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Em um processo de empoderamento e luta por espaços na sociedade, os povos indígenas defendem a extinção de termos pejorativos que se convencionaram através da didática estereotipada das escolas. Pela primeira vez, o Brasil comemora o Dia dos Povos Indígenas. Antes, 19 abril marcava o "Dia do Índio", expressão inadequada, que reforça estigmas e invalidam a pluralidade das etnias. 

Até a Constituição Federal de 1988, integrantes desses povos eram invisibilizados e sequer podiam mover uma ação judicial. Apesar de certas conquistas nas últimas décadas, o entendimento sobre os povos originários segue proposto de forma genérica. Na busca pela individualização entre um mar de diversidade cultural, um passo importante foi dado em julho de 2022, quando a lei que alterou o nome da comemoração foi aprovada. 

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O coordenador da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Sarapó Pankararu, explica que o termo "índio" foi dado pelos invasores portugueses e que outros termos como "tribo" também são errados.  

"Aldeia a gente até aceita porque nós consideramos como as localidades existentes dentro da etnia. Por exemplo, quando tratam "aldeia Pankararu" para nós é errado. Pankararu é uma etnia, um conjunto de aldeias, uma nação indígena", ensina o representante. 

Presentes no imaginário popular como selvagens sem roupa e sem capacidade para lidar com a tecnologia do mundo “civilizado”, Sarapó atribui essa percepção ultrapassada ao processo de aprendizagem e aponta que as escolas ensinam algo que não corresponde à realidade.  

"Na minha visão, é importante respeitar os termos, mas também entendemos que o estado não sabe respeitar, não divulga, não acrescenta nos livros, não contam nossas realidades [...] Por isso, a sociedade não conhece e trata da forma dos livros e da forma que ensinam", observou. 

Poder público mais atuante

Como representante do Apoinme, após quatro anos submetidos aos desmandos de Jair Bolsonaro, ele não esconde a importância da volta de Lula à Presidência. "Lula pelo menos convidou os povos para participar do governo, garantindo o protagonismo indígena. Estamos assumindo postos que sempre foram ocupados por pessoas externas, que não tinham conhecimento da nossa realidade. Hoje, depois de 523 anos de invasão, é a primeira vez que ocupamos e participamos do governo", comemora. 

Ainda assim, cobra os governos federal e estaduais a adotarem ações mais efetivas sobre a demarcação e doação de territórios, bem como atenderam às reinvindicações por políticas públicas em todo o país, seja para valorização da cultura ou pelo reconhecimento da categoria de professores indígenas.  

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou o projeto de lei que altera o termo "Dia do Índio", comemorado no dia 19 de abril, para "Dia dos Povos Indígenas". A solicitação era apoiada por organizações indígenas que aponta o termo 'índio' depreciativo. 

Na decisão publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (2), Bolsonaro considera que "não há interesse público na alteração" e que não há fundamentos robustos para a revisão do termo. Para basear o veto, ele citou que a própria Constituição Federal usa a palavra "índios" no capítulo que trata dos seus direitos. 

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O projeto 5.466/2019, da deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), previa que a mudança objetiva ressaltar o valor das populações para a sociedade brasileira. 

Hoje (19) se comemora o Dia do Índio em diversos países das Américas. Esta data remete ao dia em que delegados indígenas de diversos países como Chile e México, reuniram-se para o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. A reunião ocorreu em 1940 e teve como pauta central a discussão sobre medidas reparatórias e estratégias para a preservação dos povos indígenas após séculos de colonização.

No Brasil, a relação entre povos indígenas e colonizadores começou, historicamente, no ano de 1500 com a chegada dos portugueses. Na época, habitavam no solo brasileiro cerca de três milhões de indígenas, divididos em quase mil etnias diferentes. Historiadores ligados à Coroa Portuguesa descreveram o encontro dos portugueses com os nativos como um “encontro de culturas”, porém, com a luz da história é possível atestar que esta descrição foi usada como um atenuante para enquadrar as péssimas relações mantidas.

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A resistência indígena no período de colonização se dava majoritariamente na fuga dos aldeamentos missionários e outros tipos de cativeiro, pela defesa das próprias aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas portuguesas e, em último caso, quando capturados, o suicídio.

Os Goitacás destruíram por duas vezes as instalações e engenhos construídos em seus territórios. Os “Tamoio” ou “Tupinambá”, integrantes da família Tupi, principal povo guerreiro que ocupava a região do Rio de Janeiro até Ubatuba, formaram a Confederação dos Tamoios que, aliada aos franceses, ameaçaram durante dez anos (1555 - 1565) as capitanias portuguesas no sul.

Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, em 500 anos, 700 das 1200 nações indígenas já haviam deixado de existir. Ainda segundo o autor, outras 55 deixaram de existir apenas no século 20. No ano de 1950, com a baixa população indígena, houve previsões dizendo que até o ano de 1980 já não haveria mais indígenas no solo nacional.

