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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira sua aprovação a um teste de 15 minutos que permite detectar o ebola, e que deve se transformar numa ferramenta rápida e eficaz nos países afetados pela epidemia.

O teste é um pouco menos preciso que o denominado "gold standard" ou teste de referência nos laboratórios, mas não precisa de eletricidade nem pessoal altamente qualificado para sua aplicação, afirmou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

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Mas o porta-voz destacou que, sempre que possível, o teste deve ser comparado com os exames de sangue mediante os testes PCR habituais, referindo-se aos exames de DNA para detectar a doença.

Este teste, fabricado pela companhia americana Corgenix, pode identificar corretamente 92% dos pacientes infectados com Ebola.

Para a OMS, este teste, baseado na detecção da doença em uma gota de sangue depositada em uma tira de papel, cumpre com os critérios de referência para a qualidade, segurança e rendimento.

Um teste simples, mas confiável seria de grande utilidade para os médicos durante a quarentena dos pacientes, quando as análises de detecção demoram até 24 horas.

Até 15 de fevereiro, a OMS indicou a morte de 9.380 pessoas, dos 23.253 casos de contágio de Ebola, em sua maioria na Guiné, Serra Leoa e Libéria.

Uma mulher do Congo deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento da Caxangá, na noite da quinta-feira (19), com sintomas de febre e cefaleia. Por ser africana, algumas pessoas começaram a espalhar via redes sociais que Jael Asifiwe Mungo, de 26 anos, estivesse contaminada com o vírus Ebola. A Secretaria Estadual de Saúde, entretanto, descartou essa possibilidade, visto que a paciente não veio de nenhuma área endêmica, tendo passado por Uganda, Congo e Quênia, que não são considerados de risco.

O quadro clínico crônico de Jael também descarta a possibilidade de infecção pelo vírus, visto que ela sofre de dor de cabeça há mais de um ano e já não está com febre. Ainda na noite de ontem, a africana foi transferida para o Hospital Universitário Oswaldo Cruz. 

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De acordo com a Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE), Jael foi encontrada sem documentos no Recife Antigo, na área central do Recife,  e foi encaminhada para a Delegacia de Imigração (Delemig).

Ainda segundo a PF-PE, Jael contou que, há aproximadamente um mês, ela pagou a funcionários de um navio no Congo para que a deixassem no Canadá, onde existe uma política de refúgio para pessoas provenientes do país africano.

Jael, que fala apenas francês, desceu no Recife achando estar no Canadá. Após ser ouvida pelos policiais e detalhar as dificuldades e perseguições sofridas, foi formalizado seu pedido de refúgio. Mesmo irregular no país, após fazer o pedido de refúgio, o estrangeiro recebe um ano de permanência até o pedido ser julgado pelo Conselho Nacional de Refugiado (CONARE), e se nesse período não houver deferimento, será prorrogado de seis em seis meses até a decisão final. 

Após a formalização do pedido, a PF-PE entregou a Jael um protoco com o qual já é possível solicitar CPF, carteira de motorista e de trabalho. Para pedir refúgio é preciso comprovar que está sofrendo perseguição política, étnica ou religiosa. 

Jael havia sido encaminhada para um albergue que custodia estrangeiros. De acordo com a PF-PE, quando deixou a Delemig, a mulher não apresentava sinais característicos de doença. Os três países que possuem transmissão da doença são Guiné, Libéria e Serra Leoa. 

A partida de ida da fase preliminar da Copa das Confederações da CAF entre Horoya AC (Guiné) e Fassel FC (Libéria), prevista para este domingo em Conakry, foi transferida para o Mali devido à epidemia de ebola naqueles dois países.

A partida será disputada às 17h GMT, no estádio 26 de Março de Bamako.

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A epidemia de febre hemorrágica, a maior desde a descoberta do vírus, em 1976, na República Democrática do Congo, já deixou mais de 9 mil mortos no total em Libéria, Guiné e Serra Leoa, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Autoridades de Serra Leoa colocaram um bairro de pescadores de Freetown em quarentena, após confirmar cinco novos casos de ebola no local. Ob Sisay, diretor do Centro Nacional de Combate ao Ebola, afirmou que a quarentena foi iniciada na sexta-feira. Sisay afirmou também que foi criado um centro de controle no local.

