Tópicos | Cesar Maia

Dois ex-governadores do Rio podem ter seus pedidos de registro de candidatura cassado antes mesmo da eleição. O Ministério Público Eleitoral questionou e pediu o indeferimento de 24 registros no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no Rio de Janeiro até o momento, entre eles os de Anthony Garotinho (União) e Wilson Witzel (PMB). Além dos ex-ocupantes do Palácio Guanabara, a Procuradoria Regional Eleitoral pediu ainda a impugnação de Washington Reis (MDB), candidato a vice de Cláudio Castro (PL), e Cesar Maia (PSDB), que disputa o posto de vice ao lado de Marcelo Freixo (PSB).

O MP eleitoral contestou os registros de Maia e Reis por condenações em processos de improbidade administrativa e criminal em decisões colegiadas. Candidato a vice de Freixo, o ex-prefeito do Rio teve os direitos políticos cassados pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em 2020. Ele foi acusado de irregularidades na gestão contratual de obras da Vila Pan-Americana. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em julho, suspender os efeitos da cassação. Mas o MP argumentou que a suspensão dos direitos políticos está fixada em legislação.

##RECOMENDA##

Em decisão nesta semana, o TRE entendeu que Maia não está inelegível. Afirmou que "não há que se falar na abertura de fase probatória nos autos".

"Tendo em vista a ausência de requerimento de produção de outras provas, tanto pelo Ministério Público Eleitoral, na exordial da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura de ID 31179134, quanto pelo impugnado na contestação de ID 31194332, de acordo com o art. 40, § 4º, e 41, caput, da Resolução TSE n.º 23.609/2019, não há que se falar na abertura de fase probatória nos presentes autos", decidiu o TRE.

Já o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a administração pública e o meio ambiente, em 2021. Ele foi condenado a sete anos, dois meses e quinze dias de reclusão, em regime semiaberto, e ao pagamento de multa. O ex-prefeito recorreu de decisão. Em 2020, a Segunda Turma do Supremo suspendeu os efeitos da decisão até o julgamento dos pedidos da defesa de Reis.

O último recurso deve ser julgado nesta terça-feira (30). O caso será analisado pela Segundo Turma do STF após ser pautado pelo ministro André Mendonça. Caso o STF mantenha a condenação, Reis pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e se tornar inelegível. O ex-prefeito de Duque de Caxias diz que aguarda a decisão do STF.

Ao participar da Marcha Para Jesus no Rio com Bolsonaro e Castro, o ex-prefeito de Caxias afirmou que "sempre ganha". "Todo ano eles pedem e eu ganho".

O ex-governador Anthony Garotinho não quis se pronunciar sobre o pedido de impugnação. A defesa diz que vai se manifestar nos autos.

Em relação a Witzel, alvo de impeachment por irregularidades na área da Saúde, o MP ressaltou que o ex-governador está inelegível por cinco anos por decisão do Tribunal Especial Misto.

"A condenação imposta a Wilson José Witzel o restringe de exercer seus direitos políticos passivos e qualquer outro cargo público, ainda que não seja de natureza política, como é o caso daqueles providos por concurso público", afirmam os procuradores regionais eleitorais Neide Cardoso de Oliveira e Flávio Paixão.

Após a ação do MP, Witzel afirmou nas redes que "nada consta" contra ele. O ex-governador compartilhou uma certidão negativa de condenações por improbidade administrativa. A decisão de inelegibilidade, no entanto, foi tomada no âmbito do julgamento do impeachment.

Bolsonarista, o deputado federal Daniel Silveira (PTB) também teve sua candidatura contestada. A PRE diz que o STF condenou Silveira a mais de oito anos de prisão e à perda do mandato por coação em processo e "por incitar a tentativa de impedir o livre exercício de poderes da União". Apesar da decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder graça ao deputado, anulando os efeitos da condenação, a procuradora regional eleitoral Neide Cardoso de Oliveira, diz que o indulto não altera os efeitos do pedido do MP.

"O aludido decreto presidencial [do indulto] tem se sujeitado a muita controvérsia, no âmbito acadêmico e político. Entretanto, o que não é controverso, muito pelo contrário, e sedimentado pela jurisprudência pátria, não é de hoje, é que o indulto não alcança os efeitos secundários da pena ou extrapenais, fruto de decisão condenatória, no caso, do Supremo Tribunal Federal, por incitar a prática do crime de tentar impedir o livre exercício de qualquer dos poderes da União e coação no curso do processo", afirma a procuradora regional eleitoral.

O Ministério Público Eleitoral se debruçou ainda sobre candidaturas de deputados federais e estaduais. A PRE apresentou outras 20 ações contra candidatos a deputados federais e estaduais.

O PSDB do Rio confirmou nesta sexta-feira, 22, o nome do ex-prefeito Cesar Maia (PSDB) como vice na chapa do deputado Marcelo Freixo (PSB) na disputa pelo governo do Estado. Em nota, o presidente dos tucanos no Rio, Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados, porém, diz que seu partido e o Cidadania, que formaram uma federação para a disputa das eleições deste ano, "não chegaram a um acordo em relação à formalização da chapa que disputará o governo do estado do Rio de Janeiro". Defendeu, porém, o apoio ao candidato do PSB.

