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Escolas públicas de Pernambuco ganharão programa de proteção, que será lançado pelo governador Eduardo Campos, nesta quinta-feira (8) às 7h, no Núcleo de Imagens da Secretaria de Defesa Social – SDS, localizado no prédio da antiga Rede Ferroviária Federal, no centro da cidade.
 
O projeto consiste no monitoramento através de câmeras de vídeo instaladas em estabelecimentos de ensino públicos ou privados localizados no Estado. Aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado, a Lei n. 14.317 de 27 de maio de 2011, prevê descontos no ICMS de escolas e universidades particulares que investirem em segurança.
A iniciativa abrange escolas públicas da rede estadual e municipal, bem como particulares, além de instituições de ensino superior públicas ou particulares que instalem câmeras de segurança em seu entorno. Inicialmente o projeto será lançado na Escola Estadual Regueira Costa, no Rosarinho, no Colégio e Faculdade Damas, no bairro dos Aflitos e na Faculdade Maurício de Nassau – Campus Capunga, nas Graças.

PROJETO DE LEI
Na ocasião, o governador também assinará Projeto de Lei que será enviado à Assembleia Legislativa permitindo que estabelecimentos comerciais como bancos, shoppings centers e edifícios interliguem câmeras de vídeo instaladas nestes locais que visualizem áreas públicas (câmeras particulares voltadas para ruas e avenidas) com a central de vídeomonitoramento da SDS.

A discussão sobre a oferta de ensino religioso nas escolas públicas chegou à Justiça. Duas ações diretas de inconstitucionalidade foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o espaço da religião dentro da escola tendo em vista que, desde que o Brasil deixou de ser colônia portuguesa, a Constituição define o país como laico. O tema é contraditório já que a Carta Magna também determina que as escolas públicas devam oferecer ensino religioso aos alunos do ensino fundamental, ainda que a matrícula na disciplina seja optativa.

Uma das ações, encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pede que o STF se posicione a respeito do modelo de oferta do ensino religioso adotado por alguns estados, chamado de confessional, em que o professor está vinculado a comunidades religiosas. A ação, cujo relator será o ministro Carlos Ayres Britto, defende que é inadmissível que “a escola se transforme em espaço de catequese e proselitismo, católico ou de qualquer outra religião”.

Em entrevista à Agência Brasil, a vice-procuradora Deborah Duprat, autora da ação, explica que a questão da laicidade é discutida em todo o mundo e defende que a única forma de compatibilizar a oferta dessa disciplina no país é tratar o assunto sob a ótica da história das religiões.

Leia os principais trechos da entrevista com a vice-procuradora:

Qual é o objetivo da ação direta de inconstitucionalidade?

A nossa Constituição tem dois dispositivos: um, que existe desde 1890,  determina que o Estado é laico. A laicidade é um princípio que vem desde o início da República. Outro dispositivo prevê a oferta de ensino religioso em caráter facultativo. Então é preciso compatibilizar esses dois dispositivos. Também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) tem uma cláusula prevendo a oferta, em caráter facultativo, do ensino religioso, mas ela diz claramente que está vedado qualquer tipo de proselitismo. No direito existe o princípio da unidade da Constituição: não existem dispositivos antagônicos dentro dela, você precisa compatibilizá-los. Para isso você tem que fazer a leitura que a ação pretende que se faça: o Estado é laico e, quando fala na possibilidade de previsão da oferta de ensino religioso em caráter facultativo nas escolas, tem que ser ensino religioso necessariamente não confessional [não relacionado a uma determinada confissão ou religião]. Ou seja: a história, a doutrina das religiões e até a falta da religião, é preciso que essa informação seja completa. Ao lado das várias doutrinas, há também aquelas pessoas que pregam a ausência de qualquer crença como os agnósticos.

O modelo de ensino religioso confessional é incompatível com a laicidade?

