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A concentração bancária no Brasil vai aumentar entre as cinco maiores instituições caso uma nacional adquira a unidade do HSBC no País, afirmou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Entre os dez maiores, porém, não deve ter mudanças, conforme ele, uma vez que o britânico já integrava tal grupo.

"A indústria bancária é concentrada em todo o mundo, porque tem economias de escala importantes. No Brasil, a concentração bancária não é muito diferente de outros mercados emergentes, embora seja maior que em países avançados", avaliou ele, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, durante o CIAB 2015, evento voltado para tecnologia bancária.

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Dependendo de quem leve a operação, a concentração bancária no Brasil ficará ainda mais evidente, pois cinco instituições deterão 69% dos ativos totais do sistema nacional ou R$ 5,2 trilhões, conforme dados do Banco Central. Pelo parâmetro internacional Índice Herfindahl-Hirschman (IHH), que mostra a concentração pelo critério de contas correntes, o Brasil tem concentração regular. O indicador fechou dezembro em 0,1376, muito acima, porém, do visto em dezembro de 1994, de 0,0905, segundo o BC. O IHH é um índice que vai de zero a 1. Conforme os critérios adotados internacionalmente, resultados de 0 a 0,10 indicam um mercado não concentrado. Já entre 0,10 e 0,18 mostra concentração regular e acima de 0,18 aponta um mercado com alta concentração.

Embora não comente a venda do HSBC em si, Portugal disse que independente da concentração em um determinado segmento, há concorrência em determinadas necessidades como, por exemplo, na contratação de um crédito para um projeto de infraestrutura, cujos recursos podem ser captados via o mercado de capitais. "O mercado de capitais, o de seguros, o bancário podem atender uma mesma necessidade, por isso, competem entre si", explicou o presidente da Febraban.

Sobre as explicações dadas pelo executivo-chefe do HSBC, Stuart Gulliver, durante reunião com investidores, na semana passada, para a saída do Brasil, Portugal disse que não foram críticas, mas comentários sobre as características do País como, por exemplo, o fato de ser uma economia mais fechada. "São características que estamos tentando mudar. O mercado brasileiro continua muito atraente e com potencial de crescimento. A saída do HSBC é mais por problemas específicos do banco do que do País", analisou Portugal.

Bradesco

Também presente no Ciab, na semana passaada, o vice-presidente executivo do Bradesco, Maurício Minas, respondeu, ao Broadcast, que o banco continua avaliando oportunidades, quando questionado sobre a venda do HSBC no Brasil. Não comentou, porém, o estágio das negociações nem se o Bradesco é favorito para levar o ativo.

Depois de fazer a oferta não-vinculante (que não exige a compra do ativo pelo preço oferecido) maior, de cerca de R$ 10 bilhões, segundo fontes, o banco passou para a segunda fase da disputa ao lado de Itaú Unibanco e Santander. Neste estágio, os interessados têm acesso a uma maior gama de informações e têm de fazer uma oferta vinculante. Analistas e executivos citam o Bradesco como o favorito já que comprar o HSBC significaria praticamente eliminar a distância entre ativos com seu principal concorrente, o Itaú, desde que foi feita a fusão com o Unibanco.

Mais cedo, em conversa com analistas no Rio de Janeiro, o diretor de Relações com Investidores do banco Itaú, Marcelo Kopel, se negou a comentar um possível interesse na compra do HSBC no Brasil.

Casos de lavagem de dinheiro como a Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção e cartel na Petrobras, ajudam os bancos a evitar ocorrências futuras embora não eliminem a possibilidade de crimes acontecerem, na opinião do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Esse trabalho é, segundo ele, complexo, consome recursos e implica grandes desafios ao sistema financeiro pelos números envolvidos. Somente no ano passado, de acordo com a Febraban, foram feitas 18 bilhões de transações bancárias com movimentação financeira.

"O fato de existirem normas e sistemas e regras para prevenir e reprimir crimes, infelizmente, não elimina a possibilidade de eles acontecerem. Tenho certeza de que os bancos vão retirar lições importantes desses eventos (como a Lava Jato) e que isso vai nos ajudar a impedir que eles ocorram no futuro. Quando não se consegue evitar o erro e o crime, o mínimo que tem de se fazer é aprender com eles para que o futuro seja melhor que o presente", disse Portugal, durante congresso da Febraban sobre combate e prevenção à lavagem de dinheiro.

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De acordo com ele, uma das dificuldades do sistema financeiro de prevenir estes crimes e de financiamento ao terrorismo é que, normalmente, os agentes dos sistemas estão sempre um passo atrás do fraudador. Isso porque novas maneiras de realizar esse tipo de fraude são descobertas e colocadas em prática. "Só depois passam a ser conhecidas. É um pouco o que aconteceu nesse caso (Lava Jato)", afirmou Portugal.