"O PSDB, partido majoritário nessa federação, encaminha a indicação do vereador e ex-prefeito Cesar Maia como candidato a vice- governador na chapa do deputado federal Marcelo Freixo (PSB). O Cidadania seguirá apoiando o ex-prefeito Rodrigo Neves, decisão que já havia sido tomada antes mesmo da formalização da federação entre os dois partidos", diz.

##RECOMENDA##

A busca de apoio do PSDB e do grupo de Maia é uma das tentativas de Freixo de tornar sua candidatura mais acessível aos setores de centro e aos conservadores do Rio. Visto como um político historicamente ligado a pautas identitárias, o pré-candidato do PSB busca se posicionar como o nome mais competitivo para enfrentar o governador Cláudio Castro (PL).

Maia era cortejado pelo prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD) para compor a aliança com o ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz e com Neves.

No início do ano, PDT, PSDB e PSD, encabeçados por Paes e por Rodrigo Maia se reuniram para costurar uma aliança em torno do nome de Neves ou Santa Cruz. Um acordo chegou a ser firmado entre os partidos. Os partidos de Gilberto Kassab e de Carlos Lupi decidiram, no entanto, "em comum acordo", no início de abril, desfazer a aliança.

Sem decolar nas pesquisas e sem alianças relevantes, a menos de três meses das eleições, Santa Cruz desistiu da candidatura ao governo do Rio. Ele foi anunciado na quinta-feira, 14, como vice na chapa de Neves.

Cesar Maia se aproximou de Freixo e levou consigo a maioria dos tucanos - que são um partido pequeno no Rio. Com isso, o PSD ficou isolado, sem capilaridade nos municípios do interior do Estado e derrapando nas pesquisas.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), reclamou da hipótese de o ex-prefeito César Maia compor como vice a chapa ao governo encabeçada por Marcelo Freixo (PSB). Segundo Paes, havia o compromisso negociado com o filho dele, o deputado Rodrigo Maia, de que os tucanos estariam com o pré-candidato apoiado por Paes, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz.

Paes pretende eleger Santa Cruz para o governo do Estado e já dava como certo que César Maia seria o vice de seu apadrinhado. Nos bastidores, o atual prefeito diz que ficou "desprestigiado" com a escolha de Maia em se aliar a Freixo, adversário de Santa Cruz na disputa. "Temos a palavra da presidência nacional do PSDB e do deputado Rodrigo Maia que estarão com a candidatura do PSD", afirmou o prefeito em entrevista ao jornal O Globo.

##RECOMENDA##

Para o prefeito, a chegada dos Maia - além de César, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, ambos recém-filiados ao PSDB - ao ninho tucano era tido como certeza de apoio a Santa Cruz. Segundo Paes, a "família Maia" havia dado sua palavra sobre não se aliar ao projeto de seu adversário nas urnas. Contudo, também em entrevista a O Globo, Freixo confirmou o convite para César Maia ser seu vice. Segundo o pessebista, "o convite está na mesa e a aliança está sendo construída".

O ex-prefeito do Rio e vereador Cesar Maia (DEM) viu no anúncio do presidente Jair Bolsonaro de que poderia nomear o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para o Supremo Tribunal Federal (STF) como um primeiro movimento da sucessão presidencial de 2022.

A vaga será aberta em um ano e meio com a aposentadoria do decano da Corte, Celso de Mello. "Ele (Bolsonaro) precisa tirar da frente aqueles que são adversários muito fortes, que é o caso do Moro", diz o ex-prefeito e pai do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A seguir, os principais trechos da entrevista.

##RECOMENDA##

São só cinco meses, mas foram meses muito agitados. Esperava-se esse desgaste tão grande, essa perda de popularidade tão forte?

Temos de analisar o comportamento dos personagens. O presidente (Jair Bolsonaro), por exemplo. Por que ele lança o ministro Sérgio Moro como nomeado ao STF? Por uma razão muito simples, porque Moro é adversário do Bolsonaro como presidente da República. A maneira que ele encontrou de eliminar esse adversário foi nomeá-lo para o STF.

Ele já tira uma carta do baralho?

A principal, a única carta. Ele elimina o principal adversário, não tem dúvida nenhuma. Pode fazer a pesquisa que você quiser entre Moro e Bolsonaro, você vai ver o que vai dar. Mostra que o próprio presidente está preocupado com o desdobramento de tudo isso. Ele precisa tirar da frente aqueles que são adversários muito fortes, que é o caso do Moro.

O sr. vê o ministro como potencial adversário do Bolsonaro em 2022? Quem o sr. enxerga nesse universo?

No campo de pensamento do Bolsonaro, só tem o Moro. Fora do campo dele, hoje, vai ter que se construir essa liderança.

