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Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro tem pautado movimentos da diplomacia brasileira do ponto de vista eleitoral, o que inclui o afastamento de governos que demonstram simpatia pelo ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em reserva, diplomatas dizem que a tendência é de que negociações internacionais continuem até o fim do ano afetadas pela disputa presidencial.

A discussão em Brasília nas últimas semanas sobre a participação do Brasil na Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, passou longe dos debates sobre interesse nacional em se aproximar ou não do presidente americano. Joe Biden é visto como um representante da esquerda global para a base bolsonarista. Por isso, até a semana passada, Bolsonaro resistia em fazer a viagem.

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O plano mudou quando os EUA asseguraram que ele terá um encontro bilateral com Biden e que poderá levantar temas de interesse do lado brasileiro. A ideia é provocar declarações que possam ajudá-lo na campanha, como a intermediação de compra de fertilizantes do Canadá, um tema que agrada ao agronegócio.

A pauta eleitoral, no entanto, não entra na conta só nos casos de marketing político favorável. Há um freio de mão puxado quando o assunto é a relação com governos com simpatia declarada a Lula.

O governo brasileiro desmarcou, de última hora, a realização da V Comissão Binacional que teria com o governo do México em abril, logo após o presidente López Obrador receber Lula no país. O comércio entre as duas economias mais relevantes da América Latina é tímido e a retirada de barreiras comerciais, tema do encontro, é considerada crucial pelo setor industrial. Não há nova data para a reunião. "No momento, a data de realização da reunião encontra-se em fase de tratativas, diante da necessidade de se buscar convergência na agenda das autoridades, ainda no corrente ano", afirmou o Itamaraty, em nota.

Correlação

Aliados ponderam que o chanceler Carlos França foi a Madrid neste ano, cerca de três meses após Lula ser recebido pelo presidente espanhol, Pedro Sánchez. E argumentam que é natural que haja "correlação entre a política externa e a interna", já que o Itamaraty segue as diretrizes do presidente eleito.

Situação parecida já havia acontecido em dezembro, quando o Brasil, na presidência pro tempore do Mercosul, avisou a Argentina, Uruguai e Paraguai que a cúpula agendada para uma semana depois seria realizada virtualmente e não mais presencialmente. O comunicado foi feito durante os dias em que Lula visitava a Argentina, a convite do presidente Alberto Fernández.

Outros dois posicionamentos recentes do Itamaraty também ligaram o sinal de alerta entre membros da diplomacia. Primeiro, quando a pasta se incomodou com a decisão da Justiça Eleitoral de buscar apoio de observadores internacionais nas eleições - o que provocou recuo do tribunal. Na mesma época, o Itamaraty colocou sob sigilo, por cinco anos, os detalhes da viagem feita por Bolsonaro à Rússia na iminência da invasão da Ucrânia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A guerra na Ucrânia pode ser encerrada somente por meios "diplomáticos" - declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, neste sábado (21), embora as negociações entre Moscou e Kiev estejam em ponto morto.

"O fim [do conflito] será diplomático", disse ele em entrevista a um canal de televisão ucraniano.

A guerra "será sangrenta, haverá combates, mas terminará, com certeza, por meio da diplomacia", acrescentou.

"As discussões entre Ucrânia e Rússia com certeza vão acontecer. Não sei sob qual formato: com intermediários, sem eles, em um círculo ampliado, ou em nível presidencial", acrescentou.

"Há coisas que podemos conseguir somente na mesa de negociações. Queremos que tudo volte [a ser como era antes]", algo que "a Rússia não quer", acrescentou, sem dar mais detalhes.

O resultado dessas conversas, cujo tema pode variar "segundo o momento da reunião", deve ser "justo" para a Ucrânia, ressaltou o presidente.

Zelensky lembrou que uma condição indispensável para a continuidade das negociações é que o Exército russo não mate os militares ucranianos entrincheirados no vasto complexo metalúrgico de Azovstal, em Mariupol, no sudeste da Ucrânia.

O presidente observou que as tropas russas "deram a possibilidade" de os combatentes ucranianos saírem vivos de Azovstal.

"O mais importante para mim é salvar o maior número possível de pessoas e soldados", frisou.

Enquanto isso, de Moscou, o Ministério da Defesa afirmou ter destruído um grande carregamento de armas fornecidas por países ocidentais às tropas ucranianas na região leste do Donbass.

"Mísseis Kalibr de alta precisão e longo alcance, lançados do mar, destruíram um grande lote de armas e equipamentos militares perto da estação ferroviária de Malin, na região de Zhytomyr, enviados pelos Estados Unidos e por países europeus", disse o ministério.

Além do apoio militar, a Ucrânia conta com forte apoio financeiro dos Estados Unidos e da União Europeia (UE).

Neste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou um projeto de lei de US$ 40 bilhões destinado a garantir o fornecimento de armas e apoio econômico à Ucrânia. E o G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, prometeu US$ 19,8 bilhões.

- Gás cortado para a Finlândia -

Depois que os países ocidentais impuseram uma série de sanções à Rússia, o Kremlin advertiu que seus suprimentos de gás seriam cortados, a menos que os pagamentos fossem feitos em rublos.

Após cumprir sua ameaça na Polônia e na Bulgária, Moscou fez o mesmo com a Finlândia, na manhã deste sábado, informou a estatal do país nórdico Gasum.

"As entregas de gás para a Finlândia sob o contrato de fornecimento da Gasum foram cortadas", disse a empresa finlandesa em um comunicado, acrescentando que, a partir de agora, o abastecimento será feito pelo gasoduto Balticconnector, que conecta Estônia e Finlândia.

