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A Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco rechaçou, por meio de nota, a "interferência de órgãos ou autoridades estranhas" na Operação Guinhol, deflagrada nesta terça-feira, 15, contra suposto envolvimento do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Aliados do dirigente da legenda atribuem a operação a uma espécie de retaliação do presidente Jair Bolsonaro, que discute deixar o partido.

A Operação Guinhol, deflagrada na manhã desta terça-feira, apura supostas fraudes na aplicação de recursos destinados a candidaturas femininas em Pernambuco. Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro público destinado às campanhas foi usado "de forma fictícia" e "desviado para livre aplicação do partido e de seus gestores".

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Segundo a Procuradoria, "essa investigação é objeto de inquérito policial instaurado em 7 de março de 2019 pela Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal em Pernambuco".

"No inquérito, a Polícia Federal propôs, em 26 de agosto de 2019, realização de buscas e apreensões em endereços de pessoas ligadas às candidaturas femininas do PSL/PE, o que foi encampado pelo Ministério Público Eleitoral em petição de 27 de agosto de 2019, do então Promotor Eleitoral Alfredo Pinheiro Martins Neto. Os mandados de busca foram indeferidos pela Juíza da 6.ª Zona Eleitoral, Maria Margarida de Souza Fonseca, em 3 de setembro de 2019", afirma.

A Procuradoria ainda narra que o "indeferimento na primeira instância motivou interposição de recurso por parte do Ministério Público Eleitoral em 12 de setembro de 2019, o qual foi julgado em sessão secreta pelo Plenário do TRE/PE em 14 de outubro de 2019".

"Conforme mostram as datas acima indicadas, a investigação ocorre há meses e não tem relação alguma com divergências partidárias noticiadas pela imprensa nas últimas semanas, muito menos teve interferência de órgãos ou autoridades estranhas ao Ministério Público Eleitoral, ao Departamento de Polícia Federal e à Justiça Eleitoral", ressalta.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:

"A Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco obteve decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE/PE) nesta segunda-feira, 14 de outubro, que determinou expedição de mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas investigadas por possíveis crimes eleitorais.

A investigação tramita na 6.ª Zona Eleitoral do Recife, acompanhada pela 6.ª Promotoria de Justiça Eleitoral, a fim de apurar possível cometimento dos crimes previstos nos arts. 350 (declaração falsa em documento eleitoral, também conhecido como "caixa dois") e 354-A (apropriação de recursos destinados a campanha eleitoral) do Código Eleitoral.

A apuração tem como finalidade averiguar a possibilidade de que candidaturas femininas do Partido Social Liberal (PSL) em Pernambuco tenham sido lançadas, sem viabilidade eleitoral, apenas para cumprir o requisito de 30% de mulheres candidatas, a quem deveriam ser destinados 30% dos recursos para campanha de cada partido. Os valores correspondentes a essas candidatas poderiam ter sido utilizados em benefício de terceiros. Essa investigação é objeto de inquérito policial instaurado em 7 de março de 2019 pela Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal em Pernambuco.

No inquérito, a Polícia Federal propôs, em 26 de agosto de 2019, realização de buscas e apreensões em endereços de pessoas ligadas às candidaturas femininas do PSL/PE, o que foi encampado pelo Ministério Público Eleitoral em petição de 27 de agosto de 2019, do então Promotor Eleitoral Alfredo Pinheiro Martins Neto. Os mandados de busca foram indeferidos pela Juíza da 6.ª Zona Eleitoral, Maria Margarida de Souza Fonseca, em 3 de setembro de 2019.

O indeferimento na primeira instância motivou interposição de recurso por parte do Ministério Público Eleitoral em 12 de setembro de 2019, o qual foi julgado em sessão secreta pelo Plenário do TRE/PE em 14 de outubro de 2019.

Como costuma ocorrer em pedidos de busca e apreensão, o requerimento e o recurso tramitaram em sigilo, para assegurar eficácia da diligência. Com a realização das buscas, o TRE decidirá sobre a possibilidade de levantar o sigilo do recurso.

O inquérito policial segue sob responsabilidade do delegado de Polícia Federal Roberto Carvalho de Oliveira e supervisionado pela promotora eleitoral Ana Joêmia Marques da Rocha, da 6.ª Promotoria Eleitoral do Recife. Caso haja recursos à segunda instância (o TRE/PE), o Ministério Público Eleitoral será representado pelo procurador regional eleitoral Wellington Cabral Saraiva e pelo procurador regional eleitoral substituto, Fernando José Araújo Ferreira.

Conforme mostram as datas acima indicadas, a investigação ocorre há meses e não tem relação alguma com divergências partidárias noticiadas pela imprensa nas últimas semanas, muito menos teve interferência de órgãos ou autoridades estranhas ao Ministério Público Eleitoral, ao Departamento de Polícia Federal e à Justiça Eleitoral."

DEFESA DE LUCIANO BIVAR

"Sobre o mandado de Busca e Apreensão deflagrado nesta terça (15) num dos endereços de Luciano Bivar, o Escritório de Ademar Rigueira, que responde pela Defesa dele e do PSL em Pernambuco, vê a situação fora de contexto. A Defesa enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral. Ainda na visão da Defesa, a Busca é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo Escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política."

A Executiva Nacional do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, divulgou uma nota na qual afirma que "excessos cometidos contra o partido serão devidamente apurados para adoção das medidas cabíveis". O comunicado ocorre em meio a uma crise interna no partido, uma semana após um grupo de parlamentares pedir auditoria nas contas do partido, divulgar uma carta na qual cobra "novas práticas" da atual direção da sigla, comandada pelo deputado Luciano Bivar (PE), e de Bolsonaro considerar a possibilidade de deixar a sigla.

A nota não esclarece a quais "excessos" se refere. No documento, o partido afirma que eventuais dúvidas, se existirem, serão solucionadas a tempo e modo próprio. O PSL também afirma que a divergência intrapartidária é natural e deve ser sempre resolvida pelo diálogo honesto, "sem insinuações e ameaças veladas".

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"Alguns pronunciamentos noticiados caracterizam pueril tentativa de criar fatos artificiais que visam atender meros interesses pessoais em detrimento do interesse coletivo do partido", diz a nota.

Sobre o pedido de auditoria feita pelo grupo de deputados, o PSL diz que apenas recebeu uma cópia não assinada e desacompanhada de procurações. "Aguardaremos para responder aos termos, se e quando a notificação devidamente assinada e acompanhada dos documentos pertinentes for recebida", diz.