De acordo com várias pesquisas, no fim das eleições Bolsonaro tinha uma aprovação de 49%. Mas de lá para cá, essa aprovação vem caindo e, em março, se estabiliza em 32%, 35%. Como avalia essa trajetória?

Primeiro, como se explica a performance final do Bolsonaro nas eleições? O que muitos acreditam, e eu acompanho, é que a facada gerou um efeito vitimização. Saiu de vinte e poucos por cento e subiu para quarenta por cento. Mas aí esse efeito passa, a eleição termina, vêm as entrevistas, a posse. Passado todo esse processo, as pessoas digerem aquilo, sedimenta-se, aquilo que se imagina vitimização não é mais. É o presidente da República, cercado de polícia, militares, Polícia Federal. Com isso, vem uma acomodação, que deveria ser o patamar dele, que é de trinta e poucos por cento. Temos de aguardar, dar tempo. A expectativa hoje é a de que a economia no primeiro trimestre tenha um crescimento negativo, como dizem os economistas. Isso tudo passa para o governo, que tem os elementos de impacto, de publicidade, de rede social, o que você quiser... O governo Bolsonaro passa a ter só esses elementos. Priorizar as redes sociais não adianta mais, eles foram para a televisão.

A rede social se esgotou?

A tradução que está sendo dada às redes não corresponde à realidade. As redes empoderam o indivíduo; o indivíduo, uma vez com o poder que tem, convencido de alguma coisa, vai propagando isso. Mas não é um sistema partidário. É por isso que Bolsonaro tem dado muitas entrevistas na televisão. Naturalmente, ele acha que precisa da televisão para recuperar o prestígio. As redes sociais cumpriram um papel e continuarão cumprindo, é um papel importante, mas menor do que se imaginava, que resolvia tudo. Eles estão sentindo que não é assim. Então, precisam da televisão para gerar um efeito multiplicador maior. Estranho é que ele use pouco o rádio.

Como vê a ação do presidente?

Não sei se o presidente é inábil. Ele sempre foi isso que é, tem uma liderança dos militares, dos policiais. Na hora que ele acha que pode extrapolar e não dá certo, ele tem de corrigir. Ele tem corrigido algumas coisas. Quando ele corre para o negócio do armamento, isso é uma derrota anunciada. Quando vai passar essa lei? Fico me perguntando porque ele faz um decreto daquela longitude (o decreto das armas) e publica. Só tem uma explicação: ele foi feito para ser derrubado. Na hora em que derruba, parcialmente que seja, você aumenta a agregação de seus próprios, da base, transfere para fora os problemas e não o absurdo que são aquelas medidas, que foram publicadas e não vão ser aprovadas. Essa é a tática: faz a proposta, diz que fez o que tinha prometido, soma seu pessoal, não é aprovado, a culpa é de quem? Da política velha.

Quer dizer que a crise é um método do atual governo?

Depende do caso. Nesse caso, é. Você tomar teses que defendeu, sabe que elas são inviáveis do ponto de vista da opinião pública, do ponto de vista do plenário muito mais, e vai com elas para frente para serem derrotadas, mesmo que parcialmente, cria uma situação de instabilidade. Diz 'não tenho culpa, eu tentei, fiz tudo que eu pude'.

Nesse desenho de governo, como fica o caso Queiroz (ex-assessor de Flávio Bolsonaro)? E como isso atrapalha os planos de uma reeleição lá na frente?

Eu não sei, porque o caso Queiroz, se tudo isso que se fala é verdade... Ontem mesmo (segunda-feira, dia 20), o Flávio (Bolsonaro) disse que não fazia a menor ideia de que eles tinham se metido em tanta encrenca. Eles vão investigar. Nós estamos falando de uma investigação aberta que não vai durar um ano, com 88 pessoas.

O sr. ficou preocupado com a história da delação de um empresário ligado à Gol contra Rodrigo Maia?

Ridículo, né? Estou achando que alguns delatores do segundo time, eles criam (nomes de políticos que estariam envolvidos em irregularidades). O problema aí era o (doleiro) Lúcio Funaro, (ex-deputado) Eduardo Cunha, aí vem com o terceiro escalão. Os caras fazem uma denúncia, criam um personagem, provavelmente para dar algum tipo de destaque à denúncia dele. Foi tão inacreditável que não deu nem para incomodar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sem esconder as ressalvas que faz à pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), o pai do presidente da Câmara, Cesar Maia, não participou do lançamento do nome do filho à disputa presidencial realizado nesta quinta-feira, 8, em Brasília.

Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Cesar Maia, que é vereador pelo Rio, disse que estava "febril" e "com pressão baixa" e, por isso, decidiu ficar na capital fluminense.

##RECOMENDA##

"Hoje (quinta) forcei um pouco, fui ao plenário (da Câmara de Vereadores do Rio) falar das escolhas do Rodrigo e de ACM Neto (novo presidente do DEM). Tentei ler o manifesto apresentado pelo DEM em Brasília. Não consegui ler até o final. Sentei um pouco e em seguida pedi do microfone autorização da Mesa para me ausentar", disse o vereador, por e-mail.

