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Os bombeiros elevaram de 13 para 23 o número de desaparecidos em Mariana, Minas Gerais, após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, segundo informações da Agência Brasil.

A lama lançada dos reservatórios deixou cerca de 300 famílias desabrigadas. Três distritos de Mariana foram atingidos - Camargos, Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues -, além da cidade de Barra Longa. Balanço divulgado pela Samarco informa que 569 pessoas foram alocadas em hotéis e pousadas da região.

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Hoje às 16 horas o prefeito Duarte Júnior, representantes da Samarco, Defesa Civil, Guarda Municipal e Bombeiros concedem coletiva de imprensa sobre a tragédia.

A lama das duas barragens da empresa de mineração Samarco que se romperam no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, poderá chegar ao mar na terça-feira, 9. Relatório de monitoramento divulgado pela Câmara Técnica de Gestão de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) afirma que os dejetos alcançarão Linhares, no Espírito Santo, na noite de 9 para 10 de novembro. A cerca de 60 quilômetros de Linhares, por estrada de rodagem, está o distrito de Regência, onde o Rio Doce desemboca no mar.

Na tarde deste sábado, 7, a lama, ainda conforme o relatório, deverá chegar a Belo Oriente, Leste de Minas, a 154 quilômetros de Mariana. Conforme o CTCEC, "a natureza do resíduo em questão implica em prováveis alterações temporárias nas características da água bruta, especialmente com relação a parâmetros de turbidez, cor, entre outros. De acordo com informações preliminares repassadas pela Samarco, o rejeito é composto, em sua maior parte, por sílica (areia) proveniente do beneficiamento do minério de ferro. Estamos acompanhando e aguardando o resultado das análises de água e sedimentos que estão sendo realizadas na região afetada".

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Cenário

O risco de rompimento das barragens do Fundão e Santarém da mineradora Samarco em Mariana (MG) foi alvo de alerta em 2013 pelo Instituto Prístino, instituição particular sem fins lucrativos que realizou um estudo na região a pedido do Ministério Público Estadual (MPE).

Análises do Serviço Geológico do Brasil indicam a possibilidade de os rejeitos de minério chegarem ao Espírito Santo nas próximas 48 horas. É possível que a enxurrada de lama já tenha atingido afluentes do Rio Doce, 100 quilômetros longe de Mariana.

A lama lançada dos reservatórios deixou cerca de 300 famílias desabrigadas. Três distritos de Mariana foram atingidos - Camargos, Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues -, além da cidade de Barra Longa. Pelo menos 500 pessoas tiveram de ser resgatadas só de Bento Rodrigues, que fica mais perto da mina da Samarco, segundo balanço divulgado na sexta-feira, 6.

Moradores do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), se organizam na manhã deste sábado, 7, para voltar ao vilarejo para tentar buscar bens que possam ter escapado da destruição. Há um temor generalizado com relação a saques nas casas que escaparam - 22 imóveis na parte alta. "Tinha uma criaçãozinha, com vacas, galinhas e uns cavalos. Preciso ver como estão", relata o comerciante Agnaldo Pereira, de 42 anos. A prefeitura estimava, na sexta-feira, que 90% das construções da cidade estavam destruídas, mas os imóveis restantes, sem água nem energia, também foram desocupados pelo poder público.

As caravanas dos moradores partem dos hotéis onde os moradores passaram a noite de sexta para sábado. Nesses locais, eles estão organizando vaquinhas para comprar berços e fraldas para os bebês de Bento Rodrigues. "Não dá para esperar essa Samarco", declarou Aparecida de Jesus, de 58 anos, uma das organizadoras da vaquinha.

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As buscas por pessoas ilhadas foram retomadas nesta manhã. A Prefeitura divulgará ainda nesta manhã um balanço sobre as atividades da madrugada.

Cenário

O risco de rompimento das barragens do Fundão e Santarém da mineradora Samarco em Mariana (MG) foi alvo de alerta em 2013 pelo Instituto Prístino, instituição particular sem fins lucrativos que realizou um estudo na região a pedido do Ministério Público Estadual (MPE).

Análises do Serviço Geológico do Brasil indicam a possibilidade de os rejeitos de minério chegarem ao Espírito Santo nas próximas 48 horas. É possível que a enxurrada de lama já tenha atingido afluentes do Rio Doce, 100 quilômetros longe de Mariana.

