Prestes a comandar a seleção brasileira em seu primeiro jogo oficial depois do fiasco da Copa do Mundo do ano passado, Dunga deixou claro que pretende usar a Copa América como prova de fogo para seu principal objetivo: as eliminatórias para o Mundial de 2018, na Rússia.
"É uma competição diferente, vai haver eliminatórias, Jogos Olímpicos, e temos que usar todas essas partidas como preparação para as eliminatórias", explicou o treinador em entrevista coletiva realizada neste sábado, antes de fazer o reconhecimento o gramado do estádio de Temuco, onde enfrentará o Peru no domingo.
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"Sempre queremos vencer. Não dá para vencer sempre, mas temos que ser competitivos", enfatizou.
Dunga foi campeão da Copa América duas vezes como jogador (1989 e 1997) e uma como treinador, em 2007, na sua primeira passagem à frente da seleção.
Contra o Peru de Guerrero, o capitão do tetra não espera moleza. "É um adversário difícil, muito competitivo", alertou.
"Temos que saber o momento certo de atacar e defender. Teremos que ter a humildade de defender sem a bola e a audácia de atacar quando tivermos a bola", explicou.
'Nem tudo é eterno'
Dunga admite que é impossível apagar o vexame histórico da goleada de 7 a 1 para a Alemanha, mas aponta que o título na Copa América pode deixar a seleção embalada para a disputa de eliminatórias que prometem ser bastante complicadas.
"Tem certas coisas que acontecem em nossa vida que vão cicatrizar, mas não tem como tirar a marca. O Brasil perdeu em 50 para o Uruguai e sempre vai se falar daquilo. Não importa se já jogamos outras vezes e vencemos. Temos que seguir adiante, sabemos que nem tudo na vida é eterno. A vitória é boa, mas não é eterna. A derrota é ruim, mas não é definitiva", filosofou.
O Brasil não disputou as últimas eliminatórias por ser o anfitrião da competição, e terá que voltar à dura rotina de viagens em estádio muitas vezes inóspitos a partir de outubro.
"Todos adoram o Brasil, mas todos adoram ver o Brasil perder. Essa é a maior dificuldade que temos. O maior prazer deles é vencer o Brasil. Quando as equipes jogam entre elas, o jogo é diferente. Contra o Brasil é outra atmosfera", analisou Dunga.
O treinador voltou a elogiar Neymar, que escolheu para ser seu capitão nessa nova jornada, com o sonho de ver o craque do Barcelona levantar a taça do hexa na Rússia.
"Desde a nossa chegada, nós pensamos em colocar um jogador como capitão pelo carisma, pelo que ele representa, pelo futebol, pela postura. O futebol é muito vinculado às crianças, com pessoas alegres. O Neymar representa isso. Sem falar que é um jogador excepcional", completou.