Os casos confirmados ou suspeitos de ebola em Serra Leoa chegam a 11 mil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da queda no número de infectados, a OMS afirma que ainda são relatados novos casos de transmissão da doença no país, com 76 novos casos confirmados na semana passada.

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A confirmação de novos casos e a imposição da quarentena são sinais de que ainda há "uma jornada difícil" até o fim da epidemia, afirmou Sisay. "Os números caem em um dia e aumentam no dia seguinte. Algumas pessoas comemoram quando o número de casos diminui e pensam que é o fim do ebola", completou.

Em setembro, no auge da epidemia, o governo de Serra Leoa chegou a impor um confinamento de três dias em todo o país, na tentativa de conter a disseminação do Ebola.

Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que está se preparando para retirar quase todas as suas tropas da África Ocidental, e deve deixar apenas 100 soldados na Libéria, onde continuarão a trabalhar com o Exército do país e com civis. Fonte: Associated Press.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (11) que o país deve chamar de volta ao país 1,2 mil dos 1,3 mil soldados que foram enviados à África para ajudar o combate contra o Ebola. De acordo com a Casa Branca, apenas 100 soldados continuarão na Guiné, Serra Leoa e Libéria. Com eles, estarão também cerca de dez mil médicos e ajudantes pelos três países.

"Embora nossas tropas estejam voltando para casa, o trabalho dos EUA ainda não acabou", disse Obama. "Hoje nós passamos à próxima fase da luta, diminuindo a presença militar e aumentando a presença civil. Nosso objetivo é chegar a zero casos. Enquanto o ebola ainda estiver ativo, haverá risco. Cada novo contágio é uma fagulha que pode acender uma fogueira."

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Ainda segundo a Casa Branca, as ações dos EUA resultaram na construção de dez unidades de tratamento da doença, que serão deixadas aos cuidados de organismos internacionais de ajuda ou de empresas contratadas pelos governos dos três países. Fonte: Dow Jones Newswires.

O número de vítimas da epidemia de ebola subiu nos três países mais afetados da África, ao superar a marca dos 9.000 mortos, segundo dados publicados nesta sexta-feira (6) em Genebra pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa, o número de mortos é até agora de 9.004, segundo o último cálculo, embora todas as informações não estão disponíveis. Na Guiné, 10 novos mortos foram registrados. A epidemia deixou 1.957 mortos até agora nesse país.

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Em Serra Leoa foram registradas 15 novas mortes, levando o número de mortos para 3.301. Na Libéria os dados não estão atualizados e segundo dados de 1º de fevereiro, a doença deixou 3.746 mortos no país.

O número de casos de ebola no oeste da África subiu pela primeira vez no ano, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram 124 casos confirmados na semana passada, contra 99 na semana anterior.

Segundo a OMS, o combate à doença ainda sofre com as mesmas dificuldades. Somente 21% dos novos casos de Serra Leoa têm origem conhecida, o que significa que a grande maioria foi contaminada de formas que a organização ainda não conseguiu controlar.

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Em Guiné, cerca de metade dos novos infectados pegaram a doença de antigos pacientes, e dez das 34 regiões do país relataram problemas de segurança ou recusa de cooperação com os agentes de saúde. O ebola continua a se espalhar por Guiné, próximo à fronteira com o Mali.

"Uma alta da incidência mostra que o combate ainda enfrenta desafios significativos", disse a OMS, acrescentando que a estação chuvosa deixará a campanha mais difícil em áreas remotas.

Uma ma reunião na semana passada, a diretora da entidade, Margaret Chan, afirmou que eles conseguiram "fazer a curva da epidemia descer e evitar o pior cenário". Ela também disse que a OMS quer chegar a zero casos, mas que "situações de alto risco ainda estão acontecendo." Fonte: Associated Press.