Este anúncio foi feito dois dias depois de Finlândia e Suécia, dois países com histórico de não alinhamento militar, solicitaram sua adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em meio a temores regionais provocados pela invasão russa da Ucrânia.

A Rússia mantém seu cerco no leste da Ucrânia, após declarar, na sexta-feira, a "liberação total" da cidade de Mariupol (sudeste) com a rendição dos últimos defensores entrincheirados há semanas na siderúrgica Azovstal.

Depois de resistirem em condições precárias no labirinto de túneis desta fábrica, os cerca de quinhentos combatentes ucranianos que lá permaneceram se renderam na sexta-feira, anunciou o Ministério russo da Defesa.

Desde segunda-feira, 2.439 combatentes se entregaram às tropas de Moscou, pondo fim ao último bolsão de resistência desta cidade portuária do Mar de Azov, devastada por meses de bombardeios.

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, informou ao presidente Vladimir Putin "o fim da operação e a liberação total do complexo [Azovstal] e da cidade de Mariupol", disse um porta-voz.

As autoridades ucranianas, que ordenaram a seus soldados que depusessem as armas para "salvar" suas vidas, estão confiantes em uma troca de prisioneiros com soldados russos, embora as autoridades rebeldes da região ameacem julgá-los.

- Zelensky promete repatriar prisioneiros -

"Serão trazidos de volta para casa", prometeu Zelensky em entrevista à televisão ucraniana, na qual afirmou que 700.000 combatentes ucranianos lutam contra as tropas russas.

O porta-voz do Departamento americano da Defesa, John Kirby, pediu que "todos os prisioneiros de guerra sejam tratados de acordo com a Convenção de Genebra e com o direito da guerra".

A captura de Mariupol era um objetivo-chave na estratégia de Moscou para conquistar o leste e o sul da Ucrânia.

Na região leste do Donbass, uma área de mineração parcialmente controlada, desde 2014, por separatistas apoiados pelo Kremlin, várias cidades passaram semanas sob bombardeios russos.

Segundo o ministro russo da Defesa, suas tropas estão "perto de completar" a liberação de Lugansk, uma das duas regiões, juntamente com Donetsk, que compõem esta bacia mineira.

Três pessoas morreram na sexta-feira, e cinco ficaram feridas neste sábado, na região de Donetsk, anunciou seu governador Pavlo Kyrylenko no Telegram.

Mais a oeste, na região de Kharkiv, onde a Ucrânia diz estar recuperando terreno, as autoridades relataram oito feridos, incluindo um garoto, vítimas de mísseis disparados contra um centro cultural na cidade de Lozova.

O governador da região nordeste de Kharkiv, Oleg Sinegubov, afirmou que várias cidades foram alvo de ataques de artilharia nas últimas 24 horas, deixando um morto e 20 feridos.

Uma disputa diplomática entre Berlim e Kiev foi desencadeada após o embaixador da Ucrânia na Alemanha, Andrij Melnyk, responder à afirmação do chanceler alemão Olaf Scholz, que disse não pretender visitar a capital ucraniana como outros líderes mundiais fizeram pois o presidente do país, Volodymyr Zelenskyy, recentemente se recusou a receber o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.

A recusa de Kiev à oferta de Steinmeier de visita foi um "comportamento muito peculiar" que impediu sua própria viagem à Ucrânia, disse Scholz à televisão alemã. "Isso não é maneira de tratar um presidente de um país como a Alemanha, que forneceu tanta ajuda financeira e militar", disse o chanceler.

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"Não parece muito estadista se comportar como uma salsicha de fígado insultada", disse o embaixador da Ucrânia, Andrij Melnyk, em resposta aos comentários do chanceler. Ele usou uma expressão idiomática alemã, "beleidigte Leberwurst", que denota uma pessoa facilmente insultada. "Não estamos em um jardim de infância aqui: trata-se da mais brutal guerra de destruição desde a invasão nazista da Ucrânia", disse Melnyk à agência de imprensa alemã DPA.

As tensões estão crescendo entre os dois governos desde a relutância inicial da Alemanha em enviar armas para a Ucrânia e sua recusa em parar imediatamente de comprar gás e petróleo russos. Fonte: Dow Jones Newswires.

Em sua live semanal dessa quinta-feira (30), gravada em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a justificar a razão para o Governo Federal ter rejeitado a ajuda argentina em prol das famílias atingidas pelas fortes chuvas no Sul da Bahia. De acordo com o mandatário, se a ajuda fosse maior, o país aceitaria, pois além de bem-vinda, a mão de obra seria logisticamente mais viável.

“Toda ajuda é bem-vinda, jamais abriremos mão de ajuda, mas que ajuda é essa? A ajuda foi o oferecimento de dez homens conhecidos como Capacetes Brancos. Quais ações eles fariam? Almoxarife, separar material, donativos, ajudar a distribuir água e alimentos. Basicamente isso daí. Ter um local específico para colocar 10 pessoas fica caro para a gente. E temos gente suficiente”, afirmou o presidente.

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Na última terça-feira (28), o Ministério das Relações Exteriores da Argentina emitiu uma nota, na qual ofereceu à Bahia a cooperação dos ‘Capacetes Brancos’, assistência humanitária, devido às enchentes e aos desabrigados no Sul do estado. "A Argentina disponibilizou a Comissão de Capacetes Brancos para colaborar na catástrofe da Bahia no Brasil", disse o comunicado oficial.

Com a recusa do governo brasileiro, o governador baiano Rui Costa (PT) chegou a afirmar que aceitaria a ajuda diretamente da Argentina, contornando o Governo Federal, mas Bolsonaro aproveitou a live para afirmar que esta opção não é possível. Por fim, esclareceu que a recusa não foi baseada em ideologia —  Alberto Fernández, presidente da Argentina, compõe uma frente de esquerda no país.

