmes

 

 

O diretor brasileiro Walter Salles estará à frente da "Fábrica dos Cinemas do Mundo", a seção do Festival de Cannes que ajuda jovens cineastas a concretizar projetos em andamento, e que conta neste ano com filmes de Brasil, Cuba e Venezuela.

"Meu desejo é compartilhar, mas também fazer jovens diretores provenientes de culturas diferentes trocarem ideias em torno de seus projetos de primeiros filmes", declarou Salles, diretor, entre outros filmes, de "Central do Brasil", que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1998.

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O pavilhão dos "Cinemas do Mundo" é um espaço do Festival de Cannes especialmente dedicado ao cinema de África, Ásia, América Latina, Oriente Médio, Europa Central e Oriental.

É uma plataforma de trabalho e encontros onde artistas, profissionais e instituições do mundo do cinema se reúnem.

A Fábrica é um programa profissional destinado a jovens talentos que estão realizando um primeiro ou segundo longa-metragem, para ajudá-los através de um acompanhamento personalizado de seus projetos.

Para a 67ª edição do Festival de Cannes, de 14 a 25 de maio, a "Fábrica dos Cinemas do Mundo" selecionou 10 projetos, incluindo "Todos os Mortos", dos brasileiros Caetano Gotardo e Marco Dutra.

O filme, produzido pela Dezenove Som e Imagens trata de um grupo de mulheres de uma família rica incapazes de se adaptar às mudanças de um mundo que muda ao seu redor.

De Cuba, o Cinemas do Mundo selecionou o projeto "Agosto", de Armando Capó, sobre o verão de 1994 na ilha caribenha, e da Venezuela "La Familia", de Gustavo Cordova, sobre um padre que tenta proteger um filho que cometeu um homicídio acidental.

Os dois países participam pela primeira vez desta seção, que também inclui projetos de África do Sul, Argélia, Bangladesh e Síria.

"Nada é mais desejável aos meus olhos que a possibilidade de seguir recebendo notícias do mundo através dos olhares originais e diferentes" dos jovens cineastas, comentou Salles.

Além de aceitar a direção do Cinemas do Mundo, Salles realizará no dia 16 de maio uma "master class" para os diretores e produtores selecionados.

O Festival de Cannes escolheu uma foto do italiano Marcello Mastroianni, ator predileto do cineasta Federico Fellini, para o cartaz oficial da 67ª edição do evento, que acontecerá de 14 a 25 de maio.

Marcello Mastroianni ocupa assim o lugar do casal Paul Newman-Joanne Woodward, escolhidos ano passado para o cartaz.

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"Com Marcello Mastroianni e Federico Fellini, celebramos um cinema livre e aberto ao mundo, manifestando a importância artística do cinema italiano e europeu por meio de suas figuras mais solares", anunciou a organização do festival.

O cartaz de cor sépia é um retrato do ator aos 40 anos, praticamente um close, no qual Mastroiani olha por sobre os óculos escuros.

O cartaz foi produzido a partir de uma imagem do filme "Fellini 8 1/2", um clássico absoluto exibido em Cannes em 1963.

A filha do ator, Chiara Mastroianni, disse que está "muito orgulhosa e comovida" com a homenagem ao pai".

"O cartaz é muito belo e muito moderno", disse, antes de completar que expressa "uma doce ironia e a arte do desapego".

"Totalmente ele!", afirmou.

Marcello Mastroianni, que faleceu em 1996 aos 72 anos, trabalhou com os grandes diretores do cinema italianos (Risi, De Sica, Comencini, Scola, entre outros) e internacionais (Malle, Angelopoulos, Oliveira, Altman).

O júri do 67º Festival de Cannes será presidido pela diretora neozelandesa Jane Campion, que recebeu a Palma de Ouro em 1993 por "O Piano".

A quinta edição do Festival Varilux de Cinema Francês acontecerá de 9 a 16 de abril em 45 cidades do Brasil, incluindo o Recife. Os filmes que integram a programação já foram divulgados. A programação completa com os horários de exibição sairá em breve. 

Ao todo serão exibidos 16 filmes em 70 salas de cinema. Entre os longas selecionados está O Passado, de Asghar Farhadi, que foi premiado no Festival de Cannes 2013. A trama mostra o processo do divórcio de Marie e Ahmad, que vai a Paris para assinar o documento da separação. Durante sua estadia, ele descobre que Marie tem uma relação conflituosa com sua filha Lucie. Ahmed se esforça para ajudar as duas e um segredo do passado vem à tona.