Em uma entrevista na semana passada, Cesar Maia disse não acreditar na viabilidade da candidatura do filho e apostar numa vitória do tucano Geraldo Alckmin na disputa.

Após o episódio, Maia minimizou as declarações do pai e disse que não tinha como ficar bravo com ele "por mais de um dia". Para tentar afastar a desconfiança em torno da viabilidade do seu nome, no entanto, o presidente da Câmara aumentou o tom contra o PSDB, um parceiro histórico do DEM, e disse que, por ora, não está em discussão apoiar Alckmin.

Em seu discurso nesta quinta, Maia citou o pai e enalteceu a experiência dele, que já foi prefeito do Rio e deve disputar o governo do Estado este ano.

A corrida para o governo do Rio deve reunir na mesma chapa os ex-prefeitos Cesar Maia (DEM) e Eduardo Paes (PMDB). A revelação foi feita nesta sexta-feira (29) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Questionado se havia a possibilidade de concorrer ao Palácio Guanabara, Maia negou e indicou a possível chapa: "Meu pai (Cesar Maia) e o Paes".

Eduardo Paes começou a carreira política pelas mãos de Cesar Maia, que o colocou como subprefeito da Barra da Tijuca. Após a ascensão de Paes, os dois romperam. Voltaram a se aproximar este ano, quando Paes perdeu importantes aliados como o ex-governador Sérgio Cabral, preso na Lava Jato.

##RECOMENDA##

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

César Maia, Rodrigo Maia, José Agripino Maia e Felipe Catalão Maia. Pais, tios e primos que dividem o mesmo sobrenome e uma influência política em dois estados: Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Filiados ao Democratas (DEM), a linhagem política deles é oriunda do engenheiro Felinto Epitácio Maia, um nome pouco conhecido na atualidade, mas que comandou a Casa da Moeda Brasileira por 15 anos; do ex-governador do Rio Grande do Norte, Tarcísio Maia e do ex-governador da Paraíba, João Agripino de Vasconcelos Maia Filho.

Felinto é pai do vereador do Rio de Janeiro, César Maia, que era a maior referência política da família - por ter sido prefeito da capital carioca por três mandatos (1993-1997/ 2001-2005/ 2005-2009), deputado federal e um dos primeiros a utilizar a internet como meio de comunicação com o eleitorado - até o filho dele, Rodrigo Maia assumir o comando da Câmara dos Deputados em 2016.   

##RECOMENDA##

Desde que foi eleito para o posto, sucedendo o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), Rodrigo se tornou o Maia mais influente no cenário nacional, principalmente por ser o primeiro na linha sucessória presidencial e administrar a Casa no momento em que as reformas trabalhista e da Previdência, além das denúncias contra o presidente Michel Temer (PMDB) passaram a tramitar no Congresso. Um outro aspecto que chama a atenção, inclusive, é que mesmo tendo diálogo constante com o presidente, e cedendo a maioria das articulações do peemedebista, ele encabeçou imbróglios do DEM com o PMDB por novos filiados

Os fatos levaram o DEM a considerar a possibilidade de lançar o nome dele como candidato ao Palácio do Planalto em 2018 ou até mesmo para o governo do Rio de Janeiro, entretanto, aparentemente a intenção não é compartilhada pelo fluminense. Em entrevista recente ele deixou claro que pretende disputar à reeleição. “Sou candidato a deputado federal. Vou explicar o porquê. Não é porque tenho problema de governar o Rio, não… Como deputado federal, ajudo mais o Rio do que sendo candidato a governador”, disse.

Os planos de Rodrigo Maia recebem o aval do pai, que passou a ser cotado para o governo do Rio pelo DEM. Segundo ele, o próximo presidente do país precisa de um nome “com liderança organizada” à frente da Câmara dos Deputados.

“O Rodrigo é candidato a deputado federal. Se eleito, vai ser candidato a presidente da Câmara. A avaliação nossa, e de muita gente, é que o próximo presidente vai concluir um ciclo que começou no governo Temer e que para isso não pode fazer um governo tradicional. Ele precisa ter uma Câmara de Deputados com liderança organizada, e o Rodrigo, pelo estilo dele de ouvinte, de confiabilidade, adquiriu essa capacidade”, argumentou ao ser entrevistado pela BBC.

Já sobre a possibilidade de concorrer a governador, César Maia alega que se sente realizado como vereador. “Os deputados federais querem, eu não quero. Idade, tempo, minha coluna... Estou muito feliz como vereador. Feliz como qualquer pai ficaria ao ver seu filho chegar onde chegou. E feliz com as atividades que tenho. Sou o primeiro a chegar na Câmara e o último a sair. Faço discurso todo dia. Estou muito feliz para me deslocar para uma eleição majoritária”, garantiu.

