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Dois mineiros foram presos em flagrante na tarde dessa terça-feira (24), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Após repassar dinheiro falso no comércio local, os suspeitos planejavam fazer novas vítimas na tradicional feira do município.

Durante rondas na Avenida Zé Tatu, no bairro Maria Auxiliadora, policiais militares identificaram os dois homens saindo de um supermercado em atitude suspeita. Na abordagem, foram encontradas 10 notas falsas de R$ 100 no bolso de um e 89 notas de R$ 100 na meia do outro. Ao todo, a quantia fraudulenta equivale a R$ 9.900.

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Nas buscas no veículo da dupla, também foram localizados cerca de 7g de maconha e R$ 860 em dinheiro verdadeiro, fruto de golpes já cometidos na região. Autuados em flagrante, os turistas foram encaminhados para esclarecimentos na sede da Polícia Federal em Caruaru.

Ambos confessaram que iriam repassar as notas nos mercados e na feira de Caruaru. No interrogatório, também informaram que o dinheiro falso foi adquirido no Facebook e que o carro era da mãe de um deles. Os celulares dos suspeitos foram apreendidos.

O motorista do veículo, possui 28 anos, reside da cidade de Bocaiúva e não consta antecedentes criminais. O outro suspeito é um autônomo, de 27, morador de Montes Claros e já foi preso pelo mesmo crime pelas autoridades de Minas Gerais.

Após prestar depoimento, a dupla foi autuada em flagrante por introduzir notas falsas em circulação. O motorista também foi autuado pela posse do entorpecente para consumo pessoal. Eles estão à disposição da Justiça e, caso condenados, podem ficar presos de 3 a 12 anos na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, além de pagar multa.

Cinco homens foram presos vendendo ingressos falsos para a final da Copa América, entre as seleções do Brasil e Peru, que acontecerá amanhã (7), no Maracanã, no Rio de Janeiro. A Polícia Civil chegou à quadrilha a partir da denúncia de uma mulher que negociava pela internet a compra de duas entradas. Os nomes dos envolvidos não foram revelados.

Desconfiada, ela marcou um encontro com um homem que se apresentou como vendedor, num ponto próximo à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade. Ao perceber que o ingresso era falso, ela acionou policiais que passavam pelo local.

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O suposto vendedor foi preso imediatamente e, a partir das informações passadas por ele, os outros integrantes da quadrilha foram capturados no centro da cidade, com 19 ingressos falsificados e prontos para venda pelos preços de R$ 500 a R$ 1,5 mil. Ao todo, 21 ingressos foram apreendidos.

A Polícia Civil do Estado do Rio, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que os cinco acusados vão responder por estelionato, formação de quadrilha e receptação.

Um museu dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira que cinco peças apresentadas como fragmentos dos manuscritos conhecidos como Pergaminhos do Mar Morto são falsas.

O Museu da Bíblia em Washington retirou as peças de exibição após um pesquisador de uma instituição alemã concluir que não eram legítimas.

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"Esta foi uma oportunidade para ensinar ao público sobre a importância de verificar a autenticidade das raras peças bíblicas, do elaborado processo de análise assumido e do nosso compromisso com a transparencia", disse Jeffrey Kloha, curador chefe do museu.

Os Pergaminhos do Mar Morto, que incluem os manuscritos mais antigos conhecidos da Bíblia dos hebreus, datam do século III antes de Cristo ao século I depois de Cristo.

Os cerca de 900 rolos foram descobertos entre 1947 e 1956 em cavernas de Qumran, sobre o Mar Morto.

Os cinco fragmentos em questão estavam em exibição desde a inauguração do museu, em novembro de 2017, mas foram etiquetados com uma advertência de que havia um processo de investigação sobre sua legitimidade.

Em abril do ano passado, o museu enviou cinco de suas 16 peças dos Pergaminhos do Mar Morto ao Federal Institute for Materials (BAM) da Alemanha, que após estudos não confirmou sua autenticidade.

Segundo o pesquisador Kipp Davis, da Trinity Western University, "ao menos sete fragmentos da coleção dos Pergaminhos do Mar Morto são imitações modernas".

O museu substituiu as cinco peças em exposição analisadas na Alemanha por outras três, que também passam por uma revisão.

