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O presidente Jair Bolsonaro aproveitou uma homenagem ao Exército nesta segunda-feira, 15, na Câmara dos Deputados, para reafirmar a possibilidade de indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos seus filho, à embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos. O presidente também disse que o advogado-Geral da União, André Luiz de Almeida Mendonça, é um ministro "terrivelmente evangélico". Ambos estavam presentes ao evento.

Bolsonaro participou nesta manhã de uma sessão solene em homenagem ao aniversário do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro (COpEsp). Ele disse que, como presidente, às vezes toma decisões que não agradam a todos. "Como a possibilidade de indicar para a embaixada dos EUA um filho meu. Se está sendo criticado, é sinal de que é a decisão adequada", afirmou.

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Bolsonaro afirmou ainda que o Brasil precisa de tratamento. "O Brasil precisa de uma quimioterapia, estamos fazendo juntos essa quimioterapia", disse. "Alguns poucos, pouquíssimos ainda reagem, mas serão convencidos pelo povo e pela maioria desta Casa, podemos, juntos, mudar o destino do Brasil", afirmou. "A nossa missão é entregar para quem nos suceder um Brasil melhor do que o nosso", afirmou.

"Sou do baixo clero sem qualquer problema, mas é um sinal de que todos têm espaço neste maravilhoso Brasil", disse. "Feliz é a nação que tem Forças Armadas comprometidas com a democracia e a liberdade. O que eu mais quero é colocar o Brasil no local de destaque que ele merece no cenário mundial", afirmou.

O presidente foi a pé do Palácio do Planalto à Câmara, uma breve caminhada que consiste basicamente em atravessar uma rua. No caminho, não conversou com a imprensa, mas cumprimentou pessoas que estavam no passeio público.

O deputado Eduardo Bolsonaro acompanhou a cerimônia ao lado do pai, atrás da mesa diretora. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também estavam presentes ao evento.

Após a execução do Hino Nacional pela banda do Exército, os presentes puderam assistir um vídeo institucional do COpEsp. Quem presidiu a sessão foi o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Vitor Hugo leu um discurso de Rodrigo Maia (DEM-RJ) após o vídeo, no qual o presidente da Câmara congratulou os homenageados.

Eduardo Bolsonaro afirma ter fritado hambúrguer no Estado americano do Maine no período em que fez intercâmbio nos EUA. A informação foi dada pelo próprio deputado, ao listar as competências que, segundo ele, o credenciariam a se tornar embaixador da mais importante representação diplomática do Brasil no exterior. Se for nomeado, e tiver de se mudar para o número 3000 da avenida Massachusetts, em Washington, no entanto, o filho "03" do presidente não vai precisar colocar em prática a habilidade aprendida no intercâmbio.

O embaixador tem a seu dispor uma equipe de funcionários, coordenados pelo solícito mordomo Davi, que inclui cozinheiros, copeiro e motorista. O hambúrguer, apesar de ser preferência nacional, passa bem longe do cardápio servido nas recepções na embaixada. No lugar do sanduíche, as louças com brasão nacional e a prataria, dispostas na mesa de almoço, costumam servir iguarias mais refinadas, como cordeiro ao molho de menta, purê de nabo ou mousse com ovas de salmão.

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Não é só com o novo cardápio que o possível embaixador precisará se acostumar, mas também com as visitas. A residência prevê espaço para abrigar comitivas que visitam a cidade - seja a viagem do presidente, de ministros, de governadores ou de parlamentares. Com o vai e vem de autoridades, o embaixador divide com frequência o terceiro andar da casa, onde fica seu quarto, com os titulares da comitiva - como ministros.

Nem tudo, no entanto, são flores. O elevador antigo às vezes dá sustos. Em 2018, o então ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, ficou preso por mais de uma hora no elevador da residência enquanto convidados o esperavam. Um ano depois, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estendeu a conversa com convidados noite adentro, apesar dos sinais claros do embaixador, Sérgio Amaral, de que a festa na sua sala havia passado da hora para acabar. Dias antes, Guedes já havia gerado uma saia-justa ao sugerir que poderia vender a casa na qual se hospedava para fazer caixa, diante dos problemas fiscais do País.

A residência de esquina onde os embaixadores do Brasil nos EUA moram é uma obra do arquiteto John Russell Pope, o mesmo responsável pela Galeria Nacional de Arte e pelo Thomas Jefferson Memorial, ambos paisagem de fotos turísticas da capital americana. Finalizada em 1931, a casa foi comprada pelo governo brasileiro três anos depois por US$ 200 mil, na época. Com nome de Villa McCormick, denominação da Comissão de Belas Artes de Washington, a casa já hospedou a princesa Diana - que era amiga da então embaixatriz, Lúcia Flecha de Lima.

Em 1971, um prédio modernista de vidro foi construído pelo arquiteto Olavo Redig de Campos exatamente ao lado da embaixada, para servir como chancelaria e deixar o antigo prédio só para função residencial.

Washington é maior posto diplomático do Brasil no Exterior

Se não quiser caminhar na rua para ir ao trabalho, o embaixador precisa pisar a grama que separa os dois prédios e que, na primavera, abriga uma árvore cerejeira florida estampada nas redes sociais de quem visita a embaixada. Para não sujar os sapatos de terra, ele precisará caminhar alguns passos pela avenida Massachusetts - onde ficam lotadas as sedes diplomáticas de outros países.

O interior da residência do embaixador tem mobiliário clássico de madeira escura dividindo espaço com grandes lustres, vasos e joias da arte brasileira, entre as quais estão quadros dos artistas Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Manabu Mabe.

Washington é o maior posto diplomático do Brasil em tamanho e também é considerado, ao lado de Buenos Aires, o de maior relevância, pela quantidade de assuntos que passam pelas mãos do embaixador. Cerca de cem funcionários, entre diplomatas, outros integrantes do Itamaraty e contratados, ficam sob supervisão do embaixador do Brasil nos EUA.

Mas o filho "03" de Jair Bolsonaro não fez muitos gestos de deferência ao corpo diplomático que pretende chefiar. Em novembro, quando esteve na capital americana para contatos com o governo dos Estados Unidos, o deputado desprezou a oferta de ajuda dos diplomatas durante a visita. Toda a agenda do encontro foi organizada por Filipe Martins, hoje assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República. Eduardo não parou na embaixada nem para cumprimentos formais.