Os Maias nordestinos

No Rio Grande do Norte a família Maia tem destaque a partir da gestão do ex-governador do estado Tarcísio Maia, pai do senador José Agripino Maia e avô do deputado federal Felipe Catalão Maia. Agripino também já governou o estado e foi prefeito de Natal, atualmente cumpre o quinto mandato consecutivo de senador.

Na Casa Alta, ele fez oposição ferrenha aos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, e hoje compõe a bancada aliada do presidente Michel Temer. Agripino é atualmente presidente nacional do DEM, com a possibilidade de não ser reconduzido ao cargo durante a convenção do partido que está marcada para esta quinta-feira (14). O senador deve ser candidato à reeleição.

Enquanto o filho, Felipe Catalão Maia, ingressou formalmente na política em 2006, sendo eleito com 124,3 mil votos. Agora ele cumpre o terceiro mandato de deputado federal e também pretende disputar novamente uma vaga na Câmara dos Deputados.

Denúncias de corrupção

O peso que a família Maia tem na política também resultou em denúncias de corrupção. Agripino, por exemplo, pode não ser reconduzido amanhã ao comando nacional do DEM porque a primeira turma do Supremo Tribunal Federal o levou, nessa quarta (12), a condição de réu no processo em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Agripino teria recebido mais de R$ 654 mil da construtora OAS, entre 2012 e 2014.

Além disso, a empreiteira também teria doado R$ 250 mil ao DEM em troca de supostos favores de Agripino. De acordo com a PGR, o senador teria ajudado a construtora a destravar repasses do BNDES para construir a Arena das Dunas, em Natal. Um outro processo também acusa o senador de peculato. Ele nega todas as acusações.

As acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa também pesam contra Rodrigo e César Maia. A investigação tem como base os relatos de cinco delatores da Odebrecht sobre supostos repasses da empreiteira ao deputado.

Segundo o processo, foi feito um repasse da empreiteira de R$ 350 mil, em 2008, a Rodrigo Maia para campanhas eleitorais naquele ano. Além disso, em 2010 a Odebrecht teria pago mais R$ 600 mil para abastecer a campanha do pai a vereador. Nas planilhas de propina da Odebrecht, o presidente da Câmara é apelidado de Botafogo. Rodrigo e César Maia também afirmam ser inocentes diante das denúncias.

Principal articulador da fidelidade de seu filho, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) e de seu partido, o DEM, ao presidente Michel Temer no momento mais crítico de seu governo, o vereador pelo Rio de Janeiro, César Maia minimiza sua participação no processo. Para ele, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram responsáveis pelo fortalecimento do Centrão e diz que o DEM não deve estar a reboque do PSDB em 2018. Leia abaixo entrevista concedida pelo vereador ao Jornal O Estado de S. Paulo

A mosca azul de ver seu filho presidente não lhe picou? Quais foram os motivos que levaram o senhor a aconselhá-lo a ficar ao lado do presidente Temer?

##RECOMENDA##

Rodrigo não é mais meu filho. Eu é que sou o pai dele. Eu não aconselhei. Eu concordei. Aquilo que a imprensa disse, que Rodrigo articula parado, é espetacular. Não teve mosca azul nenhuma. Pergunta lá quantas vezes eu fui a Brasília, na residência oficial da Câmara dos Deputados ou no gabinete dele. Nenhuma.

Ele veio para o Rio no momento mais crítico da crise, acompanhado de Mendonça Filho (então deputado, hoje ministro da Educação), no momento em que o DEM que quase desembarca.

Mendoncinha esteve comigo e com o Rodrigo uma vez. Mas eu não sou um personagem ativo nesse processo. Eu sou um opinador, um comentarista. Lembro que, quando a coisa ficou forte, quando familiares e amigos já começaram a achar que ele já era o presidente, mandei um WhatsApp para ele com apenas uma palavra bem grande, em tipo alto: HUMILDADE. Acho que foi o único conselho que dei a ele nesse processo todo. E ele me respondeu: "Pai, pode ter absoluta certeza de que vai ser assim." Fiquei tranquilo.

Em que momento foi isso?

Foi naquele momento em que já era dado como certo que ele assumiria. Teve um movimento ali, 10, 15 dias antes da votação, quando o assunto era tratado como se fosse uma realidade. Eu achava que era um erro substituir o presidente. Aquela votação foi um erro para o Brasil. Porque no momento daquela impulsão do Janot e a recepção do Fachin, a reforma da Previdência estava no forno. Era só colocar para votar. Na hora que entra o caso fica a dúvida: quem será o presidente? Isso esfriou.

Mas Rodrigo, que era a opção para a substituição de Temer, é a favor da reforma.

Ele lidera esse processo. E aí, com esse problema que teve, a reforma passou a ser submetida a um crivo de negociação interna. Porque, se me perguntar quem é o responsável pelo fortalecimento do Centrão, eu respondo: o Janot e o Fachin, que entregaram para o Centrão uma peça de negociação que não tinha.

O Centrão já era articulado desde o processo de impeachment.