O partido ressalta, no entanto, que em relação à transparência das contas partidárias, qualquer pessoa - filiada ou não - pode ter acesso completo a todas informações, extratos e comprovantes que constam das prestações de contas apresentadas pelo partido nos últimos anos, pois eles estão disponíveis para consulta pública no site do Tribunal Superior Eleitoral.

A carta divulgada na semana passada, que faz um desagravo ao presidente, diz que a ala bolsonarista da bancada "não perdeu a esperança" de que seja aberto um "canal de diálogo".

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:

Diante das matérias veiculadas nos últimos dias, a Comissão Executiva Nacional do Partido Social Liberal vem esclarecer o que se segue:

1. O PSL, como previsto em seu estatuto, conduz todas as suas ações com fundamento nos princípios de respeito à soberania nacional, ao regime democrático, ao pluripartidarismo e aos direitos fundamentais da pessoa humana, com estrita observância da Constituição e das leis brasileiras.

2. A divergência intrapartidária é natural ao processo democrático e deve ser sempre resolvida pelo diálogo honesto, sem insinuações e ameaças veladas, que se mostram frágeis, sem respaldo jurídico e que em nada contribuem para o crescimento das instituições democráticas e para o atendimento das necessidades básicas da sociedade, o que é obrigação de todo homem público, especialmente dos que exercem os mais altos cargos da República.

3. Alguns pronunciamentos noticiados caracterizam pueril tentativa de criar fatos artificiais que visam atender meros interesses pessoais em detrimento do interesse coletivo do partido.

4. Nem a Comissão Executiva Nacional nem a maioria absoluta dos membros do diretório nacional do partido, incluindo os deputados que formam a bancada na Câmara dos Deputados, concordam com esse comportamento.

5. Em relação à minuta da notificação que teria sido endereçada ao partido, cumpre-nos informar que apenas recebemos uma cópia não assinada e desacompanhada de procurações, com o anúncio de que o original seria encaminhado oficialmente. Aguardaremos para responder aos termos, se e quando a notificação devidamente assinada e acompanhada dos documentos pertinentes for recebida.

6. De qualquer forma, no que tange à transparência das contas partidárias, parece ser evidente que qualquer pessoa - filiada ou não - pode ter acesso completo a todas informações, extratos e comprovantes que constam das prestações de contas apresentadas pelo partido nos últimos anos, pois eles estão disponíveis para consulta pública no site do Tribunal Superior Eleitoral.

7. Eventuais dúvidas pontuais, se existirem, serão solucionadas a tempo e modo próprio, sem atropelos. Por outro lado, os excessos cometidos contra o partido serão devidamente apurados para adoção das medidas cabíveis.

Comissão Executiva Nacional do PSL

A operação de busca e apreensão em endereços ligados ao presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), havia sido pedida em agosto pela Polícia Federal. A autorização da Justiça chegou a ser negada em primeira instância, mas foi dada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco após o Ministério Público recorrer.

Deputados ligados ao dirigente do partido atribuem a operação a uma espécie de retaliação do presidente Jair Bolsonaro, que discute deixar a legenda.

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A Operação Guinhol, deflagrada na manhã desta terça-feira, 15, apura supostas fraudes na aplicação de recursos destinados a candidaturas femininas em Pernambuco. Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro público destinado às campanhas foi usado "de forma fictícia" e "desviado para livre aplicação do partido e de seus gestores".

A investigação começou em março e foi autorizada pelo TRE-PE após suspeitas envolvendo a campanha da candidata à deputada federal Maria de Lourdes Paixão, que teria atuado como "laranja" para receber R$ 400 mil de verba pública eleitoral.

"Representantes locais de partido político teriam ocultado/disfarçado/omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, especialmente os destinados às candidaturas de mulheres", diz a PF.

Após a operação, o advogado Admar Gonzaga, que tem aconselhado Bolsonaro, disse que a operação contra Bivar logo após as desavenças públicas com o presidente foi uma "coincidência". Ele não descarta, porém, que as investigações possam futuramente ser usadas como justificativa para uma saída de Bolsonaro e de deputados aliados do PSL.

"Foi uma coincidência. Mas a Justiça também está atenta. Naturalmente, se alguma coisa for desvendada negativamente em face da direção do PSL em Pernambuco, a lei será aplicada. Se isso tiver relação com a direção nacional (do PSL), dessa atual gestão, naturalmente também será utilizada (na discussão sobre a saída de Bolsonaro do partido). Mas isso é uma decisão da Justiça Eleitoral", afirmou Gonzaga, que é ex-ministro do TSE, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Defesa

A defesa do presidente do PSL e do partido em Pernambuco se manifestou sobre o mandado de busca e apreensão deflagrado nesta terça e afirma que "vê a situação fora de contexto".

Na nota, divulgada pela assessoria de Bivar, o Escritório de Ademar Rigueira, que responde pela defesa do deputado e do PSL em Pernambuco, "enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral". Para a defesa, a "busca é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo Escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política".

A cúpula do PSL cancelou uma reunião que faria agora no começo da tarde na liderança do partido na Câmara. Na pauta, estava a possível expulsão de deputados da ala associada ao presidente Jair Bolsonaro.

O grupo bolsonarista está em confronto com os parlamentares ligados ao presidente da sigla, Luciano Bivar, que teve endereços como alvo da Polícia Federal nesta manhã.

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O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), negou, no entanto, que vai haver qualquer expulsão do partido.

"O seu adversário você mantém pertinho de você. Não mantém longe. Faz parte da guerra. Se você trabalha comigo e quer ser mandada embora, ai você briga comigo, eu te deixo de castigo. Agora, não vou dar de presente o que você quer", afirmou.

O cientista político Carlos Melo, professor do Insper, avalia que a Operação Guinhol, deflagrada na manhã desta terça-feira, 15, pela Polícia Federal (PF) e que tem como alvo o deputado federal e presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), só "aumenta a confusão" entre o partido e o presidente Jair Bolsonaro.

"Não diria que a operação fortalece o presidente. Ele está brigando com o Luciano Bivar, mas ainda é o partido dele. O partido trabalhou para que ele fosse eleito. Não se sabe ainda, tem que avaliar, se não tem nenhum respingo na campanha dele Bolsonaro."