“Ninguém falou não por questão de ideologia. Se a Argentina tiver algo a mais para oferecer, tudo bem”, declarou, fazendo referência à oferta do Japão de itens como colchonetes e roupas.

Na última semana, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA). Foram enviadas barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro.

Mesmo com o governo Bolsonaro tendo recusado a ajuda da Argentina, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que irá receber ajudas humanitárias de países de todo o mundo para auxiliar as cidades da Bahia afetadas e destruídas pelas fortes chuvas. 

"A Argentina ofereceu ajuda humanitária às cidades afetadas pelas chuvas na Bahia, apesar da negativa do Governo Federal. Me dirijo a todos os países do mundo: a Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda neste momento", declarou o governador por meio de sua conta no Twitter.

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O petista aponta que "Os baianos e brasileiros que moram aqui no estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento".

Entenda

Na noite da quarta-feira (30), o governo da Argentina havia se comprometido a ajudar os baianos desabrigados pelas enchentes no Sul da Bahia, com o envio de  profissionais especializados, mas a ajuda foi recusada pelo governo brasileiro.

O governador Rui Costa (PT) informou que, em um primeiro momento, seriam disponibilizados dez profissionais especializados nas áreas de água e saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres.

De férias em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou que as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando o tipo de assistência que havia sido oferecida pelo governo argentino ao Brasil.

"Por essa razão, a avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das  condições", salientou.

Bolsonaro complementa que "o Governo Brasileiro está aberto a ajuda e doações internacionais. Ontem, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA): são barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro", pontuou.

O Brasil autorizou a concessão do visto humanitário aos cidadãos afegãos que desejarem deixar o Afeganistão em razão da retomada do regime talibã. A informação foi anunciada nessa sexta-feira (3), pelos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça e Segurança Pública. Mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e seus familiares serão considerados prioridade na fila de imigração. O grupo de 270 juízas afegãs que pediu ajuda para deixar o país poderá dar entrada no pedido deste documento, segundo o governo brasileiro.

Os grupos prioritários são considerados de maior risco, uma vez que a interpretação que o talibã tem do islã faz alusão à sharia e ao cerceamento dos direitos básicos de mulheres e crianças, como o livre arbítrio - garantido pelo próprio islã -, o direito à educação e ao lazer.

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"A medida é baseada nos fundamentos humanitários da política migratória brasileira", disseram os ministérios em nota. "Reafirmando o compromisso brasileiro com o respeito aos direitos humanos e com a solidariedade internacional”, escreveram os ministérios.

Em agosto, o Itamaraty afirmou que preparava a concessão dos vistos humanitários "em termos semelhantes aos concedidos a haitianos e sírios”. O pedido de visto humanitário, diferentemente do de refúgio, tem de ser feito fora do Brasil, em alguma autoridade consular.

No caso do Afeganistão, a mais próxima é a embaixada de Islamabad, no Paquistão. Segundo o ministério, as embaixadas em Teerã, Moscou, Ancara, Doha e Abu Dhabi também estarão habilitadas a processar os pedidos de visto para acolhida humanitária.

O diplomata Roberto Goidanich foi promovido a diretor do Departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia, subordinado ao Itamaraty. Goidanich atuava como chefe de uma das divisões do mesmo departamento desde que foi exonerado, em julho, do comando da Fundação Alexandre Gusmão (Funag), vinculada ao ministério.

À frente da Funag, o diplomata era ligado ao ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e visto como um dos representantes da "ala olavista" do governo Bolsonaro. Foi sob seu comando que a fundação recebeu palestras dos blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Küster, ambos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news.

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Goidanich foi exonerado da Funag no início de julho e passou a desempenhar a função de chefe da Divisão de Sul e Sudeste da Ásia, pertencente ao departamento que agora dirige. Com a nova nomeação, publicada no Diário Oficial da União (DOU), substitui a diplomata Maria Izabel Vieira - que foi designada cônsul-geral do Brasil em Houston, nos Estados Unidos, há cerca de um mês.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou, em suas redes sociais, a reputação internacional do Brasil e os problemas diplomáticos trazidos pela gestão de Jair Bolsonaro (sem partido). No comentário, o petista voltou a fazer paralelo do governo com o regime do Talibã, insinuando que pelas diversas feridas à diplomacia e democracia, os extremistas seriam os únicos interessados em manter relações públicas com o país.

“É lamentável que o Brasil tenha se tornado um pária internacional. Ninguém convida o Bolsonaro para visitar nenhum país. E nenhum chefe de Estado quer visitar o Brasil. Ninguém quer aparecer do lado dele”, declarou.

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“Se bem que agora é capaz que o Talibã convide o Bolsonaro”, acrescentou o petista, ao apontar a sintonia de ideias de Jair Bolsonaro com o grupo.

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Recentemente, o nome do ex-presidente voltou a ser associado ao Talibã, após redes bolsonaristas na internet circularem uma imagem falsa, com uma manchete afirmando que Lula teria comemorado a retomada do grupo no Afeganistão e que possuía interesses em se relacionar com as forças do regime. Compartilhada até mesmo pelo deputado Eduardo Bolsonaro, a notícia foi desmentida por veículos de checagem e se tratou de uma montagem (foto editada).

Durante o evento de início da vacinação para pessoas com Síndrome de Down na Zona Oeste da capital Paulista, o governador de São Paulo, João Dória, afirmou que há 10 mil litros de insumos da vacina Coronavac travados na China e culpou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por esse problema. 

