Tópicos | condições precárias

Os bombeiros já retiraram 33 corpos de jovens que foram vítimas de um dos maiores incêndios da história recente dos Estados Unidos, causado por condições precárias de segurança, no armazém de um coletivo de artistas em Oakland, uma cidade da baía de San Francisco, no estado da Califórnia.

O prédio do coletivo de artistas, chamado de Ghost Ship (navio fantasma), tinha dois andares e foi tomado rapidamente pelo fogo próximo à meia noite desta sexta-feira (2). Naquele momento, centenas de pessoas, a maioria entre 17 e 30 anos, participava de uma festa dançante.

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Bombeiros e socorristas tiveram dificuldades inesperadas para apagar o incêndio e retirar as pessoas que ainda se encontravam com vida. As poucas portas de saída e os muitos objetos e estúdios de artistas no interior do prédio dificultaram a passagem dos bombeiros. Havia tapeçaria, peças de artesanato, guitarras, pianos, estantes, estátuas e incontáveis peças de madeiras que seriam usadas durante apresentações artísticas. Cerca de 50 pessoas, algumas delas crianças, moravam no local.

Segundo a polícia, o número de mortos pode subir muito mais na medida em que prosseguem as buscas no que restou do prédio. 

Os bombeiros também descobriram que as instalações dos artistas tinham pouca água disponível e uma iluminação deficiente. Havia também pilhas de troncos e um labirinto de cabos elétricos que também impediam a passagem. 

O proprietário do prédio já tinha recebido várias notificações das autoridades alertando sobre os perigos de incêndio devido à presença de material inflamável no edifício, segundo a imprensa americana. Um oficial de segurança chegou a ser impedido de entrar no prédio pelo proprietário.

A polícia não soube ainda calcular quantas pessoas estavam no edifício no momento do incêndio. Por enquanto, a polícia trabalha com a hipótese de que havia cerca de 100 pessoas no prédio.

Segundo andar

Pessoas que frequentavam o edifício relataram à imprensa americana que a energia elétrica usada no edifício era clandestina, ou seja, era retirada dos cabos de iluminação pública. Outro detalhe que demonstra a total falta de cumprimento das mínimas condições de segurança do coletivo do artistas é o precário acesso que as pessoas tinham ao segundo andar do prédio.

De acordo com testemunhas que já estiveram no local, entrevistadas pelas emissoras de rádio e televisão dos Estados Unidos, o acesso era feito por uma escada improvisada e estreita, feita de madeira rústica. Na opinião dessas testemunhas, muitas pessoas devem ter ficado presas no segundo andar, no momento do incêndio, porque não conseguiram descer pela escada para chegar à porta de saída do andar térreo.

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Deputados da bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) fizeram uma visita ao Instituto de Medicina Legal (IML) na manhã desta sexta-feira (11). Os deputados encontraram ambientes sujos, máquinas quebradas e ouviram reclamações dos funcionários. A crítica situação do IML  já havia sido mostrada em uma matéria do LeiaJá, que chegou a flagrar restos mortais em sacolas ao ar livre. 

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A ideia agora é realizar uma audiência pública até o final de setembro. “Estamos cobrando uma solução emergencial do governo”, disse o deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB). “Encontramos aqui uma situação de desrespeito. O IML está totalmente desestruturado. Os médicos e funcionários estão trabalhando com muita dificuldade, num grau de estresse permanente”, completa.

Para o diretor do IML, Antônio Barreto, não há descaso no instituto. “A gente tem uma sala aprovada pelo Ministério Público. A família é recebida sentadinha, com ar condicionado. A questão é que a demanda é grande, porque nós cobrimos toda a região metropolitana. Existe projeto 80% pronto em Palmares, uns 60% pronto em Caruaru. Tem projeto em Salgueiro e reforma para já em Petrolina”, ele comenta. 

O diretor revela também que recebe apenas R$ 1300 por mês para pagar todo custeio e manutenção do prédio. Equipamentos e máquinas estão sem funcionar desde o início do ano, pois precisam de refrigeração. Os aparelhos de ar condicionado já chegaram, mas a direção diz que não tem condições de pagar a instalação dos mesmos.

“O problema principal aqui é que a Polícia Científica como um todo é subordinada à Polícia Civil. A gente deveria ser um órgão subordinado à SDS e ser uma unidade gestora, como é a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Deveríamos ter um orçamento próprio, para decidir as questões mais importantes do ponto de vista da Polícia Científica”, Antônio conclui. 

Ainda segundo o diretor, a falta de equipamentos básicos é responsabilidade da empresa terceirizada, que cuida do serviço de limpeza e dos maqueiros. Na sala de necrópsia, o odor era angustiante, fazendo com que alguns jornalistas que acompanhavam a vistoria passassem mal. Corpos em estado avançado de putrefação se misturam com corpos recém chegados e o equipamento de ventilação não funciona. Barreto diz que a segunda sala já está com a estrutura pronta, com 20 leitos, faltando a ajuda financeira do Governo de Pernambuco para deixá-lo operante. 