Muito ainda há de ser feito na luta pelos direitos dos povos indígenas no Brasil. Em nosso território, os direitos desta população ainda são desrespeitados sistematicamente pelo Estado. Ao aplicar um regime de “vista grossa”, indústrias hidrelétricas, mineradores, madeireiros etc são incentivados a invadirem, cooptar e, não muito raramente, matarem a população nativa.

Por Matheus de Maio

No Dia do Índio, celebrado nesta terça-feira (19), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou a Portaria TSE nº 367/2022, que institui a Comissão de Promoção da Participação Indígena no Processo Eleitoral. A comissão elaborará estudos e projetos para promover e ampliar a presença desses povos nas diversas fases das eleições. Coordenado pela assessora do Núcleo de Inclusão e Diversidade do TSE, Samara Pataxó, na prática o colegiado vai planejar ações com objetivo de fortalecer o exercício da capacidade eleitoral dos indígenas, respeitando os respectivos costumes, linguagens e organização social.

Samara ressalta que a comissão, composta por outros indígenas, também deverá atuar em atividades que promovam o enfrentamento da sub-representatividade indígena na política, de forma a auxiliar a Justiça Eleitoral no compromisso de ampliar o exercício da cidadania dos povos originários brasileiros.

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“A nível institucional, o TSE já tem se esforçado nesse sentido, não só com relação aos povos indígenas, mas a outros grupos sub-representados. Mas precisamos enriquecer ainda mais esse debate dentro da estrutura da Justiça Eleitoral. Esses pequenos avanços são significativos e têm de ser celebrados, pois apontam para um futuro melhor visando uma maior participação indígena no processo eleitoral”, disse Samara.

Inclusão e diversidade

Essa não é a primeira iniciativa do TSE este ano com foco em minorias. Já sob a presidência do ministro Edson Fachin, que assumiu a Corte Eleitoral em fevereiro, foi criado o Núcleo de Inclusão e Diversidade do Tribunal. A função do grupo é fortalecer a atuação da Corte em temas relacionados ao aumento da participação política de públicos variados, com foco nas mulheres, nos negros, na população LGBTQIA+ e nos povos originários.

Samara Pataxó disse que espaços para discussão do tema são uma forma de retomar o debate plural sobre a participação dessas pessoas na democracia do país, uma vez que, segundo ela, os povos indígenas do Brasil somente conquistaram a cidadania plena, no sentido normativo, após a Constituição Federal de 1988. “Antes disso, a condição de ser indígena era muito limitada e éramos tidos como relativamente incapazes na vida civil, o que implicava também o exercício dos direitos políticos. Desde então, o indígena se tornou um cidadão pleno, votando, se candidatando e exercendo seus direitos e deveres”, lembra.

Números

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada de indígenas no país é de mais de 857 mil pessoas, sendo 305 povos e 274 línguas diferentes. Nas eleições gerais de 2018, 133 indígenas se candidataram aos cargos de governador, senador, deputado federal e deputado estadual e distrital. No pleito municipal de 2020, 2.216 candidatos indígenas concorreram às prefeituras e às câmaras de vereadores do Brasil.

O ambientalista e escritor Ailton Krenak chamou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de "medíocre e subserviente", classificando-o como uma peça de execução de um projeto de desmatamento. Na semana passada, o ex-superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva, foi retirado do posto após denunciar ao STF que Salles protegia madeireiros ilegais da região.

Convidado pelo Roda Vida, da TV Cultura, para uma entrevista no Dia do Índio, celebrado nessa segunda (19), o representante da comunidade dos povos originários do Brasil afirmou que o ministro aparenta estar a serviço de uma "bandidagem muito poderosa" e que ele joga o "campeonato do fim do mundo", ao relacionar sua postura com as extensas áreas desmatadas, que não geram sequer punição aos responsáveis.

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O estudioso também sugeriu que o executor da política ambiental do Governo Bolsonaro contraria a soberania ambiental no país. “Uma pessoa articulada não é a mesma coisa que uma pessoa subserviente. Esse sujeito é medíocre e subserviente. Ele está ali para executar um plano, e um plano danoso para a soberania ambiental no Brasil”, considerou.

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O termo ‘índio’ é associado ao primitivo, não-civilizado, enquanto ‘indígena’ significa aquele que é originário de algum lugar. Nesta segunda-feira (19), data que celebra o Dia dos Povos Indígenas, o LeiaJá entrevista o professor de história Marlyo Alex, que explica a origem da celebração e como essa cultura pode ser compreendida na sociedade.

Mas afinal, por que o Dia dos Povos Indígenas é celebrado em 19 de abril? O professor explica que a data foi decretada em 1943, durante o governo do então presidente Getúlio Vargas, como parte do seu projeto político, no período chamado Estado Novo. “Basicamente, dentro de um projeto de uma etnologia, nessa questão das etnias, da formação do povo brasileiro, que estava bastante em voga no momento, ele vai, de certa forma, unir essa questão do índio junto com um processo de criação de uma identidade nacional. Usando, por exemplo, assim como em outros momentos também, o índio como essa ideia de ancestralidade, de uma origem da cultura e do povo brasileiro”, ele pontua.