O Facebook informou nesta terça-feira, 2, que removeu no Brasil contas de pessoas que se passavam por candidatos e agiu contra fotos manipuladas com informações incorretas, como perfis que continham "santinhos fake". A rede social não informou quantas contas foram já foram alvo em meio à campanha eleitoral.

O Facebook acredita estar mais preparado para controlar interferência ilegal e notícias falsas sobre a eleição brasileira do que estava na disputa presidencial americana que levou Donald Trump à Casa Branca. Em conversa com jornalistas ontem, diretores da empresa detalharam as iniciativas tomadas para evitar que contas falsas interfiram no processo eleitoral brasileiro.

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"A maior mudança nesse ano para o Brasil em comparação com os EUA em 2016 é que estamos muito mais proativos em prevenir abusos", afirmou nesta terça o diretor de produtos para eleições e engajamento cívico da empresa, Samidh Chakrabati. Segundo ele, os "adversários" que divulgam desinformação se sofisticaram de lá para cá, mas o Facebook também melhorou suas ferramentas.

As eleições brasileiras são consideradas uma prioridade na empresa. O fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu em entrevista no início do ano que o Facebook cometeu erros em 2016 e afirmou que a empresa estava muito comprometida com a integridade da votação no Brasil.

Entre as medidas tomadas pelo Facebook nas eleições brasileiras estão, por exemplo, a inauguração de uma "sala de guerra" na sede da empresa, em Menlo Park, Califórnia. No local, que começou a funcionar há cerca de uma semana, o time de engenheiros, comunicação e política do Facebook decide questões sensíveis ligadas à eleição, como o que fazer após a identificação de contas falsas. Com uso de inteligência artificial, o Facebook já bloqueou 1,3 bilhões de contas falsas no mundo inteiro. A empresa não divulgou números específicos relacionados à eleição brasileira. A empresa tem parcerias com agências de checagem de fatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Imagine o seguinte cenário: o ano é 2020 e a situação diplomática entre Estados Unidos e Coreia do Norte é tensa. Uma rede de TV recebe um vídeo inédito, de fonte anônima, que mostra o líder Kim Jong-un discutindo com generais o lançamento de um ataque nuclear. Na Casa Branca, o vídeo é analisado, mas a inteligência não consegue verificar a autenticidade. O presidente americano tem de agir - e ordena um contra-ataque. Uma guerra começa.

O pesquisador Giorgio Patrini, da Universidade de Amsterdã, na Holanda, imaginou o cenário acima para alertar sobre uma preocupante modalidade de informação falsa: os deepfakes. São vídeos que simulam cenas aplicando técnicas de inteligência artificial a imagens existentes. Até pouco tempo, o fenômeno se restringia ao mundo de filmes adultos. Mas, com a criação de novas tecnologias, existe a preocupação entre especialistas de que filmagens falsas possam comprometer também o processo eleitoral e outros aspectos da vida moderna.

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"Se houver incentivo financeiro ou político suficiente para que atores mal-intencionados façam isso, é inteiramente possível que a fabricação de vídeos seja usada em futuras campanhas políticas", diz Patrini, que trabalha no Delta Lab (Deep Learning Technologies Amsterdam), da Universidade de Amsterdã e Bosch.

Patrini afirma que, de tão forte o impacto de um vídeo falso, a mensagem manipulada tende a ser aceita por quem quer acreditar nela - mesmo que comprovada a falsidade. "Os psicólogos nos advertem de duas falácias humanas: a tendência a acreditar em informações falsas após exposição repetida (efeito de verdade ilusório) e a acreditar em informações falsas quando apenas confirmam nossas crenças anteriores."

O cientista da computação brasileiro Virgilio Almeida, professor associado de Harvard, alerta, no entanto, que a produção de vídeos falsos sem grande refinamento já é acessível hoje. "Se pensarmos que já em 2014 usaram bots (redução de robôs em inglês), isso certamente vai ser utilizado. Mas as pessoas acreditam muito no que veem. Muitos não vão acreditar, mas muitos vão. O processo eleitoral passa a ser muito levado por isso", afirmou ele.

