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A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, recebeu alta hospitalar nesta terça-feira, 30, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo. De acordo com boletim médico, contudo, a ministra deverá ficar afastada do trabalho nos próximos dias.

"O quadro clínico evoluiu bem e os resultados dos exames de rotina mostram estado de saúde bom e estável", diz o boletim médico. "A paciente dará continuidade ao tratamento ambulatorial, devendo ficar afastada das atividades laborais nos próximos dias." A alta foi assinada pelos cardiologistas Sergio Timerman e Iascara Wozniak de Campos.

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A ministra passou mal na tarde de quinta-feira, 25, com quadro de alteração da pressão arterial. Guajajara foi atendida em Brasília, mas seguiu para São Paulo para realização de exames e avaliação cardiológica. Ela estava internada desde sexta-feira, 26.

No sábado, 27, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nas redes sociais informando ter telefonado para saber do estado de saúde da ministra. "Ela está sendo bem amparada pela equipe de saúde. Desejo melhoras e que volte 100% para seguirmos um trabalho por mais direitos aos povos indígenas brasileiros", escreveu o presidente.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, continua internada no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo, onde passa por uma bateria de exames, desde sexta-feira, 26. A ministra passou mal na noite de quinta, 25, com quadro de alteração da pressão arterial, foi atendida em Brasília e seguiu para São Paulo para realização de exames e avaliação cardiológica.

O boletim médico divulgado neste domingo pelo InCor diz que a ministra "segue estável em observação para continuidade do acompanhamento clínico e realização de exames". "Os resultados até o momento estão dentro da normalidade."

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou ontem pelo X (antigo Twitter) informando ter telefonado para saber do estado de saúde da ministra. "Ela está sendo bem amparada pela equipe de saúde. Desejo melhoras e que volte 100% para seguirmos um trabalho por mais direitos aos povos indígenas brasileiros", escreveu o presidente.

O Ministério dos Povos Indígenas acaba de informar, por meio de nota, que a ministra Sonia Guajajara será internada em São Paulo. De acordo com o comunicado da pasta, ela passará por uma bateria de exames.

A ministra passou mal na tarde de quinta-feira, 25. Mais cedo nesta sexta, 26, foi atendida e examinada no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília. Segundo a nota, Sonia Guajajara "encontra-se bem". O texto não detalha quais os sintomas sentidos pela ministra.

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Após o Senado Federal aprovar o marco temporal na noite da quarta-feira (27), governistas e deputados ambientalistas pressionam o presidente Lula (PT) para que seja vetado integralmente o projeto de lei que pede a limitação das terras indígenas. A decisão de ontem faz contraponto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, na semana passada, derrubou a tese por 9 votos a 2.

O líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), avalia que o líder petista deverá vetar trechos do projeto de lei (PL) 2.903/2023, que determina que somente serão demarcadas as terras que tenham sido ocupadas pelos indígenas no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. As informações foram divulgadas pela Agência Senado.

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O PL aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa permite, entre outros pontos polêmicos, a celebração de contratos entre indígenas e não-indígenas voltados à exploração de atividades econômicas nos territórios dos povos originários, além de possibilitar a realização de empreendimentos econômicos sem que as pessoas pertencentes as comunidades afetadas sejam consultadas.

Em suas redes sociais, a deputada federal Célia Xabriabá (PSOL-MG) publicou um vídeo no qual ela faz duras críticas a tese, defendida por grileiros, e pede que Lula vete o PL.

“Ontem foi o dia que aprovaram o absurdo PL 2903, mas seguiremos denunciando toda a destruição que ele representa e em luta pelo veto do presidente Lula! A luta contra esse genocídio legislado continua”, escreveu na legenda da publicação.

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Outra a se manifestar sobre o assunto foi a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que mesmo não citando o Lula, fez críticas a decisão do Senado. Ela afirma que o ministério “reafirma sua posição contrária ao projeto que representa um retrocesso aos direitos dos povos indígenas”.

“Apesar de o STF ter derrubado o marco temporal na semana passada, o PL retoma essa tese e defende uma série de outros pontos preocupantes, como a exploração de garimpo em terras indígenas, possível revisão de territórios já demarcados e cultivo de organismos geneticamente modificados”.

Além disso, Guajajara define a tese como um projeto que deseja “transformar as terras indígenas em objetos de mercantilização” e que irá afetar “a organização social dos povos indígenas e suas relações sagradas com o território”.

“Compromete a vida de todos diante da tragédia climática anunciada, e contraria os compromissos assumidos pelo Brasil com o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o que poderá acarretar, inclusive, na perda de investimentos internacionais. O projeto também desrespeita tratados nacionais e internacionais sobre a necessidade de consulta livre, prévia e informada das comunidades sempre que ações do Estado ou de agentes externos venham a afetar seus territórios e modo de vida”.