Esses insumos seriam suficientes para a produção de 18 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. É muito necessário para o Brasil. É um problema diplomático, um problema que se dá pelas manifestações sucessivas erráticas e desnecessárias pelo governo federal, do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e seus ministros", disse o governador.

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O tucano acentua que esses insumos estão parados nos refrigeradores do laboratório Sinovac Biotech, que desenvolve a vacina na China, esperando a autorização para envio para o Brasil.

Briga diplomática

No dia cinco de maio, em discurso no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a China, insinuando que o país asiático teria se beneficiado economicamente da Covid-19. Ele chegou a afirmar que o novo coronavírus pode ter sido criado em laboratório.

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em um laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é uma guerra química bacteriológica e radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês", afirmou.

A China ameaçou nesta segunda-feira (11) retaliar os EUA, a menos que Donald Trump reverta sua decisão de limitar vistos para jornalistas chineses. O atrito é mais um capítulo da disputa diplomática entre Washington e Pequim, uma rivalidade que Jean-Pierre Cabestan, cientista político da Universidade Batista de Hong Kong, chama de "nova guerra fria" - termo que vem sendo cada vez mais usado por outros analistas.

A última fricção é resultado de uma queda de braço que começou em fevereiro, quando os EUA impuseram restrições às ações da imprensa estatal da China no país, descrevendo o trabalho dos jornalistas chineses como "propaganda". Em março, Pequim expulsou 13 jornalistas americanos, todos correspondentes do New York Times, do Washington Post e do Wall Street Journal.

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"Lamentamos a decisão errada dos EUA, que é uma escalada da supressão política da mídia chinesa", disse na segunda-feira o porta-voz da chancelaria da China, Zhao Lijian. "Os EUA estão entrincheirados em uma mentalidade da guerra fria e em preconceitos ideológicos." Mas a disputa entre as duas maiores economias do mundo não está restrita ao jornalismo.

EUA e China vinham em rota de colisão antes do novo coronavírus aparecer. Desde que Trump assumiu, em 2017, a Casa Branca declarou uma guerra comercial ao governo chinês, acusado de manipular a moeda e de jogar baixo, impondo aos americanos um déficit comercial de US$ 419 bilhões com a China.

Trump colocou tarifas sobre produtos chineses. A China respondeu, taxando importações dos Estados Unidos. E a relação se deteriorou. "O nível de confiança entre os dois países chegou ao ponto mais baixo desde que as relações diplomáticas foram estabelecidas, em 1979", disse Wang Huiyao, diretor do Center for China and Globalization, de Pequim.

A pandemia, em vez de criar um clima de cooperação, deixou o afastamento mais evidente. A briga sobre a origem do vírus é um reflexo dessa disputa. Em janeiro, Trump elogiava o esforço do presidente Xi Jinping contra o surto. "A China vem trabalhando duro para conter o coronavírus. Os EUA agradecem o esforço e a transparência (dos chineses)", disse Trump.

A boa vontade da Casa Branca durou até que a pandemia chegasse aos EUA. Criticado por ter minimizado a força do coronavírus, a popularidade de Trump caiu e seu rival democrata Joe Biden consolidou sua liderança nas pesquisas, dificultando o caminho para a reeleição na disputa de novembro.

Nas últimas semanas, a campanha de Trump elegeu a China como bode expiatório. Agora, o presidente e os seus aliados sustentam que o vírus foi criado em um laboratório chinês - e o governo comunista da China seria responsável pela catástrofe econômica mundial.

Na segunda-feira, 18 secretários de Justiça de Estados governados por republicanos enviaram uma carta ao Congresso dos EUA pedindo uma investigação sobre o papel da China na origem da pandemia. "Os erros deliberados do governo chinês são responsáveis pela morte de 80 mil americanos", escreveram.

O governo chinês afirmou que as acusações de Trump são uma tentativa de desviar a atenção da incompetência do presidente e melhorar suas chances de reeleição. A divulgação da teoria de que o vírus foi criado em um laboratório evocou comparações com as informações de que o Iraque tinha armas de destruição em massa, que o governo George W. Bush usou para justificar a guerra, em 2003. "A China não será o Iraque", tuitou, no sábado, o porta-voz da chancelaria, Hua Chunying.

Os últimos 40 anos haviam sido de relativa cooperação entre os dois países. As diferenças ideológicas foram deixadas de lado em favor de uma relação simbiótica que rendeu bons resultados econômicos. Milhares de empresas americanas se estabeleceram em território chinês - a GM, por exemplo, vende mais carros na China do que nos EUA. Quase 400 mil jovens chineses estudam em escolas e universidades americanas.

Analistas, no entanto, dizem que o desenvolvimento econômico - uma média de 9% ao ano desde 1989 - tornou a China mais ambiciosa e Pequim começou a reivindicar seu espaço no tabuleiro geopolítico global, com investimentos na África, Oriente Médio e na América Latina. Para Chen Zhiwu, professor da Universidade de Hong Kong, o ponto de inflexão foi a volta da ortodoxia comunista, desde que Xi assumiu a presidência, em 2013.

"Entre 1978 e 2012, o Partido Comunista da China (PCCh) deixou de lado suas raízes e se concentrou no desenvolvimento econômico. Depois que o país se consolidou, o PCCh voltou a priorizar o projeto inicial de construção do socialismo", afirmou Zhiwu esta semana ao jornal Financial Times.

Um sinal da mudança de ventos foi dado por Xi, em 2016. Depois de ter garantido aos EUA que não estava interessado em montar bases militares em ilhas artificiais no Mar do Sul da China, ele enviou baterias antiaéreas e outros sistemas de defesa para a região, pegando de surpresa o governo do então presidente Barack Obama.