A religião com esse caráter de proselitismo, confessional, priva o aluno, que é um público formado basicamente por crianças e adolescentes, da autonomia para fazer as suas escolhas essenciais, inclusive no campo da cidadania. Pretende-se que o Estado e a criança que estuda na escola fornecida por ele esteja livre desse tipo de coerção. Essa é uma questão discutida no mundo todo. Em alguns lugares, com um caráter muito mais incisivo, ao ponto de discutir laicidade e laicismo. O laicismo é um conceito que não admite nenhum tipo de cooperação do Estado com as religiões como acontece na França [que proibiu alunas muçulmanas de usar o véu nas escolas]. Outros países, como os Estados Unidos, admitem algum tipo de cooperação, mas não admitem, por exemplo, que sejam fixados crucifixos nas dependências das escolas, porque entendem que a criança faz uma leitura de que aquela escola professa aquele tipo de religião e pode ser algo coercitivo para ela.

Como seria possível compatibilizar esses dois princípios que parecem antagônicos – laicidade e ensino religioso?

Excluindo das escolas o ensino religioso de caráter confessional. Preservamos o dispositivo que trata do ensino religioso e preservamos a laicidade. O que vai ser ensinado é a história das religiões e não os dogmas, as crenças, aquilo que são as condições morais de cada indivíduo. E tem outro aspecto: os professores da disciplina devem ser aqueles regulares das escolas, admitidos por concurso público, e não aqueles egressos de uma ou outra confissão religiosa.

Alguns pesquisadores defendem que a inclusão do ensino religioso na Constituição foi uma “concessão” à laicidade. A senhora concorda com essa ideia?

A Constituição é isso, ela é um produto de lutas. Ao intérprete da Constituição cabe não entender dessas lutas, mas compatibilizar aquilo que aparentemente e incompatível. São lutas divergentes então, obviamente, quem prega a religiosidade no ensino é contra a laicidade. Essas lutas têm que ser compatibilizadas pelo intérprete do direito.

A Constituição Federal e a LDB falam que o ensino religioso nas escolas tem que ser plural e abordar todas as crenças de forma igualitária. Na prática, isso não é difícil de ser garantido?

É impossível. A religião tem esse caráter confessional. O professor que é egresso de uma determinada religião vai transmitir a crença e os dogmas daquela religião. Então, como seria esse ensino interconfessional que várias igrejas sustentam que é possível? Primeiro, não consigo imaginar o que seria na cabeça de crianças e adolescentes ora escutando dogmas de uma religião ora de outras. E quem seria esse profissional capaz de abordar aspectos de todas as religiões? Depois, como ficam os ateus? Eles também têm direito a um espaço livre desse tipo de influência.

O acordo que o Brasil assinou em 2008 com a Santa Sé reforça a importância do ensino religioso nas escolas e dá destaque ao catolicismo. Na sua opinião, qual foi a contribuição dele a esse cenário?

Na verdade, não há muito impacto porque de certa forma ele é uma reprodução dessa antinomia [contradição] que existe na Constituição porque ele também prevê a oferta “do ensino católico e de outras religiões”, então é a mesma coisa que está na Constituição e na LDB.

Mas quando ele coloca a palavra “ensino católico” não há, de certa forma, um destaque para uma crença específica?

Sim, mas a gente nem trata isso. Como na minha concepção é absolutamente impossível falar de ensino religioso em caráter confessional, de qualquer religião, esse detalhe é irrelevante. Pode até simbolicamente fazer uma diferença enorme, mas não cabe ao intérprete do direito dar importância a esse simbolismo.

Alguns defendem soluções mais extremas como uma proposta de emenda à Constituição que exclua das escolas o ensino das religiões. Esse seria um caminho?

A gente espera conseguir construir esse ensino das religiões de uma forma mais razoável. A ação não pede que seja excluído o ensino religioso, na verdade, a ação é para salvar [esse dispositivo constitucional]. Por causa do princípio da unidade, que diz que não há dispositivos inconstitucionais dentro da Constituição, não tem como você dizer que esse artigo é inconstitucional, isso não existe no direito. Então é preciso salvar essa interpretação.