Apesar disso, conforme o presidente da Febraban, o setor bancário não vai retroceder no auxílio às autoridades governamentais para identificar quem busca o segmento para ocultar práticas ilícitas e criminosas por meio da lavagem de dinheiro. "A prevenção à lavagem de dinheiro é um dos pilares para a construção de um sistema financeiro sólido, saudável e eficiente. Os desafios com que temos de lidar nesta tarefa não são pequenos", destacou ele, em discurso no evento.

Portugal lembrou, contudo, que a mensuração do risco global potencial de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo é individual de cada banco. Há, inclusive, questionamentos sobre a posição do banco quando identificado um caso suspeito, se corta ou não a relação com o cliente em questão.

Para Antônio Gustavo Rodrigues, presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), não convém perder o rastro do cliente e, por isso, seria melhor manter o relacionamento, ainda que seja um suspeito. Entretanto, ele entende a posição do banco de colocar em jogo sua imagem ao não suspender o relacionamento. "Há demonstrações de que o sistema funciona, mas existem diversas partes que não funcionam. Há interpretações erradas, uma visão incompleta de análise de risco e os recursos são escassos. Percebemos situações de claro risco, em que não é feito um trabalho mais profundo. Os bancos precisam conhecer o seu cliente e tomar precauções", avaliou Rodrigues, acrescentando que alguns bancos não são tão avançados nessa tarefa.

Apesar disso, o setor bancário é considerado o mais eficaz dentre os demais segmentos regulados no Brasil. O índice de utilização das comunicações de operações suspeitas, isto é, a relação entre o número de comunicações feitas pelos bancos e as que originaram investigações, é de 16% na área. De 2011 a 2014, o número de comunicações de operações atípicas ou suspeitas feitas pelos bancos aumentou 54,3%, passando de 37.237 para 57.455. Já as operações em espécie superiores a R$ 100 mil cresceram, no mesmo período, 32,6%, totalizando 967.056 casos atípicos ou suspeitos.

"Os bancos constituem o setor da economia que mais e melhor reporta operações financeiras atípicas e suspeitas ao Coaf. Mais da metade das 9,6 milhões de comunicações recebidas pelo Coaf entre 1998 e 2014 partiu dos bancos", destacou o presidente da Febraban.

Segundo ele, não cabem aos bancos ações de investigação ou repressão, atividades que são de responsabilidade apenas dos órgãos do Estado. No entanto, o setor bancário tem trabalhado, de acordo com Portugal, em "estreita cooperação" com as autoridades.

A missão do Banco Central, de acordo com Márcio Barreira de Ayrosa Moreira, Secretário-Executivo do órgão regulador, é levar luz a todo sistema uma vez que os casos de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo colocam em risco a credibilidade do sistema. "O desafio, considerando as manchetes atuais, é maior e o momento exige mais atenção. O Banco Central autoriza, regula e supervisiona mais de mil instituições de grandes bancos a pequenas cooperativas", observou ele, durante debate.

O sistema terá, contudo, na sua visão, desafios maiores diante da bitcoin (moeda digital e que não é emitida por um governo) e ainda as transações eletrônicas. "Precisamos jogar luz no sistema todo e não trazer sombra por pressão de pequenas irregularidades", disse Moreira, acrescentando que é melhor que os clientes suspeitos tenham ligação com o sistema.

A partir desta sexta-feira, 16, passa a vigorar o novo valor mínimo de R$ 500,00 para a Transferência Eletrônica Disponível (TED), informou nesta sexta a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Até então, o valor mínimo exigido era de R$ 750,00. "As instituições financeiras reduziram o valor da TED para facilitar ainda mais a vida de quem precisa transferir dinheiro, no mesmo dia, entre bancos diferentes", diz, em nota, a entidade, que cada vez mais vem reduzindo o valor mínimo para a operação.

A Febraban ressalta que, em outras formas de movimentação financeira, como o Documento de Crédito (DOC) ou o cheque é preciso aguardar pelo menos um dia para a conclusão da operação. "Os bancos estão trabalhando para que haja mais uma redução no limite da TED ainda este ano", disse, na nota Walter de Faria, diretor adjunto de operações da Febraban.

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Ainda conforme o comunicado, de acordo dados da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, tem crescido a preferência dos clientes por transferências eletrônicas - DOC e TED. Em 2009 elas representavam 28% do volume de transações; em 2013, o número subiu para 46%. "Com a TED, o cliente não precisa sacar em espécie para fazer a transferência, basta acessar o Internet Banking ou outros canais eletrônicos de autoatendimento para efetuar a operação", acrescenta Walter.

Os bancos privados estão conscientes de que precisam ampliar a oferta de crédito em segmentos nos quais ainda não possuem presença tão expressiva, como investimento de longo prazo e pequenas e médias empresas (PMEs), segundo o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. "Nós, bancos, estamos profundamente comprometidos com a agenda de desenvolvimento do Brasil", destacou ele, em almoço de confraternização promovido pela federação.