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O Varilux contempla diversos gêneros, exibindo desde comédias a filmes dramáticos. Confira a lista completa de longas da quinta edição do festival.

Um amor em Paris, de Marc Fitoussi

Antes do inverno, de Philippe Claudel

O amor é um crime perfeito, de J-M Larrieu e A. Larrieu 

Um Belo Domingo, de Nicole Garcia

Eu, mamãe e os meninos, de Guillaume Galienne

A grande volta, de Laurent Tuel

Grandes Garotos, de Anthony Marciano

Os incompreendidos, de François Truffaut (homenagem a Truffaut)

Uma juíza sem juízo, de Albert Dupontel

Lulu, nua e crua, de Souveig Anspach

O Passado, de Asghar Farhadi

Um plano perfeito, de Pascal Chaumeil

Uma relação delicada, de Catherine Breillat

Suzanne, de Katell Quillévéré

Uma viagem extraordinária, de Jean-Pierre Jeunet

Yves Saint Laurent, de Jalil Lespert

Para mais informações sobre os filmes, acesse o site do Festival.

"Grace de Mônaco", filme biográfico do francês Olivier Dahan, com Nicole Kidman no papel principal, abrirá o Festival de Cannes em pré-estreia mundial, anunciaram os organizadores. O filme será exibido no dia 14 de maio dentro da seleção oficial fora de competição e estreará no mesmo dia em vários países.

O filme de Olivier Dahan está centrado num momento da vida da atriz americana Grace Kelly, que virou Grace de Mônaco depois de casar com o príncipe Rainier III em 1956. Seis anos mais tarde, num período em que tinha dificuldades para assumir suas funções de princesa, Alfred Hitchcock propôs que ela voltasse a Hollywood para atuar em seu filme "Marnie - Confissões de uma ladra".

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No elenco também estão Frank Langella, Parker Posey, Jeanne Balibar, Sir Derek Jacobi e Paz Vega, no papel de Maria Callas.

A diretora neozelandesa Jane Campion, única mulher a receber uma Palma de Ouro por O Piano, presidirá o júri do 67º Festival de Cannes, que acontecerá entre os dias 14 e 25 de maio, anunciaram os organizadores. "É uma grande honra para mim ter sido eleita para presidir o júri. E, para dizer a verdade, estou muito ansiosa", declarou em um comunicado a cineasta de 59 anos, que substitui o produtor e diretor americano Steven Spielberg.

Jane Campion é um caso único na história do festival francês, tendo recebido duas Palmas de Ouro, a primeira em 1986 por seu curta-metragem Peel, quando ainda era uma desconhecida, e a segunda em 1993 por O Piano. Este mesmo filme foi premiado com o Oscar de melhor roteiro e sua estrela, a atriz Holly Hunter, premiada no Festival de Cannes e com o Oscar de interpretação.

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Jane Campion também será a primeira diretora genuína a presidir o júri do Festival de Cannes. As presidentes anteriores eram atrizes, como as francesas Isabelle Huppert em 2009 e Isabelle Adjani em 1997, embora a musa de Ingmar Bergman, a norueguesa Liv Ullmann, presidente em 2001, também tenha dirigido vários filmes.

Nascida em uma família de artistas, Campion estudou antropologia e pintura antes de dedicar-se ao cinema. A cineasta acaba de emplacar um grande sucesso comercial e de crítica com a série de televisão Top of the lake, co-produção entre Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha filmada na Nova Zelândia.

Havia gente em Cannes, em maio, apostando que o júri presidido por Steven Spielberg ia atribuir a Palma de Ouro ao Japão. Era o comentário geral - "Like Father Like Son", que estreia nesta sexta-feira (27), como "Pais e Filhos", tem a cara de Spielberg. Tanto isso é verdade que Steven adquiriu os direitos de filmagem e vai fazer a versão hollywoodiana do filme de Hirokazu Kore-eda. Mas ele não deu a Palma para o diretor. Ela foi atribuída, pela unanimidade do júri, a "Azul É a Cor Mais Quente", de Abdellatif Kechiche. "Pais e Filhos" ganhou o prêmio especial do júri, e foi merecido.

Está sendo um final de ano atípico. Amanhã, última sexta de 2013, os filmes seguem estreando. "São Silvestre", de Lina Chamie, terá um lançamento pequeno, mas é o melhor brasileiro do ano que se encerra. "Pais e Filhos" só não está na listona dos maiores por um detalhe. Se Kore-eda o terminasse em aberto, com a caminhada de pai e filho - o travelling, o plano-sequência, ambos andando em paralelo, mas não juntos -, o impacto talvez fosse maior. É um belo filme sobre família, para compreender (decifrar?) a paternidade.