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O cientista político ressalta que ainda não está claro como Bivar vai encarar a operação da PF, "se como uma investigação normal ou como uma retaliação". "Não sabemos também se haverá retaliação do próprio Bivar em relação a isso", disse Melo. "Toda ação tem uma reação, a gente tem que ver os desdobramentos", acrescentou. A defesa de Luciano Bivar se manifestou nesta manhã e afirmou que vê o mandato de busca e apreensão deflagrado pela Polícia Federal como "situação fora de contexto."

A Operação Guinhol apura supostas fraudes na aplicação de recursos destinados a candidaturas femininas em Pernambuco. De acordo com a PF, há indícios de que os recursos destinados às candidaturas de mulheres foram usados "de forma fictícia" e "desviados para livre aplicação do partido e de seus gestores".

Ministro do Turismo

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também é investigado por suposto desvio de recursos por meio de candidaturas femininas laranjas nas eleições de 2018, quando era presidente do PSL em Minais Gerais. Para Carlos Melo, o fato de o presidente Jair Bolsonaro ainda o manter no cargo mostra "dois pesos e duas medidas".

"O rigor que Bolsonaro e o bolsonarismo sempre tiveram em relação aos adversários, parece não haver em relação aos seus próximos", afirma o cientista político. "Imagina se esse tipo de acontecimento, se esses personagens estivessem em um partido adversário, no PT, PSDB ou MDB, como o Bolsonaro e o bolsonarismo reagiriam?", questionou.

Brigas internas

A crise entre o presidente e o PSL ficou evidente na terça-feira passada, 8, quando Bolsonaro recomendou, na porta do Palácio do Alvorada, a um apoiador que "esquecesse" o partido e afirmou que Luciano Bivar "está queimado para caramba". Ontem, o porta-voz da Presidência, o general Otávio do Rêgo Barros, disse que "qualquer casamento é passível de divórcio", ao ser questionado sobre a possível saída de Bolsonaro da legenda.

Ainda na semana passada, o presidente pediu uma auditoria nas contas do PSL dos últimos cinco anos para avaliar como os recursos do Fundo Partidário foram usados. Já o comando do partido sinalizou que irá pedir uma auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado.

Para Carlos Melo, o partido enfrenta uma disputa de poder vinculada às verbas do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário e ao controle de diretórios regionais, como os de São Paulo e do Rio de Janeiro. O cientista político avalia que mesmo um enfraquecimento de Luciano Bivar devido à operação da PF não deve acalmar os ânimos. "Essa disputa não tende a se resolver rapidamente. As disputas de poder internas tendem a ter um grau de emoção e de contundência até maior do que as disputas para fora."

Já sobre a articulação do governo no Congresso, Melo acredita que nada muda. "Já é uma articulação muito ruim, certamente ela não melhora. Mas para a coordenação do governo, o PSL não tem sido muito importante", afirma o cientista político, para quem a agenda do Legislativo tem dependido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). "O que tem acontecido no Congresso ultimamente é que ele tem autonomia própria. O Congresso hoje vota a despeito do governo. E essa situação só deixa o governo mais vulnerável."

O senador Kajuru (Patriota-GO) ressaltou nesta terça-feira (3), em Plenário, que o Fundo Partidário cresce seis vezes mais que o salário mínimo. Ele ressaltou o Projeto de Lei Orçamentária (LOA) enviado ao Congresso na sexta-feira (30), pelo Executivo e lembrou que a previsão para financiar as campanhas de candidatos no ano que vem é menor  que os sugeridos pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso (CMO), que analisou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

"O mesmo Orçamento prevê um salário mínimo de R$ 1.039, o que representa 8% a mais que o valor do ano passado, [salário] mínimo de R$ 954, ou seja, pela LOA, o Fundo Partidário — e eu tenho nojo dele — cresce seis vezes mais que o salário mínimo. Pela LDO, aumenta 13 vezes mais", disse.

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Segundo Kajuru, enquanto se garante o aumento de verba pública para os políticos, o dinheiro destinado ao Ministério da Educação será 18% menor. Ele lembrou também que vai ser o  primeiro ano sem aumento do salário mínimo dos últimos 25 anos.

*Da Agência Senado

 

A distribuição do dinheiro do fundo passou a ser mais pulverizada ao longo dos anos, acompanhando a própria fragmentação partidária no Legislativo brasileiro. Em 1996, quando 19 partidos tinham cadeiras na Casa, os cinco com maior porcentual do fundo representavam 82,7% do montante, número hoje reduzido pela metade.

O MDB, por exemplo, recebia naquele ano mais de 22% do dinheiro, quase um quarto do total. Em 2019, a fatia não chegará a 6%, fruto da baixa votação que obteve para a Câmara. Para além da crise dos partidos tradicionais, a diminuição se explica pela mudança na correlação de forças no parlamento brasileiro. Mais fragmentado a cada eleição, o Congresso da nova legislatura diminuiu ainda mais o abismo antes existente entre os grandes e os pequenos.

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Isso não se deu por meio de um mero fortalecimento de legendas menores que já existiam, e sim a partir do surgimento de novas siglas, especialmente na década de 2010. Partidos como o PSD, dissidência do DEM, o PROS e o Solidariedade já surgiram com bancadas robustas ao herdar parlamentares que aproveitaram uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, na teoria, apenas regulamentava condições para migração partidária. Na prática, porém, ela incentivou a criação de novas legendas, já que os parlamentares não seriam punidos se aderissem a novas siglas.

"Se esses 41% (de concentração nos cinco mais ricos) significassem que o sistema se democratizou mais, com partidos mais competitivos e mais debates de ideias, estaria tranquilo. Mas o que aconteceu foi que tivemos uma multiplicação de partidos", disse Marco Antônio Teixeira, da FGV.

O grande fenômeno surgido com as eleições de 2018, porém, é a ascensão do PSL ao status de partido grande. Antes nanico e pouco conhecido do eleitorado, a legenda à qual Jair Bolsonaro se filiou para concorrer à Presidência terá dinheiro para se estruturar. A sigla foi, por anos, uma das que se enquadram na categoria de 'partido negócio', sem muitos holofotes. A partir de 2019, roubará o espaço - o dinheiro - que já foi de PT e MDB.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dinheiro público destinado aos partidos políticos cresceu quase 500% desde 1996. O Fundo Partidário, que atingirá montante próximo a R$ 1 bilhão no próximo ano, foi engordado nas últimas décadas ao mesmo tempo em que o número de siglas no País se multiplicava. Em 2019, 30 partidos ganharam nas urnas o direito de terem representação na Câmara dos Deputados, batendo mais um recorde. Há 23 anos eram 19 legendas com assento no Congresso.