Se as eleições deste ano já podem ter o rebuliço do compartilhamento de vídeos falsos, Patrini salienta que as possíveis repercussões da manipulação audiovisual vão além da política. Considere, por exemplo, o uso de áudios e vídeos como provas em processos criminais. Se não pudermos mais confiar em sua autenticidade, como poderemos aceitá-los como evidência?

Soluções

Se o prognóstico das deepfakes é pessimista, isso se dá, em grande parte, porque ainda não há técnica desenvolvida para identificar os audiovisuais falsos. "É muito difícil descobrir vídeos falsos e não existe detectores em larga escala. As técnicas de perícia digital estão muito atrás", aponta Almeida.

Patrini sugere que a tecnologia de defesa contra deepfakes siga dois caminhos. O primeiro seria a criação de uma assinatura digital em vídeos - análoga a marcas d'água em notas de dinheiro -, que garantiria a autenticidade da câmera que deu origem a um filme e a ausência de edições. No entanto, uma assinatura digital seria invalidada por qualquer tipo de edição, mesmo os "benignos" - incluindo mudança de contraste e pequenos cortes. Além disso, não haveria como assegurar a veracidade de vídeos antigos, anteriores a uma possível implementação de assinaturas.

Outra solução vai na linha do "feitiço contra o feiticeiro": usar inteligência artificial e machine learning para criar detectores de vídeos falsos. A ideia é treinar computadores para identificar sinais de adulteração que seriam invisíveis a olhos humanos. O pesquisador considera esta a melhor opção.

"Assim como o aprendizado de máquina nos possibilita meios poderosos de manipulação da mídia, ele pode resgatar e trabalhar como um discriminador, informando-nos quando o conteúdo audiovisual parece ser uma falsificação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Imagine sete homens e mulheres inocentes em meio a mais de 500 condenados detidos em um presídio americano conhecido por sua violência, sendo filmados 24h por dia por cerca de 300 câmeras Nada novo para um "reality show" americano, ainda que esse tenha um ingrediente desconcertante: os sete presos recém-chegados são voluntários e inocentes, e tanto os guardas da prisão quanto os outros reclusos ignoram a presença.

A série "60 Days In", de 12 episódios, tem como cenário a prisão do condado de Clark em Jeffersonville, Indiana. Foi o xerife local, Jamey Noel, quem teve a ideia. Seu objetivo? Utilizar os sete inocentes, três mulheres e quatro homens, como delatores para "limpar" a prisão, cujos habitantes cumprem sentenças por diferentes delitos, desde pequenas infrações até assassinato.

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"A única forma de saber realmente o que está acontecendo na prisão era colocar os participantes inocentes no sistema para obter informação de primeira mão e imparcial", justificou o xerife. "Os valentes voluntários têm nos ajudado a identificar problemas graves dentro de nosso sistema que policiais infiltrados não poderiam encontrar", diz, porque os policiais poderiam ter receio de denunciar os colegas corruptos. Entre os voluntários está a mais velha dos nove filhos do boxeador Muhammad Alí, Maryum, uma assistente social especializada na prevenção de gangues que teve que mudar seu nome para não ser reconhecida pela internas da ala feminina da prisão.

"Náuseas" 

Cada participante tem suas próprias razões para se arriscar na aventura durante 60 dias, longe de suas famílias. Alguns estão convencidos de que a estada na prisão é cômoda e que os detidos têm uma vida cor de rosa, como Robert, um professor.

Os infiltrados memorizaram uma história falsa, que deverão contar aos seus companheiros de cela caso façam perguntas. Os outros internos sabem que um programa está em preparação, mas acreditam que a equipe de televisão está ali para seguir os "novos" durante sua primeira experiência na prisão.

Somente alguns funcionários estão a par do verdadeiro conceito da série. Um deles, um homem de estatura imponente, os advertiu pouco antes de sua entrada: mantenham-se discretos, mas não muito; não digam nada de pessoal aos demais internos; evitem as drogas e a violência; e principalmente permaneçam fiéis à sua identidade falsa.

Robert, talvez com muita confiança, quebra imediatamente todas as regras. Recém-chegado, pede a um homem que coloque na televisão comum no canal especializado em futebol americano. Se atrapalha quando conta porque chegou ali, mistura os detalhes e semeia a dúvida entre os internos.