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"Pais e Filhos" narra uma história que se presta ao cinema de lágrimas. Começa com um empresário bem-sucedido, a mulher e o filho. O pai é um tanto distante. Um exame de rotina na escola revela que o garoto não pertence ao grupo sanguíneo dos pais. Não pode ser filho deles. Houve uma troca no hospital, quando o bebê nasceu. Crianças foram trocadas. O caso poderia seguir assim, mas a correção japonesa - os conceitos de honra - levam a algo que parece impensável. À troca das crianças.

Eles não são mais bebês. Percebem o que ocorre. Sofrem com as diferenças - e as duas famílias ficam dilaceradas. O outro pai tem uma oficina, é mais modesto, mas mais presente. "Meu tema é a transformação do pai poderoso. Ele começa o filme frio e distante, mas vai passar por uma mudança. O desafio foi sempre tentar evitar que essa transformação ocorresse banalmente aos olhos do espectador."

Com quase 3 milhões de espectadores já na época de Cannes, "Pais e Filhos" virou o maior sucesso de Kore-eda no Japão. Se não sumir de circulação, para não comprometer a futura versão de Spielberg, poderá muito bem se converter no maior êxito internacional do grande diretor.

O filme foi bem em todos os festivais de que participou. Ganhou prêmios (no plural) de público. No Japão, o que contou pontos foi o ator que faz o pai. Masaharu Fukuyama é um astro. Cantor, agrada às mulheres, embora tenha um contingente muito grande de fãs entre crianças e adolescentes de ambos os sexos. "Escolhi-o porque achei que ele se prestava ao que queria fazer. Não estou seguro de que seus fãs tenham aprovado integralmente o filme, e o papel. Ele aparece diferente. Quero crer que a história contribuiu para o sucesso. Os idosos lotaram os cinemas." Fukuyama, em Cannes, disse que se assustou com o convite de Kore-eda. "Não sou pai, confessei-lhe que não saberia como interpretar o papel. Mas ele me tranquilizou - disse que o filme era sobre um homem que aprende a ser pai, e que eu iria aprender." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PAIS E FILHOS

Diretor: Hirokazu Kore-Eda

Gênero: Drama, 120 minutos (Japão/ 2013)

Classificação indicativa: 12 anos

Após namorar cinco anos Gisele Bündchen, Leonardo DiCaprio parece estar gostando novamente de uma brasileira. A escolha do astro é a modelo paraense Kat Torres, radicada em Paris, que roda o mundo fazendo editorais de moda e ensaios fotógrafos para prestigiadas revistas européias e grifes internacionais.

Katiuscia Torres viu sua vida ganhar os holofotes do mundo ao ser fotografada e apontada como novo affair de DiCaprio. Os dois teriam se conhecido no Festival de Cannes, em maio deste ano, e ambos teriam se hospedado na mesma casa de amigos em comum, onde se conheceram. O ator teria exigido que Kat fosse discreta em relação ao romance, mas em entrevista ao IG, a modelo declarou que o ator é uma pessoa fascinante.

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Empresariada pela Elite Model, uma das principais agências de modelo do mundo, Kat recentemente posou nua e mostrou o belo corpo que teria encantado o astro de Hollywood. Ainda durante a entrevista, a modelo contou que nasceu em uma família muito pobre e que aos 12 anos trabalhou como babá para ajudar em casa. Kat Torres já está de malas prontas para se mudar para os Estados Unidos, para ingressar na carreira de atriz em Hollywood.

Dois ladrões furtaram na manhã desta terça-feira um anel com um solitário de três quilates, avaliado em 70.000 euros, em uma joalheira de Cannes, no Sul da França informou uma fonte policial.

Os homens, que pelo sotaque foram identificados como provavelmente vindos do leste europeu, roubaram a joia se aproveitando de um momento de desatenção da vendedora. Os fatos ocorreram em uma joalheira situada na área comercial do hotel de luxo Gray d´Albion.

A Polícia de Cannes abriu uma investigação e explicou que as imagens de vídeo da loja serão analisadas.

A cidade do sul da França, conhecida por receber o Festival de Cinema mais glamouroso do planeta, foi palco de vários roubos em joalheiras nos últimos meses, inclusive durante o evento.

No fim do mês de julho, uma exposição de joias raras organizada no hotel Carlton, foi assaltada por um homem, causando prejuízo recorde de 100 milhões de euros.

A seguradora Lloyd's ofereceu um milhão de euros (1,36 milhão de dólares) de recompensa a quem permitir recuperar as joias roubadas em Cannes (sul da França) em 28 de julho.

