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Um grupo de 13 investigadores da 'Equipo Especial de la República del Perú', órgão equivalente ao Ministério Público Federal, divulgou nota no domingo (16) para manifestar apoio ao procurador e coordenador da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, diante da eminência do julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pode tirá-lo do grupo de trabalho.

No texto, os investigadores peruanos se dizem preocupados com a possibilidade de destituição de Deltan, a quem se referem como 'pilar fundamental' na cooperação internacional para combate de casos de corrupção transnacional na América Latina.

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"As ações que buscam afetar a independência dos fiscais ou procuradores responsáveis pelas investigações de casos de corrupção são alvo de preocupação internacional", argumenta a nota.

Na semana passada, integrantes e ex-integrantes da Lava Jato no Paraná também subscrevem nota para defender que um eventual afastamento do procurador comprometerá, em última instância, a independência dos trabalhos da operação.

Julgamentos

Com três vagas não preenchidas, o CNMP deve julgar, nesta terça-feira (18), três procedimentos administrativos disciplinares contra Dallagnol. Dois deles foram apresentados pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (Progressistas-TO).

A parlamentar questiona o acordo firmado pela Lava Jato Paraná com a Petrobrás para destinar R$ 2,5 bilhões recuperados pela operação a um fundo gerido pelos procuradores e argumenta que a manutenção de Dallagnol no comando da força-tarefa coloca em risco trabalhos da operação.

Já o pedido de Renan Calheiros acusa o procurador de atuação político-partidária por ter feito campanha contra a eleição do emedebista para o comando do Senado em 2019.

Na véspera da sessão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, decidiu nessa segunda-feira (17) que a advertência aplicada contra o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, não deve ser considerada no julgamento de outros dois processos previstos na pauta do CNMP desta terça-feira (18), que miram o procurador. Na prática, ao afastar a eficácia da advertência aplicada contra Deltan no ano passado, Fux mantém uma espécie de ficha de "bons antecedentes" de Deltan - ou seja, é como se Deltan ainda não tivesse sido alvo de punição pelo órgão, o que pode livrá-lo de uma penalidade ainda maior agora.

Segundo o Estadão apurou, a decisão de Fux deve afetar o julgamento de Deltan Dallagnol, já que o antecedente da advertência poderia levar à aplicação de uma punição mais grave desta vez. Na avaliação de um conselheiro, o entendimento de Fux é o prenúncio de uma nova gestão no Supremo que poderá alterar uma correlação de forças que caminhavam para uma correção dos excessos da Lava Jato. Fux assumirá a presidência do STF no dia 10 de setembro.

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Em novembro do ano passado, por 8 a 3, o CNMP decidiu aplicar advertência contra Deltan Dallagnol. O julgamento marcou a primeira vez que Deltan foi punido pelo Conselho Nacional do MP, órgão responsável por fiscalizar a conduta de membros do MP. Esse processo dizia respeito à entrevista à rádio CBN na qual Deltan criticou o STF, ao afirmar que três ministros do Supremo formam "uma panelinha" e passam para a sociedade uma mensagem de "leniência com a corrupção".

Na prática, a advertência é uma punição branda, que fica registrada na ficha funcional do procurador, servindo como uma espécie de "mancha no currículo". Se Deltan for punido com advertência nos outros casos que ainda tramitam no CNMP, isso pode levar a uma punição maior no futuro - a censura. A reincidência na censura, por sua vez, pode acabar em suspensão de até 45 dias.

Das mais de 50 representações apresentadas contra Deltan no CNMP, uma que está pautada para a sessão desta terça-feira, 18, de autoria da senadora Kátia Abreu (PP-TO), pede a remoção de Deltan do posto na Lava Jato por interesse público. Mas dois conselheiros, sob condição de anonimato, disseram à reportagem que, embora o cenário não seja favorável a Deltan, o máximo que pode acontecer, neste momento, é a abertura do processo de remoção, mas isso não implica um afastamento imediato.

Em conversas reservadas, conselheiros que não são defensores da Lava Jato dizem que há oito votos, dentre os onze integrantes do CNMP, contrários a Deltan. No entanto, o que estará em julgamento é a abertura do processo de remoção, e não a decisão final sobre afastar ou não. Assim, a única forma de retirar Deltan da Lava Jato, já nesta terça-feira, seria se algum integrante apresentasse uma questão de ordem, o que está sendo avaliado. Contudo, a avaliação é que, mesmo se for levantada uma questão de ordem, algum integrante do Conselho deve pedir vista.

A hipótese de afastamento imediato causou comoção entre procuradores pró-Lava Jato e os demais aliados da megaoperação de combate à corrupção, como o ex-juiz titular da maioria dos casos denunciados pela força-tarefa - Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça. A defesa de Deltan está por conta de Francisco Rezek, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal. Rezek protocolou há uma semana uma petição no Supremo pedindo que sejam suspensos os procedimentos que pedem afastamento do procurador. O relator, Celso de Mello, pode decidir ainda nesta segunda-feira.