Os presos suspeitam rapidamente que se trata de um policial infiltrado, por seu corte de cabelo e seus gestos, que se parecem com os dos agentes acostumados a levar uma arma no cinto. As câmeras gravam os homens discutindo sobre a verdadeira identidade de Robert. Se ouve cochichar, planejar um contrabando de cigarro e até um estupro.

Em geral, os críticos de TV elogiaram o programa, com algumas exceções. "No subgênero da sobrevivência, na televisão-realidade, o interior de uma prisão representa uma das últimas fronteiras, a versão claustrofóbica da ilha deserta ou das grandes extensões do Alasca", escreveu Brian Lowry, crítico de televisão da revista Variety.

Mas o programa lhe deu "náuseas", especialmente pelas dúvidas sobre as intenções reais do xerife Jamey Noel. "O exercício pode ter sido bom para as autoridades, mas não podemos deixar de pensar que, como na maioria dos 'reality shows', '60 Days Inn' é o primeiro a conseguir seus 15 minutos de fama", diz.

Os funcionários locais eleitos aparentemente se inteiraram de todo o assunto pela imprensa. Um deles, Kelly Khuri, do condado de Clark, disse que lamentava que os problemas da prisão apareçam na televisão. "Eu me surpreendi muito. Fiquei muito preocupada, porque quem vai assumir a responsabilidade se essa aventura de alto risco acabar mal?", questionou a funcionária, segundo o site Newsandtribune.com.

A Polícia Civil conseguiu desmascarar um trio que se passava por auditores fiscais da Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE). Os três são suspeitos de dar golpes a pequenos estabelecimentos comerciais da Região Metropolitana do Recife (RMR). Para se passar por auditores, os bandidos usavam camisas e crachás falsificados da Sefaz. Nos locais, os bandidos diziam que o comércio estava com algumas irregularidades e cobravam pagamento de propina. Os três foram presos no último sábado (25).  

A investigação durou seis meses e levou para cadeia Geraldo Tadeu Goveia Maroja, de 53 anos, Willams Rodrigues da Silva, 43, e Abelardo da Rocha Braga Lins, 43. "Os falsários visitavam os estabelecimentos usando crachás falsos e deixavam os documentos falsificados com o número de telefone celular para contato com o suposto auditor. Quando o contribuinte ligava, um dos criminosos atendia e pedia um determinado valor para suspender a ação fiscal. Os valores da propina chegavam a R$ 3 mil", disse o delegado responsável pelas investigações, Francisco Rodrigues.

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Com o trio, a polícia aprendeu um crachá falso, camisas com a marca da Sefaz-PE, um veículo, falsas ordens de serviço da Secretaria, uma carteira da OAB-PE adulterada, carimbos profissionais de médicos para conseguir atestados, fichas 19, além de contracheques e documentos de fiscalização fazendeira. "O primeiro a ser preso foi Willams. Detivemos ele em um comércio de Abreu e Lima. Dai, ele nos informou onde os outros envolvidos na ação moravam e fomos até a casa deles para levá-los a delegacia", completou o delegado. Ainda de acordo com Rodrigues, a carteira da OAB foi encontrada por um dos suspeitos na rua, que disse que apenas trocou a foto do documento. 

Em depoimento, eles confessaram a policia que começaram a dar golpes no anos passado e, por mês, realizavam três ou quatro investidas, totalizando mais de 30 vítimas. Ainda de acordo com a polícia, o caso começou a ser investigado após denúncias dos contribuintes lesados a Ouvidoria da Sefaz, que solicitou investigação da Polícia Civil. Os criminosos foram autuados em flagrante por formação de quadrilha, estelionato e falsificação de documento público, podendo pegar até cinco anos de reclusão. Os três estão no Centro  de Triagem (Cotel) de Abreu e Lima.

Esta ação faz parte da Operação Dublê, que, em dezembro passado, prendeu um grupo suspeito de envolvimento em esquema de roubo de carros, receptação e adulteração de sinal identificador de veículos, além de falsificação de documentos.  