A lama lançada dos reservatórios deixou cerca de 300 famílias desabrigadas. Três distritos de Mariana foram atingidos - Camargos, Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues -, além da cidade de Barra Longa. Pelo menos 500 pessoas tiveram de ser resgatadas só de Bento Rodrigues, que fica mais perto da mina da Samarco, segundo balanço divulgado ontem.

As equipes de resgate retomaram as buscas por desaparecidos em Bento Rodrigues, em Minas Gerais, após o rompimento de barragens da mineradora Samarco, que é uma joint venture entre a brasileira Vale e a australiana BHP Billinton.

A força-tarefa, formada por bombeiros, Defesa Civil e Exército, procura pessoas que podem estar ilhadas na região. As autoridades estão tentando levantar o número de possíveis vítimas.

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Em nota divulgada ontem a Samarco afirmou "que está mobilizando todos os esforços necessários para priorizar o atendimento aos atingidos pelo acidente e mitigar os danos ambientais". A companhia informou que até o momento 136 famílias foram alocadas em hotéis e pousadas da região.

A tragédia provocada pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da Samarco, sociedade entre a Vale (50%) e a anglo-australiana BHP Billiton (50%), fez as ações da mineradora brasileira desabarem ontem (6). Apesar da reação negativa do mercado, o impacto financeiro para a Vale tende a ser limitado.

O principal efeito negativo pode vir do lado da imagem, diante das proporções do acidente, que deixou a região de Mariana, em Minas Gerais, debaixo de lama e vários desaparecidos. O episódio pode elevar o controle dos órgãos ambientais em relação às barragens na mineração.

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As ações ordinárias (ON) da Vale encerraram a sexta-feira com queda de 7,55% na Bolsa de São Paulo, enquanto as PNA caíram 5,70%, arrastando o Ibovespa para uma perda de 2,35%. Os papéis da BHP também fecharam em baixa na Bolsa de Sidney. "É a pior crise da história da companhia", reconheceu o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em entrevista coletiva ontem, em Mariana.

No início da noite, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) colocou os ratings da Samarco Mineração em observação negativa, alegando que ainda não é possível "avaliar a extensão total dos estragos e o impacto em potencial nas operações da empresa". A S&P já havia retirado o selo de grau de investimento da empresa na esteira do rebaixamento da nota soberana do Brasil.

Fundada em 1977, a Samarco é a segunda maior exportadora global de pelotas (pequenas bolinhas de minério de ferro usadas na produção de aço), atrás apenas da própria Vale. Com operações em Minas e no Espírito Santo, tem capacidade para produzir 30,5 milhões de toneladas anuais de pelotas. A Vale divide o controle da empresa com a BHP, recebendo dividendos e parte de sua produção.

De janeiro a setembro, a produção da Samarco atribuível à sócia brasileira foi de 10,7 milhões de toneladas. No mesmo período, a Vale produziu 35,8 milhões de toneladas de pelotas por conta própria. A relevância da Samarco no mercado de pelotas fará com que o acidente tenha efeito significativo no mercado global de minério. Segundo relatório do UBS, a redução da oferta por um eventual comprometimento de sua produção pode favorecer a cotação das pelotas. A expectativa de analistas é de um possível freio na queda dos preços do insumo.

Curto prazo

Por outro lado, o Itaú BBA levanta que no curto prazo a Samarco pode ser obrigada a comprar o produto de terceiros, a um custo mais alto para suprir a demanda. Segundo analistas do banco, a reconstrução da barragem exigirá mais investimentos e a mineradora deverá oferecer uma compensação pelos estragos causados. A expectativa nesse caso é que esses efeitos sejam mitigados pelo plano de seguro da Samarco.

O economista e ex-diretor de Relações com Investidores da Vale Roberto Castello Branco diz que a Vale não deve sofrer com o episódio. Segundo ele, a Samarco é sólida e financeiramente independente. "A Samarco não vai precisar de aporte dos sócios para enfrentar essa situação." Em 2014, a fabricante de pelotas teve uma receita líquida de R$ 7,5 bilhões, lucrou R$ 2,8 bilhões e pagou R$ 1,8 bilhão em dividendos aos seus acionistas. Segundo o Itaú BBA, os dividendos da Samarco representaram 3% da geração de caixa da Vale em 2014.