Os testes com pacientes portadores de ebola na Guiné realizados para provar a eficácia de um medicamento antiveral japonês, o favipiravir (Avigan), produzido por uma filial da Fujifilm, apresentaram resultados promissores, segundo o Inserm, instituto francês de pesquisas médicas.

São os primeiros resultados que mostram uma eficiência do tratamento contra o Ebola, que deixou 8.981 mortos desde o início da epidemia na África Ocidental em dezembro de 2013, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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"Os resultados mostram uma redução do número de mortos em adultos e adolescentes que apresentam uma frágil multiplicação do vírus. A cura é acelerada", afirma um comunicado.

Os primeiros testes clínicos das duas vacinas mais promissoras contra o Ebola iniciaram nesta segunda-feira (2), na Libéria, um dos países mais afetados pelo vírus, anunciou o projeto de cooperação Prevail. Trata-se do ChAd3, desenvolvido pela companhia britânica GSK (GlaxoSmithKline) com o Instituto americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) e do rVSV-ZEBOV, da agência de saúde pública do Canadá (PHAC), que o laboratório americano Merck comprou os direitos e coopera com a empresa americana NewLink Genetics.

"Essas duas vacinas preveniram animais contra o vírus Ebola e foram consideradas seguras durante os testes humanos durante os estudos de inocuidade menores na África, na Europa e América", lembra o Prevail (Parceria para a Pesquisa sobre Vacinas anti-Ebola na Libéria) em um comunicado.

"O teste começa no hospital Redemption em Monróvia e outros hospitais participarão posteriormente após os 600 primeiros participantes", indica o texto. Os testes foram oficialmente lançados neste hospital no domingo durante uma cerimônia na presença do vice-presidente Joseph Boaikai.

"Esperamos que este projeto científico lançado hoje traga uma resposta ao mistério que representa esta doença", para a qual não existe nenhuma vacina homologada, declarou Boaikai. O diretor do Wellcome Trust, no Reino Unido, que financia as pesquisas contra o Ebola, Jeremy Farrar, considerou "fantástico que esses primeiros testes de vacinas em grande escala aconteçam na Libéria, um país que tem sofrido enormemente com a epidemia", com ao menos 3.700 mortos do total de cerca de 9.000 vítimas fatais da doença.

Os pesquisadores, sob a supervisão do NIAID, visam atingir 27.000 homens e mulheres com boa saúde, a partir de 18 anos. Segundo o Prevail, essas vacinas podem causar dor, inflamações e inchaço nos braços, assim como febre, dor de cabeça e fadiga. Mas esses efeitos colaterais "foram leves ou moderados e desapareceram em pouco tempo", ressaltou.

De acordo com os pesquisadores, o nível de imunização necessário para evitar que um ser humano seja contaminado com o Ebola permanece desconhecido.

A empresa farmacêutica Chimerix descartou a possibilidade de testar sua droga experimental contra o Ebola em pacientes na Libéria, afirmando que o número de infecções caiu nas últimas semanas e que apenas uma pequena parcela dos pacientes haviam sido inscrita no estudo.

A companhia afirmou em nota publicada na noite de sexta-feira (30) que, após discutir com a Administração norte-americana de Alimentos e Medicamentos (FDA), vai "cessar qualquer participação em todos os atuais e futuros estudos clínicos do remédio brincidofovir" para pacientes com o vírus do Ebola. Isso inclui uma pesquisa na Libéria patrocinada pela Universidade de Oxford que teria início neste mês.

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Peter Horby, um pesquisador de Oxford que ajudava na realização do estudo, afirmou que a decisão de suspendê-lo "surgiu de discussões bilaterais entre a Chimerix e a FDA". Ele disse desconhecer qualquer outra razão para a medida além do número decrescente de casos.

A recuada abrupta nos planos da farmacêutica levanta questões sobre o impacto dos casos cada vez menores de pacientes com Ebola no Oeste da África sobre os testes com drogas e vacinas atualmente realizados na região. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a incidência de doenças mortais continua a cair nos três países mais atingidos pela epidemia no ano passado: Guiné, Libéria e Serra Leoa.

A Chimerix planejava desenvolver o brincidofovir inicialmente para prevenir e combater um vírus diferente, o Citomegalovírus. No ano passado, testes de laboratório sugeriram que o medicamento também teria potencial para tratar o Ebola, o que levou ao seu uso emergencial em diversos pacientes infectados, além de dar início a uma série de testes clínicos. Fonte: Dow Jones Newswires.

A epidemia de Ebola não foi erradicada, advertiu nesta quinta-feira em Adis Abeba o coordenador especial da ONU para a luta contra a febre hemorrágica, o britânico David Nabarro.

"A quantidade de casos cai semana após semana e tende a zero, mas a doença ainda está presente em um terço das zonas dos três países afetados", disse Nabarro, presente na reunião de cúpula da União Africana que abordará o tema.

"Ainda temos focos ocasionais e surpresas com os novos casos", explicou Nabarro. "Isto significa que a epidemia não foi erradicada e devemos continuar com nosso esforço, de forma mais intensa", completou.

Nabarro disse que está preocupado com chegada da temporada de chuvas e pediu a instalação de uma rede de "atores locais" antes que as precipitações dificultem o acesso a certas regiões.

O Centro Africano de Controle de Doenças que a União Africana decidiu criar em 2015 permitirá reagir com mais rapidez no caso de uma nova epidemia, destacou Nabarro.

"Levamos muito tempo para nos prepararmos. Precisamos de meios melhores de intervenção", disse o especialista ao comentar as lições da recente epidemia de Ebola, a pior na história do vírus.

A comunidade internacional e a União Africana foram acusadas de passividade ante a epidemia que matou quase 9.000 pessoas em um ano, essencialmente em Guiné, Libéria e Serra Leoa.

A epidemia evidenciou o estado desastroso dos sistemas de saúde em alguns países africanos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou em 23 de janeiro a queda radical do número de pessoas contaminadas pelo vírus, mas advertiu que a situação continua sendo "extremamente preocupante" e que não era possível descartar um novo foco.

A febre hemorrágica do Ebola, altamente contagiosa e com taxa de mortalidade que pode chegar a 90% dos enfermos, é transmitida por contato direto com sangue, secreções corporais (suor, excremento...), por via sexual e pelo contato com corpos contaminados.

A Organização das Nações Unidas (ONU) vai criar batalhões de emergência contra epidemias, compostos por médicos. Essa é uma das medidas anunciadas ontem, na maior reforma da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 40 anos e como resposta à crise do Ebola.

Em uma reunião especial convocada em Genebra, a OMS admitiu que falhou ao não identificar a epidemia antes que se espalhasse e fizesse milhares de mortos. A cúpula da entidade apresentou a mea-culpa diante da situação e reconheceu: nem o mundo nem a OMS estavam preparados para o vírus.

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Alvo de fortes críticas e evitando a imprensa, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, apresentou a proposta de criação de um novo sistema de defesa contra doenças. "O mundo nunca mais deveria ser surpreendido", defendeu. "Temos de ir à guerra. Mas nem estamos preparados nem temos os meios", alertou. "A OMS que temos não é a que necessitamos", disse Tom Frieden, diretor do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

O primeiro caso da epidemia ocorreu em dezembro de 2013, na Guiné. Mas o escritório da OMS na África minimizou o caso. Hoje, há 9 mil mortes, 22 mil pessoas infectadas e economias inteiras do Oeste da África destruídas.

"Na crise da gripe A, nos demos conta que o mundo não estava preparado. Agora, o Ebola confirmou isso", declarou Margaret Chan. "A OMS não sabe reagir a uma epidemia de alcance mundial", disse. "A reação, tanto do mundo como da OMS, foi muito lenta e precisamos de um plano de contingência mundial."

Brasil

O projeto aprovado teve o apoio do Brasil e reconhece "a necessidade urgente de contar com uma capacidade de resposta mais efetiva diante de uma emergência de saúde". A resolução "solicita à diretora que reforce a capacidade operacional da organização para que responda às emergências de saúde". Entre as principais medidas está a criação de equipes de médicos internacionais que, em caso de um novo surto, serão enviados a locais estratégicos para parar uma doença antes que ela se espalhe. "A falta de recursos humanos limitou a capacidade de dar uma resposta a muitas emergências", admitiu a entidade.

Fundo

A proposta também fala na necessidade de criar um fundo de emergência para lidar com epidemias. O Ebola surgiu justamente em um momento em que a OMS cortou de forma radical seu orçamento. Muitos governos tinham deixado de pagar as iniciativas voluntárias da entidade e, para não falir, a organização foi obrigada a acabar com diversos programas. O orçamento para surtos, por exemplo, foi cortado em 50% entre 2012 e 2014.

A OMS também passará por uma reforma completa de sua gerência. "O surto revelou as falhas administrativas dessa organização", admitiu Margaret. Segundo ela, o processo de seleção de pessoas em caso de emergência é "muito lento". Ela também apresentou uma reforma para centralizar o trabalho da entidade, e não depender só dos escritórios regionais. Para críticos, foi a falta de ação do escritório na África que deixou o Ebola se proliferar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está debatendo como realizar uma reforma na instituição após os problemas na resposta ao surto de Ebola. A reação à doença apresentou um desempenho lento, que custou milhares de vidas, segundo especialistas. No domingo, diretores executivos da OMS discutiram propostas que poderiam transformar radicalmente a agência de saúde da Organização das Nações Unidas, em resposta a fortes críticas sobre sua atuação durante a epidemia na África Ocidental.

"O surto de ebola apontou que precisamos mudar urgentemente", afirmou Margaret

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Chan, diretora geral da OMS. Ela reconheceu que a agência demorou para entender a importância do surto da doença, que matou mais de 8.600 pessoas, segundo estimativas.

Críticos afirmam que as reformas que são debatidas são necessárias há muito tempo, mas expressam ceticismo sobre quanto das práticas mudariam de forma significativa.

"O nível de insatisfação e a falta de confiança na OMS por causa do Ebola chegou a tal ponto que, a menos que haja uma reforma fundamental, acho que podemos perder a confiança de uma geração na OMS", afirmou Lawrence Gostin, diretor do Centro de Colaboração de Saúde Pública e Direitos Humanos da OMS. Fonte: Associated Press.

A enfermeira britânica contaminada pelo vírus Ebola, Pauline Cafferkey, deixou o hospital onde estava internada desde o final de dezembro, em Londres, após ter se "restabelecido completamente" - informou o Royal Free Hospital neste sábado, em comunicado.

"Estou apenas feliz de estar viva. Ainda não me sinto 100% bem, pois estou fraca, mas não vejo a hora de voltar para casa", declarou a enfermeira de 39 anos, agradecendo toda a equipe médica responsável por seu tratamento.

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Pauline Cafferkey "se restabeleceu completamente e não leva mais o vírus que ela contraiu enquanto ajudava pacientes contaminados pelo Ebola em Serra Leoa", explicou o hospital.

"Estamos felizes que Pauline tenha se recuperado e esteja em boas condições de saúde para voltar para casa", disse Michael Jacobs, médico responsável pelos cuidados à enfermeira.

Pauline foi diagnosticada em Glasgow, na Escócia, em 29 de dezembro, após deixar Serra Leoa, onde trabalhava como enfermeira num centro britânico em Kerry Town, para a organização Save the Children.

Ela foi transferida para o Royal Free Hospital, que anteriormente tratou com sucesso o enfermeiro britânico William Pooley, também vítima do vírus Ebola em Serra Leoa.

Colocada em isolamento, ela não pode receber o composto ZMapp, droga experimental administrada em diversas pessoas infectadas pelo Ebola, mas que não estava "mais disponível atualmente", segundo o hospital.

Pauline aceitou receber plasma de um sobrevivente da febre hemorrágica, além de se submeter a um tratamento antiviral experimental.

Ela viu seu estado de saúde se deteriorar e ficou em estado crítico durante mais de uma semana. Em 12 de janeiro, o hospital anunciou que ela já não estava mais em estado crítico, embora continuasse na unidade de isolamento para receber tratamentos específicos.

O vírus Ebola, uma verdadeira praga na África ocidental em 2014, começou sua fase de retrocesso nos três países mais afetados (Libéria, Guiné e Serra Leoa), onde o número de novos casos caiu em janeiro ao seu menor nível desde agosto.

Segundo os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia matou 8.688 pessoas de um total de 21.759 casos.

O número de novos casos de Ebola nos três países do oeste da África mais afetados está experimentando uma "queda real" e constitui um "primeiro sinal otimista", declarou nesta quinta-feira (15) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Esta queda é real, mas não significa que o combate tenha terminado", declarou à AFP Tarik Jasarevic, porta-voz da agência da ONU em Genebra. "Trata-se do primeiro sinal otimista e o resultado do trabalho que foi efetuado nos últimos meses", acrescentou.

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Pelo menos 8.459 pessoas morreram devido à epidemia de Ebola no mundo, de 21.329 casos registrados, segundo o último balanço da OMS, publicado nesta quarta-feira. Com exceção de 15 mortos, todas estas mortes se concentraram em Serra Leoa, Guiné e na Libéria.

A OMS indicou que o número de novos casos de Ebola detectados esta semana na Guiné (42) e em Serra Leoa (184, dos quais 59 apenas em Freetown) estavam em seu nível mais baixo desde agosto passado.

Quanto à Libéria, os novos casos "são pouco numerosos" e voltaram aos níveis de junho. Apenas oito novos casos foram registrados na semana de 11 de janeiro, uma forte queda em comparação aos mais de 300 novos casos por semana, em agosto ou setembro passados.

"Temos mais laboratórios, equipamentos e os dados coletados são melhores, embora isto não signifique que todos os casos sejam reportados", afirmou Jasarevic.

O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, prevê que seu país conseguirá zerar o registro de novos casos de ebola até o fim de março.

De acordo com Koroma, seu país atenderá os padrões da Organização Mundial da Saúde e poderá ser considerado livre da doença até maio. Serra Leoa é um dos três países mais atingidos pela última epidemia. Junto com Guiné e Libéria, o país perdeu cerca de 8 miL vidas para o ebola.

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De acordo com estatísticas governamentais, a região de Pujehun, no sul do país, registrou zero casos em mais de 42 dias. Fonte: Associated Press.

A Libéria, o país africano que está no epicentro da epidemia mais mortal de Ebola, poderá se ver livre da doença até o final de junho caso 85% dos pacientes tenham acesso ao tratamento médico, avaliaram cientistas americanos nesta terça-feira.

O número de novos casos começou a cair nas últimas semanas e escolas deverão reabrir as portas no mês que vem, após fechar, em julho, enquanto o país lutava contra o rápido avanço da febre hemorrágica.

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Se a tendência à melhor hospitalização e ao cuidado preventivo se mantiver, cientistas da Universidade da Geórgia e da Universidade do Estado da Pensilvânia estimam que o fim do surto mortal pode estar próximo.

O modelo descrito no periódico PLOS Biology inclui fatores como a localização e o tratamento da infecção, o desenvolvimento da capacidade hospitalar e a adoção de práticas seguras de sepultamento.

Se uma taxa de 85% de hospitalização for mantida, a epidemia poderá ser amplamente contida em junho de 2015, informou o principal autor do estudo, John Drake, professor associado da Escola de Ecologia Odum da Universidade da Geórgia.

"Esta é uma possibilidade realista, mas não é uma conclusão anterior", disse Drake.

"O que precisamos é manter o nível atual de vigilância e a pressão o quanto pudermos", prosseguiu.