“O MPI vem acompanhando a tramitação do projeto desde o início e dialogando com os senadores e senadoras sobre seus riscos. Seguiremos atuando para garantir os direitos dos povos indígenas”, completa.

 

Nesta terça-feira (5), é celebrado o Dia Internacional da Mulher Indígena, data que relembra a história de Bartolina Sisa, uma mulher da etnia aimara que encabeçou revoltas contra o domínio colonizador na América Latina. Sendo assim, o LeiaJá trouxe uma lista com cinco personalidades femininas indígenas que são reconhecidas no país devido a legitimidade de suas lutas.

Sonia Guajajara

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ministra dos Povos Indígenas da gestão Lula (PT), é reconhecida internacionalmente pela luta em defesa dos direitos dos povos originários, seus territórios e causas socioambientais. Ela é graduada em letras e enfermagem, além dos cursos, a maranhense é pós-graduada em educação especial. Em 2022, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do ano pela revista norte-americana Time.

A ministra fez parte da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e atuou como coordenadora executiva da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

Joenia Wapichana

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Atual presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia atua há décadas em defesa do seu povo. Em 2008, ela conseguiu o feito de ter sido a primeira advogada indígena da história do país a se pronunciar no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a homologação que definiu os limites contínuos da Reserva Raposa Serra do Sol, localizada no estado de Roraima.

Em 2010, ela ganhou o Título de Ordem de Mérito Cultural, concedido pelo Ministério da Cultura. Três anos após esse reconhecimento, ela se tornou a primeira presidente da Comissão Nacional de Direitos dos Povos Indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em 2018, Joenia recebeu um Prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) por suas conquistas em direitos humanos. O mesmo prêmio já teve como vencedores o líder africano Nelson Mandela, Martin Luther King, Malala Yousafzai, as organizações Anistia Internacional e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Célia Xakriabá

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A parlamentar mestra em desenvolvimento sustentável e doutoranda em antropologia, foi eleita em outubro de 2022 como a primeira deputada federal indígena pelo estado de Minas Gerais, alcançando 101.154 votos da população.

O seu mandato defende a demarcação dos territórios indígenas, titulação dos quilombos, reconhecimento de profissionais indígenas e quilombolas da educação e reforma agrária e urbana.

Em março deste ano, a mineira foi eleita presidente da Comissão da Amazônia e Povos Originários da Câmara dos Deputados, sendo considerada a primeira indígena a assumir a presidência de uma comissão no Congresso Nacional.

Ela assumiu o posto afirmando que o colegiado não iria se limitar aos temas da Amazônia, mas que também contribuiria para a qualidade de vida dos povos tradicionais de todo território nacional, como quilombolas e ribeirinhos em situação de vulnerabilidade.

Txai Suruí

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Única brasileira a discursar na abertura oficial da Conferência da Cúpula do Clima (COP26) em 2021, Walelasoetxeige Suruí, ou Txai Suruí, foi a primeira do povo Suruí a cursar a graduação de direito em uma universidade pública. Ela também é fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia.

Nos últimos anos, Txai vem participando de vários manifestos em defesa dos povos originários do país. À frente do seu grupo, a jovem já liderou atos contrários as políticas ambientais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sua gestão (2019-2022), e fez questão de denunciar o avanço da agropecuária sobre a terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia.

Alice Pataxó

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Considerada em 2022 como uma das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do ano, segundo a BBC, a ativista do clima e jornalista Alice Pataxó tem se destacado pela defesa da demarcação do território indígena.

Natural da etnia Pataxó, na Bahia, é conhecida por ter denunciado a JBS, empresa considerada a maior produtora de carne do mundo. Ela afirma que a JBS realiza atividades relacionadas às produções dentro de territórios indígenas, ou seja, trabalhando de forma ilegal.

A jovem liderança leva na bagagem também informações de vários territórios indígenas do território nacional, a fim de denunciar as violações e violências que têm ocorrido no Brasil contra os povos, e como essas relações políticas contribuem para o genocídio dos povos originários.

 

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que as ministras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são atacadas todos os dias quando tentam retirá-las das pastas que comandam para entregar o espaço para homens. O governo federal articula uma troca ministerial em busca de maior apoio no Congresso e os ministérios ocupado por mulheres são os mais cobiçados pelos novos apoiadores.

"É a primeira vez que nós temos o maior número de mulheres ministras na Esplanada dos Ministérios. E, por ser a primeira vez, nós somos atacadas todos os dias, quando querem tirar ainda de nós esse lugar e entregar para os homens. Mas, juntas, nós não vamos permitir", disse Guajajara nessa terça-feira (15), durante a abertura da Marcha das Margaridas. A manifestação é realizada por mulheres trabalhadoras rurais do Brasil, desde 2000, em busca de direitos trabalhistas.

