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Na manhã desta terça-feira (12), integrantes da etnia Fulni-ô protestam por acesso à educação e bloqueiam as faixas da BR-423, no Agreste de Pernambuco. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a mobilização.

Os manifestantes usaram galhos e faixas para obstruir a passagem no km 178, informou a PRF. Ainda não há previsão para a liberação da rodovia e a Polícia indicou desvios para veículos de passeio.

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Desvios

No fluxo vindo de Alagoas, a orientação é desviar pela BR-316, na Unidade Operacional (UOP) do Carié. Já no sentido contrário, de quem sai de Pernambuco, o ato pode ser evitado pelos motoristas na cidade de Garanhuns.

 

Após revelar um câncer no colo do útero, Fátima Bernardes passou por uma cirurgia e, segundo informações de Túlio Gadêlha, a apresentadora está bem. Ela continua recebendo o apoio de amigos e, na última quarta-feira (9), postou um vídeo bem especial que recebeu da tribo indígena Fulni-ô.

No registro, eles explicam: "Vamos fazer uma cerimônia, Fátima, porque você merece. Você abriu o coração de muita gente para acreditar em todos nós. Gratidão por tudo o que você fez pela gente. Acredite, a gente nunca deixa de rezar por vocês. Nós estamos sempre aqui cantando e orando por você. Para que você continue o seu novo ciclo sagrado".

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A música, segundo disseram, foi feita especialmente para Fátima: "Gratidão por tudo, amamos você".

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A apresentadora do Encontro Com Fátima Bernardes agradeceu o vídeo e ainda escreveu o seguinte na legenda de seu post: "Gratidão. Esse trabalho me leva aonde nunca imaginei chegar. Me leva a conhecer um país rico culturalmente, diverso, generoso. Diante de tantas manifestações de carinho, essa da tribo Fulni-ô, do sertão de Pernambuco, mostra a força da linguagem do amor. É nela que eu acredito. Já estivemos juntos no #encontrocomfatima e agora recebo essa mensagem de fé pela minha recuperação. Aproveito, mais uma vez, pra agradecer a todos que se unem pra que eu esteja logo bem".

Na madrugada da última sexta (7), criminosos invadiram a Escola Estadual Indígena Marechal Rondon, localizada no aldeamento do povo fulni-ô, em Águas Belas, no agreste de Pernambuco. Além de atear fogo na escola e em seu patrimônio, incluindo materiais didáticos, eles deixaram mensagens ofensivas nas paredes, a exemplo dos dizeres: “vão ‘tudo’ tomar no c*”.

Por meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que um boletim de ocorrência foi registrado no sábado (8), na Delegacia de Águas Belas. A instituição instaurou um inquérito e investiga o caso.

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Em um vídeo que circula na internet, é possível observar mesas e armários revirados, bem como uma fogueira formada pelo patrimônio da escola. Os fulni-ô destacam-se por ser o único povo indígena do nordeste brasileiro que conservou seu idioma próprio vivo, o Yaathe. Na unidade educacional vandalizada, as crianças da comunidade tinham o aprendizado da língua como rotina.

De cocar exuberante e rosto pintado, o guerreiro Thafkhêa aparece como online no whatsapp. Poucos minutos após o convite da reportagem, a jovem liderança Fulni-Ô, de apenas 29 anos, se dispõe a ceder entrevista sobre a realidade dos povos indígenas brasileiros neste 19 de abril, instituído pelo Governo Vargas como o “Dia do Índio”. Em “mês de caçada”, como os guerreiros da tribo chamam abril, período em que saem para divulgar sua cultura e seus costumes em escolas de todo o país, Thafhkêa nos recebe entre as atividades da “Semana dos Povos Indígenas”. O evento é promovido por ele, em conjunto com outros seis guerreiros Fulni-ô e pelo Espaço Ciência, museu interativo de ciências de Pernambuco, em Olinda. Eles palestram, dançam e cantam para as caravanas de estudantes visitantes.

“Esse é Thafkhêa, um guerreiro Fulni-Ô. Ele vai falar um pouco sobre os costumes do povo dele para a gente”, apresenta uma professora empolgada. As crianças, espalhadas pela recepção do museu, ouvem atônitas às imponentes palavras de Thafkhêa, que carrega um sotaque arrastado, cheio de erres fortes, ao se comunicar em português. “Nosso povo preservou seu idioma, mas as escolas da aldeia também nos ensinam o português”, explica. Para Thafkhêa, alguns dos principais papéis do índio na contemporaneidade são levar conhecimento e educação ambiental aos outros povos. “Sem natureza, não existe humanidade. A gente tenta fortalecer esses pequenos guerreiros, que vivem na selva de pedra, com outra visão da terra”, comenta o Fulni-Ô, que se mostra bastante incomodado com a poluição do canal da avenida Agamenon Magalhães. “Muito bonito, mas muito sujo. Mesmo com toda essa sujeira, é importante para todos os seres humanos”, completa.