Portugal afirmou ainda que há muitos desafios para o setor bancário. No entanto, segundo ele, os bancos têm consciência da responsabilidade de serem mais eficientes e reduzirem custos.

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O presidente da Febraban também destacou a importância da atuação dos bancos que atingiram 56 bilhões de transações e uma participação do crédito de 57% no Produto Interno Bruto (PIB), mais que o dobro da vista há cerca de uma década, de 26%.

Para este ano, a Febraban estima crescimento de aproximadamente 11% da oferta de crédito. Portugal disse que em 2015 a taxa de expansão dos empréstimos deve ser em linha com a vista neste exercício, mas tem potencial para acelerar o ritmo de avanço.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o "Banco Central manteve a inflação sob controle nos últimos anos, em que pese ventos contrários". Ele ressaltou que, de um lado, a conjuntura internacional foi uma das mais complexas numa perspectiva histórica, "reflexo da crise que emergiu em 2008 e da recidiva verificada em 2011", apontou. De outro lado, destacou, houve a "ocorrência de choques de preços desfavoráveis no âmbito doméstico, a exemplo dos decorrentes de condições climáticas das mais adversas, também numa perspectiva histórica". Os comentários foram feitos durante discurso no almoço de confraternização de fim de ano realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Na avaliação do presidente do BC, nos últimos anos ocorreu "expansão moderada do crédito", mercado que seguiu "evoluindo em ritmo compatível com o nível de atividade econômica. Isso ocorreu, segundo ele, pela colaboração de um sistema financeiro sólido, bem capitalizado, e com índices de inadimplência historicamente reduzidos. "Nesses últimos anos, temos observado expansão moderada do crédito, após uma década de crescimento acentuado, impulsionado pela ascensão social de parcela expressiva da população, pelo processo de inclusão financeira e pelos avanços no mercado de trabalho", comentou.

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De acordo com Tombini, é esperada uma recuperação gradual do nível de atividade no Brasil, com melhora progressiva dos níveis de confiança dos consumidores e empresários. "Devo destacar que, a despeito do crescimento modesto esperado para 2014 e 2015, a perspectiva é de que ocorram mudanças na composição da demanda e da oferta agregadas que favoreçam o crescimento potencial", apontou.

Déficit em transações correntes

Tombini também afirmou que o déficit em transações correntes do Brasil tem sido financiado em boa parte por Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) há vários anos. Na avaliação dele, a redução das cotações mundiais de mercadorias importantes às exportações nacionais tem ajudado na diminuição "do superávit comercial e manutenção do déficit em transações correntes em nível superior a 3,5% do PIB", como ocorreu em 2013. "No entanto, esse déficit corrente, reflexo também da necessária complementação da poupança externa à poupança doméstica, tem sido mais que integralmente financiado pelos investimentos estrangeiros direcionados ao País, em especial os Investimentos Estrangeiros Diretos, que permanecem ingressando em montante significativo, acima dos US$ 60 bilhões por ano, e de forma disseminada entre os diversos setores da economia brasileira", disse.

Na avaliação do presidente do BC, as perspectivas para o setor externo em 2015 "são favoráveis" e se sustentam "na expectativa de maior crescimento global, na depreciação observada do real e na ampliação da produção interna de petróleo". Para ele, esses fatores devem contribuir para o melhor desempenho da balança comercial em 2015. "No próximo ano, o balanço de pagamentos brasileiro permanecerá integralmente financiado pelos fluxos de capitais de longo prazo, principalmente IED."

O ano de 2014 foi muito difícil do ponto de vista econômico, mas o próximo exercício deve ser melhor, na opinião do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. "Estamos nos aproximando do encerramento deste ano que foi de fortes emoções. O Brasil teve crescimento muito aquém do seu potencial, mas nossas expectativas apontam para um ano melhor em 2015", disse ele, em discurso de abertura de evento promovido pela Febraban.

Portugal relembrou os principais acontecimentos em 2014, como as eleições e também a Copa do Mundo no Brasil. Para ele, as urnas não geraram uma divisão da sociedade, mas mostraram a busca de caminhos em comum para obter um país mais rico, mais justo e sustentável.

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O presidente da Febraban fez elogios à nova equipe econômica e reafirmou que a escolha dos nomes já geraram efeitos positivos no mercado, como os juros longos. Citou também os objetivos já ressaltados pela nova equipe, como a conversão da inflação para o centro da meta, de 4,5%, consolidação fiscal e metas plurianuais que, segundo ele, são objetivos da maior relevância.

"Disciplina fiscal que garanta dívida bruta baixa, tributação compatível, regime de câmbio flexível e um setor financeiro sólido e eficiente são condições importantes e necessárias para o desenvolvimento econômico", afirmou Portugal.

Segundo ele, o crescimento rápido e necessário para o Brasil depende de crescimento de produtividade. "Precisamos elevar a taxa de investimento", concluiu ele.