Outro indício de que as relações entre os dois países esfriaram é o nível de investimentos chinês nos EUA, que caiu de US$ 45 bilhões, em 2016, para US$ 5 bilhões, no ano passado. De acordo com analistas, a China é hoje um dos poucos temas capazes de unir democratas e republicanos no Congresso. Por isso, a previsão é de que Trump e Biden travem uma guerra durante a campanha, no segundo semestre, para determinar quem pode jogar mais duro com a China.

Observadores mais cautelosos, no entanto, dizem que é preciso ter calma ao analisar as disputas diplomáticas entre chineses e americanos. Na semana passada, Robert Lighthizer, representante comercial dos EUA, e Steven Mnuchin, secretário do Tesouro, participaram de uma teleconferência com Liu He, vice-premiê da China. Depois da conversa, os dois lados disseram que as negociações comerciais progrediram - o que seria, segundo alguns analistas, um sinal de que a retórica agressiva pode não representar a essência da relação entre Washington e Pequim. (Com agências internacionais).

Em menos de 100 dias de governo, o presidente Alberto Fernández já deu muitos sinais de ter começado uma nova etapa na política externa da Argentina, com mudanças não apenas em relação ao antecessor, Mauricio Macri, mas também ao último governo de Cristina Kirchner, sua aliada e vice-presidente.

Os últimos quatro anos de kirchnerismo (2011-2015) foram marcados pelo apoio ao regime chavista venezuelano, a Rafael Correa, no Equador, e ao Partido dos Trabalhadores (PT), no Brasil. Cristina se distanciou dos EUA, tentou fechar acordos com Rússia, Irã e se aproximar da China. Durante esse período, Fernández criticava a política externa argentina e defendia a volta da direção dada por Néstor Kirchner, de quem foi chefe de gabinete.

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A diplomacia pós-Cristina não demorou muito a se desenhar. Fernández escolheu o México como o primeiro destino - quebrando a tradição do Brasil como primeira visita oficial. A segunda viagem, porém, foi a Israel, incluindo uma reunião com o premiê Binyamin Netanyahu, um duro crítico da relação de Cristina com o Irã.

No governo, Fernández lidera uma coalizão de kirchneristas, peronistas conservadores e progressistas não peronistas. Sua chegada à Casa Rosada, porém, teve mais a ver com o apoio de Cristina do que com a aliança entre esses diferentes grupos. No poder, o presidente trabalha para consolidar seu próprio estilo, navegando entre a ruptura com a diplomacia de Macri e tornando o mais evidente possível que ele não é Cristina.

Pragmatismo

A prioridade do governo de Fernández é renegociar a dívida com o FMI e com os detentores de títulos privados. Toda a estratégia econômica e diplomática é colocada a serviço dessa missão e está diretamente ligada com o esforço de passar uma imagem de uma nova era pós-Cristina.

"As duas grandes diferenças entre a política externa de Fernández e Cristina: a tomada de decisões, que antes era homogênea e tinha um perfil ideológico muito claro, agora ganhou uma visão mais pragmática e heterogênea", disse ao Estado Esteban Actis, professor da Universidade Nacional de Rosario. "Outra diferença é o contexto, em razão da economia atual, mais fragilizada, e do cenário global muito mais convulsionado."

A Venezuela é um dos temas mais quentes da região e um assunto no qual Fernández rompe com ambos, Macri e Cristina. Segundo Actis, a diferença principal é que agora o governo argentino vem condenando sistematicamente as violações de direitos humanos e o autoritarismo de Nicolás Maduro. "A Argentina vem tentando se descolar das posições mais radicais da esquerda latino-americana e adotar uma política que agrade às duas alas do governo. Fernández ocupa o espaço deixado pela Frente Ampla, do Uruguai (que acaba de perder as eleições)", afirma.

Para Actis, a relação com os EUA também é "totalmente diferente" agora, porque o presidente sabe que, sem a ajuda americana, será muito difícil obter um alívio da dívida. "Como maneira de resolver conflitos, Cristina aprofundava as contradições, dividia lados entre amigos e inimigos", afirma Actis. "Fernández constrói pontes que podem se chocar com a truculência do discurso de Cristina."

Dívida

Um exemplo foram as recentes negociações da dívida. No auge da tensão, Cristina exigiu publicamente que o FMI cancelasse a dívida argentina - e recebeu como resposta que não seria possível, em razão dos estatutos da instituição.

Fernández tem bons relacionamentos em Washington desde que era chefe de gabinete de Néstor. Quando decidiu viajar para Israel, segundo Acris, enviou uma mensagem a Donald Trump: a política externa argentina tem uma nova marca.

O novo chanceler, Felipe Solá, que se reuniu recentemente com o presidente Jair Bolsonaro, não respondeu aos pedidos de entrevista. Mas, no Palácio San Martín, sede da chancelaria argentina, existe um excesso de precaução para evitar ruídos que dificultem as negociações sobre a dívida.

Fontes próximas de Solá, no entanto, admitiram à reportagem que a nova política externa quer derrubar o mito do peronismo como "movimento antieuropeu e antiamericano" e passar a segurança de que a Argentina agora apoia "uma visão mais crítica sobre a Venezuela".

Nos bastidores, os diplomatas argentinos confirmam que a prioridade do governo argentino é a reestruturação da dívida e garantem que Fernández quer que o país retorne à sua posição tradicional de não interferência em assuntos internos de outros países.

De acordo com fontes do governo, a nova diplomacia argentina encontrou no papa Francisco um parceiro tático. A terceira viagem oficial de Fernández foi para o Vaticano. Jorge Bergoglio é próximo do peronismo e tido como uma "referência ética e moral".