Visita

A cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) tem promovido uma ofensiva para limitar poderes da Lava Jato desde maio, quando o procurador-geral Augusto Aras requisitou cópia integral de todas as bases de dados reunidas ao longo de seis anos de operação, não apenas no Paraná, como também no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os ânimos se exaltaram após uma controversa visita da subprocuradora-geral Lindôra Maria Araújo ao prédio onde se aloja a força-tarefa do Paraná. Na guerra de versões, a Lava Jato apontou que não poderia fornecer as cópias de dados sigilosos de investigados sem decisão judicial específica, mas a PGR afirma que decisões de 2015 do próprio Moro e da juíza Gabriela Hardt conferem essa permissão. A PGR levou a discussão ao Supremo, que já deu duas decisões conflitantes: o presidente da corte, Dias Toffoli, mandou entregar os dados, e o relator da Lava Jato, Edson Fachin, desfez a ordem.

O PGR tem assento fixo no CNMP, mas quem tem o representado é o vice-procurador-geral, Humberto Jacques. Aras incumbiu Jacques de liderar a frente pela "correção de rumos" da Lava Jato. Foi Jacques, por exemplo, quem apresentou a ação ao Supremo em busca dos dados da operação. Jacques também está incumbido da missão de achar uma "alternativa" ao modelo das forças-tarefa de combate à corrupção. Na visão da gestão atual da PGR, expressa em notas à imprensa ou comentários públicos, as forças-tarefa são desagregadoras, podem estar atuando às margens da lei e precisam ter desvelados seus segredos. Nem Aras nem Jacques têm dito qual será o posicionamento no caso, mas interlocutores deles tratam de separar as duas coisas: o julgamento do CNMP e os eventos relacionados à força-tarefa da Lava Jato não teriam relação.

Além da PGR, o conselho é formado pelo corregedor nacional do CNMP, Rinaldo Reis Lima, e por indicados do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Ministério Público Militar (MPM), do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério Público Federal (MPF), do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, do Ministério Público Estadual e da Ordem dos Advogados do Brasil - na composição atual, há apenas um integrante de cada um desses órgãos, exceto pela OAB, que tem dois.

O relator do pedido feito por Kátia Abreu para remoção de Deltan da Lava Jato é, coincidentemente, o representante do Senado no CNMP: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho. Bandeira exerce, desde a gestão Renan Calheiros (MDB-AL), com continuidade na gestão Davi Alcolumbre (DEM-AP), o importante cargo de secretário-geral da Mesa do Senado. É dado como certo que votará contra Deltan Dallagnol.

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, decidiu na noite desta segunda-feira (17) suspender dois processos do Conselho Nacional do Ministério Público que podem tirar o procurador Deltan Dallagnol da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Os casos estavam previstos para serem julgadas na manhã desta terça-feira (18) e miram a conduta de Dallagnol em relação à publicação nas redes sociais e supostas atitudes de promoção pessoal.

"Sabemos que regimes autocráticos, governantes ímprobos, cidadãos corruptos e autoridades impregnadas de irresistível vocação tendente à própria desconstrução da ordem democrática temem um Ministério Público independente, pois o Ministério Público, longe de curvar-se aos desígnios dos detentores do poder - tanto do poder político quanto do poder econômico ou do poder corporativo ou, ainda, do poder religioso -, tem a percepção superior de que somente a preservação da ordem democrática e o respeito efetivo às leis desta República laica revelam-se dignos de sua proteção institucional", escreveu Celso de Mello.

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"A remoção do membro do Ministério Público de suas atribuições, ainda que fundamentada em suposto motivo de relevante interesse público, deve estar amparada em elementos probatórios substanciais, produzidos sob o crivo do devido processo legal, garantido-se o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, sob pena de violação aos postulados constitucionais do Promotor Natural e da independência funcional do membro do Ministério Público", frisou o decano.

Celso de Mello apontou que fatos sob investigação do Conselho Nacional do MP já foram devidamente avaliados e arquivados, o "que põe em perspectiva o dogma de que ninguém, em um Estado democrático de Direito, pode expor-se a situação de duplo risco".

Os dois processos disciplinares em questão foram apresentados pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Katia Abreu (PP-TO). Enquanto Calheiros acusa Deltan de tentar influenciar as eleições para a presidência do Senado no ano passado ao publicar tuítes críticos ao emedebistas, Katia Abreu questionou o acordo firmado pela Lava Jato Paraná com a Petrobrás para destinar R$ 2,5 bilhões recuperados pela operação e que seriam geridos por uma fundação dos procuradores.

Ao recorrer ao Supremo, Deltan alega que não tem outra alternativa e pede que a Corte trave o julgamento dos casos e, no mérito, seja determinado o seu trancamento, diante dos diversos vícios que os contaminam. O chefe da Lava Jato Paraná afirma que suas declarações sobre as eleições do Senado, em 2019, "apenas relatou um fato objetivo" e "agrega uma análise de cenário sobre o futuro das reformas anticorrupção". À época, Deltan afirmou que, caso Renan Calheiros fosse eleito para comandar a Casa, "dificilmente veremos uma reforma contra a corrupção aprovada". O procurador ainda destacou que o emedebista tinha "várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro".