A rotina de trabalho depende do perfil do embaixador. A aposta é de que, se Eduardo Bolsonaro for confirmado para o cargo, o caráter político das atividades vai prevalecer. Fazem parte do dia a dia a relação com o Congresso americano e com o empresariado (brasileiro e americano), a ponte com políticos brasileiros, as negociações com braços do governo e a participação em eventos, além da realização de almoços, jantares e cerimônias.

A embaixada em Washington vai além da relação estrita com a Casa Branca. Na gestão passada, por exemplo, o embaixador Sérgio Amaral esteve pessoalmente envolvido nas negociações do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permitiu o uso da base de Alcântara, no Maranhão, e em negociações com o governo para deixar o Brasil de fora das sobretaxas à importação de aço.

O embaixador, no entanto, não escapa da burocracia. Cabe a ele revisar e assinar todos os "telegramas", que é a forma como são chamadas as comunicações que saem da embaixada para os demais postos ou para Brasília.

Aprovação da indicação depende de votação secreta do Senado

A indicação de Eduardo para a embaixada, no entanto, ainda está no campo "informal". O presidente sugeriu que poderia nomear o filho para o cargo - e ele disse que aceitaria -, mas não deu início formal ao processo. Para isso, a indicação deve ser publicada no Diário Oficial da União e, então, encaminhada ao Senado. O nome é analisado pela Comissão de Relações Exteriores da Casa, que elege um relator, responsável por apresentar o currículo do indicado.

O candidato, em seguida, é sabatinado na comissão, que decide, em votação secreta, se confirma ou rejeita o nome.

Independentemente do resultado, a indicação vai a plenário, em votação também secreta. Para ser aprovado, o candidato precisa do aval da maioria dos 81 senadores. Só após a aprovação pelo plenário da Casa é que o presidente da República pode nomear o novo embaixador.

Indicação não é bem vista

A disposição do presidente Jair Bolsonaro de indicar o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao cargo de embaixador brasileiro nos Estados Unidos gerou controvérsia entre seus apoiadores nas redes sociais. Dentre as publicações sobre o tema com maior engajamento nos últimos dois dias no Twitter, a maioria é contra. Somente as da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e do presidente apoiavam a indicação.

Ontem, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) questionou a indicação em uma sequência de publicações no Twitter. "Quem fez Eduardo Bolsonaro deputado federal foi o povo. Isso precisa ser respeitado. Crescer, muitas vezes, implica dizer não ao pai."

Em linha semelhante, o escritor Olavo de Carvalho disse que a tarefa de embaixador seria incompatível com a "missão" de Eduardo dada pelo seu pai: a criação de uma CPI no Congresso sobre o Foro de São Paulo. Segundo Olavo, a CPI corre riscos se não for assumida por Eduardo. "Isso aí seria um retrocesso, a destruição da carreira do Eduardo", afirmou o guru bolsonarista em seu canal no YouTube. Em novembro, durante a transição de governo, Olavo chegou a afirmar que, "se fosse convidado para ser embaixador nos EUA, não recusaria o cargo" e que este seria o único posto que aceitaria no governo do presidente Jair Bolsonaro.

O convite não veio para Olavo. Amigo do escritor, o diplomata Nestor Forster ficou mais perto de assumir a posição depois de ter sido promovido pelo Itamaraty. Com a promoção, patrocinada pelo chanceler Ernesto Araújo, Forster, que já trabalha em Washington, pode assumir a embaixada.

A possível indicação de Eduardo, por outro lado, agradou à deputada do PSL Carla Zambelli. Na noite de quinta-feira passada, ela publicou em seu Twitter: "Se aceito pelo Eduardo, ganha o Brasil, ganha os EUA de @realDonaldTrump, ganha o planeta, com mais oportunidade de sanar os problemas de toda a Terra".

Proximidade com a família Trump é apontada como vantagem

 

A proximidade do filho "03" de Bolsonaro com a família do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o principal argumento em defesa da indicação a embaixador em Washington. Seu pai voltou a se manifestar a favor do filho na tarde de ontem. "De 2003 para cá você sabe quem foram nossos embaixadores em Washington?" O mesmo tuíte contém um vídeo que mostra um elogio de Trump a Eduardo durante uma coletiva de imprensa ao ser questionado sobre a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela.

O segundo tuíte da base aliada de Bolsonaro que mais teve engajamento sobre Eduardo nos últimos dois dias foi o do youtuber e deputado estadual por São Paulo Arthur do Val (DEM), que se manifestou contra a indicação na tarde de sexta-feira. "Não é de bom tom indicar um filho para um cargo tão alto. Pega mal. O Brasil não precisa disso e tem ótimos diplomatas", afirmou.

Caso não configura nepotismo, entende STF

Ao longo dos últimos 11 anos, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm entendido que a nomeação de parentes para cargos de natureza política não se enquadra como nepotismo. A questão voltou para o centro do debate em Brasília, após o presidente Jair Bolsonaro anunciar que pretende indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Para um integrante da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) ouvido reservadamente pela reportagem, por mais que pareça "cruel", não há empecilho para Bolsonaro indicar Eduardo para a embaixada em Washington.

Uma súmula vinculante, aprovada em 2008 pelo plenário do STF, estabelece que viola a Constituição a nomeação de parente, cônjuge ou companheiro para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública. Um caso pendente de análise pelo plenário, sob a relatoria do ministro Luiz Fux, discute se a nomeação de familiares para cargos de natureza política também se enquadra nessa restrição.

Não há previsão de quando o STF vai analisar o tema, mas levantamento feito pelo Estadão/Broadcast aponta que ministros da Corte já tomaram - individual ou colegiadamente - ao menos oito decisões no sentido de que o veto não alcança as nomeações políticas. Nenhuma delas, no entanto, tratava de representação diplomática no exterior, como no caso de Eduardo Bolsonaro.

Para um integrante do STF, a possibilidade de um posto de embaixador ser enquadrado como cargo político é uma questão controversa, que ainda está em aberto.