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Ao assumir o terceiro mandato, Lula registrou uma participação feminina recorde na Esplanada dos Ministérios em relação a todo o período pós-redemocratização. Foram 11 ministras convocadas e confirmadas, duas a mais que o recorde anterior, de Dilma Rousseff, que assumiu a Presidência, em 2011, com nove ministras.

Após pouco mais de cinco meses de governo, a primeira troca ministerial a partir de negociações com o Centrão foi de uma mulher. Daniela Carneiro, então ministra do Ministério do Turismo, deixou o cargo no dia 14 de julho e, no lugar, assumiu o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).

Filiada ao União Brasil, Daniela era considerada pelo partido como uma escolha pessoal de Lula. Como a então ministra recorreu à Justiça Eleitoral para deixar a legenda, o União passou a pressionar o Planalto, por mais de um mês, para trocá-la por Sabino. Lula, contudo, queria planejar uma "saída honrosa" da agora ex-ministra.

Ministérios e estatais podem sofrer mudanças

A reforma ministerial negociada por Lula mira, sobretudo, ampliar a participação do Centrão no governo, ao nomear deputados indicados por PP e Republicanos como ministros. Para o entorno do presidente, a federação PSDB-Cidadania também deveria ser contemplada - ou ao menos convidada - a participar do Executivo e integrar a base no Congresso.

Os nomes do Centrão já foram escolhidos: são André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). As pastas, entretanto, ainda são uma questão a ser resolvida pelo governo. Confira os ministérios e estatais que podem ter mudanças.

- Ministério da Saúde.

- Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

- Ministério dos Esportes.

- Ministério dos Direitos Humanos.

- Ministério de Portos e Aeroportos.

- Embratur.

- Funasa.

- Correios.

- Caixa Econômica Federal.

Entre os dias 8 e 9 de agosto, a cidade de Belém, sede da COP30 em 2025, receberá uma aguardada cúpula de presidentes de países da Amazônia para discutir proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, mas a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSOL), alertou que é preciso aumentar a participação dos nativos da floresta nos debates.

O evento foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mira estabelecer uma posição conjunta dos países amazônicos a ser levada para a próxima cúpula climática das Nações Unidas, a COP28, em Dubai, porém, segundo Guajajara, o formato atual da reunião ainda não prevê uma "ampla representação" dos povos originários.

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"Eu acho que precisa incluir mais participação indígena no momento da cúpula dos presidentes", afirmou a ministra em entrevista exclusiva à ANSA a menos de 20 dias do encontro.

Entre 4 e 6 de agosto, Belém deve receber cerca de mil indígenas para um evento pré-cúpula, o "Diálogos Amazônicos", que servirá justamente para os povos nativos discutirem uma pauta de reivindicações que será apresentada aos presidentes.

"Enquanto ministra, estou trabalhando para que os governos possam agregar esse documento. É preciso aumentar bem a participação indígena nos processos de discussão da proteção da Amazônia e nos espaços de tomada de decisão", ressaltou Guajajara.

A expectativa da ministra é de que a Cúpula de Belém estabeleça "mecanismos concretos" de tutela da biodiversidade, das florestas e dos direitos dos povos nativos e das comunidades tradicionais, sem esquecer da "segurança dos defensores e defensoras do meio ambiente e dos indígenas, que acabam sendo um alvo muito grande de assassinatos e violência".

Existe a expectativa - ventilada pelo próprio Lula - de que todos os países amazônicos se juntem ao Brasil no compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030, mas Guajajara ainda é cautelosa.

"Em 45 anos de existência do Tratado da Cooperação da Amazônia, essa é a quarta reunião dos presidentes.

*Da Ansa

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse ter esperança de que o Senado rejeite o Projeto de Lei nº 490, cujo texto base foi aprovado na terça-feira (30), na Câmara dos Deputados, por 283 votos favoráveis contra 155 contrários. 

“Apesar do que assisti ontem, tenho esperança e acredito que os parlamentares e as parlamentares comprometidos com a vida irão se empenhar para barrar o projeto no Senado”, declarou a ministra ao participar, nesta quarta-feira (31), de uma audiência pública a convite da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados. 

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Proposto em 2007 pelo ex-deputado federal mato-grossense Homero Pereira, que faleceu em 2013, o PL 490 ficou conhecido como Projeto do Marco Temporal. O termo faz alusão à tese de que os povos indígenas só tem direito às terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, quando a atual Constituição Federal foi promulgada.