Mas o poder que o Centrão tinha já estava colocado no governo Temer. Olha o ministério dele. Estou falando do acréscimo de poder. A iniciativa de Janot e Fachin fragilizou o PSDB. A razão da crise do PSDB é exatamente a votação em relação ao Temer. É fato que o PSDB dividiu.

De que forma o DEM se beneficia com a divisão do PSDB?

Hoje a previsão que se pode fazer é que vai haver, no campo do centro, que é o que a gente busca há muito tempo, uma troca de personagens do PSDB com o DEM. O DEM pode ocupar esse espaço, seja com esse nome ou com outro nome que estão pensando. A razão foi a iniciativa do dr. Janot e do ministro Fachin. Ontem, (quinta, 10), o ministro Fachin disse que não vai incluir o nome do presidente Temer no caso do PMDB. E, na minha leitura, a probabilidade de o ministro Fachin colocar a segunda flecha é nenhuma.

A segunda flecha é para 1.º de janeiro de 2019.

O que o sr. achou da denúncia?

Um ato com consequências jurídicas inócuas e consequências políticas e econômicas grandes. A primeira denúncia é de uma inutilidade gigantesca. Se se começa pela outra denúncia, de que houve ou não houve obstrução de Justiça, aí poderia ter um quadro diferente. Acho que foi uma precipitação que teve uma consequência política grande e uma consequência econômica grande também. Teve outra consequência que foi afetar a liderança política do presidente Temer, que chegou a dizer que estamos vivendo um semiparlamentarismo. O que ele quer dizer com isso? Um homem com a experiência de Temer? "Eu estou enfraquecido." O fortalecimento dele tem que ser o fortalecimento institucional, que é o caso da Câmara e Senado.

O que mudou entre o impeachment de Dilma Rousseff e a votação da denúncia contra Temer?

Primeiro, há uma adesão das elites empresariais às teses do governo Temer que é total, 100%. Tem um presidente da Câmara que tem a coragem de fazer uma defesa aberta e explícita das reformas liberais. O Brasil precisa que o governo Temer complete (o mandato) e a decisão de Fachin vai ajudar muito o País.

O DEM deve ter candidato à Presidência em 2018?

Depende de ter nome, criar uma marca.

Rodrigo está descartado?

Não sei. O Brasil precisa que ele se reeleja deputado federal e que a Câmara continue com uma condução como a dele, não conflituosa.

O fato de ele descartar o Executivo tem alguma coisa a ver com o inquérito do qual ele é alvo?

Que é ridículo... Fachin agora mesmo cancelou o depoimento que ele iria dar.

De que forma que o DEM deveria aproveitar esse momento de crescimento?

Eu diria que dando tempo ao tempo. Se estivéssemos na Alemanha eu responderia, que é automático o líder ascender a primeiro-ministro. Agora, no Brasil, com sistema orgânico, voto proporcional aberto e partidos sem marca... A iniciativa do Doria pode ser um bom exemplo para os quadros do DEM. Ele, que é um homem do marketing, de TV, foi dizer: sou prefeito mas quero ser candidato a presidente daqui a um ano. Um ano! Aí ele faz uma programação para ter visibilidade. Os nomes que nós temos têm de se propor. O DEM não vai a reboque do PSDB.

O ex-prefeito Cesar Maia, do DEM, que teve o registro da candidatura ao Senado impugnado nesta segunda-feira, 14, pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) do Rio de Janeiro, apresentará ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) as explicações sobre o processo em que foi condenado em segunda instância, no Tribunal de Justiça do Rio, por improbidade administrativa. Além de prestar esclarecimentos à justiça eleitoral, Maia disse que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a condenação da Justiça do Rio.

Maia diz que a Justiça entendeu que ele feriu o caráter laico do Estado ao construir a igreja de São Jorge, em Santa Cruz (zona oeste), mas que não houve condenação pelo uso de recursos públicos. "Trata-se de uma ação relativa à construção de uma capela de São Jorge que foi questionada em função do caráter laico do Estado. Portanto nada tem a ver com ficha limpa. A arguição do Ministério Público é natural para conhecer a natureza (da condenação)", afirmou o prefeito por meio da assessoria de imprensa. O TRE tem prazo até 45 dias antes da eleição para julgar as impugnações.

##RECOMENDA##

A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) do Rio de Janeiro impugnou nesta segunda-feira, 14, o registro da candidatura do ex-prefeito Cesar Maia, do DEM, ao Senado. O pedido será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Foram impugnados 35 registros de candidatos, de um total de 2.852 pedidos analisados.

O Ministério Público argumentou que Maia se enquadra na Lei da Ficha Limpa, que proíbe políticos condenados por colegiados e em mais de uma instância de disputarem cargos eletivos. O ex-prefeito foi condenado em maio passado, em segunda instância, pela 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, por improbidade administrativa, por ter usado recursos públicos para a construção da igreja de São Jorge, em Santa Cruz (zona oeste), quando governava a cidade, em 2005. Maia teve os direitos políticos suspensos por cinco anos.