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O dia e o mês em questão foram escolhidos em memória do congresso indigenista interamericano, que havia sido realizado pela primeira vez em 1940. Com a instituição da data, a partir de 1944, a celebração foi se tornando mais comum. Mas, nas escolas, ainda levou um longo tempo para que houvesse um aprofundamento de suas diretrizes curriculares.

Apenas em 2008 tornou-se lei o estudo das culturas indígenas no ensino fundamental e ensino médio. Mais de dez anos após instituída a Lei nº11.645/2008, é possível observar hoje uma mudança na forma como a data é abordada nas escolas. “A partir do momento em que você tem uma lei federal, que cria essa obrigatoriedade de ensino de determinado conteúdo, isso cai no currículo de ensino e no currículo que vai ser cobrado em provas como o [Exame Nacional do Ensino Médio] Enem. Então você começa a ter um engajamento um pouco maior, uma preocupação um pouco maior, editais de pesquisa, como os da [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] Capes, vão começar a dar uma atenção maior, porque você vai ter essa interferência”, Alex esclarece.

O docente ainda comenta a consequência, positiva, em estudar a história do Brasil sob a perspectiva dos povos originários. “A gente precisa entender que o Brasil vai ser formado por uma série de influências, nem sempre muito pacíficas, mas que são existentes. Grande parte da nossa cultura, língua, comportamentos, tem uma associação direta a povos indígenas que aqui viviam e que ainda vivem dentro de nossos costumes, nossas práticas, nossa fala”, analisa o professor.

A compreensão das origens e influências indígenas na formação da sociedade brasileira pode começar por palavras simples do vocabulário comum, ou nomes de lugares. A palavra Pernambuco, por exemplo, vem do tupi. Marlyo Alex reflete a importância de estudar essas origens para compreender o mundo atual. “Então, tem muito essa influência, e ela, muitas vezes, não é percebida, e é fundamental tentar entender esse passado, tentar entender essa influência e, de certa forma, prestar um certo respeito à essa identidade. (...) Há um apagamento da memória, da identidade, da história, como se fosse algo vergonhoso ter uma influência, ter um passado, ter uma ancestralidade que remete a essas populações. Então, se faz fundamental trazer à tona a discussão sobre essas culturas para o debate do momento”, observa.

Com esses novos paradigmas aplicados em sala de aula, e com os avanços tecnológicos, principalmente o acesso bem maior à internet e a todo tipo de informação, o conhecimento também se populariza, trazendo os indígenas como protagonistas de suas próprias narrativas. “Hoje, a gente, de certa forma, percebe que as populações indígenas são vistas como agentes um pouco mais ativos e menos passivos. (...) Por conta dessa cultura da internet, de informação em larga escala, ela tem lados negativos, de fato, mas tem lados positivos, que permitem um acesso a mais formação. E a partir daí, abrir, ampliar um pouco mais essa interpretação, um pouco mais essa observação em relação à cultura, em relação a esse passado”, finaliza.

Nesta segunda (19), o Dia do Índio será marcado por diversas atividades online. Filmes, documentários, podcasts e programas especiais serão exibidos, em diversos canais, falando sobre representatividade, protagonismo indígena e a urgência das causas relacionadas aos povos originários. 

Confira as opções.

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Aldeia360

O projeto promove uma visita virtual à terra indígena de Jaraguá, no noroeste da cidade de São Paulo onde estão mais de mil indígenas da etnia Guarani Mbya.

A última floresta

O documentário de Luiz Bolognesi sobre um grupo Yanomami isolado, é tema de debate nesta segunda (19), às 19h30, no YouTube do Instituto Socioambiental. Além do diretor, participam da conversa três líderes indígenas: o xamã e roteirista do filme Davi Kopenawa, Sonia Guajajara e o ambientalista e escritor Ailton Krenak.

Xingu: terra marcada

O podcast do Instituto Moreira Salles (IMS) traz depoimentos de antropólogos, pesquisadores e líderes indígenas, em cinco episódios que falam sobre a história da região e os desafios Parque Indígena do Xingu. O programa está disponível no site da Rádio Batuta, a rádio de online do IMS, e no Spotify, entre outras plataformas de podcasts.

SescTV

A SescTv exibe, durante todo o mês de abril, séries e documentários sobre a causa indígena. Entre eles, o inédito Kunhangue Arandu — A sabedoria das mulheres, de Cristina Flória e Alberto Alvares, disponível a partir desta segunda (19), com acesso gratuito.



 

Nesta segunda (19), a TV Globo vai marcar o ‘Dia do Índio’ com a exibição do especial Falas da Terra. Produzido por uma equipe composta por profissionais indígenas, o programa vai mostrar entrevistas com ativistas da causa indígena com o objetivo de mostrar parte da vivência e diversidade cultural dos mais de 300 povos originários do país. 