Na Carta Magna, os constituintes reconheceram o chamado direito originário dos povos indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Também estabeleceram a responsabilidade da União demarcar, em até cinco anos, não só as áreas habitadas em caráter permanente, mas também aquelas que indígenas usem para suas atividades produtivas, bem como as consideradas imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários ao bem-estar e à reprodução física e cultural das comunidades.

Substitutivo

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados é um substitutivo. Ou seja, uma proposta alternativa apresentada pelo relator da matéria, o deputado Arthur Maia (União-BA), que altera substancialmente a propositura legislativa original. Além de sobrepor o marco temporal ao direito originário constitucional, o substitutivo também prevê a proibição de que as áreas demarcadas sejam ampliadas e a autorização para que comunidades indígenas possam plantar cultivares transgênicos em seus territórios. A proposta permite a anulação de processos demarcatórios que não atendam às novas regras.

  “Uma lei ordinária jamais terá o poder de alterar o texto constitucional”, afirmou a ministra Sônia Guajajara, durante a audiência da CCJ da Câmara, referindo-se ao PL 490, o qual classificou como exemplo da “postura anti-indígena de alguns parlamentares”.

“Sabemos que, infelizmente, para muitas pessoas deste país ainda é muito difícil compreender o conceito da dívida histórica [que o país tem com os indígenas]. Até mesmo para alguns parlamentares desta Casa, as políticas públicas afirmativas que visam à reparação desta dívida histórica nem deveriam existir.” 

Após mencionar que há séculos os indígenas são obrigados a enfrentar “a violência institucional”, Sônia Guajajara rebateu que a aplicação do Marco Temporal nos processos demarcatórios ajudem a trazer segurança jurídica e paz ao campo.

“Sabemos que os conflitos entre indígenas e proprietários rurais existem e que, inclusive, aumentaram consideravelmente nos últimos anos, mas a razão para que estes conflitos não cessem é apenas uma: a morosidade do Estado brasileiro em demarcar os territórios indígenas. Não haverá segurança jurídica no campo sem que todas as terras indígenas sejam demarcadas”, acrescentou a ministra, garantindo que o reconhecimento das terras indígenas seguirá sendo uma prioridade do governo federal. 

“Quero deixar claro que, apesar das investidas deste Parlamento, que visam a restringir e negar os direitos constitucionais dos povos indígenas, o compromisso do presidente Lula em garantir as pautas socioambientais e indígenas permanece de pé. Apesar das movimentações para tentar alterar a estrutura organizacional do atual governo, a política demarcatória das terras indígenas prosseguirá.”

Nesta manhã, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues usou as mídias sociais para reafirmar que, no Senado, a base governista se empenhará “para ampliar o debate, aprofundar a discussão, incluir e defender os representantes dos povos indígenas, garantindo os direitos constitucionais de quem vive nestas terras desde sempre”. Ontem, o senador já tinha classificado a aprovação do PL 490 como um “retrocesso”, uma “violação” e um “frontal ataque aos direitos dos povos indígenas”.

A deputada federal Maria Arraes (Solidariedade-PE), através de suas redes sociais, elogiou o trabalho desenvolvido por Sônia Guajajara (PSOL) à frente do Ministério dos Povos Indígenas, e afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é comprometido com a defesa dos direitos dos povos originários.

''Hoje é o Dia dos Povos Originários. Pela primeira vez na história, temos uma mulher indígena ocupando o cargo de ministra, com Sônia Guajajara à frente do Ministério dos povos Indígenas. Ainda há muito a se fazer, mas depois de 4 anos de uma perseguição incansável, podemos seguir tranquilos na luta com um Governo comprometido com a defesa dos direitos dos povos originários’’, escreveu a parlamentar.

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Nesta quarta-feira (19), é o Dia dos Povos Indígenas, que antes era chamado de Dia do Índio. A mudança de nome, que ocorreu em julho de 2022, foi resultado de debates e reflexões sobre a importância da representatividade e das escolhas linguísticas. Segundo os próprios indígenas, tratar os povos originários pelo termo 'índio' é limitado e reducionista, sendo utilizado como algo 'atrasado' ou 'selvagem'.

Em janeiro, Lula oficializou a criação do Ministério dos Povos Indígenas, o primeiro na história d política brasileira a ser dedicado exclusivamente às demandas desses povos. A sigla comandada por Sônia Guajajara, vem desenvolvendo trabalhos para reconhecer e promover os direitos dos povos indígenas.

O governo federal pretende retomar, com urgência, as ações necessárias à implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (Pngati). Segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o Poder Executivo pretende proporcionar a efetiva participação da população indígena nos debates sobre a administração e proteção de suas terras, bem como sobre a destinação dos recursos naturais existentes em seus territórios.

“Queremos retomar urgentemente, ainda em abril, a Pngati, que vai apoiar e fortalecer a produção dos povos indígenas”, afirmou a ministra ao participar hoje (13) da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, que está sendo realizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e reúne cerca de 2 mil representantes de várias etnias.