Previsto em R$ 927,7 milhões para o próximo ano, o fundo foi criado em meados dos anos 1990 para financiar os custos administrativos das legendas. É abastecido com dotações orçamentárias - aprovadas pelos próprios deputados e senadores - e multas eleitorais aplicadas aos mesmos partidos.

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O acesso a recursos públicos do Fundo Partidário é um dos elementos que impulsionou a criação de novas siglas no Brasil nos últimos anos. A fiscalização dos gastos pelo Tribunal Superior Eleitoral ocorre com bastante atraso e a análise das prestações de contas já mostrou que a reserva financia despesas que vão viagens de jatinho a até contas pessoais de dirigentes dos partidos.

Após o Congresso aprovar em 2017 a criação de um fundo eleitoral bilionário (R$ 1,7 bilhão), as siglas foram autorizadas este ano a utilizar recursos do Fundo Partidário nas eleições. Na prática, os fundos de dinheiro público compensaram a ausência dos recursos empresariais nas campanhas - proibidos em decisão do Supremo Tribunal Federal em dezembro de 2015.

No ano que vem, as siglas que não superaram a chamada cláusula de barreira nas últimas eleições não terão direito a receber o dinheiro - o que pode significar a extinção destas legendas. Foi por isso que algumas já anunciaram que vão se fundir. É o caso do Patriota com o PRP, do PCdoB com o PPL e do Podemos, que superou a cláusula, com o PHS.

Ápice. Em valores corrigidos, o ápice do gasto público com financiamento partidário ocorreu em 2015, no início do segundo mandato da petista Dilma Rousseff, quando passou por um aumento grande em relação ao ano anterior e atingiu o equivalente a R$ 1 bilhão nos dias de hoje. O mesmo fenômeno de crescimento considerável ocorreu em 2011, outro ano que sucedeu eleições gerais.

De 1996 para cá, o aumento tem sido constante ano a ano, com a exceção de poucos períodos - que normalmente vêm depois de anos com grandes acréscimos financeiros, como 2015. O valor caiu, por exemplo, em 2016 e 2017, até voltar a crescer neste ano e no próximo. No acumulado, cresceu cerca de 470%.

Esse acréscimo, porém, foi acompanhado por uma desconcentração dos recursos em razão da fragmentação partidária cada vez maior da Câmara. Em 1996, os cinco partidos com maior porcentual do fundo representavam 82,7% do montante. Hoje, equivalem à metade: 41% .

Em 2019, a distribuição dos recursos vai marcar a saída do MDB da lista de legendas mais beneficiadas pelo fundo. Está na sexta colocação da lista, com R$ 52,8 milhões. Resultado diferente do PT e do PSDB, que, mesmo com resultados decepcionantes em comparação com o histórico que vinham registrando, se mantiveram nas três primeiras colocações.

"Ajustamos nossas despesas à nova realidade e enxugamos a estrutura. Temos um projeto de autofinanciamento para não dependermos exclusivamente do fundo", disse o presidente do MDB, Romero Jucá. O projeto, segundo ele, será aplicado ano que vem nas esferas nacional, estaduais e municipais.

Entre as principais legendas do País, o Novo é o único que não utiliza o Fundo Partidário. Registrado em agosto de 2015, o Novo diz que arrecada cerca de R$ 800 mil mensais de aproximadamente 30 mil filiados. Num ano cheio, isso equivale R$ 9,6 milhões, valor inferior aos R$ 27,6 milhões a que a legenda teria direito a partir do ano que vem.

"As eleições mostraram que, mesmo sem o fundo, temos condições de participar do jogo. A ideia é manter essa estratégia e provocar uma mudança de cultura", afirmou Moisés Jardim, presidente do Novo, descartando a possibilidade de o partido passar a aceitar o dinheiro público do fundo.

O PSL do presidente eleito, Jair Bolsonaro, será o maior beneficiário a partir de janeiro, com cerca de R$ 110 milhões ao longo do ano. Os partidos recebem valores calculados a partir da votação que obtiveram para a Câmara dos Deputados, incluindo votos nominais e em legenda, que compõem 95% do total distribuído. Os outros 5% são divididos igualmente entre as siglas que superaram cláusula de barreira nas eleições.

Apesar de ter feito a maior bancada para a próxima legislatura, com 56 eleitos, o PT perdeu para o PSL em número de votos para a Câmara, já que a eleição proporcional segue critérios mais complexos. Nesse contexto, o PSL receberá a maior fatia por ter vários ‘campeões’ de votos, como Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann, os dois candidatos mais votados do País, ambos por São Paulo. O PT terá, ao longo do ano, R$ 96,6 milhões, quase R$ 15 milhões a menos que o partido de Bolsonaro.

Para o professor da FGV Marco Antônio Teixeira, o fundo é mal visto pela sociedade num contexto de crise de representação dos partidos e crise econômica. "Essa visão obviamente advém sobretudo do fato de a sociedade não ver um retorno dos partidos em prol do interesse público."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (11), dois deputados eleitos em outubro no âmbito da Operação Santinhos. A investigação mira em desvios de recursos públicos do fundo partidário e do fundo especial de financiamentos de campanha, além de outros crimes eleitorais e lavagem de capitais.

Foram detidos o deputado federal eleito Pastor Manuel Marcos - atual presidente da Câmara de Rio Branco - e a estadual eleita Doutora Juliana. Ambos os parlamentares são do PRB. O pastor recebeu 7.489 votos, ou 1,76%. Já Juliana levou 5.990 votos (1,41%).

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Em nota, a PF informou que mais de 100 policiais federais de vários Estados auxiliaram no cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão em residências e gabinetes de investigados, em órgãos públicos, na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa do Acre. Também foram cumpridos oito mandados de prisão expedidos pela Justiça Eleitoral do Acre.

Defesas

A reportagem está tentando contato com as defesas dos deputados. O espaço está aberto para as manifestações.