Com consultoria de Ailton Krenak, líder do Movimento Socioambiental de Defesa dos Direitos Indígenas, escritor e organizador da Aliança dos Povos da Floresta, o especial convidou profissionais indígenas das mais diferentes áreas para falarem sobre ativismo, resistência preservação cultural e ambiental, além de suas vivências tanto em relação ao contexto urbano quanto sob a perspectiva daqueles que vivem distante dos grandes centros. Entre eles, estará a pernambucana Elisa Pankararu, mestre em antropologia e uma das representantes da causa feminina indígena.

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Também participaram da concepção do programa  Ziel Karapató, artista e ativista; Graciela Guarani, cineasta; Olinda Tupinambá, jornalista e documentarista; e Alberto Alvarez, cineasta. Em parceria com Krenak, os cinco foram responsáveis por escolherem os personagens e conduzirem as entrevistas durante as gravações para que os depoimentos pudessem ser explorados ao máximo. Falas da Terra será exibido nesta segunda (19), após o Big Brother Brasil 21. 

Bem antes do Brasil ser ‘Brasil’ como conhecemos, ela já era queridinha dos habitantes originais dessas terras. Citada na carta de Pero Vaz de Caminha e, muitos anos mais tarde, no clássico Casa Grande e Senzala, do escritor Gilberto Freyre, esse tubérculo ficou conhecido em solo nacional por diferentes nomes: macaxeira, mandioca, aipim; e há séculos vem fazendo parte da alimentação de famílias espalhadas por todo o território brasileiro.

A macaxeira, como é chamada no Nordeste, é produzida em todo o país, durante o ano inteiro. O Brasil, aliás, é o segundo maior produtor do alimento no mundo, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). De tão presente no dia a dia dos brasileiros, e de tão importante, ela já foi até mote para um discurso presidencial; em 2015, quando a ex-presidenta Dilma Roussef classificou a raiz como sendo “uma das maiores conquistas deste país”, na cerimônia de abertura dos Jogos Mundiais Indígenas.

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Mas, para além da mesa, a macaxeira é mesmo uma importante herança cultural, compartilhada pelos povos indígenas. A raiz foi um dos primeiros produtos apresentados pelos povos originários aos portugueses, quando de sua chegada em idos de 1500, e os forasteiros logo se encantaram com a versatilidade e sabor do alimento.

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Antes mesmo da chegada dos estrangeiros, os habitantes dessas terras já lidavam com o tubérculo tendo ‘domesticado’ a planta. Os indígenas amazônicos, através de suas técnicas e expertise, desenvolveram inúmeras variedades da raiz (há mais de quatro mil catalogadas) e descobriram várias maneiras de consumi-la. Maneiras, essas, que o brasileiro usa em seu cotidiano até os dias atuais. Da macaxeira se faz pratos salgados, doces, farinha, tapioca, mel, vinagre, cachaça, cerveja (produzida em Pernambuco) e até vinho (produzido no Pará por Raquel e Mariane Tupinambá). Ela também é usada para consumo animal e até para a produção de cosméticos, como shampoos e hidratantes corporais, além de tijolos ecológicos na construção civil.

Sem contar no impacto que o cultivo do tubérculo representa na economia nacional. Segundo a Embrapa, para cada dois hectares de macaxeira plantados, um emprego direto é gerado. Só no estado da Bahia, 335 mil hectares são usados no plantio do tubérculo. Da produção total, 90% é representada pela agricultura familiar. Os povos indígenas, que nos legou tal tradição, continuam se dedicando ao cultivo da mandioca. Na aldeia Ekeruá, localizada em Avaí, São Paulo, os Terena fizeram do plantio uma forma de subsistência e independência, assim como seus antepassados.

Migrantes do estado do Mato Grosso do Sul, os índios dessa etnia reinventaram o cultivo da raiz, sem desmatamento e resgatando técnicas tradicionais como o murundum - que consiste na formação de 'montinhos' de terra para ajudar na colheita manual e proteger o solo contra a erosão. Dessa maneira, eles deixaram de trabalhar para outros proprietários de terra, sob um pagamento mínimo - segundo o último Censo, feito pelo IBGE em 2010, 83% dos 897 mil indígenas brasileiros recebiam até um salário mínimo ou não tinham rendimentos -, virando donos de sua própria produção e mudando sua realidade econômica, promovendo uma maior independência para os seus.

Da etnia dos Terena saiu a primeira chef indígena do país. Kalymaracaya veio da aldeia Bananal, no Mato Grosso do Sul, ainda pequena pra estudar em Campo Grande. Nas férias, ela acompanhava a avó e a mãe na cozinha e aprendeu com elas os segredos da culinária tradicional. Mais tarde, ela decidiu que usaria em seu trabalho os saberes e sabores da sua aldeia para que assim pudesse ensinar sobre sua cultura além de fortalecê-la.