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A Pngati foi instituída em junho de 2012, por meio do Decreto nº 7.747, promulgado pela então presidente Dilma Rousseff. Com a finalidade de “garantir e promover a proteção, a recuperação, a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais das terras e territórios indígenas”, a política nacional está estruturada em sete eixos e preconiza o respeito à autonomia sociocultural dos povos indígenas.

Nos últimos anos, organizações indígenas e ambientais denunciaram, repetidamente, o que classificaram como um “desmonte” da Pngati e de outras políticas indigenistas. Em junho de 2022, quando a política completou dez anos, mais de 50 entidades não governamentais apresentaram um manifesto em favor da retomada da Pngati.

Na ocasião, as comissões de Direitos Humanos e Minorias e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para tratar do assunto. Durante o evento, a representante do Conselho Indígena de Roraima, Jéssica Wapichana, afirmou que o comitê gestor da Pngati tinha sido praticamente extinto, enquanto o membro da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Francisco Apuriña disse que mais de 150 projetos de gestão haviam sido paralisados.

Conselho

Nesta manhã, além de revelar a intenção do governo federal de retomar a Pngati, a ministra Sônia Guajajara disse que o Poder Executivo também estuda a reativação do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI).

Criado em dezembro de 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, o conselho é um órgão colegiado, de caráter consultivo, responsável pela apresentação de propostas e acompanhamento da execução de políticas públicas voltadas para os povos indígenas. É composto por igual número de representantes do governo e de povos, organizações e entidades indígenas.

“Também estamos discutindo a retomada do Conselho Nacional de Política Indigenista, espaço de participação paritária de representantes dos povos indígenas e do governo federal, para termos políticas de fato adequadas, que atendam às distintas realidades do país”, acrescentou a ministra, que viajou a Roraima para participar da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de uma comitiva de autoridades federais, incluindo a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Joênia Wapichana.

Destacando a feira de alimentos realizada junto com o encontro, Joênia lembrou que, desde o primeiro dia da nova gestão federal, a Funai e o governo assumiram o enfrentamento da crise humanitária que afeta as comunidades da Terra Indígena Yanomami como uma prioridade, mas ressaltou que outras ações estão sendo implementadas paralelamente.

“A Funai está retomando os processos de demarcação [de terras indígenas] paralisados. Pode ser que isso demore um pouquinho, mas precisamos atualizar todos os processos paralisados”, disse Joênia, pedindo o apoio indígena e de outros setores do governo. “A Funai voltou para ficar ao lado dos povos indígenas.

Para participar das assembleias indígenas; fazer projetos de parceria com as organizações indígenas e ouvir os povos indígenas Estamos tentando recomeçar, reconstruir, mas quero compartilhar este desafio porque, sozinha, a Funai, não vai dar conta de tudo. Temos que contar com o apoio, inclusive financeiro, de outros órgãos. Vamos ter que trabalhar muito e este trabalho também é uma responsabilidade compartilhada com os povos indígenas.”

Não à Mineração

Presente ao evento, o líder yanomami Davi Kopenawa voltou a cobrar a retirada dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami – extensa área de cerca de 9,6 milhões de hectares que abrange parte dos estados de Roraima e do Amazonas.

Cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo oficial de futebol.  “Eles [garimpeiros] estão escondidos, e queria pedir ao presidente [Lula] que peça ao pessoal [servidores públicos] para retirar todo mundo de lá [...] Peço ao presidente que aumente o número de pessoas que estão lá, protegendo as comunidades indígenas [...]. E depois de retirar os garimpeiros, temos que levar mais medicamentos, técnicos, enfermeiros, dentistas e outros profissionais da saúde. Vamos construir um hospital próximo às comunidades”, enfatizou Kopenawa antes de criticar o garimpo em terras indígenas.

“Precisamos nos unir contra os invasores e contra a mineração. Não quero mineração nem na Terra Indígena Yanomami, nem aqui, na Raposa Serra do Sol. Não é preciso trazer mineração pesada para a nossa floresta. Porque, ao matar os rios, a mineração mata a alma da floresta. Ela mata os indígenas, mas também o povo das cidades”, afirmou Davi Kopenawa.

A representante das mulheres indígenas de Roraima, Maria Betânia Mota de Jesus, do povo macuxi, endossou as críticas ao garimpo e pediu mais recursos para a Funai. “Para nossos povos, garimpo não é desenvolvimento, mas sim a destruição de nossa mãe-terra. Pedimos a proteção territorial e a retirada dos invasores [das terras indígenas]. [Por esta razão] o aumento do orçamento da Funai é importante, porque precisamos que nossas terras sejam todas de fato demarcadas e que as já demarcadas em ilhas sejam ampliadas.”