Uma “guerra santa” foi travada entre os pais das 180 crianças de 4 e 5 anos que estudam no Jardim de Infância da 404 Norte, na região central de Brasília. Uma oração feita pelos alunos diariamente, antes do início das aulas, é o principal motivo da discórdia. De um lado está um grupo de pais que pede a exclusão de referências religiosas das atividades escolares. Do outro, os que apoiam o ritual diário e consideram que a direção da escola está sendo perseguida.

A discussão teve início quando uma denúncia sobre o assunto foi encaminhada à Ouvidoria da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Todos os dias antes das aulas os alunos se reúnem no pátio da escola para o momento chamado de acolhida. Nessa hora, são estimulados a fazer uma “oração espontânea”, como define a diretora Rosimara Albuquerque. A cada dia, crianças de uma turma ficam responsáveis por fazer os agradecimentos a Deus ou ao “Papai do Céu”. “Pode agradecer pelo parquinho, pelos colegas. Mas houve um questionamento por parte dos pais para que fosse um momento de acolhida um pouco mais amplo já que algumas famílias não comungam dessa religião, que seria basicamente cristã”, conta Rosimara, que está à frente da escola há seis anos.

Para a radialista Eliane Carvalho, integrante da Associação de Pais e Mestres do colégio, a escola está ultrapassando os limites permitidos pela legislação. Ela e outros pais que protestam contra essas atividades se apoiam no princípio constitucional da laicidade para pedir que práticas de cunho religioso fiquem de fora do ambiente escolar. Além do momento da acolhida, ela conta que notou outros sinais de violação, a partir de informações que o filho de 4 anos levava para casa.

“Não posso dizer que existem dentro da sala de aula práticas religiosas. Mas meu filho não aprendeu em casa a orar em nome de Jesus. Um dia ele me disse que o telefone para falar com Jesus era dobrar o joelho no chão”, relata Eliane.

Em resposta à denúncia, um grupo maior de pais organizou um abaixo-assinado a favor da escola e da oração no início das aulas. Alguns alegam que a diretora está sendo perseguida por ser católica e atuante em grupos religiosos. “A forma como eles [professores e direção] estão atuando não é nada abusiva ou direcionada a uma crença específica. Eles colocam a palavra de Deus, como entidade superior, e agradecem à família. São só coisas boas, frutos bons. Quem está incomodado é uma minoria”, defende Thiago Meirelles, que é católico e pai de um aluno.

Para Carolina Castro, mãe de outro estudante, a intenção da escola é positiva e busca a socialização. “Não acho que eles estejam tratando de religião em si, mas passando uma noção de agradecimento do que é precioso na vida. Não acho que isso seja ensino religioso”, diz.

Eliane Carvalho lamenta que a discussão tenha ficado polarizada. “Não é uma discussão pessoal, mas de currículo. O grupo que fez o abaixo-assinado passou a nos ver como perseguidores de cristãos, hoje somos vistos como pessoas absurdas que não querem a palavra de Deus na escola. Todos têm o direito de fazer suas orações, mas eu questiono o fato de a escola aceitar uma prática que, para mim, se configura em arrebanhar fiéis”, diz.

O momento da acolhida é feito há 40 anos, desde que a escola foi fundada, e é comum também em outros colégios da rede. Na última semana a reza foi substituída por cantigas de roda e outras atividades. “Aí, sim, parecia uma escola, antes parecia uma igreja. Como pai que tem a obrigação de dar uma orientação religiosa à filha, não posso permitir que haja divergência. O mais triste é que, apesar de essas pessoas dizerem que estão pregando o amor e o respeito, elas não têm respeito nenhum pela minha liberdade de que não haja essa interferência [religiosa]”, diz Mafá Nogueira, pai de uma aluna.

Para resolver o problema, a escola vai convocar reuniões com pais, professores, funcionários e representantes da Secretaria de Educação. “Vamos discutir como a gente pode abordar a pluralidade e a diversidade sem agredir ninguém e que todos possam sair satisfeitos. Mas essa polêmica é salutar porque, na medida em que a gente ouve questionamentos de pais que pensam diferente, isso é saudável para o crescimento. Podemos adotar uma postura diferente, estruturada no que a comunidade pensa”, avalia a diretora Rosimara, que usava no pescoço um cordão com um crucifixo enquanto conversava com a reportagem da Agência Brasil.

A Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que desconhece problemas semelhantes em outras escolas da rede e reiterou que orienta as unidades a seguir a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que veda qualquer prática proselitista no ambiente escolar.

Fernando* estava na aula de artes e tinha acabado de terminar uma maquete sobre as pirâmides do Egito. Conversava com os amigos quando foi expulso da sala aos gritos de “demônio” e “filho do capeta”. Não tinha desrespeitado a professora nem deixado de fazer alguma tarefa. Seu pecado foi usar colares de contas por debaixo do uniforme, símbolos da sua religião, o candomblé. O fato de o menino, com então 13 anos, manifestar-se abertamente sobre sua crença provocou a ira de uma professora de português que era evangélica. Depois do episódio, ela proibiu Fernando de assistir às suas aulas e orientou outros alunos para que não falassem mais com o colega. O menino, aos poucos, perdeu a vontade de ir à escola. Naquele ano, ele foi reprovado e teve que mudar de colégio.

Quem conta a história é a mãe de Fernando, Andrea Ramito, que trabalha como caixa em uma loja. Segundo ela, o episódio modificou a personalidade do filho e deixou marcas também na trajetória escolar. “A autoestima ficou muito baixa, ele fez tratamento com psicólogo e queria se matar. Foi lastimável ver um filho sendo agredido verbalmente, fisicamente, sem você poder fazer nada. Mas o maior prejudicado foi ele que ficou muito revoltado e é assim até hoje”, diz.

Antes de levar o caso à Justiça, Andréa tentou resolver a situação ainda na escola, mas, segundo ela, a direção foi omissa em relação ao comportamento da professora. A mãe, então, decidiu procurar uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra a docente. O caso aguarda julgamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Se for condenada, o mais provável é que a professora tenha a pena revertida em prestação de serviços à comunidade.

Já a Fundação de  Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), responsável pela unidade, abriu uma sindicância administrativa para avaliar o ocorrido, mas a investigação ainda não foi concluída. Por essa razão, a professora – que é servidora pública – ainda faz parte do quadro da instituição, “respeitando o amplo direito de defesa das partes envolvidas e o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado do Rio de Janeiro”, segundo nota enviada pelo órgão. A assessoria não informou, entretanto, se ela está trabalhando em sala de aula.

A história do estudante Fernando, atualmente com 16 anos, não é um fato isolado. A pesquisadora Denise Carrera conheceu casos parecidos de intolerância religiosa em escolas de pelo menos três estados – Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A investigação será incluída em um relatório sobre educação e racismo no Brasil, ainda em fase de finalização.

“O que a gente observou é que a intolerância religiosa no Brasil se manifesta principalmente contra as pessoas vinculadas às religiões de matriz africana. Dessa forma, a gente entende que o problema está muito ligado ao desafio do enfrentamento do racismo, já que essas religiões historicamente foram demonizadas”, explica Denise, ligada à Plataforma de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca Brasil), que reúne movimentos e organizações da sociedade civil.

Denise e sua equipe visitaram escolas de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Ouviram de famílias, professores e entidades religiosas casos que vão desde humilhação até violência física contra alunos de determinadas religiões. E, muitas vezes, o agressor era um educador ou membro da equipe escolar.

“A gente observa um crescimento do número de professores ligados a determinadas denominações neopentecostais que compreendem que o seu fazer profissional deve ser um desdobramento do seu vínculo religioso. Ou seja, ele pensa o fazer profissional como parte da doutrinação, nessa perspectiva do proselitismo”, aponta a pesquisadora.

Alunos que são discriminados dentro da escola, por motivos religiosos, culturais ou sociais, têm o processo de aprendizagem comprometido. “Afeta a construção da autoestima positiva no ambiente escolar e isso mina o processo de aprendizagem porque ele se alimenta da afetividade, da capacidade de se reconhecer como alguém respeitado em um grupo. E, na medida em que você recebe tantos sinais de que sua crença religiosa é negativa e só faz o mal, essa autoafirmação fica muito difícil”, acredita Denise.