Durante anos, Francisco teve em Cristina uma fiel aliada para bloquear a legalização do aborto. Agora, isso também mudou, já que Fernández já anunciou que apoiará a elaboração de uma lei que regularize a interrupção da gravidez na Argentina.

No Brasil, nos EUA e na China, Argentina manda mensagem de mudança

Alberto Fernández ainda está montando sua equipe de governo e indicando embaixadores. Mas três casos são um exemplo da nova diplomacia pós-Cristina Kirchner: os escolhidos do presidente para ocupar os postos em Brasília, Washington e Pequim.

No caso do Brasil, Fernández decidiu enviar o ex-vice-presidente e ex-governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, desafeto de Cristina por muitos anos e escanteado dentro do kirchnerismo. Embora não venha da carreira diplomática, ele tem experiência política, não tem vocação ideológica e está perto do poder.

Para os EUA, a Casa Rosada inovou com a indicação de um "superembaixador". Além do posto na embaixada, Jorge Argüello será uma espécie de coordenador de todas as delegações argentinas: OEA, FMI, Banco Mundial e BID. Argüello foi embaixador na ONU, é amigo pessoal de Fernandez e tem um perfil diferente de Héctor Timerman, escolhido por Cristina na época por sua retórica ideológica e de confronto.

O cargo em Pequim foi definido após uma disputa entre as duas alas do kirchnerismo. Os radicais apostavam em Sabino Vaca Narvaja, que perdeu a queda de braço para um diplomata de carreira, Luis Kreckler, ex-embaixador no Brasil, de perfil mais profissional e um aceno aos funcionários do Palácio de San Martín.

Ao Estado, diplomatas do alto escalão do governo, que pediram anonimato em razão da delicada renegociação da dívida, disseram que a necessidade de manter um boa relação com as grandes potências aproximam a política externa do ex-presidente Mauricio Macri com a de Fernández. "O governo precisará de simpatia e paciência", diz um diplomata que ocupou alto posto no governo anterior.

A relação entre funcionários dos dois governos - Macri e Fernández - é melhor do que se imaginava. Fontes da Casa Rosada disseram ao Estado que Fernández chegou a perguntar à ex-chanceler Susana Malcorra como responder os desaforos de Bolsonaro.

"O conselho que ele recebeu foi o que ele acabou fazendo: baixar o tom e não responder", disse um diplomata ligado ao presidente.

Segundo José Perego, do centro de estudos latino-americanos do Conselho Argentino de Relações Internacionais (Cari), as dificuldades econômicas devem conter a agressividade na relação entre os dois países. "Existe uma linha coerente de pragmatismo de Argentina e Brasil. A circunstância econômica obriga o governo argentino a buscar consenso, e não conflito", disse. "A agenda negativa, sem nenhum tipo de ganho, não faz sentido prático."

Ainda de acordo com Perego, Fernández também não deve se descuidar do Mercosul, já que as questões comerciais estão diretamente ligadas à recuperação econômica. "Não há nenhum presidente da Argentina, desde os anos 80, que não tenha apostado no Mercosul, porque uma região sem o bloco é inviável em razão da integração entre as economias."

Por enquanto, pelo menos publicamente, Fernández vem se esforçando para mostrar uma política externa diferente da de Macri, mas e também da de Cristina. Em gestos e pensamento, o presidente argentino parece seguir à risca o lema de seu ex-chefe, Néstor Kirchner, que costumava repetir sempre que precisava acalmar os empresários: "Não prestem atenção no que digo, mas no que eu faço". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente chinês, Xi Jinping, elogiou a relação "durável, saudável e estável" entre China e Coreia do Norte - anunciou neste domingo (6) a agência de notícias estatal Xinhua, no momento em que os dois países celebram o 70º aniversário de suas relações diplomáticas.

O dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, enviou uma mensagem para Xi, manifestando que a "amizade invencível" entre os dois países "será imortal na via do apogeu da causa do socialismo", informou neste domingo a agência oficial norte-coreana KCNA.

A Coreia do Norte foi um dos primeiros países a reconhecerem a República Popular da China, após sua fundação em 1949.

A relação entre as duas nações asiáticas teve "um papel importante e positivo na manutenção da paz e da estabilidade regionais", declarou Xi, citado pela Xinhua.

Desde março de 2018, Xi e Kim se reuniram cinco vezes.

Xi Jinping foi o primeiro líder chinês em 14 anos a ir à Coreia do Norte, em uma simbólica visita em junho.

Segundo a KCNA, Kim afirmou que os dois países vão "defender constantemente a causa do socialismo e preservar a paz e a estabilidade da península da Coreia e do mundo".

Estas declarações mútuas se dão dois dias depois dos festejos por ocasião do 70º aniversário da fundação da China comunista e um dia após as novas negociações, na Suécia, entre Estados Unidos e Coreia do Norte sobre o desarmamento nuclear norte-coreano.

O presidente americano Donald Trump declarou, nesta quinta-feira, que os Estados Unidos continuam comprometidos com o diálogo sobre o programa nuclear com a Coreia do Norte, apesar do mais recente teste de mísseis de Pyongyang.

"Eles querem conversar e nós conversaremos com eles", afirmou Trump aos jornalistas na Casa Branca.

A declaração acontece depois que a Coreia do Norte afirmou ter testado com sucesso um novo tipo de míssil balístico lançado de um submarino, alguns dias antes da retomada na Suécia das negociações com Washington.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, recebe, nesta segunda-feira (16), seus homólogos russo e iraniano em Ancara para uma nova cúpula sobre a Síria, dedicada a tratar da ofensiva do governo Bashar al-Assad contra Idlib, último bastião rebelde neste país.