  Diante de uma plateia lotada por índigenas, ministros, autoridades e políticos, a primeira ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, tomou posse nesta quarta-feira (11) no Palácio do Planalto. O presidente Lula (PT), a primeira-dama, Janja Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também prestigiaram a cerimônia cheia de simbolismo para a história do país.

Sob discurso, cantoria e dança do seu povo, Sônia rememorou a trajetória de sua ancestralidade, acentuando que foram "séculos de violências e violações". Ela celebrou a criação da pasta que vai liderar, fez críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e aos atos golpistas realizados por bolsonaristas no útlimo domingo (8). Neste sentido, ela disse que  é preciso "acabar com a normalização desse estado inscontitucional que se deu nos últimos anos" e complementou afirmando que se tratava de um "plano de genocídio dos povos indígenas".

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A nova ministra disse que atuará para combater com a "alta vulnerabilidade dos indígenas brasileiros", a "violação de mulheres e meninas" e o "alto índice de suícidio" entre os índigenas. Também falou em elaborar "políticas de educação para índigenas", inclusive falando em promover o acesso deles às Univerdidades. Sônia condenou e lamentou as mortes registradas nas aldeias "pelas balas fascistas", além de dizer que as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips (mortos em junho do ano passado).

No seu discurso, ela ressaltou a importância histórica e cultural dos índigenas. "O Brasil do futuro precisa dos povos indígenas. Tudo que tradicionalmente é chamado de Cultura entre os brasileiros e brasileiras para nós significa tudo o que somos é nosso modo de vida. Nossa comida, nossos rituais, nosso uso da terra, nossas práticas e costumes, tanto aqueles mais cotidianos quanto outros individualizados. Cultura também é sinônimo de luta. Lembremos também o que estava sendo empurrado para o esquecimento.

Com uma tradição de passificação, a ministra também fez um convite aos brasileiros a voltarem a se unir e assegurando seu compromisso com a agenda climática. "O Brasil é plural. O Brasil é alegria. O Brasil é colorido e solidário. É com esse espírito que assumo a missão de sensibilizar toda a sociedade brasileira, suas mentes e corações. Os desafios são tremendos e quero deixar o meu pedido ao conjunto de ministras e ministros, governadoras e governadores, prefeitas e prefeitos, que compreendam o sentido da área política as políticas indígenas e necessitam do apoio e do diálogo das diversas instituições. A criação do ministério dos povos indígenas sinaliza para o mundo o compromisso do povo brasileiro com a agenda da crise climática.

Ao final, ela anunciou os nomes dos integrantes do Ministério, que terá como seu secretário-executivo, o advogado Eloy Terena. Ela também anunciou que um pernambucano irá compor a pasta. Marcos Xucuru será o assessor especial do Ministério.

A deputada eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) disse nesta quarta-feira, 23, que a Fundação Nacional do Índio (Funai) deve continuar no Ministério da Justiça e que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) irá seguir no Ministério da Saúde.

Segundo ela, o Ministério dos Povos Originários que será criado pelo novo governo, deve ter uma atuação mais de articulação do que de execução em 2023.

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"Estamos tentando definir os temas que iremos priorizar no ministério, para começarmos a apresentar propostas. Estamos pensando em qual será a missão do ministério, precisamos entender se será uma pasta de articulação ou mais executiva. A princípio será de articulação, até porque o orçamento de 2023 ainda não contempla o ministério", afirmou, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A liderança indígena Sônia Guajajara, eleita pela revista Times como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo anunciou, nesta segunda-feira (23), a sua pré-candidatura à deputada federal pelo PSOL em São Paulo. 

Guajajara salientou a importância da divulgação de candidaturas indígenas "para fazer frente a poderosa bancada ruralista e seu lobby". "Como colocado no chamado do ATL, precisamos 'retomar o Brasil, demarcando territórios e aldeando a política'. A política precisa se tornar um espaço de reflorestamento de mentes e corações, e um instrumento de combate efetivo das emergências climáticas e a guerra contra o planeta." 

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De acordo com a pré-candidata, os povos indígenas representam 5% da população mundial. "Somos responsáveis pela preservação de 80% da biodiversidade do planeta! Além disso, de acordo com relatório do IPCC da ONU, nosso modo de vida contribui decisivamente para o equilíbrio do clima do planeta. Não é possível que mesmo sendo os principais guardiões da natureza, nós ainda sejamos tão sub-representados no Congresso Nacional, com apenas dois indígenas eleitos em toda nossa história. Por isso, gostaria de contar com seu apoio na construção dessa jornada multidão", explicou. 