Casos

Em outubro de 2008, por 7 a 1, o plenário confirmou uma liminar do ministro Cezar Peluzo que garantia o cargo de Eduardo Requião como secretário de Transportes do Paraná, Estado governado na época por seu irmão, Roberto Requião. A avaliação predominante da Corte foi a de que a súmula vinculante não alcança cargos de natureza política.

Dos sete votos favoráveis ao irmão de Requião, três vieram de ministros que ainda integram o tribunal - Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Celso de Mello. Os outros quatro ministros que se posicionaram nesse sentido já se aposentaram.

O único voto divergente na época foi o do ministro Marco Aurélio Mello. Na última quinta-feira, Marco Aurélio disse ao Estadão/Broadcast que a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil nos EUA configura nepotismo e é "um tiro no pé". "Sob a minha ótica, não pode, é péssimo. Não sei o que os demais (ministros do Supremo) pensam. Não acredito que o presidente Bolsonaro faça isso. Será um ato falho, um tiro no pé", afirmou à reportagem.

Outros processos envolvendo a nomeação de familiares de políticos foram apreciados pelo tribunal ao longo dos últimos anos. Em maio de 2009, por exemplo, o ministro Celso de Mello garantiu a permanência de Ivo Ferreira Gomes, irmão do então governador do Ceará, Cid Gomes, no cargo de chefe de gabinete. A nomeação havia sido contestada pelo Ministério Público do Estado do Ceará na época, que acionou a Justiça para anulá-la.

Em outubro de 2012, foi a vez de o ministro Ricardo Lewandowski dar uma liminar garantindo o retorno de Talitha de Nadai ao cargo de secretária de Promoção Social do município de Americana (SP). Ela era irmã do então prefeito da cidade, Diego De Nadai.

O ministro Luís Roberto Barroso, por sua vez, negou em 2014 o pedido para retirar o irmão da vice-prefeita de Pinheiral (RJ) do cargo de secretário municipal de Administração. "Estou convencido de que, em linha de princípio, a restrição sumular não se aplica à nomeação para cargos políticos. Ressalvaria apenas as situações de inequívoca falta de razoabilidade, por ausência manifesta de qualificação técnica ou de inidoneidade moral", escreveu Barroso em sua decisão monocrática (individual). Em 2018, Barroso deu outras duas decisões similares.

Já o atual presidente do STF, ministro Dias Toffoli, disse, em julgamento ocorrido em 2014, que decisão judicial que "anula ato de nomeação para cargo político apenas com fundamento na relação de parentesco estabelecida entre o nomeado e o chefe do Poder Executivo, em todas as esferas da federação, diverge do entendimento da Suprema Corte consubstanciado na Súmula Vinculante nº 13".

Em setembro do ano passado, a Segunda Turma do STF cassou uma decisão que condenou a prefeita de Pilar do Sul (SP) por improbidade administrativa, ao ter nomeado o marido para secretaria municipal. A avaliação, novamente, foi a de que o entendimento da súmula vinculante não se aplicava a cargos políticos. "Os cargos políticos, a exemplo da chefia de secretarias estaduais ou municipais, têm por paradigma federal os cargos de ministro de Estado, cuja natureza é eminentemente política. Eles compõem a estrutura do Poder Executivo e, portanto, são de livre escolha pelo chefe desse poder", defendeu o ministro Gilmar Mendes, na ocasião.

Divergência

Em sentido contrário, o ministro Marco Aurélio Mello suspendeu, há dois anos, a nomeação de Marcelo Hodge Crivella para o cargo de secretário da Casa Civil da gestão do pai, Marcelo Crivella, na prefeitura do Rio, por entender que se tratava de nepotismo. Uma curiosidade: Marco Aurélio chegou ao Supremo por indicação do então presidente Fernando Collor de Mello, seu primo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de Jair Bolsonaro (PSL) confirmar a vontade de indicar o próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, para ser embaixador nos Estados Unidos, Heloísa Wolf Bolsonaro, esposa do deputado, teve o seu passaporte diplomático emitido na última terça-feira (9) - dois dias antes do presidente da república divulgar a intenção de mandar Eduardo para a embaixada em Washington. 

Coincidência, ou não, de acordo com a revista Época, o passaporte do filho número três de Bolsonaro saiu no dia 6 de fevereiro, e o anúncio de que Eduardo Bolsonaro poderia se tornar um embaixador só veio à tona um dia antes do deputado completar 35 anos, idade mínima para que, excepcionamento, alguém que não fez carreira no Itamaraty possa se tornar embaixador. 

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Se confirmar a indicação, será a primeira vez no Brasil que um presidente da República indica o próprio filho para se tornar um diplomático, cargo geralmente ocupado por ministros da primeira ou segunda classe, seguindo a estrutura do Itamaraty. 

Eduardo se diz preparado para assumir o cargo: "Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês. Vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros. Então acho que é um trabalho que pode ser desenvolvido. Certamente precisaria contar com a ajuda dos colegas do Itamaraty, dos diplomatas, porque vai ser um desafio grande. Mas tem tudo para dar certo", concluiu. 

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O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) defendeu nesta sexta-feira, 12, a indicação pelo presidente Jair Bolsonaro do filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para embaixador em Washington, nos Estados Unidos. Trad é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, onde o nome precisa ser aprovado antes de ir a plenário.

Ele antecipou à reportagem que vai votar a favor para que o filho do presidente ocupe o cargo e, além disso, trabalhar para que a indicação seja aprovada na comissão em 45 dias ou 60 dias.

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Trad afirmou que o presidente Bolsonaro tem legitimidade de indicar quem ele achar que deve indicar, superadas as formalidades legais. "O Eduardo não chegou onde chegou só pelo sobrenome. Ele tem as virtudes dele também", disse Trad. "Vou votar a favor e vou ajudar para que o nome dele passe", antecipou o senador.

Trad se encontra nesta sexta com o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ao ser questionado se a reunião trataria da indicação de Eduardo Bolsonaro ao posto de embaixador nos Estados Unidos, respondeu que "é igual ir ao campo de futebol e não falar sobre o jogo".

