Sem conseguir obter um empréstimo para saldar suas dívidas, a diretoria do Vasco admitiu nesta sexta-feira (4) que está sem o fornecimento de água em São Januário há uma semana. O corte foi realizado no dia 28 de dezembro pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), para a qual o clube carioca deve cerca de R$ 10 milhões.
Em comunicado, a diretoria disse ter "estranhado" a decisão da Cedae em fazer o corte no fornecimento da água. "O clube manifesta sua estranheza com a adoção de uma medida intempestiva como esta, no último dia útil de mandato da antiga administração estadual, no momento em que negocia com a alta direção da Cedae um acordo para a renegociação de antigas dívidas, no valor aproximado de R$ 10 milhões."
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O Vasco garantiu que está em negociação com a cúpula da Cedae nas últimas semanas para renegociar a dívida total. "Poucos dias antes, a Diretoria Administrativa [do Vasco] havia encaminhado à Cedae uma proposta para a repactuação dos débitos, para qual aguarda resposta", informou o clube, em comunicado.
"O clube acredita que a direção da estatal terá o bom senso e a razoabilidade de reverter esta medida abrupta, como reconhecimento do empenho desta Diretoria Administrativa em equacionar todas as pendências", registrou a gestão vascaína. A Cedae ainda não se manifestou sobre o comunicado do clube. São Januário está sendo abastecido com carros pipa nos últimos dias.
Nesta quinta-feira, o elenco vascaíno se reapresentou no CT do Almirante para dar início à pré-temporada. Mas a falta de água não deve afetar diretamente os jogadores nos próximos dias porque o grupo vai viajar na segunda-feira para Atibaia, onde fará quase toda a pré-temporada, no interior de São Paulo, até o dia 17.
EMPRÉSTIMO - O corte no fornecimento de água em São Januário se deve, segundo a direção do clube, à dificuldade em obter um empréstimo bancário de R$ 18 milhões. Trata-se da segunda parcela do empréstimo no valor total de R$ 38 milhões, aprovado pelo Conselho Deliberativo no dia 17 de setembro do ano passado.
"O atraso se deve a dificuldades para a obtenção das garantias necessárias ao empréstimo, em decorrência de bloqueios judiciais sofridos pelo clube. Por meio de seu departamento jurídico, o clube já adotou as medidas cabíveis junto aos meios competentes para equacionar o impasse, desbloquear suas contas e, assim, liberar as garantias para o empréstimo", informou o clube.
Segundo a gestão vascaína, o empréstimo é determinante para o clube saldar suas dívidas. "Como tem sido amplamente divulgado por esta diretoria administrativa, o empréstimo em questão é fundamental para o clube honrar compromissos financeiros do exercício de 2018. Esta diretoria administrativa reafirma, mais uma vez, que tem trabalhado incansavelmente para assegurar que clube honre todas as suas obrigações financeiras."