Sobre o estado que vai representar a sua disputa, ela observou que São Paulo é "central para a política nacional". "Aqui estão sediadas boa parte das grandes empresas cujas decisões afetam as populações e territórios de todo o país, em especial os povos indígenas que lutam para sobreviver e para manter viva a natureza". 

Durante um protesto de indígenas, nesta quarta-feira (16), a Polícia Militar do Distrito Federal usou bombas de efeito moral contra os manifestantes. A ação aconteceu em frente a sede da Fundação Nacional do índio (Funai), em Brasília.

A líder indígena Sônia Guajajara postou um vídeo em sua conta no Twitter mostrando a correria dos manifestantes após o início da ação policial. "Olha como a FUNAI recebe os indígenas. A polícia atirando bombas aqui na gente", revela Guajajara.

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O protesto foi realizado contra o projeto de Lei 490/2007, que altera o Estatuto do índio definido na Constituição de 1988. O projeto estabelece um marco temporal para a demarcação das terras, tornando o processo mais complexo. 

O texto prevê que serão passíveis de demarcação somente as áreas ocupadas pelos índios até 5 de outubro de 1988, ou perdidas por violência, clandestinidade ou precariedade. 

O PL também estabelece a proibição da ampliação de terras indígenas já demarcadas. Nesta quarta-feira (16), inclusive, foi adiado a discussão sobre o projeto de Lei na Comissão de Constituição e Justiça.

O juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal determinou o ‘imediato trancamento’ do inquérito da Polícia Federal contra a líder indígena Sônia Guajajara, acusada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) de estelionato e divulgação de dados falsos de covid. O magistrado considerou a investigação "uma distorção teratológica".

Sônia é uma das coordenadoras executivas da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entidade responsável pela produção da série "Agora é a Vez do Maracá". A líder indígena também foi candidata à vice-presidência em 2018 na chapa com Guilherme Boulos (PSOL).

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A investigação da PF mirava críticas feitas ao governo Bolsonaro durante a série. O inquérito foi instaurado de ofício - a pedido - da Funai sob justificativa de suspeitas de estelionato e difusão de "fake news" durante a produção da obra. Sônia foi intimada a prestar depoimento no caso.

Na decisão, o juiz tranca o inquérito e anula a intimação contra a líder indígena. Segundo Frederico Viana, o caso é uma "distorção teratológica quanto às finalidades que justificam a existência do aparato investigativo estatal". O magistrado afirma que a Funai não apresentou qualquer indícios suficientes para a abertura de inquérito e que há "uma tentativa malfadada" de imputar crime de estelionato à associação indígena.

"Fica clara a existência de uma tentativa de inviabilizar e depreciar a atuação contra majoritária exercida pela APIB, seja em contexto nacional ou internacional, causando-lhe grave e ilícito constrangimento por força da existência de um inquérito policial de que nada serve ao interesse público ou à proteção das instituições públicas, já que não calcado em mínima justa causa que fosse", sustentou.

Frederico Viana afirmou ainda que as críticas ao governo federal estariam abarcadas pela liberdade de expressão. "A atividade política e social em defesa da população indígena não pode ser, de forma alguma, perseguida por quaisquer dos aparatos estatais, sejam eles punitivos ou não, pelo simples fato de que traz, em suas considerações, imputações severas contra agentes públicos e a atuação gestão do Poder Executivo", disse.

Procurada, a Funai informou que não comenta fatos sob apuração policial para não prejudicar o andamento dos trabalhos, mas disse que "deve estrita obediência aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade" e tem como função defender o interesse público. "Todos os cidadãos, indígenas e não indígenas, estão submetidos à observância da lei brasileira", afirmou em nota.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) apresentou à Vara Federal Criminal do Distrito Federal pedido de suspensão do inquérito que intimou Sônia Guajajara por suposta difamação contra o governo federal. Na ação, a entidade defende que a investigação contra a líder indígena e candidata à vice-presidência da República pelo PSOL em 2018 está sendo utilizada para intimidá-la a partir de uma "narrativa política, carecendo de elementos de materialidade, legitimidade, legalidade e de conjunto probatório".

O documento também destaca que a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai) no processo, no caso, trouxe "muita estranheza", uma vez que a instituição foi criada "justamente para proteger os interesses dos povos indígenas".

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Sônia Guajajara, uma das coordenadoras executivas da Apib, foi intimada pela PF a depor por suposta difamação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em razão da websérie "Maracá", que aborda violações contra os povos indígenas na pandemia da covid-19. O inquérito foi aberto a pedido da Funai.

A Polícia Federal intimou a líder indígena Sonia Guajajara, uma das coordenadoras executivas Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, para depor em inquérito aberto a pedido da Fundação Nacional do Índio.