Na estreia de Kalymaracaya como chef, ela não poderia ter outro ingrediente como protagonista que não a mandioca. Ela preparou o Hî-Hî, um bolinho feito da raiz envolto em folha de bananeira. A plateia era formada por não-índios e a aceitação do prato foi um sucesso absoluto. A chef explicou, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o motivo da escolha: "A mandioca representa a nossa comida brasileira e a gente come tudo com a mandioca. É o alimento mais brasileiro que existe".

Depois da primeira experiência, a chef passou a ministrar palestras e cursos nos quais ensina o preparo de receitas com ingredientes tradicionais de sua etnia, além de falar um pouco sobre outros aspecto de seu povo. "As pessoas têm pouco conhecimento do que é uma tribo indígena e às vezes fazem até perguntas absurdas. Como chef eu falo da gastronomia e da cultura, ensino um pouco do idioma Terena, das pinturas". Além de salvaguardar suas tradições através da culinária, Kalymaracaya também atua como secretária do Conselho Comunitário Urbano Indígena de Campo Grande (CCUI), no qual trabalha por melhorias em diferentes áreas sociais para a comunidade indígena.

 

Receita

O Hî-Hî, tradicional prato dos Terena, "parece uma pamonha", como diz a chef Kalymaracaya, mas é, na verdade, um bolinho de macaxeira que pode ser acompanhado por carne vermelha, frango, mel, melado e até doce de mamão. A chef ensinou como preparar a delícia. Confira.

 

Ingredientes:

1.500 Kg de mandioca ouro (amarela) crua “in natura” sem o pavio

10 folhas de bananeiras inteiras

3 Pano de algodão

6 folhas de bocaiuva (espécie de palmeira) ou 1 rolo de barbante

3 litros de água

Modo de preparo

Limpe bem as folhas de bananeira, retire os talos e passe as folhas na chama do fogo. Rale a mandioca na parte mais fina do ralador, adicione 1 litro de água e mexa bem, separe um pano de algodão, você vai espremer todo o líquido da mandioca, deve repetir o processo até retirar todo o amido da mandioca e deixá-la seca.

A mandioca espremida vai formar uma massa seca, coloque três colheres de sopa na folha de bananeira e enrole, precisa ficar no modelo retangular, amarre com a folha de bocaiúva, ou barbante. Depois de todos eles fechados, em uma panela coloque 2 litros de água e disponha-os, o tempo de cocção é de 30 minutos em fogo alto.

Fotos: Pixabay/Divulgação/Reprodução Instagram/Sérgio Araújo

Chega a ser previsível: em quase todo ano há uma questão relativa ao povos indígenas no Exame Nacional do Ensino Médio. Nesta sexta-feira (19), momento em que é lembrado o Dia do Índio, separamos alguns desses quesitos para que o candidato tenha noção do que analisar antes da prova.

O professor de história Luís Henrique conta que é importante ter alguns conceitos em mente na hora de estudar o “índio”. A primeira delas é o etnocentrismo que envolve esse conceito, reduzindo uma grande variedade de povos a um simples nome desde a época da colonização. “Além de ser etnocêntrico, o termo índio é generalizador. Ele foi usado por Cristóvão Colombo, quando chegou no continente americano e achou que tinha chegado às Índias e quando se deparou com os povos do continente americano, por volta das ilhas do caribe e próximo ao México”, explica.

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Nas últimas edições do Enem, inclusive, a visão dos colonizadores sobre os primeiros povos do território brasileiro e do resto da América foi abordada por meio de cartas e outras publicações da época. Quem quer se preparar, deve ter em mente momentos como esse. “Dentro da prova do enem é importante a gente estudar sobre os povos pré-colombianos, os maias, astecas, incas e tupis. Quase todo ano cai uma ou duas questões sobre esses povos indígenas”, lembra Luís Henrique. O professor destaca uma questão em especial, do Enem 2016, que tratava de uma discussão teórica sobre o conceito de índio. Confira (resposta correta letra C):

Veja também outras questões do Enem envolvendo povos indígenas e saiba o que estudar para a prova:

Enem 2011

Enem 2012

Enem 2013

Enem 2014

Enem 2015

 

O Espaço Ciência, localizado no Complexo de Salgadinho, na cidade de Olinda, Região Metropolitana do Recife, realiza a partir do domingo (14) a abertura da Semana dos Povos Indígenas. O evento tem como finalidade desconstruir estereótipos instituídos ao redor dos primeiros povos do Brasil.

 De forma gratuita, a população poderá assistir a oficinas, conhecer constelações indígenas em sessões no planetário, ver apresentações culturais e participar de rodas de conversa. Os visitantes que participarem das oficinas poderão entender como os povos indígenas se guiavam pelas estrelas e terão oportunidade de produzir a tradicional tinta de urucum, que ajuda em pinturas corporais tradicionais.

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 O evento também contará com a presença de um grupo da etnia Fulni-ô, da cidade de Águas Belas, no Agreste de Pernambuco. Além de assistir a apresentações, o público poderá participar de uma roda de conversa com os índios e tirar dúvidas sobre as experiências deles. A programação se estende até a quarta-feira (17). Confira todas as atividades neste link.