O Banco Central (BC) já calcula, para efeito de monitoramento das instituições financeiras, um indicador estrutural de longo prazo que, pelos parâmetros do acordo de Basileia 3, só se tornará requerimento mínimo em 2018. Foi o que disse nesta manhã o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, durante palestra que fez no 4º Congresso Internacional de Gestão de Riscos que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) realizado nesta terça-feira (30), em São Paulo.

O indicador, que já é calculado pelo BC e divulgado no Relatório de Estabilidade Financeira (REF) - o mais recente foi divulgado no último dia 17 -, faz parte do cronograma de Basileia 3 e se baseia no Net Stable Funding Ratio (NSFR). Nos fóruns de discussões internacionais, de acordo com o BC, nem está fechado ainda. "A expectativa é de que este indicador se torne um requerimento mínimo (de avaliação e monitoração das instituições financeiras) em 2018", disse um técnico do BC escalado por Meirelles para dirimir as dúvidas dos jornalistas que fazem a cobertura do evento.

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No Brasil, a autoridade monetária é capaz de calcular o indicador com base em dados granulados do NSFR e câmaras de liquidação e custódia.

Sondagem preliminar feita Federação Brasileira de Bancos (Febraban) junto aos associados indica que o saldo das operações de crédito deve ter registrado em agosto uma recuperação, após a sazonalidade negativa de julho, com crescimento de 1%, para R$ 2,86 trilhões - ou 56,3% do Produto Interno Bruto (PIB). A informação consta do Informativo Semanal de Economia Bancária (Iseb), que a federação divulga todas as segundas-feiras.

Os dados sobre as operações de crédito relativos a agosto serão divulgados na próxima sexta-feira pelo Banco Central (BC) por meio da Nota de Política Monetária e Crédito.

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De acordo com o levantamento da Febraban, o desempenho aponta para a manutenção da dinâmica anterior de menor ritmo de crescimento no segmento de recursos livres, de 0,3% em agosto, e mais forte no direcionado, de 1,8% no mês. No segmento de recursos livres, o desempenho é relativamente uniforme, com alta de 0,3% em pessoa jurídica e de 0,2% em pessoa física, ambos com melhora ante o mês anterior, mas abaixo do ritmo observado nos meses de agosto dos anos anteriores, sobretudo em pessoa física.

No segmento de recursos livres para pessoa física, o desempenho segue melhor no crédito pessoal, com alta de 0,9%, e mais fraco nas linhas de veículos, com queda de 0,9%, e financiamento de bens (recuo de 0,5%). Já no crédito direcionado o desempenho é mais forte em pessoa física, com aumento de 2,17%, mas também favorável em pessoa jurídica, com elevação de 1,30%.

Em relação à qualidade das carteiras, os indicadores de atrasos e inadimplência seguem com influência sazonal mais favorável neste período, de acordo com o boletim.

As medidas anunciadas nesta quarta-feira (20) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para melhoria do ambiente de crédito representam uma importante modernização do marco regulatório brasileiro e devem produzir efeitos bastante positivos de curto, médio e longo prazos, afirma, em nota, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal.

"No médio e longo prazo, contribuirão para ampliar a oferta de crédito e reduzir seu custo. No curto prazo, as medidas terão efeito positivo para a melhora das expectativas e da confiança dos agentes econômicos", diz Portugal.

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O comunicado da Febraban destaca que, ainda que não se tenham os detalhes das medidas anunciadas, "elas apontam na direção de um aumento das garantias nas concessões de crédito, maiores facilidades na recuperação destas garantias e também para uma redução dos custos e da burocracia associada à concessão de crédito, especialmente no crédito imobiliário".

Ainda de acordo com a nota, na avaliação do presidente da Febraban, a qualidade das garantias e a tempestividade da sua recuperação têm uma relação direta com a disposição dos bancos de oferecer crédito e com a taxa de juros destas operações. Quanto melhores forem as garantias e quanto mais simples e rápida for a sua recuperação em caso de inadimplência do tomador, maior será a disposição dos bancos para emprestar e menor será a taxa de juros.

"O sucesso do consignado ilustra bem esta relação entre boas garantias e ampliação do crédito e redução das taxas de juros", afirma. "As medidas anunciadas integravam a pauta de discussão entre o setor financeiro e o governo e redundarão em beneficio dos tomadores de crédito."

Santander

O Santander avalia que, com as medidas, o BC e o Ministério da Fazenda reforçam o movimento de estímulo às concessões de crédito no âmbito do sistema financeiro nacional, iniciado em 25 de julho.

"Os reflexos positivos sobre a atividade econômica devem ser intensificados, tanto pela liberação de um volume maior de recursos de depósitos compulsórios para operações de crédito quanto pelo foco dado ao financiamento imobiliário e para a compra de veículos", informou o banco, em comunicado enviado à imprensa.

O Santander informou ainda que "tem ampliado sua participação em ambos os mercados e seguirá em crescimento, por entender a importância desses setores para o desenvolvimento do País".