As peças são avaliadas em mais de 136 milhões de dólares.

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Em um comunicado, a seguradora afirma que a recompensa, proporcional às joias recuperadas, é oferecida "à primeira pessoa que apresentar uma informação que permita recuperar a mercadoria" e "está sujeita a certas condições".

Em 28 de junho, um ladrão retirou relógios incrustados com diamantes de uma exposição organizada pela joalheria Leviev no luxuoso hotel Carlton de Cannes.

Um indivíduo roubou à mão armada neste domingo (28) uma série de joias avaliadas em 40 milhões de euros do hotel Carlton de Cannes (sul da França) durante uma exposição, informou uma fonte próxima à investigação.

O autor do roubo se apoderou de uma maleta onde estavam as joias, segundo os elementos preliminares da investigação. Ao ser interrogada pela AFP, a direção do hotel negou-se a comentar o ocorrido. No último festival de Cannes, em maio deste ano, houve um roubo de joias da marca Chopard no valor de 1,4 mihão de dólares.

O filme coroado em Cannes com a Palma de Ouro, La vie d'Adèle, uma história de amor entre duas mulheres, foi vendido para dezenas de países, incluindo Brasil, México, Colômbia e Espanha, indicou nesta terça-feira (29) a produtora. Dirigido pelo franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, o filme contém imagens explícitas de amor lésbico jamais vistas no Festival de Cannes.

Apesar de suas três horas de duração, La vie d'Adèle, que já havia sido vendido para muitos países, principalmente da Europa, atraiu o interesse de outros distribuidores em todo o mundo "graças a crítica favorável" recebida em Cannes, declarou à AFP Brahim Chioua, diretor-geral da Wild Bunch, que produziu o filme. O filme será distribuído no Canadá, Hong Kong, Coreia, Nova Zelândia e Rússia, e há negociações em curso na Venezuela, Peru, Bolívia, Equador e Argentina, indicou.

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A Tunísia, onde Kechiche nasceu, também comprou os direitos do longa. O diretor afirmou que os distribuidores no Oriente Médio ainda não viram o filme, que é inspirado no HQ Le Bleu Est une Couleur Chaude, de Julie Maroh, sobre o amor de uma adolescente e uma artista de cabelo azul. Os distribuidores de países do Oriente Médio "vão assistir o filme, mas principalmente para exibi-lo em festivais, mais do que nos cinemas", considerou.

O diretor reconheceu em Cannes que, "provavelmente", receberá pedidos de cortes de cenas de sexo entre as duas mulheres. "Nós vamos estudar" estes pedidos, disse Kechiche, lembrando que "são coisas a serem discutidas com os distribuidores estrangeiros."

La Palme (de)culotée - A Palma sem calcinhas de Abdellatif Kechiche virou manchete dos principais jornais franceses, dividindo as capas com as manifestações de anteontem em Paris, contra e a favor o casamento gay. Os franceses ainda não se recuperaram do choque que foi ver Dominique Strauss-Kahn, o ex-presidente do Banco Mundial - que protagonizou escândalo de assédio sexual -, fazer a montée des marches do maior festival do mundo.

Na terça (27) ainda se comentava como DSK conseguiu seu convite sem que ninguém da imprensa soubesse, mas o assunto dominante era a audaciosa decisão de Steven Spielberg e seus jurados, avaliando as gráficas cenas de sexo entre Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux. Elas parecem tão reais - na entrevista que deu à reportagem, Adèle repetiu com alguma exasperação que c'était faux, era falso. Ela faz questão de dar seu apoio ao casamento entre iguais, mas também de deixar claro que não é sua praia.

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Adèle, de resto, dedicou o prêmio a seu amor - e ele estava na plateia, sentado com os pais dela. Le Figaro, Libération, Nice Matin. A vitória da França foi saudada com uma revanche do cinema e da juventude franceses. No palco do Grand Theatre Lumière, Kechiche já havia dedicado seu filme aos jovens, ao seu "espírito de liberdade e vivre ensemble", que deveria servir de farol para a sociedade inteira.

Velhas histórias foram lembradas, como a de que, anos atrás, o diretor artístico de Cannes Thierry Frémaux recusara La Graine et le Moulet, O Segredo do Grão, também de Kechiche, e desta vez, como para se redimir, aceitou A Vida de Adèle praticamente na véspera do anúncio da seleção oficial. Como se resumindo o sentimento geral, Philippe Dupruy escreveu, em Le Nice Matin, que era preciso agradecer a Spielberg não apenas por essa lição de cinema, mas também de civilidade. "Thank you, Mr. Spielberg, este belo filme mostra a importância de viver livremente, de se expressar e amar livremente."