Após receber o convite do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL), afirmou nesta sexta-feira (12) que recebeu apoio do ministro das Relações Exteriores, o chanceler Ernesto Araújo.

Perguntado sobre suas qualificações para assumir o cargo, Eduardo Bolsonaro fez questão de citar que já fez intercâmbio no país e que fritou hambúrguer no frio do Maine - estado situado no extremo nordeste dos EUA.

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"É difícil falar de si próprio. Mas não sou um filho de presidente que está do nada vindo a ser alçado a essa condição. Existe um trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, tenho uma vivência pelo mundo", declarou Eduardo, na saída do Palácio do Itamaraty, nesta sexta.

Eduardo Bolsonaro seguiu pontuando seus pontos positivos para gerir a função de embaixador. "Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês. Vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros. Então acho que é um trabalho que pode ser desenvolvido. Certamente precisaria contar com a ajuda dos colegas do Itamaraty, dos diplomatas, porque vai ser um desafio grande. Mas tem tudo para dar certo", concluiu. 

A indicação do deputado ainda é uma possibilidade. Até o próximo domingo (14) Eduardo deve se reunir com seu pai e, a partir daí, alguma definição deve ser tomada.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) deixou claro que aceitaria um convite de seu pai, Jair Bolsonaro, para assumir o cargo de embaixador do País nos Estados Unidos. Para assumir, o parlamentar teria que renunciar ao mandato.

"Se for da vontade do presidente e ele realmente me entregar essa função de maneira oficial, eu aceitaria", afirmou Eduardo Bolsonaro em coletiva na Câmara dos Deputados.

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O filho do presidente afirmou que sua prioridade a frente da embaixada será de "reatar" as relações com os Estados Unidos, que para ele foi prejudicada nos governos anteriores e evitou afirmar que teria um papel mais atuante na questão da Venezuela.

"A missão é de reatar essa relação, resgatar a credibilidade do País no exterior, atrair investimentos", afirmou o parlamentar.

Para Eduardo Bolsonaro, a indicação de um filho do presidente para o cargo de embaixador vai ser bem vista pelo governo americano. Ele disse que tem todas as credenciais para assumir o cargo, apesar de não ser um diplomata de carreira.

"Fico imaginando do lado de lá. O povo americano olhando o presidente de um país enviando seu filho para trabalhar lá. Falo inglês, falo espanhol, sou o deputado federal mais votado da história do Brasil, sou presidente da Creden (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional). Eu acredito que as credenciais me dão uma certa qualificação", afirmou, completando:

"Óbvio que não sou um diplomata de carreira, não fiz o concurso público. Mas depende da missão que o presidente vai passar. Muita das vezes, e até é comum isso acontecer, muitos países entendem que uma indicação política demonstra um compromisso maior de aproximação entre os países. Eu acredito que a nomeação ou indicação e uma pessoa tão próxima do presidente seria visto com bons olhos pelo lado americano e daria a confiabilidade para desenvolver um trabalho resgatando o crédito do País no exterior", disse.

Em entrevista, o presidente Jair Bolsonaro disse que já havia cogitado a possibilidade no passado, mas que voltou a considerá-la nesta quinta-feira, um dia depois de Eduardo completar 35 anos, idade mínima para um brasileiro assumir uma representação diplomática. O filho do presidente afirmou que a proximidade do anúncio com a data foi uma "feliz coincidência".

O filho do presidente não descartou a possibilidade de chamar o escritor Olavo de Carvalho, um dos pensadores mais influentes do atual governo e que mora na Virgínia, para "colaborar" com a embaixada. "Acho que primeiro o chamaria para um churrasco e quem sabe para dar uns tiros", disse afirmando que o escritor é "uma referência" e uma "pessoa que tem um carinho".

Renúncia

Para assumir o cargo, Eduardo Bolsonaro terá que abrir mão do mandato de deputado federal. Na coletiva, ele afirmou que renunciará caso seu nome seja confirmado. Além da indicação do presidente, o parlamentar terá que ser sabatinado pelo Senado Federal. Só depois desse rito, é que o filho do presidente viraria embaixador.

"A missão dada pelo presidente vou tentar cumprir da melhor maneira possível. Se for por aqui dentro do Congresso Nacional ou mesmo na presidência da Creden (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional). A gente tem desempenhado da melhor maneira possível", afirmou Eduardo Bolsonaro.

Ao perguntar se a indicação não configuraria nepotismo, Eduardo Bolsonaro admitiu que pode ser alvo de críticas, mas que há um entendimento do Supremo Tribunal Federal que em casos análogos a esse, não configuraria uma nomeação ilegal.

"A possibilidade pode ocorrer, mas a primeira análise que fizemos aqui é que não se enquadraria nisso. Seria uma indicação igual como de um presidente indicar um ministro. Estaria fora da súmula vinculante. Fora da questão do nepotismo".

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, 11, que decidiu convidar um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. A decisão, segundo o presidente, depende apenas do "sim" de Eduardo, que estuda a possibilidade de ter que renunciar ao mandato parlamentar para assumir a função de embaixador.

"Imagina o filho do Macri (Maurício Macri, presidente da Argentina) aqui (no Brasil) como embaixador da Argentina. Teria tratamento diferenciado. Está no meu radar, sim, e, no meu entender, poderia ser uma pessoa adequada e daria conta em Washington", declarou Bolsonaro aos jornalistas em uma entrevista coletiva concedida ao final da solenidade de posse do novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

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Segundo Bolsonaro, "não é fácil a decisão para Eduardo eventualmente ter que deixar o mandato para assumir a Embaixada dos EUA". O presidente afirmou que ainda não está claro se ele realmente seria obrigado a deixar a função que ocupa no Congresso, mas disse que, se confirmado, isso seria um "complicador". Ele disse, ainda, que não pode influenciar a escolha do filho e que Eduardo terá que fazer a escolha sozinho.

Bolsonaro sinalizou que o convite ao filho teria sido feito hoje e brincou que algum "anão" que fica embaixo de sua mesa no Palácio do Planalto teria repassado a informação rapidamente. O presidente também contou que a ideia já foi cogitada no passado. "Levamos em conta o custo-benefício", afirmou o presidente.