Para ela, a religião está presente na escola não só na disciplina de ensino religioso. “Há aqueles colégios em que se reza o Pai-Nosso na entrada, que param para fazer determinados rituais, cantar músicas religiosas. Criticamos isso no nosso relatório porque entendemos que a escola deve se constituir como um espaço laico que respeite a liberdade religiosa, mas não que propague um determinado credo ou constranja aqueles que não têm vínculo religioso algum”, diz.


*o nome foi alterado em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Além das operações matemáticas, das regras ortográficas e dos fatos históricos, os princípios e conceitos das principais religiões também devem ser discutidos em sala de aula. A Constituição Federal brasileira determina que a oferta do ensino religioso deve ser obrigatória nas escolas da rede pública de ensino fundamental, com matrícula facultativa – ou seja, cabe aos pais decidir se os filhos vão frequentar as aulas.

Pesquisas recentes e ações na Justiça questionam a inclusão da religião nas escolas, já que, desde a Constituição Federal de 1890,o Brasil é um país laico, ou seja, a população é livre para ter diferentes credos, mas as religiões devem estar afastadas do ordenamento oficial do Estado.

Apesar da obrigatoriedade, ainda não há uma diretriz curricular para todo o País que estabeleça o conteúdo a ser ensinado, de maneira a garantir uma abordagem plural sem caráter doutrinário. Outro problema é a falta de critérios nacionais para contratação de professores de religião. Hoje, o país conta com 425 mil docentes, formados em diversas áreas.

O ensino religioso está presente no Brasil desde o período colonial, com a chegada dos padres jesuítas de Portugal para catequizar os índios.

Atualmente, de acordo com a Constituição, a disciplina deve fazer parte da grade horária regular das escolas públicas de ensino fundamental. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) definiu que as unidades federativas são responsáveis por organizar a oferta, desde que seja observado o respeito à diversidade religiosa e proibida qualquer forma de proselitismo ou doutrinação.

“Alguns historiadores que tratam da participação da religião na vida pública mostram que o ensino religioso foi uma concessão à laicidade à época da Constituinte. Havia uma falsa presunção de que religião era importante para a formação do caráter, da vida e dos indivíduos participativos e bons. Essa é uma presunção que discrimina grupos que não professem nenhuma religião. Isso foi uma concessão à pressão dos grupos religiosos”, avalia a socióloga Debora Diniz, da Universidade de Brasília (UnB).

Debora é autora, junto com as pesquisadoras Tatiana Lionço e Vanessa Carrião, do livro Laicidade e Ensino Religioso, publicado no último semestre. O estudo investigou como o ensino religioso se configura no país e se as escolas garantem, na prática, espaços semelhantes para todos os credos, como preconiza a LDB. A conclusão é que não há igualdade de representação religiosa nas salas de aula. “Ele é um ensino cristão, majoritariamente católico, e não há igualdade de representação religiosa com outros grupos, principalmente os minoritários”, destaca Debora.

Há mais de uma década acompanhando essa discussão, o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper) reconhece que há muitos desafios para garantir a pluralidade. Mas defende que o conteúdo é importante para a formação dos alunos. “Nós vislumbramos, desde a LDB, que o ensino religioso poderia assumir uma identidade bastante pedagógica, que fosse de fato uma disciplina como qualquer outra e que a escola pudesse contribuir para o conhecimento da diversidade religiosa de modo científico. O professor, independentemente do seu credo, estaria ajudando os alunos a conhecer o papel da religião na sociedade e a melhorar o relacionamento com as diferenças”, aponta o coordenador do Fonaper, Elcio Cecchetti.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o ensino religioso é oferecido apenas nas escolas estaduais. Nas unidades municipais, ainda não foi implantado, mas há um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Vereadores da capital fluminense que prevê a oferta nas cerca de mil escolas da rede, com frequência facultativa.  A recepcionista Jussara Figueiredo Bezerra tem dois filhos que estudam em uma escola municipal da zona sul do Rio de Janeiro e acompanha com certo receio a discussão. Ela é evangélica e acredita que esses valores devem ser transmitidos em casa, pela família.