O crescimento exponencial da bancada do PSL na Câmara dos Deputados garantirá ao partido do presidenciável Jair Bolsonaro a maior fatia do Fundo Partidário a partir do próximo ano. Segundo levantamento feito pelo Estado com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a sigla receberá em torno de R$ 110 milhões em recursos do fundo - abastecido com verbas públicas - ao longo de 2019. O valor é mais de 17 vezes maior que o embolsado pela sigla em 2017, último ano com números mensais consolidados, quando recebeu R$ 6,2 milhões.

Apesar de ter conquistado a maior bancada na Casa para a próxima legislatura, o PT ficará em segundo lugar na divisão do dinheiro. Isso ocorre porque o critério para calcular o fundo é o número de votos válidos obtidos pelos partidos, não o número de deputados eleitos. O montante destinado ao partido de Bolsonaro será R$ 13 milhões superior ao que os petistas terão direito. "O PSL vai ter dinheiro para se estruturar, é uma novidade sem tamanho para eles", afirmou o cientista político Marco Antônio Teixeira, da FGV.

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Foi considerado para o levantamento o valor de R$ 888,4 milhões referente ao fundo de 2018, já que o montante estimado para 2019 ainda não foi divulgado pelo TSE. Outro ponto que chama atenção na nova tabela é a queda do MDB, que foi de terceiro para sexto partido com mais dinheiro do fundo: terá direito a R$ 53,4 milhões.

Por outro lado, o PSDB, apesar do desempenho pífio para a Câmara - elegeu apenas 29 deputados e passou da quarta para a nona maior bancada - será o terceiro partido com mais dinheiro do fundo, com R$ 57,8 milhões. Até este ano, era o segundo. Há, porém, uma diferença gritante entre os tucanos e os dois primeiros colocados: o PSL, cuja diferença para o PT será de R$ 13 milhões no ano, vai ter mais que o dobro do PSDB.

Barreira

Segundo cálculos do Estado, 14 partidos não ultrapassaram a cláusula de barreira e vão perder o acesso ao Fundo Partidário, ao tempo de TV e o direito de exercer liderança partidária na Câmara, mesmo que tenham eleito deputados. São eles: Patriota, PHS, PCdoB, PRP, Rede, PRTB, PMN, PTC, PPL, DC, PMB, PCB, PSTU e PCO. O TSE ainda não divulgou oficialmente essa informação.

O TSE informou que os recursos do fundo originalmente repassados a essas siglas serão redistribuídos para os que cumpriram as novas regras de acesso. Com isso, o PSL ficou com 12,8% dos votos totais para deputado federal no País, considerando os votos em legenda e os nominais. O PT recebeu 11,3%. Isso coloca a sigla de Bolsonaro numa posição confortável para atrair parlamentares de legendas que não superaram a cláusula.

"Esses partidos vão ficar quase impedidos de sobreviver no cotidiano. A alternativa vai ser a fusão com outras legendas", disse Teixeira. A Rede, por exemplo, já estuda se juntar ao PV, que ultrapassou a cláusula. Assim como o PPS, os verdes tiveram apenas 1,78% da votação total e receberão pouco mais de R$ 17 milhões do fundo durante o ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dos 35 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 14 não atingiram a chamada cláusula de desempenho e vão perder, a partir do próximo ano, o direito de receber recursos do Fundo Partidário e participar do horário gratuito de rádio e televisão. Dessas siglas, nove elegeram deputados federais, mas não conseguiram atingir o mínimo de votos ou de eleitos para a Câmara, em todo o território nacional, como é exigido pela Constituição.

Foram atingidos pela cláusula de desempenho: PCdoB, Rede, Patri, PHS, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PPL, PRP, PRTB, PSTU e PTC. O dispositivo atingiu os partidos da candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad, Manuela d'Ávila (PCdoB), e do candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, General Mourão (PRTB). Neste ano, o Fundo Partidário chegou a R$ 888,7 milhões. Em ano eleitoral, há ainda o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que em 2018 foi de R$ R$ 1,7 bilhão.

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A cláusula de desempenho toma por base a votação para a Câmara. São duas regras: perderão o acesso ao fundo e ao horário partidário, entre 2019 e 2023, as legendas que não conseguiram, nestas eleições, uma bancada de pelo menos nove deputados federais em nove unidades da federação ou pelo menos 1,5% dos votos válidos distribuídos em um terço das unidades da federação, com no mínimo 1% em cada uma delas.

Para o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a cláusula de desempenho tem aspectos positivos e negativos. “De um lado, evita os chamados partidos de aluguel que, sem chances de eleger ninguém, vendiam o espaço no horário gratuito. De outro, prejudica partidos tradicionais e ideológicos, como o PCdoB, que perdem o horário gratuito para divulgar sua doutrina e os recursos para fazer campanha”, disse.

Eleitos Neste pleito, 31 deputados foram eleitos por partidos que não atingiram a cláusula de desempenho. O PCdoB elegeu nove deputados em sete estados – dois na Bahia, dois no Maranhão, uma no Acre, uma no Amapá, uma no Rio de Janeiro, um em Pernambuco e um em São Paulo. Não chegou, portanto, ao mínimo de nove unidades da federação. O PHS elegeu seis; o Patri, cinco; o PRP, quatro; o PMN, três; o PTC, dois; o PPL, a DC e a Rede elegeram um cada.  Esses deputados podem mudar de partido a qualquer momento sem risco de perder o mandato. Porém, a cláusula de desempenho não prejudica o funcionamento dos partidos na Câmara, que mantêm o direito de encaminhar as votações, informando a posição das bancadas, e de ter liderança ou representação. A tendência, segundo Queiroz, é que os parlamentares busquem outras legendas para garantir maior visibilidade política, reduzindo o número de partidos na Câmara. 

A cláusula de desempenho vai aumentar progressivamente até 2030, quando os partidos terão de conquistar 3% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em um terço das unidades da federação, com no mínimo 2% em cada uma delas, ou eleger no mínimo 15 deputados federais em nove unidades da federação. 

No próximo pleito, em 2022, por exemplo, os partidos precisam atingir 2% dos votos válidos para a Câmara, em nove unidades da federação, com um mínimo de 1% em cada uma delas, ou eleger 11 deputados federais em nove unidades da federação.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que partidos devolvam mais de R$ 13,3 milhões aos cofres públicos em virtude de irregularidades na aplicação de recursos do Fundo Partidário, aponta levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo nas prestações de contas de 30 siglas.