LIG

Já a Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc) avaliou positivamente as medidas que envolvem o mercado imobiliário. As Letras Imobiliárias Garantidas (LIG), conhecidas como covered bonds na Europa, devem ser uma alternativa adicional de funding para o mercado imobiliário, disse o diretor executivo da entidade, Renato Ventura.

"O impacto imediato no mercado imobiliário é difícil de se resumir, porque depende muito de outros fatores como as taxas de juros de longo prazo", comentou. "Mas entendo que a finalidade é que os recursos a serem captados sejam usados no mercado imobiliário e no médio prazo deverá ser algo transformador", acrescentou.

Outra medida anunciada é a concentração de todas as informações de atos jurídicos sobre o bem na matrícula do imóvel no seu cartório específico e dispensa da necessidade de consulta a diferentes cartórios. Ventura ressalta que essa mudança tende a ter mais impacto no mercado de imóveis usados, mas também pode trazer benefício às incorporadoras no momento da compra de terrenos.

A medida ajuda a obter informações sobre riscos relacionados a um imóvel usado, como por exemplo o envolvimento do proprietário em processos na Justiça. "Afeta as transações imobiliárias como um todo porque dá mais segurança na compra de imóvel a todos que operam no mercado", completou Ventura.

A Abrainc considera ainda que o mercado de imóveis novos ainda precisa de novas iniciativas. Ele menciona a necessidade de se estimular o registro eletrônico. No momento do repasse, pela incorporadora, de imóveis comprados na planta para o nome do comprador o trâmite ainda é considerado longo e envolve muitos papéis, comenta.

Já sobre a possibilidade de utilizar até 3% do saldo da poupança para operações de home equity (crédito pessoal com imóvel quitado como garantia), a Abrainc avalia que não há impacto para as companhias do setor.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou na tarde desta segunda-feira (7) que os bancos reduziram o valor mínimo para a Transferência Eletrônica Disponível (TED). Antes, somente a partir de R$ 1 mil era possível realizar transferências por meio dessa opção. Agora, as operações são permitidas a partir do valor de R$ 750.

A federação informou que o novo limite está disponível para facilitar a transferência de recursos, em um mesmo dia, entre bancos diferentes. "Com a TED, o cliente não precisa sacar em espécie para fazer a transferência. Basta acessar o Internet Banking ou outros canais eletrônicos de autoatendimento para efetuar a operação", disse, por meio de nota Walter Faria, diretor adjunto de operações da Febraban.

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A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, nesta quinta-feira, 22, por meio de nota, que os bancos vão interpor embargo de declaração contra o julgamento de quarta-feira, 21, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que também poderão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Ontem, as instituições financeiras sofreram uma perda em um dos julgamentos sobre planos econômicos, o que definiu quando passaria a incidir juros de mora nos processos. A Corte Especial do STJ definiu que seria a partir da citação do réu para conhecimento da ação, no início do processo. Os bancos defendiam que deveria ser no fim, na citação para liquidar a sentença.

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Com a decisão de ontem, a estimativa é de que a conta a ser paga pelos bancos, caso sejam derrotados no STF na disputa em torno da constitucionalidade dos planos econômicos de 1980 e 1990, aumente em 200%, podendo chegar, segundo o Banco Central, a R$ 341 bilhões. "A Febraban ressalta que a constitucionalidade das normas que instituíram os planos econômicos depende de julgamento pelo STF e está confiante quanto ao mérito desta decisão".

O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Murilo Portugal, está reunido na manhã desta terça-feira, 13, com o secretário-executivo do ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, para discutir propostas que possam destravar os financiamentos para aquisição de veículos no mercado doméstico. Pouco antes, Caffarelli recebeu o presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, para debater as medidas. Várias propostas estão sendo estudadas, mas o governo não tem conseguido finalizá-las no tempo esperado.

A reportagem apurou que uma das possibilidades com maior chance de ser anunciada em breve é a mudança na legislação para tornar mais rápida a retomada do veículo pelo banco em caso de inadimplência. Atualmente, o processo é demorado e dificulta a venda do automóvel pelo banco. Outra medida em discussão é a criação de um fundo garantidor, com aportes das instituições financeiras, que deve complementar as garantias oferecidas pelo cliente.

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O governo também tem a intenção de facilitar o crédito para operações de até 60 meses. Atualmente, os bancos precisam provisionar 75% do valor dos financiamentos feitos em até 60 meses para aquisição de automóvel. O governo pode flexibilizar essa exigência.

Na semana passada, o setor automotivo conseguiu que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) adiasse por 24 meses a entrada em vigor da norma que obriga a instalação de rastreadores nos veículos novos. A medida levaria a um aumento dos custos das montadores e do preço final do automóvel para os consumidores. Até o final do ano todos os automóveis teriam que sair de fábrica com o rastreador. Apesar do adiamento por dois anos, o setor quer discutir uma nova regulamentação. A Anfavea defende que o uso do rastreador seja opcional.