“Quem são os professores que vão dar as aulas de religião? Será que eles serão imparciais? Além disso, com tantas dificuldades e carências que o ensino público já enfrenta, por que gastar dinheiro com isso? Esses recursos poderiam ser usados de outra forma, para melhorar a estrutura já existente nas escolas. Quem quiser aprender mais sobre uma religião deve procurar uma igreja ou uma instituição religiosa”, opina.

Para quem lida na ponta com os delicados limites dessa questão, torna-se um desafio garantir um ensino religioso que contemple as diferentes experiências e crenças encontradas em uma sala de aula. “Nós preferiríamos que a oferta do ensino religioso não fosse obrigatória porque a escola é laica e deve respeitar todas as religiões. O que a gente quer é que os dirigentes possam utilizar essas aulas com um proveito muito melhor do que a doutrinação, abordando o respeito aos direitos humanos e à diversidade e a tolerância, conceitos que permeiam todas as religiões”, defende a presidenta da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho.

Atualmente, duas ações diretas de inconstitucionalidade (Adin) questionam a oferta do ensino religioso no formato atual e aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma delas foi proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e questiona o acordo firmado em 2009 entre o governo brasileiro e o Vaticano. O Artigo 11 desse documento, que foi aprovado pelo Congresso Nacional, determina que “o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Ao pautar o ensino religioso por doutrinas ligadas a igrejas, o acordo, na avaliação da PGR, afronta o princípio da laicidade.

Atenção estudantes e professores das escolas da rede pública e privada de ensino. Estão abertas as inscrições para feira de ciências do Espaço Ciência de Pernambuco. Os interessados no estado deverão, até o dia 31 deste mês, encaminhar os projetos para avaliação e posterior seleção.

A feira “Ciência Jovem”, que acontecerá entre os dias 26 a 28 de outubro, reunirá pesquisas científicas desenvolvidas em várias escolas. Os interessados deverão acessar o site do Espaço Ciência e preencher um formulário eletrônico. As escolas participantes só poderão concorrer com um projeto de aluno em cada categoria.

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Ao todo, 250 escolas participarão. Ao passo que as inscrições ultrapassarem ao quantitativo previsto, será feita uma pré-seleção com os projetos excedentes. A feira será dividida em cinco categorias, de acordo com o nível de ensino. São elas: Iniciação à pesquisa, para os estudantes de educação infantil e ensino fundamental; divulgação cientifica, para os candidatos de ensino fundamental; desenvolvimento tecnológico e incentivo à pesquisa, para os alunos do ensino médio. Por fim, educação cientifica, para os professores. Os premiados na feira participarão de outras feiras nacionais.

A divulgação dos selecionados para participar da feira será feita no dia primeiro de setembro. 

O respeito à diversidade sexual e o fim a violência contra os homossexuais em sala de aula foram alguns dos temas abordados, nesta tarde de sexta-feira, durante as oficinas e palestras realizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). O encontro, que motivou várias discussões temáticas relacionadas à homofobia nas escolas públicas do Estado, aconteceu nas instalações do antigo Colégio Nóbrega e na sede do Sintepe, ambos no bairro da Boa Vista, no Recife.

No Nóbrega, aproximadamente 15 participantes, entre eles: gestores e professores de escolas públicas e representantes da sociedade civil estiveram presentes para debater a temática “Diversidade e violência”. Lá, eles trocaram experiências sobre o assunto, em rodada de diálogos, e realizaram atividades práticas. Nesta sala temática, após trocar algumas idéias com os palestrantes, o estudante e homossexual assumido há seis anos, Rosenildo da Silva, 21, explicou o motivo de vir ao encontro. “Vim para escutar novas experiências e aprender a enfrentar os preconceitos, principalmente, os verbais e físicos”, confessou Rosenildo que, após assumir a sexualidade, enfrentou muitos preconceitos, inclusive, dos familiares.