##RECOMENDA##

"Em sua análise, a PRE/RJ avaliou condições de inelegibilidade como a condenação criminal por órgão colegiado - os chamados 'fichas sujas' e suspensão de direitos políticos em condenação por improbidade administrativa", diz nota da procuradoria. O Ministério Público informou ainda que o candidato que tiver o registro indeferido pode recorrer da decisão e, enquanto aguarda o julgamento do recurso, está autorizado a continuar a campanha e seu nome será mantido na urna eletrônica.

Cesar Maia é candidato a senador na chapa do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). A aliança, firmada no fim do mês passado, foi classificada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), aliado da presidente Dilma Rousseff, de "bacanal eleitoral". A presença de Maia na chapa reforçou o movimento "Aezão", formado por dissidentes do PMDB-RJ que pregam o voto em Pezão e no candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves.

O ex-prefeito e atual vereador do Rio Cesar Maia (DEM) oficializou nesta quarta-feira, 25, durante convenção de seu partido em um hotel no centro do Rio, sua candidatura ao Senado na chapa formada em aliança com PMDB, PSDB e outros 15 partidos. Maia vai apoiar a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o candidato tucano Aécio Neves à presidência da República, no acordo classificado como "bacanal" pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

Em discurso diante de vários correligionários que disseram preferir Maia como candidato a governador, ele justificou sua adesão ao PMDB (e consequente desistência da candidatura ao governo) alegando ser a forma "possível" de garantir espaço para Aécio no Rio.

##RECOMENDA##

Maia também repetiu que a aliança entre o PT do candidato a governador Lindbergh Farias e o PSB do candidato a senador Romário influenciou sua decisão. "Antes era cada partido com seu candidato (a presidente). Com essa aliança (entre PT e PSB), Dilma e Eduardo Campos passaram a dividir o palanque, então Aécio precisava garantir espaço também".

O ex-prefeito contou que já havia produzido material para sua campanha a governador. Com a mudança, terá de jogar fora banners e impressos.

Em entrevista coletiva, Maia discorreu sobre as críticas que recebeu nos últimos dias. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), criticou a aliança entre PMDB e DEM, segundo Maia, "não por minha causa, mas porque isso significou um palanque para Aécio no Rio, e o prefeito faz campanha pela Dilma".

Sobre a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), que classificou sua aliança com o filho de Cesar, Rodrigo Maia, na eleição de 2012 como "o maior arrependimento" da vida dela, Cesar afirmou que considera a deputada "mais qualificada que o pai e a mãe (dela)" e que "ela pode escrever o que quiser que não vou mudar minha opinião".

A partir desta quinta-feira (5) até o próximo sábado (7), o Partido Democratas de Pernambuco realizará o encontro estadual da sua juventude no Recife. Reunindo lideranças locais e nacional o evento ocorrerá no Cult Hotel em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, a partir das 16h.

No cronograma de atividades, o encontro será aberto às 16h com a presença de lideranças da juventude democrática de Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Logo após os democratas apresentarão os trabalhos a serem desenvolvidos pela JDEM-PE e pelas JDEM locais compartilhando suas experiências e projetos para o futuro.

##RECOMENDA##

Com o intuito de promover a qualificação técnica e a integração dos jovens, na sexta-feira (6) o encontro será aberto às 9h e contará na parte da manhã com a presença do Líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho. Entre os temas a serem tratados estão: movimentos de ruas no Brasil e as eleições de 2014 com o economista Maurício Romão e o tamanho do estado: desenvolveu ou corrompeu? Com o ex-prefeito do Recife, Gustavo Krause.

Já à tarde, a partir das 14h30, o palestrante será o ex-governador do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM). O democrata abordará o tema: ‘democracia e populismo: o destino da América Latina e do Brasil’ e às 16h membros da juventude democrata do Rio de Janeiro conversará sobre: redes sociais: a nova trincheira para debate de ideias.

No próximo sábado (7), último dia do evento, as atividades encerram às 12h e entre os temas em discussão estão: meio ambiente, mudanças climáticas e semiárido e a ética na política e o problema da corrupção no Brasil, que será abordado por Mendonça. 

O Partido Democratas de Pernambuco realizará nos próximos dias 05, 06 e 07 de junho o encontro estadual da sua juventude. O evento ocorrerá no Cult Hotel em Boa Viagem, Zona Sul do Recife e terá como palestrantes os ex-governadores de Pernambuco Mendonça Fiho e Gustavo Krause, o ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro Cesar Maia, o Ph.D em economia e consultor político Maurício Romão e o Mestre em Geografia Lucivânio Jatobá.

O encontro dos democratas visa promover a qualificação técnica dos jovens filiados, além de possibilitar uma maior integração aos que hoje ocupam papel de destaque na legenda.

##RECOMENDA##

Principal triunfo do DEM para dobrar a bancada de vereadores no Rio de Janeiro, o ex-prefeito Cesar Maia teve um desempenho nas urnas aquém das expectativas. Com pouco mais de 44 mil votos, Maia garantiu o terceiro lugar no ranking, dos mais votados no município. Mas, não conseguiu impulsionar sua bancada na Câmara dos Vereadores.