Os valores, que deverão ser corrigidos, dizem respeito às prestações de contas do ano de 2012, que foram apreciadas ao longo dos últimos meses. Os maiores ressarcimentos ao erário terão de ser feitos por PSDB (R$ 5,4 milhões), PT (R$ 1,53 milhões), DEM (R$ 1 milhão), PMN (R$ 922 mil) e PP (R$ 726 mil). As contas do PT e do PP foram aprovadas com ressalvas e as dos demais, desaprovadas com ou sem ressalvas.

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Entre as irregularidades mais comuns estão a falta de documentos que comprovem gastos com hospedagem, passagens aéreas, assessoria e marketing, repasses a diretórios estaduais que estavam impedidos de receber cotas do Fundo Partidário e o não cumprimento da exigência de investir 5% do fundo para programas que incentivem a participação feminina na política. Os ministros identificaram falhas até no pagamento com recursos públicos de seis barris de chope, apontando provas de que "houve desvio de finalidade", ao se debruçarem sobre as contas do PHS.

Dos 30 partidos em funcionamento em 2012, nove tiveram as contas desaprovadas em decisões individuais dos ministros ou em julgamentos no plenário: PCO, PSDB, PR, PPS, PRTB, PCB, PSDC, PMN e PHS. As contas de outros dois, DEM e PTdoB, foram desaprovadas com ressalvas. Esses onze partidos vão ter suspensos repasses do Fundo Partidário.

Proporcionalmente, a maior sanção foi aplicada ao PRTB: o partido ficará sem o equivalente a cinco repasses do Fundo Partidário no ano que vem, sanção que será diluída em dez parcelas para não comprometer as atividades da sigla.

Amadorismo

Para Karina Kufa, coordenadora da pós-graduação de direito eleitoral do IDP-São Paulo, os dados evidenciam o mau uso dos recursos públicos. "Há amadorismo e falta de profissionalismo dos partidos na hora de guardar documentos e apresentar informações", disse.

O Estado indagou o presidente do TSE, Luiz Fux, sobre como tornar mais eficiente a fiscalização das contas e evitar repetição de irregularidades, O ministro informou, via assessoria, que "não cabe qualquer comentário acerca da documentação encaminhada pelas legendas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na primeira eleição geral brasileira sem doações empresariais e com financiamento majoritariamente público, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os tribunais regionais eleitorais nos Estados não poderão reforçar suas equipes de fiscalização das contas partidárias.

A expectativa no TSE é que as contas das campanhas de 2018, que movimentarão R$ 2,6 bilhões de recursos públicos, sejam julgadas no limite da prescrição, em 2023. O tribunal ainda está julgando as contas da eleição de 2012, cujo o prazo de prescrição é 30 de abril.

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Segundo o TSE, existem hoje 226 cargos vagos de técnicos nos TREs e 23 no tribunal superior. Essas vagas não podem ser preenchidas devido a PEC do Teto dos Gastos. São funcionários que se aposentaram ou mudaram de carreira, mas não podem ser substituídos.

Hoje apenas 11 técnicos atuam no TSE e 137 nos tribunais regionais. À equipe da corte superior cabe analisar as contas do Fundo Partidário e das campanhas referentes aos diretórios nacionais das legendas. Isso equivale a 75% dos R$ 2,6 bilhões do fundo público de campanha e do Fundo Partidário.

Na eleição deste ano, cada profissional terá em suas mãos R$ 177 milhões em recibos, notas ficais e outros comprovantes. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em um estudo do TSE feito em agosto do ano passado mostrou que cada um dos 148 servidores dos TREs terá que avaliar, em média, R$ 24 milhões de dinheiro público do fundo eleitoral.

Em agosto de 2015, o então presidente do TSE, Dias Toffoli, enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 2816/15, que criava 273 cargos efetivos e outros 410 em funções comissionadas nos quadros dos TREs dos estados para reforçar a fiscalização. Ele argumentou na ocasião que o Fundo Partidário aumentou 470% apenas no exercício financeiro de 2009 em diante.

"Há números significativos de processo pendentes para julgamento em toda a Justiça Eleitoral e que estão sujeitos ao prazo prescricional de cinco anos. (...) Para fazer frente a essa realidade, a Justiça Eleitoral conta com diminuto quadro de servidores alocados para atuar no exame da prestação de contas", disse o ministro.

Mas em 5 de dezembro do ano seguinte, seu sucessor, Gilmar Mendes, pediu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que retirasse o projeto da pauta em função da "situação econômica do país".

O TSE só poderá apresentar novamente um projeto similar pedindo recursos em 2020.

Para minimizar a demanda, o TSE firmou um acordo de cooperação técnica para intercâmbio de dados e atuação conjunta com o Tribunal de Contas da União (TCU) em atividades de fiscalização. Isso incluiu, por exemplo, a identificação de indícios de irregularidades.

Segundo o tribunal, o acordo não contempla o aporte de pessoas para aumento do efetivo para fiscalização, mas apenas a "conjugação de esforços de ambos os órgãos" para a realização das atividades propostas.

Um levantamento feito pela ONG Transparência Partidária mostrou que todos processos referentes às contas anuais desde 2012 em análise no TSE somam mais de 1 milhão de páginas.

"É humanamente impossível fazer análise de todo esse passivo e mais o que vai entrar na eleição: são mais de 30 mil candidatos. Ou seja: são 30 mil processos", disse o cientista político Marcelo Issa, coordenador da ONG. Segundo ele, a situação "é bem grave do ponto de vista fiscalização e da transparência".

Desde 2017 os partidos políticos têm que fazer a prestação de contas por meio de um sistema digital. O Sistema de Prestação de Contas do TSE (SPCA) é uma ferramenta semelhante a que os cidadãos usam para declarar o IR (Imposto de Renda) à Receita Federal.

Prazo

Durante o debate sobre a reforma eleitoral, o Congresso não atendeu a outra demanda da justiça eleitoral: mais prazo para julgar as contas do presidente eleito.

A regra atual prevê um prazo de 30 dias para a entrega dos documentos após a eleição, mas as contas do candidato vitorioso, pela lei, têm que ser julgada três dias antes da sua diplomação.

O TSE pediu a redução do prazo para 10 dias após o pleito, o que daria 20 dias a mais aos técnicos para análise. Já as contas dos candidatos derrotados caem no rito ordinário e entram na longa fila da prescrição.