A reunião tripartite teve início após os encontros bilaterais entre os dirigentes na capital turca. O iraniano Hassan Rohani e o russo Vladimir Putin chegaram à Turquia no domingo à noite e nesta segunda, respectivamente.

Desde 2017, esta é a quinta cúpula entre Erdogan, Putin e Rohani. Enquanto a Turquia apoia a oposição no território sírio, Irã e Rússia são aliados do governo Assad.

Em um momento, no qual a vitória de Assad parece cada vez mais próxima, a prioridade de Ancara é evitar um novo fluxo em massa de refugiados procedentes de Idlib, no noroeste da Síria.

Apesar dos chamados de cessar-fogo, a região, onde vivem três milhões de pessoas, é alvo de uma ofensiva do governo sírio. Em virtude de um acordo firmado no ano passado com a Rússia, a Turquia conta com 12 postos de observação na zona, um deles agora cercado pelas tropas de Damasco.

O objetivo da cúpula é examinar "a evolução dos acontecimentos na Síria, sobretudo em Idlib, mas também ver que passos conjuntos dar no próximo período para cessar o clima de conflito, pôr em marcha as condições necessárias para o retorno voluntário dos refugiados e instaurar uma solução política", declarou a presidência turca em um comunicado.

Idlib continua sendo alvo de bombardeios esporádicos, apesar da instável trégua decretada em 31 de março e após quatro meses de ataques do governo sírio e de seu aliado russo.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), a ofensiva deixou mais de 960 civis mortos.

"Nesta zona, continua estando presente uma grande quantidade de terroristas [...] e os combatentes continuam disparando contra as posições das forças do governo", declarou o conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov, nesta segunda.

Antes de embarcar para Ancara, Rohani afirmou que, embora uma grande parte dos problemas da Síria esteja resolvida, Idlib é uma das principais questões da cúpula.

Questões em aberto

O presidente iraniano mencionou ainda a situação do leste do Eufrates, onde a Turquia concluiu com os Estados Unidos um acordo para criar uma "zona de segurança" que separe a fronteira turca das zonas sírias controladas pela milícia curda, apoiada por Washington, mas considerada "terrorista" por Ancara.

Para Ancara, um dos objetivos desta área é poder realocar uma parte dos mais de 3,6 milhões de refugiados sírios instalados na Turquia.

Já a Rússia deseja avançar na criação de um comitê constitucional encarregado da redação de uma Carta Magna para depois da guerra.

Em caso de sucesso, será mais uma vitória política para Putin, somando-se às suas conquistas militares, considera Dareen Khalifa, analista do International Crisis Group.

De qualquer modo, afirma Khalifa, não se espera muito deste encontro a três.

Depois de Jair Bolsonaro (PSL) confirmar a vontade de indicar o próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, para ser embaixador nos Estados Unidos, Heloísa Wolf Bolsonaro, esposa do deputado, teve o seu passaporte diplomático emitido na última terça-feira (9) - dois dias antes do presidente da república divulgar a intenção de mandar Eduardo para a embaixada em Washington. 

Coincidência, ou não, de acordo com a revista Época, o passaporte do filho número três de Bolsonaro saiu no dia 6 de fevereiro, e o anúncio de que Eduardo Bolsonaro poderia se tornar um embaixador só veio à tona um dia antes do deputado completar 35 anos, idade mínima para que, excepcionamento, alguém que não fez carreira no Itamaraty possa se tornar embaixador. 

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Se confirmar a indicação, será a primeira vez no Brasil que um presidente da República indica o próprio filho para se tornar um diplomático, cargo geralmente ocupado por ministros da primeira ou segunda classe, seguindo a estrutura do Itamaraty. 

Eduardo se diz preparado para assumir o cargo: "Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês. Vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros. Então acho que é um trabalho que pode ser desenvolvido. Certamente precisaria contar com a ajuda dos colegas do Itamaraty, dos diplomatas, porque vai ser um desafio grande. Mas tem tudo para dar certo", concluiu. 

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Uma pergunta inusitada foi feita em aplicação de exercício objetivo no curso de formação de promoção na carreira de oficial de chancelaria, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Foi questionado aos alunos o que eles fariam diante de uma “invasão de alienígenas oriundos de Betas Centauri”.

Outras duas situações foram descritas na prova: Um terremoto e um tsunami. Ambos aconteceriam ao mesmo tempo enquanto uma bomba atômica seria lançada pelo grupo de alienígenas. A questão pedia qual seria a prioridade dada pelo responsável da gestão patrimonial. Veja a imagem abaixo:

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Foto: Reprodução

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Em nota enviada pela assessoria de imprensa do Itamaraty, o questionamento faz parte do material didático pertencente a rede interna do Itamaraty e voltado para a promoção de servidores na carreira de chancelaria. Ainda segundo a assessoria, o objetivo é levantar uma questão considerada fundamental. Em uma circunstância emergencial, a prioridade seria a preservação da vida humana, e não os bens materiais. 

Leia na íntegra a nota emitida pelo Itamaraty:

O excerto citado faz parte de material didático disponível na rede interna do Itamaraty e destinado a preparar servidores para as promoções na carreira de Oficial de Chancelaria.

O texto faz uso de um recurso retórico para fins exclusivamente didáticos.

O trecho consta da apostila de “Gestão Patrimonial”, na qual, em seu módulo dois, o tema é “Princípio Zero”, sendo o corolário desse princípio “se a situação de fato inspira pânico, então o problema não é de gestão patrimonial. Terremotos, incêndios, guerras, invasões alienígenas, etc.: preocupe-se com as pessoas, não com os bens (existem também preocupações relacionadas a documentos e segurança de informações, mas que também estão fora da alçada da gestão patrimonial).”