Eduardo: 'Eu aceitaria qualquer missão que o presidente me der'

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Eduardo afirmou que aceitaria o cargo de embaixador em Washington caso seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, o escolhesse. "Eu aceitaria qualquer missão que o presidente Bolsonaro me der e tentarei desempenhar da melhor maneira possível", afirmou. O deputado, porém, disse que não houve convite formal. "Não tem nada oficial para mim. Estou sabendo pela imprensa", afirmou Eduardo.

O cargo de embaixador em Washington está vago desde junho, quando o diplomata Sérgio Amaral deixou o posto. Desde que seu pai foi eleito, Eduardo tem atuado como uma espécie de embaixador informal do governo. Acompanhou o pai nas viagens e chegou a substituir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em reunião com o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca.

Na Câmara, o deputado também tem atuado na área e comanda a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Ao Estado, disse que, caso aceite o cargo, uma das missões é melhorar a relação entre os dois países. "Temos que identificar o que está atrapalhando essa relação com os Estados Unidos. Se é uma propaganda ruim", afirmou o filho do presidente.

A festa da independência dos Estados Unidos na embaixada americana, na quarta-feira, 3, teve discurso do presidente Jair Bolsonaro, fogos de artifício, os dois hinos cantados nas respectivas línguas por um coral de várias nacionalidades. Foi uma das festas mais concorridas e alegres dos últimos tempos para comemorar a data em Brasília, acompanhando o momento de forte aproximação entre os dois países.

Festa à parte, três perguntas circulavam pelos diferentes grupos, distribuídos pelos gramados da embaixada, entre mesinhas de hambúrgueres e cachorros-quentes, por exemplo. A primeira: quando, afinal, os EUA vão definir um novo embaixador para Brasília? O cargo está vago desde o ano passado. A segunda: qual será o novo embaixador do Brasil em Washington, prometido há meses por Bolsonaro? A terceira: Donald Trump vem mesmo à América do Sul neste ano, como previu Bolsonaro no discurso?

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Nenhuma dessas perguntas encontrou respostas afirmativas, nem entre os anfitriões americanos, à frente o encarregado de Negócios, William Popp, nem entre os convivas brasileiros, como o chanceler Ernesto Araújo, um dos ministros presentes. Por via das dúvidas, o consultor Murillo de Aragão, considerado candidato do vice-presidente Hamilton Mourão para a embaixada em Washington, marcou presença na festa. Mas todos ali "achavam" que o candidato mais forte é o diplomata Nestor Forster, recém-promovido a embaixador.

Bem-humorado, mais falante do que habitualmente, o ministro da Justiça, Sergio Moro, já esteve duas vezes nos Estados Unidos nesses seis meses de governo para discutir programas de cooperação na área de combate ao crime organizado. Cumprimentado pelo seu desempenho no depoimento na Câmara, na véspera, ele até brincou.

O depoimento acabou bruscamente quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) provocou o ministro, dizendo que ele era um "juiz ladrão". Na festa da embaixada, quando lhe perguntaram, de brincadeira, se ele fizera um acordo com Braga para acabar a sessão a tempo do jogo Brasil x Argentina, Moro riu: "Não sou tão maquiavélico". E acrescentou: "Mas muitos queriam mesmo acabar logo, até da oposição".

Outras estrelas da festa foram a primeira-dama Michelle, de pretinho discreto, e o astronauta Marcos Pontes, ministro de Ciência e Tecnologia, mas Ernesto Araújo estava bem à vontade e foi cumprimentado efusivamente pelo embaixador da Alemanha, Georg Witschel. Os dois estiveram juntos em Bruxelas, no fechamento do acordo Mercosul-União Europeia, semana passada. "Foi nossa reunião mais animada", comentou Witschel. Araújo concordou: "Estávamos todos realmente muito felizes".

'Viés ideológico'

Todos felizes, também, com a intensa aproximação entre Brasil e Estados Unidos. Em seu discurso, no qual se referiu informalmente ao presidente americano apenas como "Donald Trump", Bolsonaro disse que o convidou a vir à América do Sul ainda neste ano, informação que ninguém confirmou na festa.

"O nosso governo veio para deixar de lado o viés ideológico. Veio se aproximar de países com ideologias semelhantes em busca de dias melhores", afirmou Bolsonaro, deixando mais uma dúvida no ar: será que isso é realmente "deixar de lado o viés ideológico"? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro participa na noite desta quarta-feira, 3, de um coquetel na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, para comemorar o aniversário de 243 anos da independência americana.

Acompanhado da primeira-dama, Michelle, o presidente entrou no evento ao som da música "Born in The U.S.A", do cantor Bruce Springsteen.

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O chanceler Ernesto Araújo também está na cerimônia, além de outros ministros do governo, como Sergio Moro (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Guedes (Economia).

Em vídeo exibido no início do evento pela embaixada, ganhou destaque o acordo de salvaguardas tecnológicas, assinada por Bolsonaro em março. O encarregado de negócios da Embaixada, William Popp, classificou a presença de Bolsonaro como "histórica".

"No último ano nossa parceria está se tornando ainda mais forte", disse o diplomata, lembrando visita do presidente brasileiro aos EUA. Ele também destacou a importância de criar novos mecanismos para investimentos e fomento de uma relação comercial mais dinâmica entre os países.

O Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife irá suspender temporariamente os serviços regulares de emissão de visto e atendimento a cidadãos americanos entre os dias 20 de junho e 12 de julho. Durante o período, os solicitantes de visto poderão ser atendidos apenas nos consulados americanos de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro ou na embaixada em Brasília.

O Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV) no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, funcionará normalmente para coleta da biometria. Os solicitantes de visto que necessitam comparecer à entrevista no consulado poderão dar entrada nas informações biométricas e agendar a entrevista no consulado para a data mais conveniente. Os casos nos quais o solicitante é isento de entrevista serão processados normalmente.

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O consulado tem disponibilizado vagas adicionais para entrevistas de visto desde maio para quem deseja antecipar o processo.  O atendimento regular a cidadãos americanos também será temporariamente suspenso. Apenas casos de emergência serão atendidos. A agência consular em Fortaleza, que oferece serviços a cidadãos americanos, funcionará normalmente.