O Parque Estadual de Dois Irmãos, na Região Metropolitana do Recife, sedia até a terça-feira (18) uma programação especial para celebrar o Dia do Índio, comemorado no dia 19 de abril. A ação terá foco na cultura indígena da Tribo Fulni-ô, de Águas Belas, localizada no Sertão de Pernambuco.

Nesse período, serão realizadas apresentações de danças típicas e cantos, exposição e demonstração de produção de peças artesanais, além da venda dos produtos confeccionados pelos índigenas. Haverá também a construção de uma oca indígena - casa típica de moradia deles. A réplica vai permanecer no parque até o fim da semana comemorativa.

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A iniciativa é do Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). A entrada custa R$ 2 e a atração funcionará todos os dias, exceto na segunda-feira (8).

Serviço

Dia do Índio no Parque Estadual de Dois Irmãos

Até 18 de abril | 9h às 16h

Parque Estadual de Dois Irmãos (Praça Farias Neves, s/n - Dois Irmãos, Recife)

R$ 2

*Com informações da assessoria

Em comemoração ao Dia do Índio, celebrado nesta quinta-feira (19), o Museu Índia Vanuíre, em Tupã (SP), promove uma série de atividades gratuitas sobre a importância da comunidade indígena local. Entre 24 e 28 de abril, a instituição realiza a 46ª Semana do Índio por meio de encontros com as etnias Kaingang, Krenak, Guarani e Terena, que habitam o oeste de São Paulo.

A abertura ocorrerá na próxima terça-feira (24), às 8h, em frente ao Memorial Índia Vanuíre, na escola estadual de mesmo nome. De acordo com a organização do evento, a programação prioriza os moradores das terras indígenas Vanuíre, Icatú e Araribá como protagonistas da festa, "possibilitando que eles conduzam as ações de acordo com seus costumes".

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Na Praça da Bandeira, de 24 a 27 de abril, serão oferecidas oficinas de artesanato e adorno corporal em três horários: às 9h, 10h e 14h. No Museu Índia Vanuíre será possível apreciar as exposições “Tupã Plural” e "Fortalecimento da Memória Tradicional Kaingang – de Geração em Geração”. Além disso, será realizada palestra integrante do projeto “Saberes e Fazeres Indígenas” durante todos os dias, às 9h e às 16h.

Confira a programação completa aqui. O Museu Índia Vanuíre e a Praça da Bandeira estão localizados na rua Coroados s/n - Centro, Tupã - SP.

Pré-candidata a vice-presidente pela chapa do PSOL, a índia Sônia Bone Guajajara afirmou, nesta quinta-feira (19), que apesar da população indígena ser a “raiz mais profunda” do Brasil, ela precisa lutar diariamente para existir. A postura da componente da chapa presidencial liderada por Guilherme Boulos é exposta no dia em que o país celebra do Dia do Índio.

“Nós, pertencentes a 305 povos e que falamos 274 línguas diferentes, somos a raiz mais profunda da formação deste país e ainda sim temos que lutar todos os dias pelo direito de existir”, declarou, fazendo referência ao chamado Abril Indígena.

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A psolista pediu ainda que a população não reforce os estereótipos que surgem sobre os índios no país. “É o momento de visibilizar nossas culturas, nossas tradições e nosso modo de vida. É o momento para denunciar o ataque aos nossos direitos, aos nossos territórios, aos retrocessos e as nossas lutas. No mês de abril a tendência é sempre criar e reforçar estereótipos sobre os povos indígenas nos tratando como os índios do passado e invisibilizando a realidade atual”, ponderou. 

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Para além dos cânticos, danças e rituais tradicionais, a cultura indígena se reinventa através dos tempos. Fugindo dos estereótipos e do status de folclórico, cantores e bandas indígenas tratam em suas canções, em português ou em idiomas indígenas, a luta e realidade que o cercam. No entanto, esses artistas ainda são pouco conhecidos no cenário fonográfico nacional.

Presentes nos diferentes gêneros musicais e espalhados por todo país, os artistas indígenas valorizam a sua identidade cultural e reforçam o discurso de resistência através da arte. Conheça alguns cantores e bandas que carregam o espírito de um povo:

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Coco de Toré Pandeiro do Mestre

Fundado em 2000 pelo músico e compositor Nilton Junior, o grupo apresenta uma mistura de ritmos de Pernambuco, dando visibilidade às tradições dos índios do Sertão e Agreste do Estado.

Kunumi MC

Aos 17 anos, Werá Jeguaka Mirim, mais conhecido como Kunumi MC, da aldeia Krukutu, em São Paulo, usa o rap para reivindicar os direitos indígenas. Com versos de protesto, em português ou em guarani, abordando temas como a demarcação de terras, o rapper lança seu segundo disco nesta quinta-feira (19). Em 2017, Kunumi MC gravou, em parceria com Criolo, a música "Terra, Ar, mar".