Risco de imagem

A despeito das dúvidas sobre o risco financeiro, o acidente afeta fortemente a imagem da mineração. Segundo um executivo do setor, a obtenção de novas licenças ambientais para construção de barragens no País será uma missão ainda mais difícil após a tragédia em Mariana. A expectativa é que os órgãos ambientais reforcem a fiscalização das barragens em funcionamento e imponha mais exigências para liberar a construção de novas.

A tragédia pode frear as atividades de mineração no Brasil. Isso porque, o modelo nacional necessita a construção de barragens para permitir que o minério seja concentrado e, com isso, ganhe um maior teor de ferro, o que o torna mais valioso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O risco de rompimento das barragens do Fundão e Santarém da mineradora Samarco em Mariana (MG) foi alvo de alerta em 2013 pelo Instituto Prístino, instituição particular sem fins lucrativos que realizou um estudo na região a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). A promotoria quer saber se foram tomadas medidas preventivas e vai agora pedir o fechamento da mina da Samarco.

Conforme balanço divulgado ontem, a lama lançada dos reservatórios deixou cerca de 300 famílias desabrigadas. Ao todo, seis distritos do município foram atingidos. Pelo menos 500 pessoas tiveram de ser resgatadas só de um dos vilarejos, Bento Rodrigues, que fica mais perto da mina da Samarco. O prefeito de Mariana, Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior (PPS), afirmou que a Defesa Civil tem informações de sete pessoas desaparecidas.

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Já o Corpo de Bombeiros trabalhava ontem na localização de 13 funcionários da Samarco que estavam perto das barragens. O coronel Luiz Gualberto, dos bombeiros, tem a confirmação de uma morte na tragédia: um funcionário da Samarco que ficou ferido no acidente e teve uma parada cardíaca ao ser hospitalizado. Há ainda um corpo encontrado na cidade de Rio Doce, a 100 km de Mariana - sem confirmação de elo com o desastre.

O documento técnico que falava do risco de uma tragédia foi elaborado há dois anos e assinado por técnicos - na maioria professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tem oito páginas e identificava pontos de contato entre rejeitos da mineração e a barragem. "Com a evolução da saturação por causa do fluxo natural das águas superficiais resultantes da precipitação atmosférica (chuva), a zona acima do nível de equilíbrio hidrostático ficaria saturada. Tal situação ocasionaria a ressurgência de água nas faces dos taludes da pilha de estéril e a possibilidade de desestabilização da face do talude, resultando em colapso."

Em outro trecho, há uma descrição parecida com o que de fato teria acontecido. "Dependendo do raio da ruptura no processo, podem ocorrer vários colapsos em diferentes níveis de taludes e criar um fluxo de material com grande massa estéril se deslocando para jusante na direção do corpo da barragem do Fundão e adjacências." Os especialistas da UFMG fizeram uma série de recomendações, como a apresentação de um plano de contingência em caso de acidentes e um monitoramento por parte do poder público sobre os riscos ao meio ambiente. Ontem, o diretor-presidente da empresa, Ricardo Vescovi, disse que "desconhece esse estudo".

Já o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais, afirmou ontem que o relatório foi entregue à empresa e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente. O material foi solicitado quando a empresa acionou o Estado para renovar a licença ambiental da barragem. "Vamos ver se a Samarco cumpriu tudo o que foi previsto", afirma o promotor. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, porém, o material não aponta nada de irregular, trazendo apenas recomendações-padrão de segurança.

Fechamento

O promotor Ferreira Pinto ainda vai pedir na segunda-feira o fechamento da mina da empresa. "Vamos recomendar à Secretaria de Estado (de Meio Ambiente) que suspenda a licença até que se apure a regularidade e garanta a segurança das comunidades."

Um inquérito civil público já foi aberto pelo MP anteontem para apurar as causas da tragédia - entre as peças a serem anexadas estará o estudo do Prístino. Segundo o promotor, a investigação se concentrará no possível descumprimento de normas técnicas na manutenção da estrutura. "A barragem estava em processo de alteamento (levantamento para aumentar a capacidade). Isso pode ter influenciado na ruptura", pontuou. O MPE apura ainda se uma explosão em uma mina da Vale influenciou no desastre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dos 600 habitantes de Bento Rodrigues, distrito da cidade Mariana, em Minas, destruído após rompimento de duas barragens de rejeitos de uma mineradora, cerca de 150 tiveram de passar a noite de quinta para sexta-feira na Arena Mariana, no centro do município. As buscas pelas pessoas ilhadas pela lama recomeçaram na manhã desta sexta (6).