No caso da eleição presidencial de 2014, o TSE julgou apenas as contas da então presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), que foram aprovadas. Já as contas do senador Aécio Neves (PSDB-MG), segundo colocado nas eleições para presidente em 2014, ainda estão pendentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, decidiu que os recursos do Fundo Partidário destinados para campanhas eleitorais de mulheres devem ser proporcionais à presença feminina entre o total de candidatos.

Como a legislação eleitoral prevê que os partidos têm de reservar 30% das vagas em eleições para mulheres, os ministros estabeleceram que pelo menos 30% do total de recursos do Fundo Partidário destinado a campanhas eleitorais devem ser destinados às candidaturas de mulheres.

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A regra questionada e derrubada é a que previa que no mínimo 5% e no máximo 15% dos recursos do Fundo Partidário tinham de ser reservados para candidaturas das mulheres - e dentro desses valores ainda podia haver destinação para outras finalidades que não a eleição, como programas de valorização da presença das mulheres na política.

A ação é de autoria da Procuradoria-Geral da República, que apontou que essa norma deixava de proteger suficientemente o pluralismo político, a cidadania e o princípio democrático.

Para os ministros, não basta a lei reservar percentual de vagas para candidatas; é preciso garantir que elas tenham recursos suficientes para disputar o pleito eleitoral em igualdade de condições com os homens.

O relator, Edson Fachin, destacou que as mulheres representam hoje mais da metade do eleitorado, e qualquer razão que impeça que as mulheres tenham maior participação na feitura das leis é inconstitucional. Segundo ele, se forem destinados 15% do Fundo para as mulheres, 85% irão para os homens. "Inexistem justificativas razoáveis, nem racionais, para essa diferenciação", disse.

Ficaram vencidos, no julgamento, em parte, parte os ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes, e o ministro Ricardo Lewandowski.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou os partidos políticos a usarem o Fundo Partidário para bancar as campanhas de seus candidatos nestas eleições, destaca o jornal O Estado de S. Paulo na sua edição desta quarta-feira, 14. Para este ano, o valor aprovado pelo Congresso é de R$ 888,7 milhões, dos quais R$ 780,3 milhões oriundos de dotação da União. Com a decisão do TSE, esse valor se somará ao do fundo público eleitoral de R$ 1,7 bilhão, aprovado pelo Congresso no ano passado.

O uso do Fundo Partidário nas eleições causa divergências entre os partidos. As legendas mais estruturadas queriam barrar o uso dos recursos sob o argumento de que seria desleal a competição com siglas menores, que conseguem guardar verba ao longo do ano para despejar na eleição de seus candidatos, enquanto as siglas maiores precisam investir os valores para manter o dia a dia partidário.

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O secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG), criticou a decisão do TSE. "Os partidos médios e pequenos saem em vantagem. Perdem MDB, PSDB e PT, que têm uma vida partidária real", afirmou o parlamentar.

A presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), também questionou a decisão. Ela afirma que a regra cria dificuldades para novos partidos. "Não acho justo, pois o fundo eleitoral foi criado justamente para fins eleitorais e com uma distribuição compatível com a representatividade atual de cada partido. O Fundo Partidário se baseia numa eleição anterior, com o objetivo de financiar as atividades partidárias. Neste novo cenário representativo que se desenhou na Casa, a permissão do uso do Fundo Partidário vai gerar um desequilíbrio enorme no jogo", disse.

'Poupança'

A autorização do TSE agradou aos partidos que guardaram recursos do Fundo Partidário de exercícios anteriores para usá-los em ano eleitoral. "Eles estão fazendo coerência com o que foi decidido na eleição municipal de 2016. Em 2016, foi permitido usar o Fundo Partidário", afirmou o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Ele disse ter feito uma "poupança" do fundo para este ano, cujo valor não quis revelar.

"Se o partido tem recursos em caixa, não vejo por que não deva usar na eleição", afirmou o líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), que comanda a maior bancada na Casa, com 59 parlamentares.

A autorização consta de resolução aprovada pela corte eleitoral em 18 de dezembro e publicada no início deste mês. A medida aumenta ainda mais o poder dos dirigentes partidários, a quem caberá definir como será a distribuição desses recursos nas campanhas.

Normas

A resolução, que define regras para arrecadação, gastos e prestação de contas, reforça o veto à doação empresarial e diz que recursos doados por pessoas jurídicas em anos anteriores também não podem ser usados. Estabelece ainda a possibilidade de candidatos financiarem 100% da própria campanha.

O Fundo Partidário é abastecido por dinheiro público oriundo principalmente de verbas da União, além de multas eleitorais. Os valores são repassados mensalmente para as siglas pagarem despesas com a máquina partidária. Do total, 5% são divididos igualmente entre as 35 legendas registradas no TSE e os outros 95%, de forma proporcional, conforme o tamanho da bancada de cada sigla na Câmara.

O uso do Fundo Partidário nas eleições deste ano, no entanto, era uma incerteza após o Congresso aprovar o fundo público eleitoral, criado para compensar o fim das doações empresariais, proibidas pelo Supremo Tribunal Federal desde 2015.

"Os partidos podem aplicar nas campanhas eleitorais os recursos do Fundo Partidário, inclusive aqueles recebidos em exercícios anteriores", diz a resolução, relatada pelo ministro Luiz Fux, presidente do TSE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante da dificuldade em aprovar novas regras para o financiamento das campanhas eleitorais, parlamentares estudam a possibilidade de aumentar o valor destinado ao Fundo Partidário e utilizar esses recursos para as eleições de 2018.

Deputados apontam que essa saída geraria menos desgaste do que criar um fundo com recursos públicos exclusivamente para financiar campanhas ou aprovar a volta da doação de empresas a candidatos, já que o dinheiro do Fundo Partidário está previsto no Orçamento.

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"Nós já temos o Fundo Partidário, é possível que possamos identificar alguma fonte, sem prejuízo de qualquer investimento em áreas que são fundamentais para o funcionamento do Estado, para fazermos a eleição", disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).

A líder do PSB na Câmara, deputada Tereza Cristina (MS), também afirmou que essa pode ser uma solução, apesar de não ser a ideal. "Eu prefiro a volta da doação empresarial, mas também não sou hipócrita, nós precisamos ter uma saída", disse.