"Não há pessoas nem sociedades livres sem liberdade de expressão, de comunicação e de informação, mostrando-se inaceitável qualquer deliberação estatal, cuja execução importe em controle do pensamento crítico, com o consequente comprometimento da ordem democrática", ressaltou Celso de Mello.

Para Celso de Mello, "qualquer medida que implique a inaceitável proibição ao regular exercício do direito à liberdade de expressão" dos membros do Ministério Público "revela-se em colidência com a atuação independente e autônoma garantida ao Ministério Público pela Constituição de 1988".

"Ficha limpa"

Mais cedo, o vice-presidente do STF, Luiz Fux, decidiu que uma advertência aplicada contra Deltan não deve ser considerada no julgamento de outros três processos previstos na pauta do CNMP desta terça-feira que miram o procurador. A liminar de Fux garante os "bons antecedentes" do procurador e, assim, pode favorecer a defesa do procurador em um julgamento de grande importância marcado para esta terça-feira no CNMP.

A decisão foi vista nos bastidores do CNMP como um prenúncio de uma nova gestão no Supremo, que poderá alterar uma correlação de forças que caminhavam para uma correção dos excessos da Lava Jato. Simpático à força-tarefa de combate à corrupção, Fux assumirá a presidência do STF no dia 10 de setembro, no lugar do ministro Dias Toffoli, integrante da ala que, desde 2017, vem impondo reveses aos procuradores de Curitiba.

Segundo um conselheiro, que não quis se identificar, a decisão de Fux deve afetar o julgamento de Deltan Dallagnol, já que o antecedente da advertência poderia viabilizar uma medida mais grave desta vez. Na prática, ao manter Deltan "ficha limpa", Fux retirou um dos argumentos que poderiam basear a abertura de um processo para a remoção de Dallagnol do comando da Lava Jato.

A punição aplicada pelo CNMP a Deltan Dallagnol foi uma advertência, em novembro do ano passado, por 8 votos a 3. O julgamento marcou a primeira vez que Deltan foi punido pelo Conselho Nacional do MP, órgão responsável por fiscalizar a conduta de membros do MP. Esse processo dizia respeito à entrevista à rádio CBN na qual Deltan criticou o STF, ao afirmar que três ministros do Supremo formam "uma panelinha" e passam para a sociedade uma mensagem de "leniência com a corrupção".

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro saiu em defesa do procurador Deltan Dallagnol às vésperas de julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público que pode resultar em punição ao chefe da força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Ao Estadão, Moro afirmou que a Constituição prevê 'prerrogativas importantes' aos membros do Ministério Público, entre elas a de não poder ser removido. "Isso é uma garantia legal para que os procuradores possam atuar com segurança, independência e protegidos de influências políticas", afirmou.

Ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam as investigações e ações penais da Lava Jato no Paraná, Moro defendeu que o trabalho da força-tarefa, sob coordenação de Deltan, 'é um marco para o combate à corrupção e tem o apoio da sociedade brasileira'. Logo em seguida o ex-ministro postou a nota em seu perfil no Twitter

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Três procedimentos envolvendo o chefe da Lava Jato em Curitiba estão pautados para a sessão do chamado 'Conselhão' nesta terça, 18, entre eles um pedido de remoção por interesse público.

O procurador chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal para travar dois deles - ações disciplinares movidas por Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PP-TO) que envolvem publicação nas redes sociais e supostas atitudes de promoção pessoal. O terceiro tem relação com o powerpoint contra Lula.

Na última semana, a força-tarefa da operação em Curitiba divulgou nota em defesa de Deltan, afirmando que a atuação do procurador é 'correta, dedicada e corajosa' e comprometida com a causa anticorrupção.

O grupo argumenta que as representações em julgamento não foram provadas ou incluem episódios arquivados pela Corregedoria e foram trazidas à tona em um 'movimento de reação aos avanços contra a corrupção visando a impedir ou macular investigações'.

Neste sábado, 15, integrantes do Ministério Público em todo País iniciaram um abaixo-assinado defendendo a 'importância das garantias constitucionais da inamovibilidade e da independência funcional para o regular cumprimento das suas relevantes funções em defesa da sociedade'.

Até a tarde deste domingo, 16, o documento contava com mais de 2.250 assinaturas, entre procuradores da República e dos outros ramos do Ministério Público da União, além de promotores e procuradores de Justiça que integram os quadros do MP nos Estados.

"A pretensão de utilizar a remoção compulsória de membros do Ministério Público com fundamento no interesse público só se justifica em casos absolutamente excepcionais, em que reste devidamente comprovada a completa falta de compromisso e responsabilidade do agente com o cargo exercido", diz o documento.

Ao encerrar a 48ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, o presidente Michel Temer (MDB) afirmou acreditar que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) manterá o grupo em funcionamento.