As operações de concessão de crédito em 2014 deverão, mais uma vez, apresentar índices de expansão mais "rápidos" que o Produto Interno Bruto (PIB), disse, nesta terça-feira (18), o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal.

O executivo, que presidiu a cerimônia da 5ª edição do Prêmio de Economia Bancária, se ateve aos dados da pesquisa de mercado divulgada recentemente pela Febraban, segundo a qual o crédito neste ano deverá registrar crescimento nominal de 13% a 14%. "Considerando que o PIB possa crescer 2,5% neste ano e que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche em 5,5%, teremos mais um ano de expansão do crédito", disse o presidente da Febraban.

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Não incomoda a Portugal a previsão de que o crescimento do crédito em 2014 se dará em uma velocidade menor que a do ano passado. "O crescimento do crédito vem sendo menor nos últimos anos, mas sempre acima do PIB", disse. "É natural que desacelere. Quando temos um volume de crédito muito pequeno, as taxas de crescimento são maiores. Quando já há um volume grande de crédito, as taxas de crescimento são menores", ponderou o presidente da Febraban. A composição do crédito em 2014, de acordo com Portugal, se mostrará com o crédito direcionado crescendo acima do crédito livre.

Setor elétrico - O presidente da Febraban evitou comentar a discussão envolvendo o processo de financiamento do setor elétrico pelos bancos. Ele alegou que esta é uma questão comercial que diz respeito a cada banco.

O executivo deu essa resposta ao ser indagado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se a Febraban teria uma posição dos bancos sobre a afirmação do governo de que irá autorizar a contratação de um financiamento privado de R$ 8 bilhões pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para que as distribuidoras paguem as dívidas com as geradoras, além dos R$ 4 bilhões que o governo já injetou no setor. "Não posso comentar nada, porque essa é uma questão comercial para os bancos."

Recentemente, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que o governo avalia o processo de financiamento do setor elétrico contando com capital das instituições privadas.

Os economistas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destacam no seu Informativo Semanal de Economia Bancária (Iseb) desta semana a melhora dos indicadores de inadimplência e de atrasos no mercado de crédito em 2013. Isso, segundo o documento, se deu "pela atuação dos bancos no saneamento das suas carteiras e na concessão de crédito em linhas menos arriscadas, seja pela própria melhora da situação financeira da população, como novos aumentos reais da renda e redução no comprometimento da renda".

Nesse sentido, ressalta o documento, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) publicou, na semana passada, o perfil do endividamento das famílias em 2013, que corrobora esse quadro de melhora da situação financeira da população. Em primeiro lugar, houve um aumento do nível geral do endividamento em 2013, com 62,5% das famílias endividadas na média do ano, acima dos 58,3% em 2012 e sendo a maior média anual da série recente da pesquisa.

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"Se olharmos os dados mensais, o porcentual das famílias endividadas foi de 62,2% em dezembro de 2013 ante 60,7% em dezembro de 2012, mas está abaixo dos picos da série de 64,3% e 65,2%, de maio de 2013 e julho de 2013, respectivamente", ressaltam os economistas. Todavia, dizem, vale destacar que o simples aumento do porcentual das famílias endividadas não é uma má notícia, já que a pesquisa capta qualquer tipo de endividamento, desde uma prestação no cartão a um financiamento imobiliário.

"Podemos até notar uma melhora no perfil desse endividamento, com forte aumento na parcela dos que possuem financiamento imobiliário, de 6,1% na média do ano (6,7% em dezembro de 2013, ante 3,2% em 2010). Também o endividamento via crédito consignado teve aumento relevante, para 5,2% das famílias com dívidas, de 3,9% em 2010 e financiamento de veículos, para 12,2% (12,6% em dezembro de 2013), de 10,3% em 2010".

De acordo com a Febraban, a linha mais prejudicada foi o crédito pessoal, que era usado por 10,5% das famílias em 2013 (apenas 7,9% em dezembro de 2013), de 11,3% em 2010, e de 13,3% em maio de 2012. Por fim, cresceu também o endividamento via cartão de crédito, atingindo 75,2% na média de 2013 (76,4% em Dezembro de 2013), de 70,9% em 2010.

"Aqui, porém, é preciso observar com ressalvas, na medida em que contempla qualquer tipo de parcelamento no cartão (de qualquer prazo, valor e inclusive sem juros) e não apenas o uso do crédito rotativo", reportam os economistas. "Portanto, a própria popularização desse instrumento incentiva seu maior uso e o aumento desse tipo de dívida no perfil das famílias", explicam.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou hoje (4) ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que vê "positivamente" a perspectiva de concessão de crédito pelos bancos em 2014. "Fazemos mensalmente pesquisas de crédito", explicou. "Em outubro, a expectativa para o ano que vem era de que a carteira total cresça 14,6%. Isso vai manter um processo que estamos registrando no Brasil e deve completar dez anos em 2014, que é crescimento do crédito mais rápido do que o PIB", destacou. Para 2013, ele acredita que o ritmo de incremento da liberação de empréstimos pelas instituições financeiras deve avançar ao redor de 15%.

"Para 2014, o crédito direcionado vai ter um crescimento mais forte, é uma tendência. É esperada uma expansão de 18,2% para o próximo ano. E para recursos livres deve ocorrer um incremento de 12,1%", disse Portugal. Para pessoas físicas, é aguardado um avanço de 11,5% e para jurídicas, uma alta de 13,4%. "É um cenário generalizado no qual os vários segmentos do mercado de crédito vão continuar crescendo mais rápido do que o PIB", afirmou. "E isto vai continuar com o crédito consignado e pessoal. No caso de veículos, deve ocorrer uma elevação de 11%", apontou.

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Consumo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, na terça-feira (3), que a concessão de crédito pelos bancos ainda não está normal no País e, se estivesse, ajudaria a aumentar o resultado do consumo das famílias e do PIB em 2013. Ao ser questionado sobre a avaliação do ministro, o presidente da Febraban afirmou: "Eu não assisti à entrevista. Não vou comentar nem responder esta pergunta."

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, informou que deve divulgar ainda em 2013 as normas sobre crédito responsável que serão seguidas pelas instituições financeiras. O executivo elogiou a iniciativa do Banco Central, que lançou nesta quarta-feira, 6, um guia semelhante para orientar os bancos na oferta de crédito e outros serviços financeiros, mas sinalizou que os bancos devem seguir as normas que eles mesmos estão elaborando.

"A Febraban fez uma iniciativa parecida, um normativo de crédito responsável. Esse normativo procura estabelecer normas que vão além da regulação oficial do BC, sobre uma publicidade clara e objetiva na oferta de crédito", disse. "O guia de excelência do BC é de natureza voluntária, mas é difícil regulamentar a excelência."

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O presidente da Federação citou ainda o programa de educação financeira lançado em 2010 pela Febraban, que tem a chamada nova classe média como público-alvo. Ele inclui o portal Meu Bolso em Dia e um programa de controle das finanças pessoais. O executivo participou do V Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em Fortaleza (CE).

O Informativo Semanal de Economia Bancária (Iseb) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem como destaque nesta semana a expectativa em relação à ata do Copom, a ser divulgada na quinta-feira, 17. De acordo com o informativo, só será possível identificar tendências sobre os próximos passos da autoridade monetária com o conhecimento da mensagem do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Segundo o informativo, a desvalorização do real nos preços das commodities ainda não tem contaminado as previsões de inflação no varejo nem a expectativa para a política monetária. O Iseb destaca ainda que a recente valorização do real deve ajudar a consolidar este cenário.

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O texto ressalta que a decisão do Copom de elevar a Selic em de 0,5 ponto porcentual, para 9,5% anuais, ratificou o consenso do mercado. No entanto, destaca que a repetição do comunicado após a decisão "ampliou as incertezas sobre o tamanho do próximo movimento e se esse seria o último ajuste do ciclo atual de elevação da Selic".

Situação dos EUA

A discussão sobre o impasse no Congresso norte-americano, que trata da elevação do teto da dívida e da possibilidade do Tesouro dos Estados Unidos não ter como honrar seus compromissos financeiros, também ganhou destaque no documento. Conforme o Iseb, a hipótese de não se chegar a um acordo seria "catastrófica". "Os analistas praticamente são unânimes em seus prognósticos, de que, até o final do prazo, algum acordo será alcançado", pondera o documento.

O informativo frisa ainda que, na visão do mercado, a retomada da economia norte-americana é fundamental para a recuperação da atividade global. "O ideal, portanto, seria que a solução não fosse provisória, mas que de algum modo removesse esta incerteza do cenário global", diz o texto.

O mercado parece ter encontrado um ponto de equilíbrio na formação das expectativas, projetando um cenário típico de tendência, que mantém, em linhas gerais, o quadro econômico atual. A avaliação é do Departamento Econômico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e consta do Informativo Semanal de Economia Bancária (Iseb), que a entidade divulga todas as segundas-feiras.

Este suposto ponto de equilíbrio, de acordo com os economistas da Febraban, está associado, em primeira instância, à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho próximo de zero. O indicador registrou em julho uma ligeira inflação de 0,03% ante uma alta de 0,26% em junho. "Ainda que dentro do esperado pelo mercado, o IPCA de julho próximo de zero acabou contribuindo de forma importante para a melhoria das expectativas do mercado, escrevem o documento os economistas da Febraban.

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"Na mesma linha, notícias positivas da China, afastando, ao menos num cenário de curto e médio prazos, um processo de "hard landing" (desaceleração brusca da atividade econômica) também contribuiu para os mercados encerrarem a semana passada e começarem esta em clima mais otimista."