Conforme comunicado, a suspensão dos serviços ocorrerá para renovação das instalações para oferecer melhor atendimento aos solicitantes de visto e cidadãos americanos.

 

O Canadá vai suspender operações na embaixada do país na Venezuela. A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, disse em um comunicado neste domingo que o regime do presidente Nicolás Maduro "tomou medidas para limitar a capacidade de embaixadas estrangeiras de funcionar na Venezuela". Segundo a nota, no fim deste mês "diplomatas canadenses na Venezuela não estarão mais em condições de obter credenciamento diplomático" pois seus vistos expirarão.

Freeland disse que o país não tem escolha a não ser suspender imediatamente as operações, de forma temporária. A ministra afirmou ainda que o Canadá continuará se manifestando contra o regime de Maduro. O Canadá pertence ao Grupo Lima, que liderou o esforço para reconhecer o legislador de oposição Juan Guaidó como o líder legítimo da Venezuela. Fonte: Associated Press.

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Com a remoção do embaixador Sérgio Amaral de Washington, tanto a embaixada brasileira nos Estados Unidos quanto a embaixada americana no Brasil estão, na prática, acéfalas. Quem responde pela embaixada dos EUA em Brasília desde o ano passado é o encarregado de Negócios, William Popp. A expectativa era de que o nome do novo embaixador fosse anunciado para o presidente Jair Bolsonaro no seu encontro com Donald Trump, mas isso não ocorreu.

A partir da publicação da sua remoção no Diário Oficial da União, que ocorreu ontem, Amaral ainda tem dois meses para providenciar a mudança e fazer a transição, mas o que o mundo diplomático, empresarial e político quer efetivamente saber é quem será seu substituto nesse posto, disputado por dez entre dez diplomatas não apenas brasileiros, mas do mundo todo.

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No dia 13 de março, num café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que trocaria o embaixador do Brasil em Washington - o cargo mais importante do Itamaraty no exterior - e justificou que o ocupante que Amaral não estava defendendo a imagem do Brasil.

Naquela conversa, Bolsonaro justificou que não poderia tirar Sérgio Amaral imediatamente porque estava às vésperas de embarcar para uma visita oficial aos EUA e que a decisão só seria formalizada na volta. Indicado pelo seu amigo José Serra, então chanceler do presidente Michel Temer, Amaral soube do afastamento pela imprensa e começou a arrumar malas, gavetas e acomodação para sua filha, que estuda nos EUA. Mas a visita de Bolsonaro acabou e a demissão não veio.

Depois de o Itamaraty lhe pedir para esperar mais um tempo, Amaral inverteu o jogo: ligou para o Itamaraty em Brasília, alegou que sua mãe está doente e pediu para ser logo transferido. Ele tem dois meses para efetivar a mudança para a representação do Itamaraty em São Paulo, onde morava antes de ir para Washington. Ele é embaixador aposentado, o que não o impede de assumir embaixadas no exterior nem o futuro cargo.

Cotados

Os nomes que chegaram a ser cotados foram o do cientista político Murillo de Aragão, da Consultoria Arko Advice, que era apadrinhado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, e o do ministro de segunda classe Néstor Forster, preferido do chanceler Ernesto Araújo. Aragão não é diplomata e seria algo surpreendente, ou até inédito, nomear alguém fora da carreira para um cargo-chave. E Forster nem foi ainda promovido a embaixador e seria igualmente embaraçoso um diplomata júnior assumir justamente a Embaixada em Washington.

A equipe de Ernesto Araújo está convicta de que caberá a ele a escolha do novo embaixador, mas há dúvidas, por causa do grande envolvimento e influência do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) nas questões externas. Ele é filho do presidente Jair Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e teve destaque em duas viagens aos EUA, inclusive na visita oficial do presidente.

Apesar de Bolsonaro ter dito no café da manhã de março que haveria a troca de cerca de quinze embaixadores, a cúpula do Itamaraty informa que enviou uma lista de 45 nomes para a Casa Civil, incluindo embaixadores que ocupam efetivamente embaixadas, mas também os que chefiam consulados e representações em organismos internacionais. Desse total, seis estão voltando ao Brasil porque se aposentam neste ano.

Alguns nomes confirmados: Carlos Simas Magalhães sai do Paraguai para Portugal, Flavio Damaco vai de Cingapura para o Paraguai, Antonio Patriota, ex-chanceler de Dilma Rousseff, muda da Itália para o Egito. Além disso, Ronaldo Costa assume a representação brasileira junto à ONU, em Nova York, Santiago Mourão vai para a da Unesco e Pedro Bretas, para a da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou nesta terça-feira, 2, a ideia de transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém e afirmou que prefere uma "solução intermediária" para o assunto. Ele criticou ainda a política externa do governo Jair Bolsonaro.

"Eu fico com o general vice-presidente (Hamilton Mourão). Eu apoio uma solução intermediária. Porque a primeira não dá certo", afirmou FHC, durante palestra sobre a economia latino-americana na fundação que leva seu nome.

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Para o ex-presidente, o Brasil não tem "meios" para resolver a questão do Oriente Médio. "Quando não se tem meios, não tem de se submeter a balão", disse. "Para quê acender uma lamparina num lugar que está sendo iluminado com guerras muito profundas?".

Ao defender o multilateralismo e a tradição de busca por soluções pacíficas, FHC também ressaltou que o "problema da Venezuela não pode ser facilmente resolvido de fora".

O ex-presidente criticou ainda o que chamou de alinhamento incondicional do Brasil aos Estados Unidos no campo externo. "Acabamos de fazer uma opção incondicional que não nos pediam. Opção incondicional aos Estados Unidos. Que é isso, meu Deus?! Um país não faz opção incondicional a outro", disse.

Ao comentar sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, FHC disse que o Brasil tem de "ter prudência e tirar vantagem do que for possível de ambos os lados".

FHC arrancou ainda risadas da plateia ao se colocar contra a construção do muro entre Estados Unidos e México, como planeja o presidente americano, Donald Trump.

O ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu a palavra a certa altura da palestra e questionou se o tucano repetiria a Trump a frase "Tear down this wall!" (derrube aquele muro, em português), dita por Ronald Reagan a Mikail Gorbachev em 1987.