Ademilson Umutina

Representante do sertanejo indígena, o cantor e compositor Ademilson Umutina, que vive na aldeia Bacalana, no Mato Grosso, busca resgatar nas músicas a cultura tradicional do povo Umutina.

Brô MC's

Brô MC's mistura o rap norte-americano com letras em guarani. As composições relatam os problemas enfrentados pelos Guarani Kaiowá. O grupo indígena é formado por Bruno Veron, Clemerson Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto, das aldeias Jaguapiru e Bororó, e nasceu em 2009 como forma de valorização da cultura indígena.

Banda Sonissini Mavutsini

Apresentando uma fusão do reggae tradicional com os ritmos indígenas, a Banda Sonissini Mavutsini lava um pouco da cultura dos índios do Xingu para além dos limites das terras desse povo. Formado por Lappa, índio da etnia Yawalapiti, Rodrigo Kaverna, Weiler Jahmaika, Léo (Bernujha), Milca Fya Burning, Bruno (Bicudo) e Carmel IYA, o grupo apresenta músicas nas línguas tupi e karibe.

Banda Kaymuan

Formada por indígenas tupiniquins de Aracruz, no Espírito Santo, em 2013, banda Kaymuan mistura o congo capixaba com o reggae, rock, baião e outros ritmos.

Arandu Arakuaa

A banda, formada em 2011, em Taguatinga, periferia de Brasília é composta por Nájila Cristina, Zândhio Aquino, Saulo Lucena e Adriano Ferreira e mescla o rock à música indígena e regional brasileira, com letras em Tupi, Xerente e Xavante. As canções são inspiradas nas lendas, ritos e lutas dos povos indígenas do Brasil.

Nesta quarta-feira (19) é celebrado o Dia do Índio e o Teatro Adamastor Centro vai realizar um encontro com diversas etnias que habitam a cidade, às 19h. A entrada é gratuita.

Apresentações culturais, comidas típicas e um debate sobre as questões indígenas vão compor o evento. Atualmente o município comporta as tribos Pankararé, Pankararú, Tupi, Pataxó, Xucurú, Wassu Cocal, Xavante, Guajajara, Tupinmbá, Fulni-Ô, Geripankó, Terena, Guarani, Kaingang, Kariri-Xocó e Krenak.

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Vale lembrar que durante o mês de abril o Adamastor também recebe a exposição "Terra Sagrada – Preservação da Cultura", organizada pela Associação Arte Indígena de Guarulhos.

O Teatro Adamastor fica na av. Monteiro Lobato, 734 – Macedo.

No Dia do Índio, nesta terça-feira (19), a Universidade do Estado do Pará (Uepa) entregou os diplomas de 72 indígenas das etnias Tembé, Gavião e Surui Aikewara, recém-graduados na primeira turma em Licenciatura Intercultural Indígena. A cerimônia, marcada pela emoção, foi realizada no centro de convenções Hangar, em Belém.

O reitor da Uepa, Juarez Quaresma, anunciou que o curso será expandido e ganhará pós-graduação, com base em parcerias institucionais. Os novos licenciados vão atuar nas aldeias, educando seu próprio povo. A formação de professores indígenas, destacou Quaresma, é essencial para a ampliação dos direitos dessa população.

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No início da cerimônia, representantes de cada etnia cantaram e dançaram. O Hino Nacional foi cantado na língua dos povos Gavião e Surui Aikewara. "Eu me sinto muito honrado. Foi uma luta muito intensa para ele, que já trabalhava como professor. Agora vai trabalhar como formado", disse à Agência Pará o índio Tembé João Pedro Soares, de 71 anos, sobre o filho Raimundo, o primeiro da família com nível superior.

O governador do Estado, Simão Jatene, parabenizou os professores e estudantes pelo esforço. “Quem não tem história, não tem memória, não tem futuro. Imagino o esforço que cada um de vocês fez até chegar aqui. Entendo que isso deve ser efetivamente uma universidade, que deve buscar da universalidade ao saber específico e tornar específico o saber universal. Esse é um momento que sintetiza bem isso”, disse.

Aprendizado - Concita Guaxipiguara Sompre, representante da etnia Gavião, discursou sobre a importância do processo de aprendizado intercultural, onde professores e indígenas aprenderam juntos. "Trabalharemos o diferenciado do saber científico e do conhecimento tradicional. Seremos capazes de produzir nossos próprios materiais didáticos. Sairemos daqui professores conscientes das nossas responsabilidades", destacou.

O curso de Licenciatura Intercultural Indígena começou a ser ofertado pela Uepa em 2012. Atualmente são nove turmas ativas, com 257 alunos. As aulas aconteceram nos territórios étnico-educacionais Tapajós Arapiuns, Wai-Wai e Kaiapó, ligados aos campi dos municípios de São Miguel do Guamá, Santarém, Marabá, Oriximiná e São Félix do Xingu.