"Acho que esse conselho vai continuar, não tenho dúvidas disso. Eles (novo governo) perceberão a grandiosidade das sugestões que foram feitas aqui e incorporadas pelo governo", afirmou Temer, aos 41 conselheiros presentes.

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Ao comentar ainda a fala de um dos presentes, que exaltou as políticas inclusivas para negros, Temer afirmou que manteve vários programas de governos anteriores, como o Bolsa Família.

Ele, no entanto, afirmou que o programa é assistencialista e não de inclusão social. O presidente citou como exemplo de inclusão o programa Progredir, que garante vagas de estágio para jovens filhos de beneficiários do Bolsa Família.

O presidente Michel Temer (MDB) disse que seu governo preparou uma estratégia de desenvolvimento econômico e social para os próximos 12 anos, que será divulgada na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão. Em discurso ao abrir a reunião, Temer não deu detalhes do plano, mas disse que foi fundamentado em decisões do conselho.

"O Conselhão foi recomposto e deu grande contribuição ao País. O governo foi pautado por decisões do Conselhão em questões como o teto de gastos", afirmou.

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O presidente disse que as despesas do governo nunca ultrapassaram o teto de gastos e que, apesar de o projeto que criou a limitação ter sido classificado como "PEC da morte", houve elevação dos gastos com saúde e educação desde sua implementação.

Temer listou o que considera avanços de seu governo, como o fato que o déficit público deverá encerrar o ano abaixo do previsto. "A inflação, quando assumimos, era de 10% e hoje está abaixo de 4,5%. Os juros estava em 14% e veio a 6,5%. Foi com disciplina que conseguimos reverter um quadro desfavorável para o Brasil", comentou.

Segundo o presidente, será possível entregar mais dois mil ônibus para municípios com "as verbas que o ministro da Fazenda Eduardo Guardia vai nos liberar". Na semana passada, o governo anunciou que mudará o orçamento para permitir a liberação de R$ 652 milhões para gastos dos ministérios.

Reforma

O presidente também citou a reforma do ensino médio e a trabalhista entre os avanços do seu governo. "Falaram que a reforma trabalhista tiraria direitos dos trabalhadores. Mandei lerem a Constituição, uma lei infraconstitucional não poderia tirar os direitos dos trabalhadores. Nossa opção foi apoiar a parte produtiva, o empresariado e os trabalhadores", afirmou.

Temer disse ainda encontrar "extraordinário entusiasmo" em relação ao Brasil em viagens ao exterior. "Temos ideia pessimista do nosso País, mas vemos entusiasmo nos encontros internacionais", completou o presidente.

Os presidentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiep), Paulo Skaf, e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, voltaram a compor o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, que assessora o presidente da República.

Eles haviam deixado o colegiado para participar das eleições deste ano. O decreto de designação dos executivos para o CDES está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 13, e o mandato dos dois termina no dia 28 de fevereiro de 2019. O decreto prorroga, também até 28 de fevereiro de 2019, o mandato de outros membros do Conselho, formado em sua maioria por empresários.

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Os empresários Benjamin Steinbruch, Guilherme Afif Domingos e Paulo Skaf pediram ao governo para deixar os cargos de membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, colegiado formado por representantes da sociedade civil para o assessoramento direto ao presidente da República. O pedido de dispensa dos empresários está formalizado em decreto no Diário Oficial da União (DOU), com efeito a partir de 7 de junho.

Os três executivos se preparam para disputar as eleições deste ano. Afif Domingos, que também pediu licença da presidência do Sebrae, quer disputar na convenção do seu partido, o PSD, a vaga de candidato à Presidência da República.

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Skaf, que comanda a Fiesp, é pré-candidato do MDB ao governo paulista; e Steinbruch, que é dono da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do Grupo Vicunha, tem sido cotado para ser vice de Ciro Gomes, candidato do PDT ao Planalto.

O decreto publicado nesta quarta-feira, 13, ainda dispensa outros cinco membros do Conselhão: o representante sindical Antonio Fernandes dos Santos Neto, o empresário Francisco Deusmar de Queirós, os profissionais de Engenharia e Arquitetura Gisela Batista e Jaime Lerner e a superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa de Jesus Costa D'amaral.

O presidente Michel Temer comemorou nesta terça-feira (7) os sinais de retomada da atividade e disse que isso o motiva a trabalhar ainda mais. Entre os sinais de retomada, Temer citou como exemplo o aumento do investimento estrangeiro direto, o bom resultado da balança comercial e a melhora das contas públicas.

"O investimento somou US$ 11,5 bilhões em janeiro. Isso mostra que está se restabelecendo a confiança no País. A balança comercial teve o melhor resultado desde o início da série histórica em 1989, as contas públicas registraram em janeiro o maior superávit da série e o risco Brasil caiu para 270 pontos", disse Temer durante a discurso na abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, o Conselhão.

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"Esses, portanto, são alguns entre os muitos exemplos que revelam que nós temos posto a casa em ordem. Esses são resultados que nos motivam a trabalhar muito mais", disse o presidente.