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Outro participante, que também saiu com uma boa impressão depois de trocar experiências foi o presidente da Associação de Religião de Matriz Africana e Igualdade Racial de Itambé, o babalórixa Josemar Lima. Para ele, o encontro serviu para agregar conhecimentos que serão levados para o município. “Lá o preconceito é muito grande contra homossexuais e, principalmente, quando pertencem à matriz africana”, comentou o babalórixa, que não é homossexual, mas defende a classe e pretende intensificar as ações contra a violência tão comum naquela cidade, como afirmou.

Segundo a palestrante e uma das diretoras do Sintepe Geny Neves, a proposta da palestra, veio em meio à falta de capacitações de professores e a realidade vivida em sala de aula. “Nós temos como uma das metas, lutar contra a homofobia. Construir uma sala de aula sem homofobia. Ao longo dos anos, me deparei com várias situações preconceituosas em sala de aula. Então, como a rede estadual não dispõe de capacitação neste foco, realizamos esse encontro”, destacou.

Já, na sede do sindicato, a temática “Qualquer maneira de amor vale a pena”, trouxe muitos homossexuais e defensores da causa homofóbica. O encontro ainda trouxe as temáticas “A delicia de ser quem somos”, “As situações desafiadoras”,“Diferentes, porém iguais” e “É ou não é?”. Ao final o evento, alguns representantes do sindicato foram selecionados para atuarem numa frente de luta contra a homofobia intitulada Coletivo.

O Sintepe promove durante toda esta sexta-feira (12) o II Encontro Estadual sobre a diversidade sexual – LGBT. O evento tem como objetivo promover a reflexão e discutir as respeito da diversidade e enfrentar os desafios de uma escola sem preconceitos.

A novidade para o encontro deste ano é que as atividades nas salas de aula feitas na Semana contra a Homofobia, realizada de 16 a 20 de maio, serão relembradas. Representantes das Escolas Alzira da Fonseca Brewel, Tabajara, Vidal de Negreiros, entra outras, explicitarão o que foi feito nas unidades de ensino.

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Oficinas serão realizadas à tarde e acontecerão em lugares diferentes. Entre as atividades estão: Qualquer maneira de amor vale a pena, Situações desafiadoras, A delícia de ser quem somos e Diferentes, porém iguais. Nas linhas que se seguem a programação do II Encontro Estadual sobre a Diversidade Sexual, no Sintepe

Escolas municipais de Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR), recebem a campanha de vacinação contra hepatite B. Equipes da Secretaria de Saúde municipal percorrerá as escolas imunizando adolescentes e adultos até a próxima sexta-feira (12).

Mesmo quem não tem o cartão de vacinação pode aderir a campanha. Cerca de 500 pessoas devem receber a vacina nas escolas de Paulista. O serviço público de saúde dispõe da vacina desde 1994. Entretanto, nesta época, apenas crianças menores de um ano podiam receber a dose. A partir deste ano, o Ministério da Saúde decidiu ampliar o número de imunizados e o foco são os jovens até 24 anos.

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Hepatite B 

Doença infecciosa causada pelo HBV, um vírus DNA da família Hepdnaviridae, resultando na inflamação das células hepáticas do portador. É transmitida pelo contato com sangue ou secreções corporais contaminadas pelo vírus. Assim, transfusões de sangue, relações sexuais sem camisinha e compartilhamento de agulhas, seringas e objetos perfurocortantes são as principais formas de contaminação. O período de incubação varia entre 30 e 180 dias, sendo mal-estar, dores no corpo, e falta de apetite e febre os primeiros sintomas; que são seguidos por icterícia (pele amarelada), coceira no corpo, urina escura e fezes claras.

A Secretaria de Educação (SE) e o Fórum de Educação Étnico Racial de Pernambuco estão juntos em um novo projeto. Agora alunos da rede estadual de ensino irão receber uma coleção de livros sobre a história geral da África. A parceria será oficializada nesta quarta-feira (10), no auditório da SE na Várzea, às 8h.

Cada escola vai receber cinco DVDs, com toda a coleção digitalizada. Os livros impressos vão ser distribuídos na Biblioteca Geral do Estado, nas secretarias municipais e organizações que trabalham com questões sociais e nas 17 gerências regionais de Educação (GREs).