Desalojados pelo mar de lama que tomou o distrito, os moradores relatam cenas de horror na hora do acidente. "Um caminhão passou buzinando feito louco, avisando que a barragem rompeu. Ele foi parando e gritando: 'Pula! Pula!'. As pessoas foram se jogando na caçamba, uma sobre as outras", conta a dona de casa Rosa Helena da Silva, de 46 anos, uma das vítimas abrigadas no ginásio poliesportivo da cidade. "No final, o caminhão nem estava mais parando para o pessoal entrar."

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Segundo Rosa, quando o grupo chegou a Santa Rita, um vilarejo vizinho, cerca de 60 pessoas estavam no caminhão. "Não teve aviso, não teve nada, só esse caminhão que passou buzinando. Muita gente ouviu os gritos do caminhoneiro, mas não entendeu ou não acreditou e ficou", diz.

A dona de casa relata ter visto crianças vomitando por causa da lama com resíduos da mineradora. "Um homem estava com as duas pernas quebradas", afirma. Os desabrigados também recebem donativos no ginásio.

Igreja

Ao menos 120 moradores do distrito de Bento Rodrigues passaram a noite na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, uma das duas igrejas do vilarejo destruído pela queda da barragem.

Resgatadas por equipes dos Bombeiros e da prefeitura de Mariana, que conseguiu abrir caminho da estrada até a igreja, as pessoas chegaram na Arena Mariana por volta das 8h. Os moradores passaram a noite em claro.

"Meu filho estava de carro e nos levou até a igreja. Não sobrou nada de nossa casa", conta a dona de casa Dirce Breta Sobrera, de 73 anos. Com um pé enfaixado, ainda atônita, ela diz que não sabe como se machucou. "Foi na correria."

Moradores das regiões de Paracatu e Paracatu de Baixo também tiveram de deixar as casas, pois havia risco de serem atingidas pela lama de rejeitos.

Resgate

As equipes de resgate continuam trabalhando na busca por vítimas. Foram confirmados até o início da manhã desta sexta 17 mortos e 75 feridos.

As barragens romperam por volta das 16h desta quinta-feira, 5, entre Mariana e Ouro Preto, a 110 km de Belo Horizonte. A lama atingiu rapidamente o distrito de Bento Rodrigues. O Ministério Público Estadual de Minas abriu inquérito para apurar as causas do rompimento das barragens.

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A Arquidiocese de Mariana, em Minas Gerais, lamenta "profundamente" a tragédia registrada na tarde de ontem (5) no distrito de Bento Rodrigues, zona rural da cidade mineira. Em nota, a entidade cita que o rompimento ontem (5) das duas barragens da mineradora Samarco deixou centenas de vítimas.

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“Manifestamos nossa mais sentida solidariedade às famílias que tiveram suas casas e seus bens destruídos e às que choram a morte de seus entes queridos, vítimas dessa catástrofe de proporções incalculáveis”, destacou a arquidiocese.

De acordo com o comunicado, o momento é de unir esforços para minimizar a aflição e o sofrimento de todos os que foram atingidos pela tragédia. “Exortamos nossas comunidades a prestarem sua solidariedade às vítimas, acolhendo-as, doando alimentos e roupas, confortando-as, oferecendo-lhes suas preces.”

O ginásio da cidade de Mariana recebe desde ontem doações para as famílias que perderam suas casas. A prefeitura de Mariana pede a colaboração da população no sentido doar principalmente itens como roupas, colchões, água mineral e produtos de higiene pessoal. Moradores vizinhos a Mariana também se mobilizam para arrecadar donativos.

No final da nota, a arquidiocese de Mariana classifica a apuração das responsabilidades pela tragédia de “exigência da Justiça e condição para que tal situação nunca mais se repita”. “Que a fé nos aqueça a esperança e nos estimule a solidariedade para diminuir a dor que é de todos os marianenses e que deixa enlutados este município e o estado de Minas Gerais”.

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