Temer também comemorou o avanço das reformas estruturais e avaliou como "ousada" a agenda proposta pelo governo. "Estamos encarando com muita coragem, se não até com relativa ousadia, as reformas que o Brasil demanda e precisa. Não há atalhos nem passes de mágica nessa matéria. É preciso coragem e ousadia", disse.

O presidente lembrou que na reunião anterior do Conselhão, em novembro, o governo não havia aprovado o teto de gastos públicos. "Nós conseguimos em seguida com grande apoio do Congresso Nacional", disse, ao lembrar que também foi aprovada a reforma do ensino médio.

Temer demonstrou confiança com a tramitação da reforma trabalhista no Congresso Nacional. "Tenho convicção de que, com a nossa muito sólida base no Congresso, devemos aprovar a modernização da legislação trabalhista", afirmou.

"A todo momento as pessoas dizem que não pode continuar assim", disse Temer, ao comentar a legislação trabalhista. Por isso, argumentou o presidente, o governo dialogou com centrais sindicais e empregadores para costurar o consenso. A confiança na aprovação, disse Temer, é baseada no fato de que essa reforma trata de lei ordinária que exige maioria simples.

Ajuda a estados

O presidente reafirmou o discurso que a União poderá ajudar os Estados. Para isso, porém, exige contrapartidas. "União está disposta a ajudar os Estados. Para ajudar, precisamos de contrapartida a ser dada pelos Estados", disse, ao comentar que a crise estadual tem revelado a necessidade de outra reforma: a da Previdência.

Ao citar que a reforma da Previdência é "mais delicada e complicada", Temer disse que a frágil situação dos Estados deve ser usada como lembrança da necessidade de reforma no tema. Para o presidente, a situação do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais e outros Estados tem raiz na questão previdenciária. Na avaliação de Temer, a União tem interesse na melhora da situação fiscal dos Estados e também fará esforço. "Isso vai significar que a União terá de aportar recursos e, quem sabe até, deixar de cobrar dívidas".

Ainda sobre a reforma previdenciária, Temer defende que a sociedade precisa se conscientizar. "A reforma previdenciária tem como interesse o País e não um interesse político", disse, ao sugerir que os críticos à reforma deveriam propor outras soluções para o problema.

Temer lembrou que cerca de 66% terão aposentadoria integral - grupo que recebe apenas um salário mínimo. "Quem se opõe é o grupo restante. Quem reclama é quem ganha muito mais, está acima, tem aposentadoria precoce antes da Previdência Geral", disse o presidente.

O presidente Michel Temer formalizou no Diário Oficial da União (DOU) a entrada dos dois mais novos ministros do governo. As nomeações do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), para a Justiça e Segurança Pública, e do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), para as Relações Exteriores, estão publicadas em edição extra do documento publicada nessa segunda-feira (6). A cerimônia de posse dos novos titulares vai ocorrer nesta terça-feira (7) no Palácio do Planalto, às 15h30.

Conselhão

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Temer ainda designou cinco novos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, cuja 46ª reunião plenária ocorre nesta terça sob o comando do presidente. O início do encontro está marcado para as 9h. Os novos conselheiros são: Alcione de Albanesi, Betania Tanure de Barros, Fernando de Castro Marques, José Vicente e Sérgio Agapito Lires Rial. Eles terão mandato de dois anos.

Além disso, o professor e especialista em Direitos Humanos Ricardo Brisolla Balestreri pediu para sair do colegiado. A dispensa dele está publicada na edição extra do Diário Oficial. Balestreri também já exerceu o cargo de secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, entre 2008 e 2011.

O presidente Michel Temer (PMDB) defendeu, nesta segunda-feira (21), que as reformas fiscais e da previdência são medidas importantes para o "país superar a recessão, crescer e voltar a gerar empregos". 

Durante a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, ele afirmou que "se nós prosseguirmos no ritmo [de gastos] que vínhamos, em 2024 teríamos que fechar as portas do Brasil para balanço”. Segundo ele, a dívida bruta ultrapassaria ou empataria com o PIB. “Não teríamos mais como gastar um centavo sequer”, observou.

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O peemedebista também ponderou que a previdência faz parte desse cenário e que a reforma que será proposta pelo governo respeitará o direito adquirido e se pautará pelo princípio da equidade. “Nós vamos tratar de obedecer o direito adquirido e vamos tratar todos com igualdade. Esta é uma determinação da Constituição”, frisou.

Temer afirmou, ainda, que se faz necessária uma "ampla reforma" para a previdência, que "a torne sustentável e que permita o Brasil crescer sem desequilíbrios". Essas mudanças, observou, vão "preservar os direitos das pessoas" e "trazer equidade entre todos os setores".

“O Brasil não pode viver com a autocomplacência”, disse. “Nossa orientação é clara, nós temos que responder a urgência das reformas, colocar o Brasil de volta nos trilhos”, defendeu o presidente.