"Desde que você não me inclua na derrubada, tudo bem", brincou FHC.

O governo dos Estados Unidos anunciou a retirada de todos os diplomatas e funcionários da embaixada norte-americana da Venezuela. Nas redes sociais, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que a decisão foi tomada pela “deterioração” da  situação no país vizinho.

“Os EUA irão retirar o restante pessoal da embaixada esta semana. Esta decisão reflete a deterioração da situação na Venezuela, bem como a conclusão de que a presença de funcionários [dos EUA] tornou-se um constrangimento para a política dos Estados Unidos”, disse Pompeo no Twitter.

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Sanções

Em comunicado do Departamento de Gabinete do Tesouro de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), o governo norte-americano anunciou nessa segunda-feira (11) sanções a um banco com sede na Rússia por manter negócios com o presidente “ilegítimo” da Venezuela, Nicolás Maduro.

O Evrofinance Mosnarbank (VTB Bank), banco de propriedade russa e venezuelana, é a primeira instituição financeira estrangeira punida por seus vínculos com a Venezuela. No caso, o banco mantinha negócios com a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).

Pela decisão, serão congelados ativos e proibidas transações com indivíduos ou entidades dentro dos Estados Unidos ou em trânsito no país.

Alerta

"O regime ilegítimo de Maduro se beneficiou do sofrimento do povo venezuelano", disse o secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin. "Esta ação demonstra que os Estados Unidos vão tomar medidas contra instituições financeiras estrangeiras que sustentam Maduro, regime ilegítimo e que contribui para o colapso econômico e crises humanitárias, que assolam o povo da Venezuela."

O texto informa ainda que assim como os Estados Unidos, mais de 50 países apoiam Juan Guaidó, autodeclarado presidente da Venezuela, como representante do governo venezuelano.

No documento, há detalhes sobre a parceria firmada entre o então presidente Hugo Chávez, em 2011, e os russos no banco VTB Bank. Segundo o Tesouro norte-americano, VTB Bank é o segundo maior banco da Rússia.

A embaixada do Brasil em Atenas, Grécia, foi invadida e pichada nesta quarta-feira, 20. Segundo informações obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, cerca de dez pessoas renderam os vigilantes e entraram no prédio gritando palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro. Ainda de acordo com essas informações, o grupo foi classificado como "anarquistas gregos". Não teriam sido identificados brasileiros entre eles.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) limitou-se a dizer à reportagem que "no momento não tem maiores esclarecimentos sobre o caso". Esta é a segunda invasão de embaixada brasileira na Europa, desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República.

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Em 1º de fevereiro, a embaixada do Brasil em Berlim também foi atacada e a fachada do prédio coberto por tinha rosa, janelas e portas foram quebradas em uma ação de apoio à "resistência feminista, transgênero e antifascistas no Brasil" e ao MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

Esses ataques começam a preocupar o Palácio do Planalto, porque podem se transformar em atos de terror. Desta vez, além de renderem os vigilantes, paredes, móveis e quadros foram pichados na embaixada de Atenas.

O governo brasileiro ainda está identificando os estragos e verificando as atitudes a serem tomadas.

O discurso independente e a desenvoltura do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) desgastaram a relação do Palácio do Planalto com o setor evangélico, considerado fundamental na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, líderes de igrejas que durante a campanha apoiaram explicitamente o candidato do PSL e representantes do segmento no Congresso expuseram a insatisfação com o vice, principalmente após ele se manifestar contra a transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém.

As lideranças religiosas e parlamentares da bancada evangélica pretendem pressionar o presidente para que ele desautorize publicamente o vice - Bolsonaro permanece internado em São Paulo se recuperando da cirurgia para a reconstrução do trânsito intestinal.

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Na condição de presidente em exercício, Mourão recebeu no último dia 28 o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, e defendeu a posição que contraria manifestações anteriores do próprio Bolsonaro.

Com 108 deputados e 10 senadores na atual Legislatura, a Frente Parlamentar Evangélica, que tem uma atuação historicamente coesa em defesa de suas bandeiras, terá um peso decisivo para a agenda do governo no Congresso Nacional.

"Vamos cobrar (do Bolsonaro) o cumprimento daquilo que foi tratado. Se o Mourão está a serviço de algum grupo de interesse contrário a que isso aconteça, tenho convicção que ele perdeu essa queda de braço. Mourão é um poeta calado. Sempre que abre a boca cria um problema para o governo", disse ao Estado o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), principal porta-voz da Frente.

O deputado deve assumir a presidência do grupo nos próximos dias. O atual presidente, deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), não se reelegeu.

Os evangélicos ficaram também incomodados com o vice por causa de uma entrevista na qual ele defendeu que o aborto é uma escolha da mulher. O ponto central das queixas, contudo, é a questão da mudança da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. "Esse foi um compromisso de campanha do presidente da República com nosso seguimento. Nós não pedimos muitas coisas a ele, mas essa foi uma delas", disse Sóstenes.

"Por que o Mourão, sabendo das bandeiras do Bolsonaro, não se manifestou antes da eleição? É uma coisa feia esconder suas convicções. Faltou protocolo e ética no exercício da função dele. Mourão está fazendo campanha para 2022, mas a ala conservadora não vota nele nunca", disse ao Estado o pastor Silas Malafaia, líder da igreja evangélica Vitória em Cristo e presidente do Conselho dos Pastores do Brasil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Jerusalém capital de Israel em dezembro de 2017. Cinco meses depois, a embaixada norte-americana foi transferida para lá.

Para o bispo e presidente do Ministério Sara Nossa Terra, Robson Rodovalho, a mudança da embaixada "facilitaria muito" a viagem de brasileiros a Israel e estimularia a ampliação da oferta de voos.

Os contrários à mudança alertam para os potenciais prejuízos para as exportações brasileiras para países árabes, que estão entre os principais importadores de carne bovina e de frango do País. O Brasil pode também receber pressão da comunidade internacional. Para a ONU, o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.