Caso um contribuinte tenha dúvida se o auditor fiscal pertence a Sefaz, ele deve ficar atento a alguns pontos. "A primeira coisa que um auditor mostra durante a visita a um estabelecimento é a ordem de serviço com os dados do contribuinte. Além disso, também não usamos camisa com o nome do Sefaz. A nossa farda tem o brasão do Governo do Estado. Porém, se mesmo assim alguém ficar em dúvida se determinada visita procede ou não, pode ligar para Ouvidoria da Fazenda, através do telefone 0800 285 1244", explicou o auditor fiscal Salomão Melo.

Diplomas falsificados de nível superior estão sendo vendidos livremente na internet. A compra pode ser feita por qualquer pessoa - até mesmo por quem nunca cursou uma universidade. Os supostos comerciantes oferecem até certificados da área médica. Um diploma de Enfermagem, por exemplo, custa R$ 6 mil.

Em diversos sites, falsificadores prometem entregar os diplomas de curso superior em prazos de até dez dias. Dizem também que o documento entregue terá um suposto reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) e será oficializado, com a publicação no Diário Oficial da União (DOU).

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Sem saber que se tratava de uma reportagem, um atendente do site Sucesso Corp. (www.sucessocorp.com.br), explicou por telefone como funciona o esquema ilegal à Rádio Estadão. É preciso enviar documentos à faculdade indicada pelo negociador e pagar 60% do valor, como sinal. Por um diploma de Pedagogia, ele cobrou R$ 4,5 mil.

"Tudo legalizado em 15 dias. Reconhecido e publicado", afirmou. "Você vai escanear os documentos e mandar por e-mail para lá. Eles vão fazer o encaixe e mandar para o MEC. Em dois ou três dias, o MEC deu OK. Você faz 60%. Mais oito dias, sai a publicação e eu mando levar."

Identificando-se como Marcos, o atendente também disse que há a possibilidade de o comprador escolher a universidade pela qual o documento falso será emitido. "De repente, eu posso conseguir na (faculdade) que você pretende. Como posso conseguir outra", disse.

Em outro portal de compras e vendas, um atendente ofereceu os serviços com a promessa de entregar diplomas em todo o País. Também por telefone, o infrator garantiu à reportagem a autenticidade do diploma e disse conseguir um número de registro que dá acesso exclusivo ao histórico escolar de um aluno desistente do curso pretendido.

O homem chegou a oferecer a emissão do diploma por duas instituições de ensino superior de São Paulo. "Aí em São Paulo tem a Presbiteriana (Mackenzie) e, se for o caso, consigo pra você na Unip", disse.

"O diploma é reconhecido e registrado e tem até o RA. Você vai poder checar dentro da própria instituição a autenticidade do que você está comprando. Tem muita gente que te vende um pedaço de papel e você não pode averiguar nada", continuou.

Questionado se havia riscos no esquema, ele garantiu que não: "Não vai ter. Se der problema para você, com certeza eles vão chegar até mim".

Máfia

Questionado sobre o caso, o diretor jurídico da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, José Roberto Covac, levantou a hipótese de que diplomas originais estejam sendo usados no esquema fraudulento e de que haja envolvimento de funcionários das universidades.

"Quem assina o diploma é o reitor. Quando a universidade faz o registro do diploma, ela verifica todo o registro acadêmico do aluno. Parece que há uma máfia e que alguém de dentro da universidade está fabricando documentação e registro. E o reitor acaba até assinando o diploma sem ter conhecimento", disse.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie afirmou por nota que repudia a comercialização de diplomas. A instituição diz que o processo seria "praticamente impossível de ser realizado dentro da universidade", por causa do número de setores e profissionais envolvidos na diplomação dos alunos.

Também citada pelo fraudador, a Universidade Paulista (Unip) afirmou que "os sistemas adotados pela instituição inviabilizam o esquema de confecção de diplomas a não formandos". A Unip disse que pretende procurar a Polícia Civil para requerer a instauração de um inquérito para investigar a identidade de possíveis criminosos e a forma de atuação deles.

Sobre a suposta ajuda que os fraudadores mencionam ter na confecção dos diplomas, a assessoria de imprensa do MEC disse que as universidades são "inteiramente responsáveis" pelo documento e "não cabe ao MEC parte alguma no processo". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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