 

O presidente Michel Temer pediu nesta segunda-feira (21) para que os integrantes do 45ª Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social façam propagando positiva do governo. "Comunicação é fundamental, comuniquem-se pelo governo, os senhores são ouvidos a todo momento", disse. "Os senhores podem divulgar, a todo momento, o que está acontecendo no País e, ao fazê-lo, façam de maneira positiva", completou, durante discurso antes do intervalo para o almoço.

Temer afirmou que é natural que, quando o governo lança algumas teses, haja algum tipo de resistência e reforçou que justamente por isso é preciso esclarecer à sociedade quais as intenções do governo. "É preciso uma certa ladainha; é preciso repetir e isso vai entrando no espírito e na alma e deixa as pessoas animadas", disse. "É importantíssimo que nós façamos propaganda, no sentido de propagar, o que aqui foi rebatido, discutido."

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O presidente comentou as falas feitas por alguns conselheiros durante o período da manhã desta segunda e disse que não houve repetição de temas, o que "revela desde já que são grandes os problemas do País".

Temer destacou que se a reunião de hoje fosse realizada a dez meses atrás, um dos temas que certamente entraria em discussão era a CPMF e a necessidade de aumento de tributos. Em janeiro, a ex-presidente Dilma Rousseff presidiu a 44ª reunião do Conselhão e na época também prometeu implementar uma agenda de ajustes para evitar aumento de impostos. "Nunca mais se falou em aumento de tributação, estamos tentando resolver com as medidas; esperamos que o teto seja aprovado no Senado e logo depois virá a reforma da Previdência", disse Temer.

Ao reforçar que terá três etapas - combate à recessão, crescimento e retomada do emprego - o presidente disse ainda que o governo não "age sozinho" e sim "ancorado no setor privado" e citou que fez viagens internacionais com objetivo de trazer o capital estrangeiro.

Ao citar as reformas necessárias, o presidente lembrou que os Estados estão praticamente quebrados e que, apesar disso, "temos tido uma compreensão da classe trabalhadora, claro que há legitimamente confronto de ideias".

Temer destacou outras reformas necessárias - como a do setor financeiro e a política - e disse que neste último caso, apesar de ser uma prerrogativa do Congresso, o Executivo apoia a sua formulação. "Aprovar essa PEC (do teto dos gastos) para depois darmos os passos seguintes, e queremos contar com apoio ainda que condicional de senhoras e senhores", afirmou.

Geddel

Temer usou o fim do seu discurso para cumprimentar nominalmente todos os ministros do governo que estavam presentes na reunião do Conselhão no Palácio do Planalto.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que está no centro de uma crise após ser acusado pelo agora ex-ministro Marcelo Calero de pressioná-lo pela aprovação de um empreendimento imobiliário em Salvador, não estava entre os presentes.

Ao saudar os ministros, Temer afirmou que todos vieram de forma espontânea e "não vieram apenas para o almoço", referindo-se a recepção que ele oferecerá aos conselheiros agora no Palácio da Alvorada.

Geddel chegou próximo ao meio-dia desta segunda de Salvador e não compareceu no Salão onde estava sendo realizada a reunião - mas seguirá para o almoço.

A secretária-executiva do Conselhão, Patrícia Audi, informou nesta segunda-feira (21) que a próxima reunião do colegiado no governo Michel Temer será em 7 de março. O primeiro encontro na atual administração acontece nesta segunda-feira.

O Conselhão é formado por 96 integrantes, entre eles, empresários, banqueiros, publicitários e sindicalistas.

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O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira (21) durante discurso de abertura do 45ª Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto, que além do déficit nas contas públicas ao assumir o governo ele encontrou também "um certo déficit de verdade" e que não seria possível continuar neste caminho. "É preciso encarar os fatos tal como são", disse. "Agora a realidade bate a porta e cobra naturalmente o seu preço", disse.

Temer afirmou que "não há dialogo construtivo sem franqueza" e ressaltou que o diálogo é um dos suportes de seu governo "ao lado da ideia de que é preciso reformar para crescer". Disse ainda que seu objetivo de retomar o crescimento é gerar emprego e voltou a destacar que "o dialogo não deve ser mero acessório, é traço fundamental na democracia".

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Ao abrir a reunião, Temer comentou que "não nos falta determinação para agir, assim como não nos falta humildade para escutar" e afirmou que "humildade é menos para falar e mais para escutar". "Nesse conselho teremos canal privilegiado para interlocução com diversos setores", afirmou.

Antes de sua fala, Temer cumprimentou cada um dos conselheiros e disse que dava boas-vindas a novos 59 integrantes. O presidente destacou ainda que o grupo atual é mais representativo e destacou que há o dobro de mulheres nesse Conselhão. "A mulher hoje é produtora da riqueza nacional", disse. "Vejo nessa sala uma extraordinária soma de talento e espírito público. Vamos trabalhar para que vejam em nós um governo de abertura ao diálogo e união de esforços."

Ele voltou a destacar também a importância do legislativo para o governo. "É importante ter o apoio do parlamento para que tudo que nós produzimos a favor do país seja avaliado", disse.