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A coleção é composta por oito volumes e é uma parceria da Unesco, Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo e do Ministério da Educação (MEC). Os livros contam a história da África do inicio até os dias atuais, com material atualizado. Foram produzidos por 350 especialistas dirigidos por 39 intelectuais, aos quais dois terços são africanos.

A lista com as instituições que receberá os exemplares estará disponível no site da Unesco e do Ministério Público. A coleção também estará disponível para download no portal de Domínio Público do MEC.

A volta às aulas nesta segunda-feira (01) foi de trânsito complicado nas principais vias de acesso as principais escolas do Recife, apesar da campanha “Volta às Aulas”  realizada  pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU). As ações educativas para conscientização dos pais e responsáveis para um trânsito mais seguro, que têm como objetivo reduzir a parada, o estacionamento em fila dupla e em locais proibidos, evitando retenções no tráfego, prossegue até a sexta-feira (12).

De acordo com Francisco Irineu, Gerente de Educação para o Trânsito da CTTU, 10 educadores de trânsito estarão a cada dia em um ponto diferente, nos horários de entrada e saída das crianças nas escolas. “Nosso principal objetivo com essa campanha é conscientizar os pais para desembarcarem seus filhos com mais segurança. As escolas normalmente têm espaço para isso”, disse Francisco.

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Em frente ao Colégio Damas, localizado nas Graças, Zona Norte do Recife, havia pais que entravam no estacionamento da escola, outros paravam o carro na avenida, como foi o caso do advogado Pompeu Cavalcante. “Perco muito tempo se for estacionar dentro da escola”, declarou Pompeu. Para Carmem Gurgel, estacionar em frente à escola não atrapalha o trânsito. “Tenho que ir trabalhar e as meninas descendo aqui eu não estou interferindo a passagem de ninguém”, afirmou Carmem.

A multa para quem para em local indevido pode ser enquadrada entre leve e grave. O motorista pode perder de três a cinco pontos na carteira de habilitação e terá que pagar valores que variam de R$ 53,20 a R$ 127,69.

A campanha educativa acontecerá na Zona Sul, nas vias próximas aos colégios Santa Maria, Boa Viagem, Atual e Motivo. Já na Zona Norte, a fiscalização atuará nas ruas adjacentes aos colégios Damas, São Luiz e Agnes. Os agentes também ficarão nas imediações dos colégios Saber Viver, Salesiano, Nossa Senhora do Carmo e GGE. A frota de carros no Recife é calculada em 600 mil veículos e cresce a cada dia que passa.

Os fiscais vão trabalhar das 6h30 às 8h e das 12h às 13h. Primeiro, os pais receberão orientações dos arte-educadores.

O Ciência Móvel, programa itinerante do Espaço Ciência está de malas prontas para percorrer o interior de Pernambuco durante todo o mês de agosto. A programação faz parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia; Capacitação de professores que realizaram cursos de férias em janeiro de 2011 e Solicitantes das cidades do interior do Estado. O ônibus itinerante visitará as cidades de Escada, São Lourenço da Mata, Araripina, Itambé, Goiana e Barreiros. A programação, que está aberta ao público, contará com exposições de ciência e planetário móvel.

O projeto tem como objetivo a popularização do conhecimento científico nos diversos municípios de Pernambuco e também em estados vizinhos através de apresentações, oficinas e exposições.

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Quem deseja solicitar o Ciência Móvel pode entrar em contato no telefone (81) 3183.5528.

 

Programação do Ciência Móvel:

01/08 – Escada

Escola Lídia Magdala, no distrito de Freicheiras

02/08 – São Lourenço da Mata
Escola Municipal Cleto Campelo

08, 09, 10 e 11/08 – Araripina
61 anos da cidade, comemoração na Escola Padre Luiz Gonzaga

17/08 – Itambé
EREM Frei Orlando

18/08, às 19h e 19/08 – Goiana

Abertura da Semana Municipal de Ciência e Tecnologia. 

26/08 – Barreiros

Programa Amigos da Escola, na Escola Fernando Noronha Filho

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