"Quando o Bolsonaro se recuperar, nós vamos marcar uma audiência com ele. A ideia é levar uma carta deixando claro nossa insatisfação. Hoje, o Mourão é uma instituição e deveria guardar as opiniões para ela", disse o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR). Na semana passada, outros parlamentares usaram a tribuna da Casa para criticar publicamente o vice.

Segundo fontes do primeiro escalão das Forças Armadas ouvidas pelo Estado, Mourão age de forma "coerente" com o pensamento dos militares, especialmente quando faz críticas à política externa e sinaliza que a prioridade do governo deve ser a agenda econômica, e não a de costumes.

Ao desautorizar o chanceler Ernesto Araújo sobre a oferta de uma base no Brasil para os EUA, Mourão reproduziu a linha de pensamento dominante nas Forças Armadas, que contam com sete quadros no primeiro escalão e representam um dos pilares da administração. Procurada, a assessoria do vice disse que ele não iria se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Embaixada do Brasil em Berlim foi alvo, na sexta-feira (1º), de um ataque. A polícia da Alemanha investiga se há alguma motivação política. Esta é a segunda vez, em menos de dois meses, que os atos de vandalismo acontecem no local.

Segundo o inquérito, encapuzados quebraram os vidros da entrada do prédio e uma tinta rosa e negra foi jogada contra o muro.

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O incidente teria ocorrido de madrugada, deixando 16 janelas quebradas. Os danos podem ter chegado a € 100 mil. (Com agências)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A embaixada do Brasil em Berlim foi alvo de protesto. A fachada do prédio acordou neste sábado, 5, pichada. Em fotos que circulam pelas redes sociais e entre diplomatas brasileiros pelo exterior, pode-se ler nos vidros da entrada do prédio a frase "Lutaremos contra o fascismo no Brasil".

Procurado, o serviço de atendimento emergencial da embaixada afirmou que não estava em condições de dar informações sobre o ocorrido. Roberto Jaguaribe, o embaixador que assume o posto na capital da Alemanha, ainda não está na cidade. A página oficial da embaixada também está sem acesso.

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O serviço de imprensa do Itamaraty não deu respostas ao ser questionado pelo Estado. O ato ocorreu um dia depois de outro protesto. Na sexta-feira, um grupo de jovens invadiu a embaixada do Brasil na Nova Zelândia, também em manifestação contra o fascismo.

Pelas redes sociais, o grupo OA apenas explicou que exigia "a expulsão do embaixador brasileiro na Nova Zelândia e a retirada do embaixador neozelandês no Brasil. Não nos relacionamos com nações fascistas! #nobolsonaro"

Essa não é a primeira vez que a embaixada é alvo de um protesto. Em 2014, às vésperas da Copa do Mundo, pessoas encapuzadas lançaram de pedras contra as mesmas janelas que agora foram alvo de pichadores.

Naquele momento, a polícia de Berlim não excluiu uma motivação política para o ataque, enquanto a imprensa local apostava em uma relação entre o evento no Brasil e os ataques. A suspeita, naquele momento, apontava para grupos anarquistas.

O Irã condenou o plano do presidente eleito Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bahram Ghasemi, disse nesta segunda-feira que tal medida "não vai ajudar a paz, a estabilidade, a segurança e a recuperação dos direitos do povo palestino". Ele acrescentou, porém, que "as relações com o Brasil eventualmente continuarão".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que está visitando o Brasil, disse neste domingo que era uma questão de tempo para que o Brasil transfira sua embaixada para Jerusalém.

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Bolsonaro indicou no mês passado que pretendia transferir a embaixada, o que gerou ameaças de boicote a produtos brasileiros por parte de estados árabes. A Liga Árabe declarou, na ocasião, que se o plano for mantido, a região tomará as "medidas políticas, diplomáticas e econômicas necessárias" diante de um ato considerado como "ilegal".

A transferência da embaixada é um gesto de reconhecimento da cidade sagrada como capital do Estado de Israel, questão que divide árabes e israelenses no conflito no Oriente Médio, além da própria comunidade internacional. Os palestinos reivindicam a porção oriental da cidade como capital de seu futuro Estado, mas os israelenses a consideram indivisível. Pelo plano de partilha da Palestina, de 1947, a cidade deveria ter status internacional, mas Israel tomou a parte ocidental na guerra de 1948. Anexada pela Jordânia, a porção do Oriente de Jerusalém foi ocupada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Atualmente, a maior parte dos países mantêm embaixadas em Tel Aviv. Os EUA fizeram a mudança de sua embaixada para Jerusalém em maio deste ano, gerando protestos. A Austrália anunciou neste mês que o país irá reconhecer formalmente Jerusalém como a capital de Israel, mas indicou que a mudança de endereço da embaixada só ocorrerá quando for alcançado um acordo de paz na região.

(Luciana Collet, com Associated Press)

A mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém não é uma questão de "se", mas sim de "quando". A afirmação foi feita pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou há pouco o israelense, em discurso durante encontro com a comunidade judaica, no Rio.

Os dois se reuniram no Rio na sexta-feira, primeiro dia da visita oficial de Netanyahu ao Brasil, onde acompanhará a posse de Bolsonaro, na próxima terça-feira, em Brasília.

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Nos pronunciamentos públicos de sexta-feira, após um almoço e uma reunião, e num evento numa sinagoga, Bolsonaro não tocou no tema da embaixada. A transferência da representação diplomática brasileira para Jerusalém, um gesto de reconhecimento de que a cidade sagrada é a capital do Estado de Israel, foi promessa de campanha de Bolsonaro. A última fez que o presidente eleito tocou publicamente no assunto foi num post no Twitter, ainda em novembro.

Apesar do silêncio de Bolsonaro nos dois pronunciamentos de sexta-feira, Netanyahu revelou a conversa de sexta-feira. "Ele (Bolsonaro) me disse que a transferência da embaixada não era uma questão de se, mas uma questão de quando", afirmou Netanyahu.

Segundo o primeiro-ministro, a declaração de Bolsonaro foi a mesma do presidente americano, Donald Trump, após ser eleito, em 2016. Os Estados Unidos mudaram sua embaixada para Jerusalém em maio último. Netanyahu permanecerá no Rio até terça, quando viaja a Brasília, para a posse de Bolsonaro.

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