O presidente afirmou ainda que a governabilidade significa o apoio da sociedade e que os conselheiros agora passam a fazer parte do governo e "serão os agentes da governabilidade".

Pacificação do Brasil

Temer disse que um dos principais objetivos do colegiado é pacificar o Brasil. Para ele, não pode haver uma "cisão raivosa" entre os brasileiros.

"Não há como continuar com o Brasil dividido. Dividido em ideias, não tem importância, dividido em conceitos, não tem importância, porque a democracia vive da controvérsia, da contrariedade, porém argumentativa. Não pode haver uma cisão raivosa entre os vários brasileiros, nós que sempre tivemos fama de ser conciliadores e amigáveis", disse o presidente.

Temer afirmou que, ao assumir o governo, em maio deste ano, encontrou o País imerso em uma das piores crises da história. Nesse contexto, disse, era necessário construir pontes e articular consenso. "Era necessário restabelecer relação harmônica entre os poderes", destacou o presidente da República.

O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social volta a se reunir nesta segunda-feira (21) no Palácio do Planalto. Com renovação de 67% dos membros, o chamado Conselhão tem como tema da primeira reunião A Retomada do Crescimento Econômico.

Diferentemente do formato anterior, os ministros de Estado não terão cadeiras no órgão. Eles podem participar dos encontros, mas deverão receber convites em determinados momentos para esclarecer situações específicas de suas pastas. De acordo com a assessoria do conselho, a escolha dos integrantes buscou diversificar a composição com a representação de diferentes regiões. Novos setores também foram contemplados, como por exemplo a segurança pública.

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Eliana Calmon, que foi corregedora-geral de Justiça, e Nizan Guanaes, publicitário e sócio-fundador do Grupo ABC de Comunicação, participarão pela primeira vez do órgão. Entre os novos quadros que vão integrar o Conselhão estão também o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e o técnico de vôlei Bernardinho.

Criado em 2003, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social tem o objetivo de assessorar o presidente da República e os demais órgãos do Poder Executivo na elaboração de políticas públicas, articulando as relações do governo com os setores da sociedade civil representados.

Nomes de peso da economia brasileira que já participavam do conselho vão continuar, como Benjamin Steinbruch (presidente da Companhia Siderúrgica Nacional), Jorge Paulo Lemann (um dos sócios controladores da multinacional AB InBev) e Luiz Carlos Trabuco (diretor-presidente do Bradesco). A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, e o líder sindical Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores, também permanecerão.

Na abertura do encontro, além de Temer, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, detalharão os planos para o órgão. Eles vão falar sobre os principais pontos das medidas econômicas de ajuste fiscal propostas pelo Palácio do Planalto. A intenção é que no novo formado os integrantes do governo mais ouçam as ideias dos conselheiros. Murillo de Aragão, cientista político, e a advogada Renata Vilhena também terão direito a falar, assim como outros integrantes.

O presidente Michel Temer editou decreto para dispor sobre o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como "Conselhão". O colegiado de assessoramento ao presidente da República foi instituído em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O grande destaque do grupo até então era a participação de representantes da sociedade, principalmente grandes empresários do País. Na gestão de Lula, o "Conselhão" foi mais ativo do que na gestão de Dilma Rousseff, que tentou retomar as atividades do colegiado em janeiro deste ano depois de um bom período de interrupção. Em janeiro, Dilma inclusive fixou em 92 o número de titulares membros do CDES, dois a mais que na formação original.

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O decreto de Temer não define o tamanho do colegiado nem traz os nomes de seus integrantes. O texto determina, no entanto, que o órgão será presidido pelo presidente da República, e composto pelo ministro da Casa Civil, que será seu secretário executivo, além "de cidadãos brasileiros, com maioridade civil, de ilibada conduta e reconhecida liderança e representatividade, designados por livre escolha do presidente da República para um período de até dois anos de atuação como conselheiros, facultada a recondução".

"A juízo do presidente do CDES, poderão ser convidados a participar das reuniões, sem direito a voto, pessoas de notório saber e representantes de órgãos e entidades públicas ou privadas", cita a norma. "O CDES reunir-se-á ordinariamente três vezes ao ano, ou, extraordinariamente, por convocação da maioria de seus membros ou de seu presidente", acrescenta.

O novo decreto revoga o Decreto 4.744, de 16 de junho de 2003.

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira, 28, em discurso na 44ª reunião do Conselhão, a reforma da Previdência Social como mais um elemento necessário para garantir a "perenidade" do equilíbrio fiscal. Em sua fala, a petista afirmou que é preciso construir uma "proposta de longo prazo", a ser submetida à análise do Congresso Nacional.

Dilma lembrou que os brasileiros estão vivendo cada vez mais e, com isso, têm exercido o direto à aposentadoria por mais tempo. O problema pode se agravar porque, como lembrou a presidente, o Brasil está "em vias" de perder o chamado bônus demográfico, "situação mais confortável em que a parcela da população que trabalha é maior do que a de idosos e crianças somados".