O item em questão trata de tópico dedicado a exercícios de fixação. O que se espera dessa lição de preservação de patrimônio é que o estudante saiba responder que, em casos de risco à vida, o patrimônio deve ficar em segundo plano.

Os Estados Unidos defenderam nesta quinta-feira novas iniciativas diplomáticas para a paz na Síria, após quase um ano e meio de esforços para formar um comitê constitucional.

A campanha da ONU para estabelecer um comitê encarregado de redigir a Constituição síria do pós-guerra não avançou devido a divergências com o governo do presidente Bashar Al Assad sobre a composição do órgão.

O plano previa a participação de representantes da oposição e da sociedade civil nas negociações.

O embaixador dos Estados Unidos Jonathan Cohen disse ao Conselho de Segurança que a formação do comitê constitucional parece "fora de alcance".

"Chegou o momento de o Conselho orientar o enviado especial Pedersen a tentar outros caminhos visando uma solução política", declarou Cohen.

O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, havia comunicado ao Conselho sua esperança de encaminhar os detalhes para a formação do comitê em um futuro próximo.

A formação do comitê foi acertada em uma conferência na Rússia em janeiro de 2018.

Os Estados Unidos avaliam que Pedersen deveria se concentrar na realização de eleições nacionais na Síria, com a participação dos refugiados, na libertação dos presos e no estabelecimento de um cessar-fogo em todo o país.

O embaixador da Rússia, Vladimir Safronkov, disse que Moscou esperava um "grande progresso" na criação do comitê, após as recentes conversações entre funcionários russos e sírios.

Apoiada por Rússia e Irã, as forças de Al Assad recuperaram o controle da maior parte do território nacional e agora concentram seus esforços na região de Idlib, no noroeste.

A guerra civil na Síria, já em seu nono ano, deixou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados.

O líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, o pastor R.R. Soares, teve sua concessão de passaporte diplomático suspensa pela Justiça Federal de São Paulo nessa quarta-feira (5). Além do dele, a da sua esposa, Maria Magdalena Soares, que também é integrante da igreja, foi suspensa. A decisão ainda cabe recurso.

Nessa terça-feira (4) o Ministério das Relações Exteriores havia concedido o documento especial a R.R. Soares e sua esposa. A portaria foi assinada pelo ministro Ernesto Araújo e sua justificativa foi que “ao portar passaporte diplomático, seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior".

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Entretanto,em sua decisão, a juíza Denise Aparecida Avelar, pontuou que, ao analisar a portaria, “o Ministro das Relações Exteriores não apresentou a necessária justificativa, vinculada ao atendimento do interesse do país. Assim, agindo de forma omissiva, infringiu os limites objetivos do Decreto 5978/2006, e em especial o princípio da moralidade administrativa”.

Ainda em sua análise, a juíza pediu “a imediata adoção de providências pelo Ministério das Relações Exteriores para o recolhimento destes passaportes ou, alternativamente, o seu imediato cancelamento”.

O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, disse que o país participará de uma missão à Venezuela para encontrar soluções para a crise humanitária. O chanceler uruguaio disse que o país "está trabalhando intensamente na busca de entendimentos" e que a missão pode resultar em "novidades" nos próximos dias.

O vice-ministro, Ariel Bergamino, será o representante uruguaio do Grupo Internacional de Contato (GIC), que levará uma proposta à Venezuela. O grupo, do qual fazem parte oito países da União Europeia (França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido) e mais três países da América Latina (Uruguai, Equador e Costa Rica), se reuniu no início do mês de maio e emitiu uma declaração, na qual afirmava apoiar uma missão política ao país, com objetivo de apresentar e discutir opções concretas para uma solução pacífica e democrática.

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Comércio exterior

Durante um evento de comemoração do aniversário de 190 anos da diplomacia uruguaia, o chanceler disse que o país tem levado adiante uma política exterior de consenso e "diálogo com todos os atores". Em seu pronunciamento, destacou os esforços da diplomacia para inserir o Uruguai no mundo com negociações comerciais com 35 países.

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, esteve presente no evento em que Novoa disse que muitos países veem o Uruguai como uma nação "pacífica e democrática, firme na defesa dos direitos humanos, protetora da soberania das nações e do princípio de autodeterminação dos povos e que contraria a ingerência estrangeira nos assuntos internos dos países, sendo propenso sempre aos acordos e entendimentos como via idônea da resolução pacífica das controvérsias nacionais e internacionais".

Novoa disse que 2019 é ano eleitoral no Uruguai e, mesmo assim, nenhum candidato presidencial se mostrou disposto a mudar o rumo da diplomacia em matéria comercial. “Isso nos enche de orgulho, porque tentamos levar adiante uma política de consenso. Ao mesmo tempo, temos grande satisfação de que o próximo governo chegará a tempo para colher o fruto do trabalho realizado esses anos", disse.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou pelo Twitter que apoia a postura do Grupo de Lima de buscar uma solução pacífica para a crise na Venezuela.

"Saudamos que os países do chamado Grupo de Lima rejeitem a intervenção militar na Venezuela. Como irmãos latino-americanos, devemos encontrar a solução para nossos assuntos sempre a partir do diálogo com respeito à vida. A América Latina é uma zona de paz com dignidade e soberania", escreveu ele, neste sábado, em sua rede social.

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Após reunião nesta sexta-feira (03), o Grupo divulgou nota pedindo reunião com a União Europeia, o Uruguai, o México, e a Bolívia. O Grupo também defendeu a inclusão de Cuba nas negociações.

Apesar de o governo dos Estados Unidos afirmar que não descarta ações militares, os países latino-americanos ainda não se mostraram dispostos a apoiar uma intervenção na Venezuela.

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