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"A gente usa essa tecnologia para nosso fortalecimento", diz Thafkhêa sobre redes sociais. (Marília Parente/LeiaJá Imagens)

Ativo nas redes sociais, Thafkhêa publica constantemente em seu instagram divulgações de suas palestras, registros de familiares e do artesanato Fulni-Ô, que, segundo ele, é a maior meio de sobrevivência da tribo. “A gente usa essa tecnologia para nosso fortalecimento, para nos manifestarmos numa rede social e divulgar nossa cultura. Por que os brancos podem evoluir e nós não? Só que a gente evolui mantendo nossa essência, nossa cultura viva”, afirma. Para o guerreiro, ainda existe forte influência de estereótipos do índio na televisão e na grande imprensa, que formam a opinião do país a respeito dos povos indígenas. “Eles mostram muitos mitos, nossa realidade é diferente. Muitas pessoas da aldeia são médicos, advogados e enfermeiros. Temos carros, usamos roupas e telefones. Mas não esquecemos do principal, que é: quem eu sou? Sou um índio fulni-ô”, coloca. 


Thafkhêa e guerreiros Fulni-ô recebem crianças no Espaço Ciência. (Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens)

De acordo com relatório da ONG Front Line Defenders de 2017, Brasil e Colômbia são os países que mais matam ativistas nas Américas. Na época da publicação dos resultados, o Comitê Brasileiro de Defensores e Defensoras dos Ativistas garantiu que, das 58 mortes registradas, a maioria era composta por pessoas envolvidas com questões ligadas ao meio ambiente e às disputas de terras, como indígenas e trabalhadores rurais sem terra. O guerreiro Thafkhêa concorda com a afirmativa de que a maioria da população brasileira ainda não empatiza com as vidas indígenas. “Esse preconceito, digo logo assim, é algo que não existe para nós. Se você tem preconceito comigo por eu ser índio, vou rir de você, porque você tem preconceito consigo mesmo. Todo brasileiro tem um pouco de sangue indígena. Se você tem preconceito com isso, você ignora sua linhagem, seus próprios ancestrais”, conclui.

Thafkhêa fala sobre o índio contemporâneo, Governo Temer e luta pelas demarcações:

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O Ministério Público Federal (MPF) na 5ª Região recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja determinada a demarcação imediata das terras indígenas Fulni-ô, em Águas Belas, no Agreste de Pernambuco. Há mais de vinte anos, o grupo indígena aguarda o processo de identificação, delimitação e demarcação do território.

Diante da demora do poder público em finalizar o processo demarcatório, o MPF decidiu ingressar com uma ação civil pública contra a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai). O órgão lembra que a Constituição Federal de 1988, através do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, estabeleceu um prazo de cinco anos para que fosse concluída a demarcação das terras indígenas no país.

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Em março de 2014, a 23ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco condenou a União e a Funai a cumprir a obrigação de identificar, delimitar e demarcar as terras Fulni-ô, mas não foi fixado prazo para conclusão dois procedimentos. A União e a Funai recorreram ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Enquanto isso, o MPF requereu uma tutela antecipada recursal, para que o processo de demarcação tivesse início de imediato.

A Primeira Turma do TRF manteve a decisão da primeira instância. Estabeleceu um prazo de 24 meses para a conclusão, mas o MPF ressalta que o tribunal não examinou o pedido de tutela.

Através do recurso de embargos de declaração, o Ministério Público requereu que o pedido de tutela antecipada recursal fosse avaliado. A demanda foi examinada, mas negada.

"Com novos embargos, o MPF alertou a turma a respeito da contradição em reconhecer o direito dos Fulni-ô à demarcação de seu território e não assegurar a sua concretização imediata, prolongando uma espera que teve início em 1988", diz texto do órgão. O prazo de 24 meses se manteve.

Nos recursos encaminhados ao STJ e ao STF, o MPF destaca que a decisão do TRF5 pode constituir um precedente grave, abrindo possibilidade de que as demarcações das terras indígenas sejam realizadas conforme a vontade da administração pública, em detrimento do que estabelece a Constituição. . “Diante da possibilidade de serem interpostos inúmeros recursos, o trânsito em julgado poderá demorar ainda anos ou décadas para acontecer, o que agravaria a situação de violência e instabilidade social na região, em decorrência do acirramento das disputas por terras naquela área”, explicou o procurador regional da República Marcos Antônio da Silva Costa.