Ainda assim, de acordo com o Iseb, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC) praticamente se manteve inalterado em relação ao quadro da semana anterior. De fato, os números trazem pequenas variações em torno de um cenário para 2013 e 2014. Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), as projeções apontam para uma alta na faixa de 2,2% e 2,5%, respectivamente. O IPCA, segundo os analistas do mercado, deve fechar em 5,74% neste ano e de 5,85% em 2014. O câmbio deve continuar rodando em R$ 2,25 neste ano e em R$ 2,30 em 2014 e a taxa Selic chegando a 9,25% ao ano e permanecendo neste patamar até dezembro de 2014.

Os títulos de financiamento do agronegócio giram nesta terça-feira (4), oito anos após a realização do primeiro negócio, em abril de 2005, um volume financeiro da ordem de R$ 400 bilhões. O valor representa um terço de toda a carteira de crédito livre que financia a agricultura, calcula o diretor adjunto de Produtos e Financiamentos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian.

No entanto, a despeito de terem sido criados numa parceria entre o Ministério da Agricultura e a Febraban, terem mercado e potencial de crescimento, a negociação destes títulos é ainda pouco difundida. Até mesmo o governo, nos anúncios de seus Planos Agrícolas e Pecuários (PAP), também conhecido como Plano de Safra, costuma negligenciar a propaganda desses papéis.

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Nesta terça-feira (4), a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, anunciarão os recursos e o detalhamento do novo PAP 2013/14. É possível que mais uma vez deixem de fazer menção aos papéis. Entre os especialistas, a crítica é de que falta envolvimento do Ministério da Agricultura na divulgação dos títulos entre os produtores, lideranças rurais, setor cooperativista, investidores e outros. Ou seja, estimular a qualificação de pessoas para trabalhar com todos os papéis de forma que pequenos produtores também possam ter acesso a essa fonte de financiamento.

A ideia de se criar os títulos nasceu da necessidade de inserção do Agronegócio Brasileiro no Mercado de Capitais a partir do reconhecimento, por parte do governo, de que não haveria mais condições de financiar as grandes empresas do agronegócio brasileiro e ao mesmo tempo direcionar recursos para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

"A exigibilidade de crédito rural dos bancos não cresce o suficiente para atender a demanda por produtores, cooperativas e empresas do setor", diz o diretor da Febraban. De acordo com ele, quanto mais tecnologia os produtores incorporam na produção mais recursos demandam e o governo federal não tem orçamento para complementar as exigibilidades bancárias.

Diante deste cenário, explica o diretor da Febraban, o governo resolveu dar como contrapartida às empresas do agronegócio, que passariam não mais a contar com linhas de financiamento, mas com a instrumentalização para que elas passassem a se autofinanciarem no mercado financeiro. Foi ai que surgiram os títulos agrícolas Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) e Certificado de Recebíveis do Agronegócios (CRA), além da reestruturação do Certificado de Depósito Agropecuário-Warrant (CDA-WA), lançados em 31 de dezembro de 2004 na gestão do então ministro e produtor rural Roberto Rodrigues. O governo isentou de qualquer tributo as operações com estes títulos tanto para pessoa jurídica ou física que comprarem ou venderem estes papeis.

A divisão das previsões do mercado financeiro entre uma alta de 0,25 ponto porcentual e uma elevação de 0,5 ponto da taxa básica de juros (Selic) nesta quarta-feira, 29, foi o destaque do "Informativo Semanal de Economia Bancária (Iseb)" que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulga semanalmente nas segundas-feiras.

De acordo com o que pontua o documento da Febraban, na manhã desta segunda-feira as taxas nos mercados futuros apontavam para uma expectativa de elevação de 0,5 ponto porcentual, apesar de as opiniões seguirem bem divididas entre os analistas, entre esta alta de 0,50 ponto e outra mais moderada, de 0,25 ponto porcentual.

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"Não é simples antecipar a decisão da autoridade monetária, já que as duas alternativas encontram respaldo em sólidos argumentos de natureza técnica", assinala no documento a equipe de economistas da Febraban chefiada pelo economista Rubens Sardenberg. A este propósito, dizem os economistas da Febraban, a pesquisa Focus desta semana traz a manutenção das estimativas em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2013 em patamar elevado de 5,81% ante 5,80% na semana passada, uma pequena alta nas projeções para a taxa de câmbio e nova piora nas previsões para o déficit em conta-corrente.

"Estes números e mais alguma melhora na confiança na recuperação da economia mundial (com exceção da Europa) poderia justificar uma aposta na alta de 0,50 ponto porcentual." Ainda de acordo com o Iseb, a revisão para baixo na estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, agora para 2,93% de 2,98% na semana passada, as indicações de que a retomada da economia mundial ainda é bastante incerta e a postura gradualista do Banco Central (BC) poderiam justificar a opção por uma alta de 0,25 ponto porcentual. "Em qualquer das alternativas, mais uma vez o mercado vai olhar para o comunicado (e depois para a Ata) e para o placar da votação, buscando eventuais pistas sobre os próximos movimentos da autoridade monetária", ressaltaram os economistas da Febraban.

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