Para Le Figaro, foi um Palmarès "de cortar o fôlego" e o enviado do jornal à Croisette, Eric Neuhoff, disse que o presidente do júri, suspeito de puritanismo, surpreendeu todo mundo com sua Palma erótica e passional. Na coletiva do júri, após a premiação, ao mesmo tempo que minimizava a dimensão política da escolha, M. le Président deixou claro que todos os jurados são artistas e, como tal, têm sensibilidade para entender e aceitar a carga de paixão que Kechiche e suas atrizes colocam na tela. Júri, aliás, fez história outorgando uma Palma tríplice. Em anos anteriores, o prêmio atribuído algumas vezes ex-aequo, ou seja, dividido em dois, mas Spielberg e seus jurados dividiram a Palma em três, entre Kechiche e suas atrizes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro tunisiano da Cultura parabenizou nesta segunda-feira o diretor franco-tunisiano Abdellatif Kechiche pela conquista da Palma de Ouro com La vie de Adèle, sem entrar no mérito da paixão homossexual retratada no filme, tabu no mundo árabe. "O ministro da Cultura (Mehdi Mabrouk) parabenizou o diretor Abdellatif Kechiche por este reconhecimento internacional, desejando-lhe sucesso no mundo do cinema", anunciou o ministério.

A declaração, no entanto, não mencionou o tema do filme, que narra a paixão ardente entre duas mulheres, uma questão sensível na sociedade árabe-muçulmana. O ministério também não deu nenhuma indicação quanto a um possível lançamento do filme na Tunísia, cujo governo é liderado pelo movimento islamita Ennahda. Desde a revolução em janeiro de 2011, várias obras, exposições e festivais têm sido alvos de protestos, às vezes violentos, do movimento islâmico radical, que registra um crescimento significativo desde a queda do regime de Zine El Abidine Ben Ali.

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Em outubro, a exibição do filme franco-iraniano Persépolis pelo canal privado Nessma TV provocou uma onda de violência entre os radicais islâmicos. O diretor do canal de televisão foi multado por "atentado à moralidade", já que o filme contém uma cena em que mostra Deus, e sua representação é proibida pelo Islã.

Ao receber a Palma de Ouro, Kechiche dedicou seu filme "a esta bela juventude da França, que me ensinou muito sobre o espírito de liberdade", bem como "outros jovens da revolução tunisina por sua aspiração a viver livremente, e amar livremente". "É uma bela história, um belo amor, com o qual todos podem se identificar, independentemente da sexualidade", declarou o presidente do júri, o diretor americano Steven Spielberg. A homossexualidade em si não é proibida pela lei na Tunísia, mas a sodomia é punida com três anos de prisão.

O júri da Queer Palm, prêmio independente consagrado aos filmes exibidos em Cannes que tratam das questões homossexuais, escolheu L'inconnu du lac como vencedor, neste sábado à noite. Apresentado na seleção Un certain regard, o filme de Alain Guiraudie causou burburinho em Cannes por seu tratamento da sexualidade gay.

O filme, que será proibido para menores de 16 quando chegar ao circuito comercial, conta a história de Franck (Pierre Deladonchamps), um jovem homossexual que se apaixona por Michel (Christophe Paou), um homem bonito e perigoso, com o qual ele vive uma paixão. Os organizadores do prêmio fizeram uma homenagem, neste sábado à noite, à nova lei francesa sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

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Este ano, o júri foi presidido pelo diretor português João Pedro Rodrigues, de O Fantasma (2000), Odete (2005) e Morrer como um homem (2009). Entre os jurados, estavam o produtor britânico Daniel Dreifuss, o diretor Michel Reilhac e o jornalista Nicolas Gilson.

O filme A vida de Adèle, do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, que relata a história de um amor entre lésbicas, recebeu neste sábado o prêmio Fipresci concedido pela crítica estrangeira, anunciaram os organizadores. O filme no qual a jovem Adèle Exarchopoulos, até agora quase desconhecida, divide a tela com Léa Seydoux, contém cenas de sexo explícito e está entre os favoritos para a premiação final do Festival de Cannes, que será entregue no domingo.

Na sessão Um Certo Olhar, a Fipresci (Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica) recompensou Dast Neveshtehaa Nemisoozand, do iraniano Mohammad Rasoulof. Na Quinzena dos Realizadores e na Semana da Crítica, os críticos internacionais premiaram Blue Ruin, do norte-americano Jeremy Saulnier, exibido na Quinzena.

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