Durante a campanha, a meta era cravar, pelo menos, 150 mil votos e, com isso, pular de quatro para oito vereadores do DEM no Rio de Janeiro. Mas, a apuração das urnas revelou um quadro bem diferente. Nas eleições de 2012, o partido perdeu uma das cadeiras na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Seu filho, Rodrigo Maia, também amargou um desempenho fraco na disputa pela prefeitura, garantindo menos de 3% dos votos válidos.

##RECOMENDA##

Quem ficou no topo da lista de mais votados no Rio foi a candidata Rosa Fernandes, do PMDB, com mais de 68,4 mil votos. Ela pertence a uma tradicional família de políticos na zona norte da cidade. Em seguida ficou o candidato conhecido como Guaraná, do mesmo partido, com cerca de 53,2 mil votos. Nessa eleição, a coligação PMDB/PSC conseguiu eleger 15 das 51 vagas para vereador.

Sócio e gerente da Drogaria Mundial, em Marechal Hermes (zona oeste do Rio), Orlando da Silva Cruz estranha quando recebe de Cesar Maia (DEM), três vezes prefeito do Rio, um santinho de candidato a vereador. "Eu ainda não estava informado sobre as eleições", desculpa-se. Maia aproveita e pede também votos para o filho, Rodrigo, que disputa a prefeitura.

Até os poucos assessores que o acompanham têm de se policiar para não confundir os cargos. Maia ganhou duas eleições para deputado e três para prefeito. Perdeu uma para governador e outra para senador. Aos 67 anos, estreia no papel por onde muitos políticos começam.

##RECOMENDA##

Mas é um candidato vip. Calcula gastar R$ 500 mil na campanha, embora tenha registrado na Justiça Eleitoral teto de R$ 1,5 milhão. E vai dominar o horário eleitoral gratuito na TV, nos dias dedicados à eleição proporcional. Ocupará um minuto - os 20 segundos restantes serão divididos pelos demais candidatos a vereador.

"Vão dizer: ‘Só aparece o Cesar Maia na TV’. Vamos responder: ‘Isso está combinado há muito tempo’. Quando foi decidida minha candidatura para puxar voto, eu disse que precisava de tempo na TV", defende-se Maia. A expectativa do DEM é que ele tenha pelo menos 150 mil votos e que ajude a dobrar a bancada de quatro para oito vereadores. O partido retomaria o número de eleitos em 2008.

Na campanha de rua, Maia prefere a companhia de poucos cabos eleitorais - líderes comunitários, servidores aposentados e funcionários lotados em gabinetes de vereadores do DEM. As caminhadas são curtas. Carro de som, nem pensar. Em outra caminhada na quarta-feira, com Rodrigo, o primeiro pedido foi para suspender os fogos de artifício.

Estilos - Pouco barulho não significa discrição. Maia faz lembrar os tempos de prefeito criador de "factoides", que pedia sorvete no açougue e ia à praia de jaqueta. Ao lado do filho, usou o chapéu de gari, cumprimentou um manequim na porta de uma loja. "Meu pai quer que eu faça como ele, mas cada um tem seu estilo", comenta Rodrigo.

Os Maias sabem da dificuldade de enfrentar o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição em aliança de 20 partidos. O primeiro desafio é tornar a candidatura de Rodrigo conhecida. "Ele é uma nova geração entrando", pondera o ex-prefeito.

"Gosto mais do Rodrigo que do senhor", diz uma moça em Bangu. O pai abre um sorriso quando cruza com servidores municipais que o chamam de "meu ex-patrão" e finge que não ouve as críticas.

Chamou atenção, no registro eleitoral, o não patrimônio de Cesar Maia. Ele distribuiu todos os bens entre os parentes. Se for eleito, diz que não deixará a Secretaria Internacional do DEM, que lhe rende R$ 16,5 mil mensais.

Alguns eleitores o estimulam a se candidatar a governador em 2014. "Vai depender da votação para vereador", responde. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

A Justiça do Rio condenou o ex-prefeito do Rio Cesar Maia e três ex-diretores da Empresa Municipal de Urbanização (Rio Urbe) a devolver aos cofres públicos, com correção monetária, os R$ 149.432,40 gastos pela Prefeitura em 2004 para construir uma igreja católica em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Os três também tiveram os direitos políticos suspensos por cinco anos.

Na mesma decisão, a 13ª Vara Empresarial também condenou a Mitra Arquiepiscopal do Rio por enriquecimento ilícito, por aceitar usar o imóvel, onde funciona uma igreja de São Jorge. Para a Justiça, os acusados desrespeitaram a Constituição Federal, que proíbe o uso de dinheiro público para a construção de templo de uma única religião. Todos ainda podem recorrer. Até o início da noite, a reportagem não conseguiu contato com os condenados.

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando