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O presidente Jair Bolsonaro admitiu a possibilidade de desistir da nomeação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos. "Tudo pode acontecer", disse o presidente ao ser questionado sobre as dificuldades que a indicação enfrenta no Senado. Bolsonaro falou com a imprensa ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã.

Bolsonaro também declarou que não quer submeter Eduardo "ao fracasso" no Senado. "Eu não quero submeter o meu filho a um fracasso. Eu acho que ele tem competência. Mas tudo pode acontecer, prezado companheiro. A gente pode estar morando junto amanhã, pode acontecer", afirmou a um jornalista.

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Indagado sobre levantamentos informais que mostram que Eduardo estaria a sete votos para a aprovação no plenário do Senado, Bolsonaro respondeu que o número representa "voto para caramba". "Eu já vi gente declarando muita coisa sem pé nem cabeça. Filho de Bolsonaro está pilotando um Boeing... Não estou entendendo. Nepotismo... Se não for meu filho, vai ser filho de alguém", repetiu.

A indicação de Eduardo criou uma "guerra de pareceres" no Senado. Após a divulgação de um documento elaborado pela consultoria legislativa da Casa que aponta nepotismo na possível nomeação, outro parecer, também de consultores, afirma o contrário: a indicação não configuraria favorecimento indevido de um parente por parte do presidente da República.

Sobre o parecer contrário, Bolsonaro disse que as consultorias agem de acordo com o interesse do parlamentar. "Tem um viés político dessa questão. O que vale para mim é a súmula do Supremo (Tribunal Federal) que diz que não é nepotismo", afirmou o presidente. Ele ponderou que, "se o Senado quiser rejeitar o nome de Eduardo, é direito dele".

A indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, para a embaixada brasileira em Washington criou uma "guerra de pareceres" no Senado. Após a divulgação de um documento elaborado pela consultoria legislativa da Casa que aponta nepotismo na possível nomeação, outro parecer, também de consultores, afirma o contrário: a indicação não configuraria favorecimento indevido de um parente por parte do presidente da República.

O parecer favorável a Eduardo foi requisitado pela liderança do governo no Senado e encaminhado ao presidente da Comissão de Relações Exteriores, Nelsinho Trad (PSD-MS). O colegiado é responsável por sabatinar os indicados para representações diplomáticas. Já o documento que considera nepotismo foi encomendado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), contrário à indicação.

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Bolsonaro ainda não encaminhou o nome de Eduardo para o Senado e espera que o filho tenha votos na Casa para só então enviar a indicação. Conforme levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, 15 senadores afirmam que pretendem votar a favor do nome do "filho 03" do presidente, enquanto 29 dizem ser contra - 29 não quiseram responder e 7 se declararam indecisos. São necessários no mínimo 41 votos para que ele seja aprovado.

Elaborados por técnicos da consultoria legislativa do Senado, os pareceres, que podem ou não ser usados pelos parlamentares na hora do voto, costumam apresentar interpretações às demandas dos senadores. A distribuição dos pedidos para elaboração de notas técnicas ocorre de acordo com a área de atuação e a disponibilidade dos profissionais, por isso podem ter conclusões diferentes.

O conflito no conteúdo dos pareceres favorável e contrário a Eduardo está na divergência sobre a natureza do cargo de um embaixador. A súmula número 13 do Supremo Tribunal Federal diz que a nomeação de um familiar até o terceiro grau para cargos de confiança viola a Constituição Federal. O STF já se manifestou com a interpretação de que, para agentes políticos, a súmula não se aplica. A dúvida é justamente se um representante diplomático é um agente político ou não.

Para os consultores Renato Monteiro de Rezende e Tarciso Dal Maso Jardim, que assinam o parecer pedido por Vieira, os embaixadores "não são titulares de órgãos de cúpula do Estado, nem atuam com a independência funcional que caracteriza os agentes políticos". O entendimento diverge do outro parecer, que não teve o conteúdo divulgado.

Divergência

Segundo Nelsinho Trad, os diferentes entendimentos servirão como base para o relator da indicação de Eduardo elaborar seu parecer. "São vários consultores. Alguns entendem que tem (nepotismo), outros entendem que não tem. É igual no Supremo Tribunal Federal com os ministros", disse Trad ao Estadão/Broadcast. "Tem pareceres para todos os gostos e tipos. O importante é que o relator ou relatora a ser escolhido vai ter todos esses elementos em mãos, vai fazer o relatório dele e, aí, o colegiado vai decidir se é nepotismo ou não."

Autor do pedido do parecer contrário a Eduardo, Vieira afirmou ser preciso avaliar tecnicamente o assunto. "Não conheço o parecer (favorável a Eduardo), é preciso avaliar. Mas não adianta tapar o sol com a peneira, a única razão para a indicação é o vínculo familiar. Todo o resto é balela."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo explica a cautela com que o presidente Jair Bolsonaro tem tratado a indicação do filho Eduardo para a embaixada do Brasil em Washington. Hoje, ele não teria o mínimo de 41 votos no plenário do Senado para ser aprovado para o comando da representação diplomática mais importante do País no exterior. Dos 81 senadores, 30 responderam que pretendem votar contra o nome do "filho 03" do presidente, ante 15 que disseram ser a favor.

Outros 35 não quiseram responder (28) ou se colocaram como indecisos (7). Sem votos certos, Bolsonaro afirmou na semana passada que só irá oficializar a escolha quando Eduardo "sentir" que tem o apoio majoritário dos senadores.

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Pelas regras em vigor, primeiro Eduardo terá de ser sabatinado na Comissão de Relações Exteriores da Casa. Depois, seu nome precisa passar por uma votação secreta no colegiado, seguida de outra votação, também secreta, no plenário do Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) - que tem trabalhado pela aprovação do deputado - não vota.

Maior bancada do Senado, com 13 parlamentares, o MDB engrossa a rejeição à indicação de Eduardo. Seis senadores disseram ser contrários à iniciativa do presidente. Entre os críticos da medida, estão caciques do partido como Renan Calheiros (AL) e Jarbas Vasconcelos (PE). "Sou contra o nepotismo. Sempre fui contra esse tipo de prática na minha vida inteira. Não vou mudar agora", disse Vasconcelos. A rejeição dos emedebistas é igual, em número de votos, à do PT. Toda a bancada petista diz que vai votar contra a indicação.

Para tentar quebrar resistências, Eduardo - que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara - iniciou um périplo pelos gabinetes atrás de apoio dos senadores. O deputado afirmou estar "esperançoso", enquanto Bolsonaro tem dado declarações frequentes em defesa do filho. "Pretendo beneficiar filho meu, sim. Se eu puder dar um filé mignon 'pro' meu filho, eu dou", disse ele, no mês passado, em transmissão em rede social.

A sugestão para o périplo partiu do próprio presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS). "Falei para ele (Eduardo) ir a todos os gabinetes, até os da oposição, e ele falou que iria." Mesmo na comissão, o placar ainda está apertado. Dos 18 integrantes, seis já declararam que votarão contra a indicação e somente três a favor.

Apontado como possível relator da matéria no colegiado, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) afirmou ser favorável à indicação de Eduardo. "O próprio presidente (Donald) Trump o chamou de brilhante", disse. No começo deste mês, os Estados Unidos formalizaram o aval para a indicação de Eduardo como embaixador em Washington. "Mesmo com uma certa resistência, vejo o clima como favorável para a aprovação (do nome de Eduardo)."

Parecer

Os parlamentares de oposição ganharam um trunfo para barrar a indicação. A consultoria legislativa do Senado elaborou um parecer afirmando que a escolha do deputado, se formalizada pelo pai, configuraria nepotismo - favorecimento indevido de parentes por um agente público. Com base no documento, solicitado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), senadores articulam a apresentação de um parecer alternativo ao que deve ser apresentado por Chico Rodrigues.

Em outra frente, o líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), fala em recorrer à Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. "O (Jair) Bolsonaro não pode administrar o País como o quintal da casa dele", afirmou o senador.

Último embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral afirmou que, em função da negociação de novas alianças entre os países, o novo embaixador terá papel importante. "Haverá uma agenda muito grande de trabalho", disse ele, que não quis comentar a indicação de Eduardo. Ex-embaixador nos EUA entre 1999 e 2004, Rubens Barbosa defendeu priorizar interesses acima de partidos e ideologias. "O que conta é ter acesso e influência", escreveu em artigo no jornal O Estado de S. Paulo. Colaboraram Paulo Beraldo, Daniel Weterman e Mariana Haubert

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu nesta quinta-feira, 15, que a sabatina a que será submetido pela Comissão de Relações Exteriores do Senado quando for formalmente indicado para a Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, seja aberta.

A possibilidade de realizar uma sessão fechada está prevista na Constituição, mas o deputado defendeu que "há um interesse público de assistir a essa sabatina". "Eu acredito que é até um ato democrático você expor, não só para os senadores que vão na sequência votar, mas também para a população brasileira, tudo o que está acontecendo ali dentro", disse.

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Eduardo tem feito um périplo por gabinetes de senadores para angariar apoio à aprovação do seu nome para o cargo. Ele afirmou que a indicação só deverá ser oficializada quando ele obtiver "o máximo de apoio possível". O deputado também contou que está "esperançoso".

"As conversas que eu tive são animadoras e acredito que vai dar tudo certo. Certamente a sabatina vai ser um momento crucial, vai ser um momento onde eu vou poder conseguir demonstrar o conhecimento, as habilidades, a minha competência para assumir esse tão importante cargo e, se eu for merecedor do voto dos senadores, chegarei aos Estados Unidos com todo o gás para bem representar os interesses do Brasil", disse.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reafirmou nesta quinta-feira, 15, que acredita que o filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) é a "melhor pessoa" para assumir a embaixada dos Estados Unidos. O governo ainda não oficializou a indicação de Eduardo.

Araújo participou hoje de uma sessão solene em Homenagem ao Dia da Imigração Chinesa no Brasil, na Câmara, e na saída foi questionado sobre quando o governo fará a indicação, mas não respondeu a pergunta.

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O ministro também foi questionado se a demora na indicação oficial é medo de que Eduardo possa sofrer uma derrota no Senado, que precisa aprovar a medida. "Não. De forma nenhuma", respondeu Araújo.

Na última quinta-feira, 9, os Estados Unidos formalizaram o aval para a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador do Brasil em Washington. Agora, cabe ao governo brasileiro oficialização no diário oficial a escolha do filho do presidente para o posto diplomático.

Ontem, Eduardo defendeu a sinergia entre diplomacia e defesa nacional ao discursar na abertura do Seminário "Desafios à Defesa Nacional e o papel das Forças Armadas", realizado na Câmara. "O próprio Frederico II, conhecido como O Grande, disse certa vez que 'diplomacia sem armas é como música sem instrumentos'", afirmou.

Araújo comentou ainda sobre o futuro do Mercosul caso Alberto Fernández vença a eleição presidencial na Argentina. "Temos que ver qual a plataforma que eles trariam nesta hipótese", disse apenas.

O prefeito de Miami, Francis Suarez, disse que apoia a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Ele contou que discutiu brevemente o assunto durante reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira, 15. Eduardo também acompanhou o encontro ao lado do chanceler Ernesto Araújo.

"O filho do presidente, Eduardo, estava presente na audiência e tratamos de questões em três línguas, português, espanhol e inglês. Foi uma conexão imediata com Eduardo, porque temos praticamente a mesma idade", disse Suarez em coletiva de imprensa. "Fiquei muito bem impressionado com a postura dele Eduardo e sua capacidade de tratar de questões em várias línguas", elogiou.

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Questionado se considera uma boa ideia ter o filho do presidente como embaixador em outro país, o prefeito de Miami respondeu que "cabe ao governo brasileiro decidir". "Respeitaremos e acolheremos quem quer que ele escolha de braços abertos, sobretudo sendo o filho do presidente."

Suarez convidou o presidente Jair Bolsonaro para visitar a cidade de Miami em setembro.

Bolsonaro viajará aos Estados Unidos no mesmo período para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre em Nova York.

"Convidei o presidente a vir em caráter oficial para Miami, a caminho da Assembleia nas Nações Unidas, em setembro próximo. Esperamos que o presidente aceite esse convite", disse Suarez, após encontro com Bolsonaro no Palácio do Planalto.

Prestes a ser indicado formalmente para assumir a embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu nesta quarta-feira, 14, a sinergia entre diplomacia e defesa nacional ao discursar na abertura do Seminário "Desafios à Defesa Nacional e o papel das Forças Armadas", realizado na Câmara. "O próprio Frederico II, conhecido como O Grande, disse certa vez que 'diplomacia sem armas é como música sem instrumentos'", afirmou.

Eduardo afirmou ainda que um país pacífico não é aquele que não tem armas e que o discurso do desarmamento que alguns fazem tem como pano de fundo "interesses sombrios de quem não tem projeto para a nação, mas só para si mesmo".

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"Diplomacia e Defesa são faces da mesma moeda. Instrumentos de exercício da soberania nacional e da garantia da autonomia em nosso relacionamento externo", disse ele a uma plateia composta majoritariamente por deputados e militares.

Eduardo Bolsonaro afirmou ainda que os dois setores querem caminhar juntos em "um projeto de Brasil acima de tudo e de uma pátria soberana e forte". "Tanto para o diplomata quanto para o soldado, o cenário com que se defrontam é imprevisível e instável. As ameaças são difusas e invisíveis", disse.

O deputado não quis comentar as declarações à imprensa após o evento.

'Dentro dos parâmetros'

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, afirmou que o debate sobre o tema traz "a importância e relevância do papel que as Forças Armadas", no Brasil, país com grandes dimensões e riquezas naturais. "É hora de discutir a situação atual das Forças Armadas, seu orçamento, seu poder dissuasório", disse.

Sobre a indicação de Eduardo para a embaixada brasileira nos Estados Unidos, Azevedo afirmou que ela está "dentro dos parâmetros". "É uma deferência do presidente da República indicar", disse.

Um grupo de ativistas realizou um protesto contra a política ambiental do governo Bolsonaro na embaixada do Brasil em Londres nesta terça-feira (13).

Os manifestantes jogaram tinha vermelha sobre o prédio da embaixada e escreveram frases como "No more indigenous blood" (chega de sangue indígena) e "Stop Ecocide (pare o ecocídio) nas paredes.

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Ações semelhantes ode solidariedade à Marcha das Mulheres Indígenas ocorreram em embaixadas brasileiras no Chile, Portugal, França, Suíça e Espanha.

O desmatamento na floresta tropical do Brasil cresceu 67% nos primeiros sete meses do ano, de acordo com a agência de pesquisa espacial do Brasil. O governo, por sua vez, vem contestando os estudos, alegando que os dados não são confiáveis.

O amplo apoio do governo ao agronegócio também tem ameaçado as populações indígenas. Ao defender a regulamentação do garimpo em terras indígenas, o presidente Jair Bolsonaro já declarou que as reservas indígenas estão "inviabilizando" o negócio do Brasil, que "vive de commodities".

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Da Sputnik Brasil

Cotado para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, pediu nesta segunda-feira, 12, ajuda de diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para convencer os senadores aprovar seu nome para o posto em Washington.

Em uma fala de cerca de 5 minutos, antes do início de um jantar oferecido pela Fiesp, na sede da federação, na capital paulista, o filho do presidente enfatizou a proximidade que tem o presidente Donald Trump como a sua principal qualidade para se tornar embaixador. No cargo, ele disse, teria condições de acelerar acordos comerciais, que seriam positivos para os industriais presentes no encontro.

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"Conto com o apoio dos senhores, caso tenham algum contato com senadores, para poder dizer a eles que a abertura que tenho junto à Casa Branca vai acelerar em muito os acordos comerciais e em outros setores que os senhores tenham interesse", disse. "No final das contas, os senhores não são os malvadões que exploram os empregados, são os que dão pontapé inicial na geração de empregos, é isso que precisamos para ter um país pujante", acrescentou.

Presidente de comissão tenta manobra para dar voto a indicação

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), tentou uma manobra para garantir um voto a mais ao deputado na sabatina que vai analisar a indicação do filho do presidente ao cargo de embaixador do Brasil em Washington. Trad consultou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre quem poderia ocupar a única cadeira vaga no colegiado de 19 senadores com um parlamentar indicado por ele ou pelo próprio Alcolumbre. O assento pertence ao bloco de oposição liderado pelo PT, mas está vago desde o início do ano.

O Ministério Público Federal no Distrito Federal ajuizou ação civil pública para que a União seja obrigada a observar uma série de critérios em indicações a cargos de embaixador que recaiam em escolhidos de fora da carreira diplomática. A ação, distribuída para a 16ª Vara Federal em Brasília, se dá em meio à possível indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, à Embaixada do Brasil nos EUA.

A Procuradoria pediu ainda que o governo seja obrigado a revogar ou sustar trâmites praticados "em desconformidade com tais determinações".

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Na manhã desta segunda, 12, a juíza Flávia de Macêdo Nolasco deu prazo de dez dias para a Procuradoria se manifestar sobre certas considerações do juízo.

No texto, a magistrada indica que o pedido principal da Procuradoria é "conceder interpretação conforme a constituição, para "evitar uma interpretação equivocada" ao artigo 41, parágrafo único, da Lei 11.440/06, que prevê que os chefes de Missão Diplomática Permanente serão escolhidos dentre os ministros de Primeira ou de Segunda Classe.

O MPF pede então o estabelecimento de critérios objetivos para a designação de chefe de missão diplomática brasileira por pessoa que não integra os quadros do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo a juíza, o Ministério Público Federal requer que a União observe, nesses casos, o reconhecido mérito em atividades diplomáticas dos indicados, relevantes serviços diplomáticos prestados pelos mesmos ao país e ao menos três anos de experiência de tais atividades.

Em seu despacho, Flávia indicou que a análise dos critérios jurídicos postos para a nomeação de agentes do Estado pode ser efetivada pelo Judiciário, mas ressaltou que a atuação do Poder, "especificamente da primeira instância, está voltada para os atos concretos eventualmente ilegais ou inconstitucionais"

"Acaso posto um caso concreto no qual entenda não terem sido observados os diplomas legais e as disposições constitucionais, aí sim, permitir-se-ia a cognição pelo juiz de primeiro grau. O controle dos atos estatais pelo juiz pode ser feito com base em lei ou na constituição portanto. Entretanto, há critérios de definição de competência para cada cognição, bem como a definição dos instrumentos adequados para cada mister", afirmou.

Na decisão, a magistrada cita que a ação civil pública objetiva "obter declaração da inconstitucionalidade dos critérios elencados em lei federal para nomeação, fora do corpo diplomático, de chefe de missão permanente no exterior, restringindo a interpretação possível do dispositivo apenas à que entende correta".

Segundo Flávia, pode haver inadequação da via eleita, "pois se busca o mesmo objetivo a ser veiculado em ação de controle concentrado de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal".

"Nepotismo" e "inexperiência"

Na última sexta, 9, o partido Cidadania (antigo PPS), pediu ao Supremo Tribunal Federal que barre a indicação de Eduardo à Embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

O partido afirma que o ato seria "flagrante nepotismo", já que o parlamentar não seria "qualificado" ao cargo.

A legenda afirma que há "patente inexperiência e ausência de qualificação profissional para a assunção do cargo em questão". "Antes do desafio de assumir a Embaixada do Brasil, os anteriores ocupantes do cargo exerciam funções relacionadas à diplomacia há anos".

A indicação

O Ministério das Relações Exteriores recebeu o aval oficial dos Estados Unidos para que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) seja embaixador do Brasil em Washington.

Agora, o presidente Jair Bolsonaro poderá formalizar a indicação no Diário Oficial da União (DOU) e encaminhar o nome ao Senado, que precisa aprovar Eduardo para a embaixada. Bolsonaro já disse que só estava esperando a resposta dos Estados Unidos para encaminhar o nome do filho ao senadores.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no último dia 30 que considera o Eduardo "um jovem brilhante" e que está "muito feliz pela indicação" do parlamentar para assumir a embaixada do Brasil em Washington.

No dia 18, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a indicação de seu Eduardo em sua live semanal no Facebook, quando rebateu as acusações de que estava favorecendo o filho.

"Pretendo beneficiar filho meu, sim. Se eu puder dar um filé mignon "pro" meu filho, eu dou, mas não tem nada a ver com o filé mignon essa história aí. É aprofundar o relacionamento com a maior potência do mundo", afirmou o presidente.

Há um mês, Eduardo afirmou que é cotado ao cargo diplomático por sua experiência. Na ocasião, o deputado destacou sua atuação na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e o fato de ter feito intercâmbio e até mesmo fritado hambúrguer nos Estados Unidos.

O partido Cidadania (antigo PPS), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que barre a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, à embaixada do Brasil nos Estados Unidos. O partido afirma que o ato seria flagrante nepotismo, já que o parlamentar não seria qualificado ao cargo. O relator da ação é o ministro Ricardo Lewandowski.

A legenda afirma que há "patente inexperiência e ausência de qualificação profissional para a assunção do cargo em questão". "Antes do desafio de assumir a embaixada do Brasil, os anteriores ocupantes do cargo exerciam funções relacionadas à diplomacia há anos."

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"Feita a análise do caso em sua especificidade, vem à tona a única e real motivação que levaria a autoridade coatora a indicar o Sr. Eduardo Nantes Bolsonaro para função de tamanha importância e complexidade: a relação de consanguinidade", diz a legenda.

Segundo a legenda, "sob o pretexto de dar filé mignon ao filho", o Excelentíssimo Senhor Presidente da República confunde a res publica com a res privata, ignorando que o poder emana do povo e que a ele deve servir.

"Trata-se de retrocesso civilizatório e institucional para o país, que retorna a práticas antigas e arduamente combatidas durante anos", diz.

Segundo o Cidadania, "a provável conduta se reveste de simbolismo, constituindo exemplo negativo a todas as esferas da administração pública por parte do mais alto cargo do executivo nacional".

"Com a iminente indicação do filho, o presidente Jair Bolsonaro alastra a ideia aos 26 Estados da Federação e aos 5.570 municípios que faz parte do jogo político a distribuição de cargos aos familiares, como se o Estado fosse um negócio familiar", afirma.

AGU

Nesta ação, a Advocacia-Geral da União ainda não se manifestou. No entanto, já se posicionou sobre o tema em outros casos. Em resposta a uma ação popular, em primeira instância, o órgão chegou a afirmar que ao indicar seu filho, o presidente está exercendo prerrogativa do Chefe do Poder Executivo.

Em parecer sobre a ação, a o advogado da União Samuel Augusto Rodrigues Nogueira Neto afirma ser de se consignar que o "ato" que se pretende inibir/evitar decorre do pleno exercício de prerrogativa própria do Chefe do Poder Executivo de nomeação de Chefes de Missão Diplomática Permanente (appointment powers), mediante aprovação prévia do Senado Federal, nos moldes autorizados pelo art. 39 da Lei nº 11.440/2006.

"Notadamente, não se pode manietar o Presidente da República no seu típico espaço de discricionariedade na direção política", escreve.

A AGU ainda diz que a "eventual indicação do deputado Eduardo Bolsonaro, pelo presidente da República, não garante a sua nomeação para o cargo de Embaixador do Brasil, pois, levando a efeito o sistema de freios e contrapesos insculpido na Constituição Federal, o ato de nomeação de Chefe de Missão Diplomática Permanente depende, necessariamente, de aprovação prévia do Senado Federal".

"Portanto, o ato que a presente ação pretende evitar não traz nenhum risco ao resultado útil do processo, que justifique a urgência da tutela", afirma a AGU, ao justificar que não há motivo para conceder a decisão provisória.

Uma pesquisa divulgada pela XP/Ipespe divulgou nesta sexta-feira (9) aponta que 62% dos brasileiros rejeitam a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) para ocupar o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Eduardo foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), seu pai, no mês de julho e desde então a possibilidade vem causando muita polêmica. A pesquisa entrevistou 1.000 pessoas por telefone entre os dias 5, 6 e 7 de agosto.

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Nesta quinta-feira (8) o governo norte-americano, liderado pelo presidente Donald Trump, concedeu o ‘agrément’ para que o filho de Bolsonaro assuma o cargo. Entretanto, a indicação ainda precisa tramitar no Senado.

A pesquisa em questão também sondou a satisfação dos brasileiros com o trabalho realizado por Bolsonaro frente ao Planalto. De acordo com a XP/Ipespe, 38% dos entrevistados consideraram o governo como ruim ou péssimo. O número traz uma alta de três pontos percentuais em relação a julho.

Já os que consideram o governo como ótimo ou bom somam 33% - 1% a menos do que os 34% registrados em julho. Outros 27% dos entrevistados avaliaram a gestão de Bolsonaro como regular.

Por fim, a XP/Ipespe também questionou aos entrevistados uma avaliação sobre as recentes afirmações polêmicas do presidente. Um total de 55% avaliaram como “inadequadas” as falas de Bolsonaro, enquanto 43% classificaram como “normais”.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que, se for aceita sua indicação à Embaixada do Brasil em Washington, será o embaixador "mais cobrado do mundo". O parlamentar esteve em reuniões nesta sexta-feira no Itamaraty e no Senado para tratar de sua nomeação. Depois de se reunir com o chanceler Ernesto Araújo nesta manhã, o filho do presidente conversou à tarde com o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), provável relator de sua indicação no Senado.

"Independente da resposta que vier, sendo positiva ou negativa, eu vou aceitar. Caso positiva, irei para os Estados Unidos sabendo da responsabilidade. Sabendo que eu serei, provavelmente, o embaixador mais cobrado do mundo", afirmou o filho do presidente Jair Bolsonaro.

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O parlamentar afirmou que a visita a senadores é uma "praxe" e um "rito" de indicados a postos diplomáticos do País no exterior e que espera "quebrar o gelo" com os parlamentares que ainda não o conhecem.

"Vamos abrir um canal de comunicação, dialogar com alguns senadores como estou fazendo aqui agora com o senador Chico Rodrigues e tentar quebrar o gelo para com aqueles que ainda me conhecem pouco", afirmou o deputado.

Na manhã desta sexta-feira, o presidente Bolsonaro afirmou que deve enviar o nome de Eduardo ao Congresso no início da semana que vem. "Pode ser segunda, terça", disse à imprensa.

Eduardo Bolsonaro esteve pela manhã com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em uma reunião privada no Itamaraty. Nenhum dos dois falou com a imprensa. O filho do presidente afirmou que o agrément confirma o gesto de "apoio e a confiança já expressos" pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em nota, o parlamentar falou que o "sinal verde" do governo americano para que ele assuma o cargo de embaixador é "motivo de o orgulho". Na quinta-feira, o governo americano concedeu o agrément para que Eduardo assuma a embaixada brasileira em Washington.

A indicação de Eduardo Bolsonaro ainda precisa passar pelo Senado. O parlamentar tem que ser sabatinado na Comissão de Relações Exteriores e depois ter seu nome submetido ao Plenário da Casa. Independentemente da aprovação ou rejeição na comissão, o plenário pode aprovar ou rejeitar a indicação.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) conversa com senadores, nesta quarta-feira, 7, buscando apoio para a indicação à embaixada brasileira em Washington, que pode ser oficializada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana.

A indicação depende de aprovação do Senado. "Se eu for merecedor de ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos, certamente é uma missão que eu vou assumir, mas depende dos senadores", disse o deputado antes de uma reunião com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS).

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O colegiado analisa a indicação e realiza uma sabatina com o escolhido antes da votação no plenário.

Eduardo Bolsonaro disse que os elogios do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ajudam na busca pela embaixada.

Para a indicação ser encaminhada pelo presidente Jair Bolsonaro, disse o parlamentar, os Estados Unidos precisam oficializar uma resposta. A declaração de Trump, no entanto, já pode ser entendida como uma aceitação ao chamado "pedido de agrément" do Itamaraty, afirmou.

O ex-secretário da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou durante entrevista à BBC News Brasil que a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) à embaixada do Brasil nos Estados Unidos é imoral e perigosa.

Bebianno, que foi um fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na época das eleições presidenciais, também disse que Bolsonaro é um “cara de pau” por tomar a decisão de indicar um filho para o cargo de embaixador.

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"Eduardo, coitado, ele não tem a menor condição. Ele sequer sabe o papel de um embaixador. Ele não tem ideia. Eu convivi de perto com o Eduardo, ele não tem noções básicas de negociação, é um garoto, um menino, um surfista que teve um mandato por causa do pai, depois surfou de novo a onda do pai, na conquista do segundo mandato, mas é um rapaz completamente inexperiente. O nível acadêmico dele é bem iniciante, ele não tem condições", alertou Bebianno.

O ex-secretário também comentou que a indicação surge como uma estratégia inversa para Bolsonaro. “Primeiro, eu acho imoral essa indicação. Segundo, ela é péssima. Péssima e antiestratégica para o presidente. O presidente não está adotando uma postura de um estadista que tem que saber lidar com situações de dificuldade. Uma situação de dificuldade clássica é a negociação com outros países, os Estados Unidos são muito mais poderosos do que o Brasil, e as relações entre os dois países, e tenho admiração enorme aos Estados Unidos, são um exemplo de nação, mas cada país olha pro seu interesse”, complementou.

Bebianno foi demitido do cargo no mês de fevereiro e foi o primeiro integrante do alto escalão do governo a perder um cargo. O atual secretário da Presidência, Floriano Peixoto, ocupou a vaga deixada por Bebianno.

Após as desavenças com o presidente Jair Bolsonaro, Bebianno alegou que se desvinculou do PSL. “Me desliguei do PSL, renunciei ao cargo de vice-presidente e me desfiliei, não tenho vínculo nenhum com o PSL”, disse.

Presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, neste domingo, a indicação do seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para embaixador no Estados Unidos. O presidente chamou as críticas de que a indicação seria nepotismo de "hipocrisia", mas admitiu que o Senado pode barrar a indicação de Eduardo.

"Sim, o Senado pode barrar sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o (ministro de Relações Exteriores) Ernesto Araújo e coloque meu filho. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora. Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês", respondeu a jornalistas, ao deixar o Palácio do Alvorada para participar de um culto evangélico em Brasília.

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Questionado se pretende mesmo nomear Eduardo ministro no caso de reprovação do seu nome para embaixador, Bolsonaro disse que não trabalha com essa hipótese. "Não vou fazer isso".

Bolsonaro criticou ainda a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu o nepotismo na administração pública. "O STF decidiu sobre nepotismo e sobre tipificar homofobia como racismo. Acho que quem tem que decidir sobre essas coisas é o Poder Legislativo. Teve um parlamentar contra o nepotismo que foi pego na Lava Jato. Tem nada a ver parente", completou.

O presidente disse partir do princípio que a indicação de um filho eleito para um cargo não seria nepotismo. "Tem ministro com toda certeza que tem parente empregado, com DAS (função comissionada), e daí?", questionou. "Que mania de que tudo que é parente de político não presta. Tenho um filho que está para ir para os EUA e foi elogiado pelo presidente norte-americano Donald Trump. Vocês massacraram meu filho: fritador de hamburger", acrescentou.

O presidente também rebateu matéria do jornal O Globo que contabilizou a contratação de 102 parentes entre si como assessores nos seus gabinetes e nos gabinetes de seus filhos, desde 1989.

"Não tenho 102 parentes, tem uma mentira deslavada ali. Já botei parentes no meu gabinete no passado, antes que nepotismo fosse crime", afirmou, lembrando que a primeira dama, Michele Bolsonaro, trabalhou em seu gabinete antes do relacionamento.

O presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP), afirmou neste sábado, 3, que agirá de acordo com o regimento da Casa e de forma "imparcial" durante a tramitação da análise de indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos.

"Mais uma vez reafirmo que as indicações para qualquer embaixador seguirão o rito regimental do Senado Federal. Como presidente do Senado, não tenho poder de voto. Trabalharei e agirei seguindo o regimento de forma totalmente imparcial. Meu papel é de magistrado", disse por meio de nota.

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Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou neste sábado, 3, que Alcolumbre pretende esperar que o governo tenha votos suficientes para só então pautar a indicação à Embaixada.

A indicação do filho do presidente Jair Bolsonaro deve ser formalizada pelo Planalto na semana que vem. Os senadores precisam aprovar o nome para que Eduardo assuma o posto.

A avaliação de parlamentares é que ainda não há apoio garantido para a aprovação, que exige metade mais um dos votos dos presentes no dia da votação na comissão e no plenário.

Alcolumbre chegou a manifestar a interlocutores descontentamento sobre a sugestão de Eduardo para a representação diplomática nos Estados Unidos. A situação foi facilitada com o pedido de retirada das indicações de dois conselheiros para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), feito por Bolsonaro na quinta-feira.

Como o jornal O Estado de S. Paulo publicou na sexta-feira, Alcolumbre havia discordado dos nomes para o Cade. Com o cancelamento das indicações, agora participará da escolha dos novos conselheiros.

Em nota, Alcolumbre negou que a retirada dos nomes seja uma troca de favores. "As pessoas precisam começar a mudar o conceito sobre a política, de que tudo é resolvido com indicações ou troca de favores", declarou o senador na mesma nota.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pretende esperar que o governo tenha votos para só então pautar a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a Embaixada do Brasil em Washington.

A indicação do filho do presidente Jair Bolsonaro deve ser formalizada pelo Planalto na semana que vem e, para que a nomeação ocorra, precisará ser aprovada pelos senadores. No momento, a avaliação de parlamentares é que não há votos garantidos para a aprovação. Eduardo precisa de metade mais um dos votos dos presentes no dia da votação, tanto na comissão quanto no plenário para receber o aval da Casa.

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Inicialmente, Alcolumbre manifestou a interlocutores seu descontentamento com o nome de Eduardo para a representação diplomática nos Estados Unidos. O pedido de retirada das indicações de dois conselheiros para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), feito por Bolsonaro anteontem, no entanto, facilitou a situação com o presidente do Senado, de acordo com aliados do parlamentar. Como o Estado publicou ontem, 2, Alcolumbre havia discordado dos nomes para o Cade. Com o cancelamento das indicações, agora participará da escolha dos novos conselheiros.

No Senado, Alcolumbre pode segurar ou adiantar a indicação de Eduardo, como fez com a nomeação de outros embaixadores. Hoje, 13 indicações para representações diplomáticas feitas por Bolsonaro ainda não foram lidas por Alcolumbre e não começaram a tramitar no Senado. O presidente da Casa não precisa, no entanto, seguir a ordem de chegada dessas indicações.

Para que uma indicação comece a tramitar, Alcolumbre precisa ler, no plenário, a mensagem presidencial com o nome encaminhado. No primeiro semestre, as indicações de Bolsonaro levaram, em média, 34 dias para serem lidas por ele, conforme levantamento do Estado. Sete delas ficaram mais de 40 dias à espera da leitura. Os nomes para as embaixadas no Catar e na República Helênica (Atenas), por exemplo, ficaram 56 dias paradas na mesa do presidente do Senado. Já outras, como para Itália e Malásia, tiveram tratamento diferenciado: cinco dias entre o encaminhamento da mensagem presidencial e a leitura.

Bolsonaro enviou 30 indicações ao Senado. A do diplomata Ronaldo Costa Filho, para a Representação Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, por exemplo, espera o encaminhamento do presidente da Casa legislativa desde 10 de abril.

O nome de Ary Quintella para a embaixada na Malásia, por outro lado, foi encaminhado por Bolsonaro no dia 4 de julho, lida por Alcolumbre cinco dias depois e já está na Comissão de Relações Exteriores, onde as indicações são votadas antes do plenário. Com isso, há indicativos de que a análise do nome de Eduardo Bolsonaro pode passar na frente de outras que aguardam na fila.

A assessoria do Senado foi procurada, mas não se manifestou sobre os critérios utilizados por Alcolumbre e a tramitação da futura indicação de Eduardo.

A estratégia do presidente do Senado é contestada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores. "Se vai esperar um pouco ou não para poder diminuir a temperatura, isso aí não vai funcionar. A polêmica já está instalada e, pode ter certeza, vai ter um embate nessa história", disse Nelsinho Trad (PSD-MS).

O relator da nomeação de Eduardo será escolhido conforme um rodízio interno da Comissão de Relações Exteriores. O presidente do colegiado revela que quatro parlamentares, dois da base do governo e outros dois da oposição, pediram a vaga, sem revelar os nomes.

'Não tem pacto com o MDB'

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), afirmou ontem que a bancada do partido na Casa, com 12 senadores, não vai participar de acordo para aprovar a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador brasileiro nos Estados Unidos. "Pelo menos conosco do MDB, isso não tem pacto, não", disse Braga. "Não estamos vinculando nossa posição em função de cargos. Aliás, nossa bancada não tem nenhuma indicação no governo Bolsonaro", completou.

Na semana que vem, emedebistas vão se reunir para definir um posicionamento da bancada sobre a indicação. "Nossa diplomacia precisa ser técnica e tem que ser muito competente, porque o Brasil tem um papel na política regional de liderança e tem um papel de inserção nos mercados globais que nós precisamos cada vez mais ser competitivos e competentes nessa articulação", afirmou o senador emedebista, ressaltando que esta é sua opinião, e não a do partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que considera o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) um “jovem brilhante” e ter ficado feliz com a indicação dele para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o parlamentar se pronunciou.

Através de seu perfil oficial no Twitter, o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) agradeceu as palavras de Trump e disse que vai se dedicar ao trabalho e promoverá ainda mais a aproximação entre os dois países.

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“Obrigado pelas palavras gentis, Sr. Presidente. Se for confiada a mim a missão de ser o Embaixador do Brasil nos EUA, certamente trabalharei duro para promover acordos em todas as áreas e para construir uma relação próspera e duradoura entre os nossos países”, disse.

Animado com a possibilidade, Bolsonaro deve formalizar a indicação de Eduardo na próxima semana, quando serão retomadas as atividades, após recesso parlamentar, no Senado Federal.

O juiz André Jackson de Holanda Maurício Júnior, substituto da 1ª Vara Federal Cível da Bahia, deu cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), se manifestarem sobre a nomeação de Eduardo ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

A decisão foi tomada na segunda-feira, 29, no âmbito de uma ação popular ajuizada pelo deputado federal Jorge Solla (PT-BA). No despacho, o magistrado determina que o presidente e seu filho se manifestem sobre a medida liminar requerida na ação.

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No texto, o deputado pede que seja determinada "a imediata inibição do ato de indicação de Eduardo Bolsonaro, por seu pai, Presidente da República, para exercer o cargo de Chefe de Missão Diplomática nos Estados Unidos da América".

A ação pede ainda que a Justiça determine que os réus "se abstenham de realizar novos atos de mesma natureza, sob pena de multa diária de R$ 500 mil".

O texto afirma que o preenchimento de cargos relevantes como Chefe de Missão Diplomática Definitiva em território estrangeiro por parentes próximos do Chefe do Executivo violam "todos os mandamentos constitucionais referentes à impessoalidade e à moralidade".

"A vedação ao nepotismo não é mera recomendação constitucional, mas sim verdadeiro mandamento, não devendo ser desprezada", indica a ação. A íntegra foi publicada no site jurídico Conjur.

Solla aponta que a nomeação se trata de uma "tentativa de promover pessoalmente Eduardo, a fim de que lhe sejam auferidos todos os benefícios do cargo". O deputado diz ainda que a iminência do ato tem "caráter despótico".

Na ação, o deputado questiona a qualificação de Eduardo para o cargo: "Como pode ser adequado ou até legal a nomeação de seu descente, sendo que este aduz ser adequado para o cargo por ter realizado intercâmbio e fritado hambúrgueres?"

A indicação remete à fala de Eduardo sobre o possível cargo na embaixada.

"É difícil falar de si próprio, né? Mas não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição, tem muito trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha lá. Aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros", disse o deputado no início do mês.

A questão foi reiterada por Bolsonaro - "Eduardo fala inglês, espanhol e frita hambúrguer também", indicou o presidente após cerimônia de hasteamento das bandeiras em frente ao Palácio do Alvorada no último dia 16.

Nesta terça-feira, 30, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que considera o filho do presidente Jair Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), "um jovem brilhante" e que está "muito feliz pela indicação" do parlamentar para assumir a embaixada do Brasil em Washington.

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