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Comparar cenários cinematográficos de filmes de terror a atual estrutura de necropsia do Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife não é nenhum exagero. Restos mortais em sacolas ao ar livre, couro cabeludo de cadáveres pelo chão, corpos guardados sem os devidos cuidados e falta de estrutura são apenas alguns dos problemas do local. As denúncias partiram de policiais civis, como forma de protesto, nesta quarta-feira (8). Os servidores estaduais pedem melhores condições de trabalho e reajustes salariais.

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Antes da reportagem do Portal LeiaJá entrar no setor de necropsia, o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Rafael Cavalcanti, já alertou: “Vocês precisam ter estômago pra entrar lá! Não há condição digna de trabalho para nossos trabalhadores”. De acordo com Cavalcanti, a situação dos servidores do IML é uma das mais precárias da categoria. “O IML não passa por uma reforma há bastante tempo. Só nesta semana aconteceram várias quedas de energia elétrica. Os servidores trabalham em meio a corpos em estado de putrefação”, denunciou o vice-presidente do Sinpol.

Na sala de necropsia, nossa reportagem encontrou um piso molhado, focos de lama, sangue nas mesas, couro cabeludo espalhado pelo chão, além de problemas no teto e nos aparelhos usados pelos legistas. Na mesa da sala de raio-x, por exemplo, a falta de higiene também é notável. Existe lama e o equipamento apresenta fiação exposta. Na câmara fria, onde os corpos ficam guardados a baixa temperatura, existem sujeira e sangue por toda a parte.

Segundo um servidor que atua no IML que não quis se identificar, os objetos utilizados para os exames nos corpos são arcaicos. Facas do tipo peixeira, cabos de madeira, serras, linha usada em pipas e até haste de guarda chuva viram ferramentas de trabalho durante os exames. “Essa é a condição de trabalho que estamos submetidos. É desumano trabalhar no IML”, disse o servidor. Confira o vídeo:

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Em entrevista à TV Globo, a gerente geral da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, afirmou que o Governo de Pernambuco já possui recursos para iniciar reforma nas unidades (Recife, Caruaru e Petrolina) do IML ainda neste ano. “Nós estamos trabalhando para operacionalizar essas reformas. Ontem, eu tinha uma equipe de engenheiros visitando o IML e já monitorando quais as áreas a gente vai começar essas reformas”, declarou a gerente. Sandra Santos também informou que existe a previsão da realização de um concurso público para a Polícia Científica, cujo edital ainda não foi divulgado. “Nós teremos 316 vagas distribuídas para todos os cargos”, garantiu Sandra Santos.        

De acordo com os policiais civis em protesto, até o final desta quarta-feira, os serviços de necropsia e consequentemente liberação dos corpos estão suspensos, por causa da paralisação de 24 horas da categoria. A previsão, até o momento, é que tudo se normalize nesta quinta-feira (9). Até o início desta tarde, os policiais realizam um ato em frente ao IML, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. 

Um trabalhador, que preferiu não ser identificado, em outubro do ano passado, aceitou uma proposta de emprego feita pela empresa Gesso Brasil, em Petrolina. Sua tarefa era de rebocar apartamentos da Construtora Rio Forte. Todavia, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) recebeu denúncias de que as condições de trabalho desrespeitavam os direitos trabalhistas, e, no dia 21 do mês passado, o trabalhador foi resgatado.

De acordo com informações do Ministério Público do Trabalho em Pernambuco, em uma audiência pública realizada no último dia 15, a vítima recebeu de volta sua Carteira de Trabalho, devidamente assinada, garantindo também o pagamento das verbas rescisórias. Além disso, segundo o órgão pernambucano, houve a emissão de guias de seguro desemprego e o MPT ainda aguarda a finalização do relatório de fiscalização para abrir inquérito civil contra a empresa contratante e contra a construtora responsável pela obra.

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Informações divulgadas pelos ministérios, apontam que o trabalhador chegou em Petrolina com outros sete profissionais, e que ele receberia R$ 500 por apartamento rebocado de gesso. Porém, ele não recebeu equipamentos de proteção individual e a jornada de trabalho era de 7h às 17h. Nos meses de novembro e dezembro do ano passado, o trabalhado ainda recebeu pagamento por quinzena, todavia, segundo os ministérios, a Gesso Brasil parou de dar a remuneração. 

Depois das negligências, o trabalhador solicitou a devolução da empresa, uma vez que ele queria buscar emprego em outros lugares. Por não achar serviço, o homem retornou a Petrolina, e chegando ao alojamento disponibilizado pela Gesso Brasil, recebeu a informação da dona do local que o aluguel nunca foi pago e que o encarregado da empresa tinha retirado tudo o que havia na casa.

Ainda sim, o trabalhador se comprometeu em pagar o aluguel, quando recebesse o dinheiro que lhe era devido. Nessa fase, ele arranjou alguns serviços, mas, ainda por falta de condições, tinha que dormir sobre tábuas no chão e as condições de higiene no local eram precárias.

Até o fechamento desta matéria, a reportagem não conseguiu falar com representantes da empresa Gesso Brasil.

















  

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