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A presidente ressaltou que, em 2015, o governo adotou a regra 85/95 móvel para aposentadoria, classificada por ela como "uma forma engenhosa de iniciar a transição". "Precisamos ir além e construir uma proposta de longo prazo a ser submetida ao Congresso", afirmou, acrescentando que o Conselhão é o fórum adequado para essas proposições.

Em um aceno aos movimentos sociais e ao PT, Dilma ressaltou que o governo defenderá algumas premissas nessa reforma. Uma delas é que qualquer mudança deve respeitar os direitos adquiridos. De acordo com ela, é preciso levar em consideração também um o período de transição.

A presidente fez questão de destacar que o grande saldo dessas mudanças na Previdência será oferecer a quem está no mercado de trabalho uma sinalização clara e consistente de que as mudanças trarão mais benefícios do que a ausências de reformas. Segundo ela, os conselheiros precisam pensar, neste momento, em seus filhos e netos.

Dilma lembrou que os impactos das reformas na Previdência ocorrerão depois de ela terminar o mandato, em 2018, o que pode causar estranheza. "É uma questão de responsabilidade, por isso insisto, a hora é agora", disse. "A Previdência Social precisa ser sustentável em um horizonte que vai além do meu governo", acrescentou.

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta quinta-feira, 28, que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, não tem o objetivo de substituir o Congresso Nacional, "aquele que tem legitimidade e legalidade" de ser fiscal do governo, mas, sim, de ser apenas uma ferramenta participativa utilizada por democracias modernas e maduras.

"Não substituímos aquele que tem legitimidade e legalidade de fiscalizar o governo, que é o Congresso Nacional, mas democracias mais modernas e maduras são assim", afirmou durante a abertura da reunião do Conselhão. Segundo ele, este foi o "melhor momento" para a retomada do colegiado - que não se reunia desde julho de 2014 -, marcado pela angústia que está na cabeça de empresários e trabalhadores.

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Wagner ressaltou que democracias mais maduras, todas, utilizam essa ferramenta. Ele citou como exemplo o Conselho Econômico Social da França, dispositivo constitucional que completa 80 anos em 2016. Segundo o ministro, foi exatamente neste conselho que, dez dias atrás, o presidente François Holande fez declaração que repercutiu no mundo todo sobre o estado de emergência da economia internacional e apresentou proposta do governo francês.

O ministro da Casa Civil mencionou ainda o Fórum Social Mundial e o Fórum Econômico de Davos, que buscam encontrar caminhos para a sociedade e segmentos importantes da economia mundial, respectivamente. "A melhor democracia é aquela que surge do debate de ideias", afirmou, antes de empossar os 92 conselheiros do colegiado.

A presidente Dilma Rousseff faz uma reunião com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, na manhã desta quinta-feira (28) antes da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o 'Conselhão', que será reaberto às 14h30. Jaques Wagner é o articulador do grupo, que possui 92 integrantes e tem como objetivo ampliar o diálogo do governo com empresários, sindicalistas e integrantes da sociedade civil para aconselhamentos à presidente.

Em meio a uma crise econômica e política, Dilma usará as reuniões no grupo para buscar alternativas que ajudem a retomada do crescimento do país.

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Na noite de quarta-feira, 27, o ministro reforçou que o objetivo do governo não é usar a reunião para "grandes anúncios" e disse que não queria lançar "nenhum tipo de expectativa exagerada" em relação ao Conselhão. "Até porque eu já disse que não há uma saída mágica. Temos que ter um objetivo que é a retomada do crescimento, construir convergências com todos segmentos da sociedade para que este caminho chegue mais rápido e é muito trabalho, muita dedicação e perseverança. Não tem passe de mágica para resolver", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, assinaram dois decretos que alteram a composição do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão. O colegiado de assessoramento à Presidente agora terá 92 integrantes, dois a mais que a formação original, lançada em 2003.

O CDES será reinstalado na tarde desta quinta-feira (28), em cerimônia no Palácio do Planalto. Haverá pronunciamento de seis ministros, oito representantes do setor privado e de entidades sindicais e discurso da presidente Dilma. O ministro Jaques Wagner fará a abertura do evento, prevista para às 14h30, e Dilma, o encerramento, três horas depois.

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A lista completa dos nomes designados para compor o conselho está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta. A relação inclui empresários, representantes dos trabalhadores e da sociedade civil.

Conforme o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, já havia informado, alguns empresários continuam no grupo. É o caso do banqueiro Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, de Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, Murilo Ferreira, da Vale, e Benjamin Steinbruch, da CSN.

Outros são novatos, como Roberto Setubal, do Itaú, Jorge Paulo Lemann, da Ambev, José Roberto Ermírio de Moraes, da Votorantim, Josué Gomes da Silva, da Coteminas, Frederico Curado, da Embraer, e Cláudia Sender, da TAM.

O Conselhão ainda conta com nomes como do ator Wagner Moura, além dos presidentes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Wilson Ferreira Júnior, e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o ex-ministro Guilherme Afif Domingos. Esta é a primeira vez que os pequenos negócios têm assento no colegiado.

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