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Dia do Índio: muito além do 19 de abril

 

As unidades da Faculdade Joaquim Nabuco de Recife e Paulista e a UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau promovem o evento ‘Apoema’, em prol do Dia do índio, que é festejado nesta terça-feira (19). Os encontros visam valorizar a cultura indígena e debater dificuldades e conquistas dos índios com vários convidados. Para participar de uma das palestras nas unidades educacionais, os interessados devem entrar em contato com cada polo.

“A cultura indígena está viva e, para continuar assim, deve ser valorizada por todos nós, em respeito sobretudo à história do Brasil e diante do que as etnias ainda enfrentam. Os kapinawá de Buíque, por exemplo, cujos povos originários foram registrados naquela região desde o século XVIII, só conseguiram a regularização como posto indígena depois de bastante resistência”, destaca a professora Michela Macêdo, diretora da Nabuco Paulista.

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Na unidade da Joaquim Nabuco do Recife, nesta terça-feira (19), às 19h, Myrelliane Silva, da Aldeia Kapinawá de Buíque, Agreste pernambucano, e Francisco de Assis, pesquisador de povos tradicionais do Nordeste, participam do debate com Guilherme Xucuru. Na ocasião, estarão presentes integrantes da Tribo Fulni-Ô com exposição e feira de artigos. Além disso, também participam os professores Geová Silvério, mestre em Antropologia, e Francisco Alexandrino, professor-pesquisador em Educação das Relações Étnico-Raciais, que falarão sobre a importância de abordagens em pluralidade cultural. Para participar, é necessário doar um quilo de alimento não perecível. Mais informações podem ser conseguidas pelo telefone (81) 2121-5999.

No Bloco C da Nabuco Paulista (Centro), a partir das 17h da quarta-feira (20), estarão presentes Myrelliane Kapinawá e Francisco de Assis. Aluna de adontologia, a remanescente indígena falará sobre as experiências na formação educacional das novas gerações. Já Francisco de Assis abordará o tema “Eu tenho um sonho: a utopia mobilizadora de estudiosos e defensores das culturas indígenas”, a mesma apresentada em Recife. A iniciativa também terá uma feira de artigos dessa etnia. Para ter acesso ao evento, é necessário doar uma caixa de leite longa vida. Mais informações pelo telefone (81) 2121-5969.

Na UNINASSAU, a Semana de Cultura Indígena iniciou com exposição de peças de estudantes de Design de Interiores no hall de entrada do Bloco B da UNINASSAU, que continua até o último dia útil da semana. Na quinta-feira (21), às 19h, no Auditório Capiba, no Bloco C, haverá palestras sobre arquitetura indígena no País e análise da obra do Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou, do arquipélago de Nova Caledônia. Os conteúdos serão ministrados pelos professores André Lemoine e Roberto Salomão, do curso de arquitetura e urbanismo.

Para participar das palestras, os interessados devem se inscrever na Coordenação de Arquitetura e Urbanismo, localizada na Casa 40, Rua Betânia, Bairro das Graças. Os participantes podem doar uma caixa de leite longa vida. Detalhes pelo telefone (81) 3413-4611.

Endereços

Bloco B da UNINASSAU: Rua Guilherme Pinto, 400, Graças

Bloco C da UNINASSAU: Rua Joaquim Nabuco, 778, Graças

Bloco C da Nabuco Paulista: Rua do Rosarinho, sem número, ao lado do novo shopping

Nabuco Recife: Avenida Guararapes, sem número, Centro

O Dia do Índio será celebrado ma próxima terça-feira (19), na Faculdade Maurício de Nassau, em Petrolina. Aberto ao público e gratuito, o evento será iniciado às 18h30, no auditório da instituição de ensino.

Será realizada a palestra intitulada “No mês de abril, lembranças aos nativos do Brasil”, com a condução do professor e doutor em história social, Cléberson Rocha. O objetivo do encontro é descrever a experiência de residir na Amazônia estudando os hábitos e costumes das tribos indígenas.

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De acordo com a Nassau, não há a necessidade de inscrições prévias para o evento. A unidade de Petrolina da Faculdade fica na Avenida Coronel Clementino Coelho, 714, bairro Atrás da Banca. 

 

Para celebrar o Dia do Índio, comemorado na próxima terça-feira (19), a Faculdade Maurício de Nassau, em Petrolina, irá promover a palestra “No mês de abril, lembranças aos nativos do Brasil”, às 18h30, no auditório da instituição.

A palestra será ministrada pelo professor e doutor em História Social, Cléberson Rocha. A ocasião está prevista para o docente relatar a experiência sobre morar na Amazônia, em que estudou os hábitos de diversas tribos.

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Os interessados em participar do evento não precisam realizar inscrições prévias. A palestra é gratuita e aberta ao público.

Serviço

No mês de abril, lembranças aos nativos do Brasil

19 | 18h30

Faculdade Maurício de Nassau Petrolina (Avenida Coronel Clementino Coelho, 714)

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