Segundo a Apib, o órgão acusa a ativista e a entidade de suposta difamação contra o governo Jair Bolsonaro e divulgação de dados falsos sobre o coronavírus em razão da websérie Maracá, que aborda violações contra os povos indígenas na pandemia da Covid-19.

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A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil informou que Guajajara recebeu a intimação na segunda, 26.

 

A líder indígena Sonia Guajajara, candidata a vice-presidente da República pelo Psol em 2018, e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) apresentaram uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general reformado Augusto Heleno. O general está sendo acusado de difamação.

Heleno associou Sonia e a Apib, coordenada por ela, a um suposto crime de lesa-pátria durante publicações no Twitter em setembro. Ele acusou a Articulação de "estar por trás do site defundbolsonaro.org, cujos objetivos são publicar fake news contra o Brasil: imputar crimes ambientais ao presidente da República; e apoiar campanhas internacionais de boicote a produtos brasileiros." Em seguida, Heleno disse que a "Emergency Apib é presidida pela indígena Sonia Guajajara, militante do PSOL e ligada ao ator Leonardo Di Caprio, crítico ferrenho do nosso país."

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"O site da Apib se associa a diversos outros, que tb trabalham 24 horas por dia para manchar a nossa imagem no exterior, em um crime de lesa-pátria", disse ainda o ministro.

Sônia e a APIB dizem na queixa-crime que foram surpreendidas pelas postagens, que atribuíam a elas atos de extrema gravidade. A queixa-crime diz que as acusações são mentirosas e nocivas à honra.

"Fica evidente que o Twitter postado tem cunho difamatório, sem qualquer compromisso com a veracidade dos fatos, irrigado por teorias de conspirações que, tais fatos, por si só, justificam a condenação do querelado [Augusto Heleno] e o deve indenizar e reparar os danos causados à parte requerente", continua o texto.

Os advogados destacam que o general não se retratou e ainda reafirmou o teor em entrevista à Rádio Bandeirantes. Alguns dias depois, foi revelado que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI, participou da Cúpula do Clima das Nações Unidas, COP-25, em dezembro de 2019 em Madri. No Twitter, o ministro disse que o órgão deve acompanhar campanhas internacionais apoiadas por "maus brasileiros". Sônia e a APIB estavam na COP-25.

Em setembro, Guajajara havia interpelado Augusto Heleno para que ele explicasse o conteúdo das publicações, mas o ministro Dias Toffoli decidiu não dar prosseguimento à petição. O crime de difamação prevê pena de detenção de três meses a um ano mais multa. O ministro não se posicionou sobre o caso até o momento.

Participando do Almoço de Indicados ao Oscar ao lado de Petra Costa, indicada pelo documentário 'Democracia em Vertigem', a líder indígena Sonia Guajajara, encontrou diversos artistas de Hollywood e aproveitou o momento para fazer algumas fotos com as celebridades.

Dentre as imagens, cliques com Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Robert Deniro foram compartilhados no Instagram de Sonia. Confira:

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Publicações nas redes sociais acusam a candidata a vice-presidência pelo PSOL, Sonia Guajajara, de mentir "até no nome". Para justificar a acusação, as postagens incluem uma captura de tela do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com as informações registradas pela candidata, suprimindo parte em que Sonia se declara indígena.

A estratégia de Sonia é legítima e aceita pelo TSE. Qualquer pessoa pode se declarar indígena e não existem documentos oficiais que atestem pertencimento aos povos existentes.

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Apesar de ser registrada como Sonia Bone de Souza Silva Santos, ela adota o nome de seu povo, Guajajara, como identidade pública, inclusive na candidatura registrada no Tribunal Superior Eleitoral, o que é permitido por lei. De acordo com a Resolução 23.548 do TSE, o nome utilizado na urna eletrônica pode ser um apelido ou o nome pelo qual o candidato é mais conhecido dos eleitores.

Sonia é da etnia Guajajara/Tentehar, que habita a Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. "Filha de pais analfabetos, deixou suas origens pela primeira vez aos 15 anos, quando recebeu ajuda da Funai para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Depois, voltou para o Maranhão, onde se formou em letras e enfermagem e fez pós-graduação em Educação Especial", diz trecho da biografia da candidata extraído do site do seu partido.

No Brasil, o processo de colonização exterminou e aculturou indígenas, fazendo com que muitos passassem a usar nomes de origem não indígena. Quando Sonia nasceu, em março de 1974, o Estatuto do Índio e a Lei de Registros estavam em vigor havia poucos meses - ambas as legislações são de dezembro de 1973. Elas previam normas para os registros de índios, mas somente para os não integrados à "comunhão nacional", ou seja, aos que viviam isolados.

No Maranhão, somente em agosto de 2013, a Corregedoria-Geral de Justiça do Estado determinou que a legislação sobre registro civil de indígenas, que consta na resolução do TSE, fosse cumprida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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