A língua materna dos povos Fulni-ô é o foco do evento que será realizado no dia 27 deste mês, no Campus Recife da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Trata-se da I Mostra de Metodologia do Ensino da Língua Yaathe, que iniciará às 19h.

Segundo a instituição, entre as atividades da ação, um grupo de professores e estudantes vai divulgar o resultado desse método de ensino, que é utilizado em escolas. A aplicação da metodologia, segundo os organizadores do evento, resultou na produção de acervo com importantes materiais em prol da continuação das práticas docentes entre professores Fulni-ô.

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Os indígenas da tribo Fulni-ô vivem na cidade de Águas Belas, Agreste pernambucano. A aldeia tem 11.500 hectares e sua população é de cerda de 5 mil índios.

O encontro é aberto ao público e as inscrições serão realizadas no dia da mostra. O Campus Recife fica no endereço da Rua Dom Manoel de Medeiros, sem número, no bairro de Dois Irmãos.











Os índios Fulni-ô, de Águas Belas (PE), acabam de lançar o documentário Yoonahle: a palavra dos Fulni-ô, com o registro do olhar particular e revelador da realidade indígena. O projeto, que também contemplou a implantação de núcleo de produção audiovisual na aldeia, teve início com a capacitação de seis jovens da comunidade para o uso de câmeras de vídeo.

O longa conta a história do povo sob o ponto de vista de seus anciãos, incluindo as práticas da medicina tradicional, os hábitos do cotidiano, a organização social e a produção de artesanato, tudo na língua Yaathe. A tribo é a única do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa a própria língua - o Yaathe, além de uma série de práticas rituais e cotidianas, como o sigiloso ritual Ouricuri, tornando-se uma referência para todos os outros povos indígenas da região. 

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O vídeo será distribuído nas escolas e na comunidade Fulni-ô, além da rede de comunidades indígenas parceiras do Vídeo nas Aldeias. Outros exemplares também serão prensados para distribuição em festivais nacionais e internacionais e emissoras de TV. Interessados podem conferir o conteúdo do longa no próprio site do projeto.

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Entoando cânticos e com danças típicas, um grupo de índios da tribo Fulni-ô e não aldeados, comemoraram nesta sexta-feira (19) o dia dedicado à cultura indígena. O local escolhido para a celebração foi a cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), onde aconteceu o primeiro combate entre os portugueses e os índios, no estado de Pernambuco.

Segundo Antônio Monteiro (índio Boró), a manifestação cultural tem por objetivo alertar a sociedade que elementos indígenas estão presentes no cotidiano dos pernambucanos.”Nosso estado possui 12 tribos indígenas e somos a terceira maior população de índios do Brasil”, afirma.

Turistas e moradores da cidade de Olinda acompanharam a comemoração e ressaltaram a importância da tradição indígena. “Até as escolas, que antigamente celebravam esta data com uma frequência maior, hoje em dia já estão esquecendo este dia. Aqui em Pernambuco, as manifestações culturais são mais valorizadas, mas ainda precisamos melhorar muita coisa", comentou a psicóloga Fátima Rocha.

De acordo com o índio Boró, a cultura indígena vem sendo esquecida por conta da falta de incentivo por parte das autoridades. “Em Recife existe vários lugares com nomes indígenas, como a Imbiribeira, o bairro de Tejipió, entre outras localidades. Mas, já possui projetos de mudar o nome desses lugares, o que acaba prejudicando a preservação de nossa cultura", disse. O grupo percorreu as ruas de Olinda e encerrou a comemoração na Igreja de São Pedro.

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História- A data de 19 de abril foi dedicada a homenagear a cultura indígena através de um decreto de lei sancionado pelo Presidente Getúlio Vargas em 1940, quando várias lideranças indígenas participaram do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano.

O Parque Estadual Dois Irmãos promove durante toda esta semana uma programação especial em referência ao Dia do Indio, comemorado no dia 19 de abril. Até o próximo domingo (22), os visitantes do parque poderão conhecer melhor os costumes indígenas e presenciar apresentações culturais de integrantes da etnia Fulni-ô vindos de Paguas Belas, agreste de Pernambuco, que estão abrigados na Cidade da Criança, que fica no zoógico.

Os Fulni-ô recebem, de manhã e à tarde, os visitantes com apresentações do toré (dança de agradecimento), cânticos e rituais, além de expor e comercializar peças de seu artesanato típico, chocalhos, maracás e brinquedos. Quem for ao Parque durante esse período poderá, também, visitar a exposição sobre os costumes indígenas montada no Centro Vasconcelos Sobrinho de Educação Ambiental (CEA), além de fazer trilhas guiadas pela mata de Dois Irmãos.



Informações e agendamento: 3183 5539

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