O modelo que Drake utiliza leva em conta variáveis como a quantidade de pacientes hospitalizados e a de trabalhadores de saúde infectados, as taxas de transmissão em funerais, nos quais os corpos das vítimas costumam ser beijados e tocados, e a eficácia relativa das medidas de controle contra o Ebola.

Eles usaram dados da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde liberiano no período de 4 de julho a 2 de setembro de 2014.

Durante este período, o país adicionou cerca de 300 leitos hospitalares e começou a adotar práticas de funeral mais seguras.

O exercício demonstrou que a "resposta do governo liberiano e dos grupos internacionais reduziu enormemente a probabilidade de uma epidemia maciça".

Na Libéria, 3.496 pessoas morreram de Ebola na atual epidemia, a taxa de mortalidade mais elevada entre os países afetados.

No total, segundo a OMS, a febre hemorrágica matou 8.235 pessoas e mais de 20 mil foram infectadas, a maioria em países do oeste da África, como Libéria, Guiné e Serra Leoa, desde que a epidemia surgiu, no final de 2013.

A enfermeira britânica Pauline Cafferkey, que ficou à beira da morte vítima do Ebola, superou o pior momento e já não está em estado crítico, anunciou nesta segunda-feira o hospital de Londres onde é tratada.

"O Royal Free Hospital está feliz em anunciar que Pauline Cafferkey mostra sinais de melhora e não está mais em estado grave. Segue em isolamento enquanto recebe tratamento específico para o Ebola", disse a instituição em um comunicado.

A paciente trabalhava em Serra Leoa para a organização Save The Children quando contraiu a doença.

Após sua piora, os especialistas consideraram muito baixas as suas chances de sobreviver, mas finalmente ela melhorou.

Cafferkey recebeu um tratamento antiviral experimental e plasma sanguíneo extraído de uma pessoa que superou previamente a doença, com a esperança de que os anticorpos presentes no mesmo a ajudassem a combater o vírus.

Cafferkey é a segunda pessoa que recebe tratamento contra o Ebola no Reino Unido, depois que o enfermeiro voluntário William Pooley foi internado e se recuperou satisfatoriamente no mesmo hospital, decidindo posteriormente retornar a Serra Leoa.

Os testes clínicos de duas vacinas potenciais contra o Ebola estão a ponto de começar nas zonas afetadas pelo vírus na África Ocidental, anunciou nesta sexta-feira a doutora Marie Paule Kieny, diretora-geral adjunta da Organização Mundial da Saúde.

A encarregada da mobilização contra a epidemia disse aos jornalistas que os testes de "fase 3" serão realizados em pessoas saudáveis.

Depois, será preciso esperar entre duas e quatro semanas para ter dados sobre a imunização obtida graças a essas vacinas, que já foram testadas em voluntários de diversos países com resultados aceitáveis em termos de segurança.

O grupo farmacêutico americano Johnson & Johnson anunciou nesta terça-feira ter realizado os primeiros testes em humanos de uma possível vacina contra a febre hemorrágica Ebola, que já deixou 8.100 mortos na África.

"Os primeiros voluntários receberam sua dose inicial", disse a J&J em um comunicado.

Estes estudos de fase I (a primeira das três pelas quais uma vacina deve passar antes de sua comercialização) são realizados pelo Oxford Vaccine Group da universidade britânica de Oxford.

O grupo americano, um dos mais avançados na luta contra o Ebola, havia anunciado no fim de outubro ter investido 200 milhões de dólares para acelerar a produção da vacina.

Os estudos de fase I, que englobam um número reduzido de pessoas (72 voluntários nesse caso) servem essencialmente para verificar que uma vacina é segura e bem tolerada.

Mas a J&J não planeja se limitar a esta fase e cogita acelerar o processo e a partir de abril ampliar os estudos a um universo muito mais amplo.

Já produziu mais de 400.000 doses da vacina e prevê fabricar 2 milhões este ano, o que significa uma aceleração do cronograma anunciado em outubro.

Se for necessário, o grupo disse estar em condições de elevar sua produção a cinco milhões de doses em um prazo de 12 a 18 meses.

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