Com a proibição da doação empresarial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as campanhas municipais de 2016 foram financiadas basicamente com dinheiro do Fundo Partidário, já que não há uma cultura disseminada de doações de pessoas físicas no País.

Segundo parlamentares que defendem a ideia de inflar o Fundo Partidário, o valor a ser destinado para as campanhas do ano que vem seria definido durante a discussão do Orçamento, a ser realizada nos próximos meses pela Comissão Mista do Orçamento. Deputados já encomendaram estudos de consultores da Câmara para se certificar de que o teto dos gastos públicos aprovado em 2016 não seria empecilho para aumentar o valor do fundo. A avaliação é de que o montante ideal para custear as campanhas seria algo em torno de R$ 2 bilhões, mais do que o dobro previsto para este ano no fundo partidário, de cerca de R$ 820 milhões.

Relator do Orçamento para 2018, o deputado Cacá Leão (PP-BA) não descarta um aumento no Fundo Partidário para bancar as campanhas, mas afirma que qualquer decisão nesse sentido terá de levar em conta a situação fiscal do País. Para ele, a grande discussão será de onde retirar os recursos, já que o País vive uma crise financeira. "A gente tem responsabilidade e sabe que não dá para tirar recurso de saúde, educação, segurança pública e também de investimentos", afirmou.

A ideia, porém, já gera críticas no Congresso. "Eu acho muito complicado aumentar o tamanho do Fundo Partidário. Não é um gesto que gostaríamos de fazer", disse o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG). "Sou contra engordar o fundo. Sou de um Estado pobre, como vou explicar isso para o meu eleitor?", afirmou o deputado Heráclito Fortes (PSB), que é do Piauí. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado está estudando a transformação de uma sugestão legislativa em Projeto de Lei (PL). A proposta extinguiria o Fundo Partidário, que é o dinheiro arrecadado com multas eleitorais e verbas públicas e que é destinado anualmente aos partidos políticos, conforme sua distribuição na Câmara dos Deputados. A lei foi criada em 1995 e também engloba doações recebidas de forma lícita, sob critérios definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O argumento do criador da sugestão é de que os partidos políticos devem ser financiados exclusivamente por seus apoiadores, e não por qualquer cidadão, através de verba pública, da forma como é praticado atualmente. O relator escolhido para comandar a discussão sobre uma possível lei foi o senador Magno Malta (PR-ES), que decidirá se a sugestão passa para votação da Câmara e, consequentemente, sendo convertida em PL.

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Em 2016, o Fundo Partidário pagou R$ 65.981.047,08 a 35 partidos políticos. O Partido dos Trabalhadores (PT) foi quem recebeu o maior valor (R$ 7.972.580,49), seguido pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que recebeu R$ 6.736.120,75, e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com R$ 6.540.147,35. O repasse de verbas fica condicionado à prestação de contas de cada partido.

Após usar recursos públicos do Fundo Partidário para bancar viagens de jatinho, regar jantares a vinho e arcar até com despesas pessoais de dirigentes, as legendas agora pressionam o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pagar, também com dinheiro público, eventuais multas decorrentes de gastos questionados pela corte. Os partidos alegam falta de caixa para justificar a destinação do fundo para saldar possíveis penalidades por despesas não comprovadas.

As legendas argumentam que os recursos minguaram após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucionais as doações de empresas para campanhas. "Não foram os partidos que mudaram a regra, mas o STF. Logo, a regra para multas precisa mudar também. Se não temos recursos próprios, vamos pagar como? Não somos empresa, não temos receita própria. O fundo é a receita da democracia", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), integrante da Executiva Nacional do PMDB.

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Pareceres dos técnicos do TSE sobre as contas partidárias de 2011, que serão julgadas até o dia 28 deste mês, pedem que as siglas devolvam R$ 35,6 milhões à União, gastos de forma não comprovada - se as contas forem julgadas irregulares, além de devolver o dinheiro, aplicam-se multas. "Estabeleceu-se um impasse. Se as multas forem pesadas, elas serão impagáveis. Esse questionamento será feito pelo conjunto dos partidos", afirmou o senador José Agripino (RN), presidente do DEM.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou no dia 12 do mês passado, em razão das irregularidades nessas despesas, apenas três - PSD, PV e PRB - dos 29 partidos em funcionamento há seis anos receberam pareceres pela aprovação de suas contas. Até a data do julgamento, as legendas podem evitar as multas, caso apresentem documentos para comprovar os gastos.

Dirigentes e parlamentares, porém, já expuseram o problema em conversas informais com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, e pretendem em conjunto apresentar uma consulta ao tribunal. "Acredito que ele (Gilmar) buscará com sensibilidade entender o momento", disse o deputado Alex Manente (SP), integrante da direção nacional do PPS. "O partido não pode mais arrecadar pelo sistema antigo, que era por doações de empresas. E, pela crise econômica, temos muita dificuldade para poder ter filiados fazendo doações, mesmo que pequenas."

Pressão

A pressão sobre o TSE ocorre após a Câmara dos Deputados ter engavetado projeto que proíbe a corte de punir partidos em virtude de contas rejeitadas e no momento em que o relator da reforma política, deputado Vicente Cândido (PT-SP), tenta criar um fundo de R$ 2,2 bilhões para bancar as campanhas eleitorais.

Entre 2011 e 2016, as siglas receberam R$ 3,57 bilhões em recursos públicos. O uso do dinheiro é uma caixa-preta, uma vez que a fiscalização é feita de forma lenta pelo TSE.

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, defendeu que o TSE não seja mais o responsável por julgar as contas. "Temos de levar as contas dos partidos ao Tribunal de Contas da União. A Justiça Eleitoral é muito politizada. O TSE joga para a opinião pública e cria problema com tudo só para mostrar sua importância", afirmou.

A expectativa é de que os próximos julgamentos sejam mais rápidos porque o TSE vai digitalizar as prestações de contas. Isso preocupa os partidos, que temem que os pagamentos de multas drenem recursos para financiar campanhas em 2018. Segundo o vice-governador de São Paulo, Márcio França, responsável pelas finanças do PSB, poucos partidos, como PCdoB, PT e PSB, exigem uma contribuição via desconto em folha de seus parlamentares e filiados. "Em anos sem eleição, o único recurso disponível é do Fundo Partidário", disse.

Contraponto

A ideia de usar o fundo para pagar multa, porém, não é unânime. O presidente do PHS, Eduardo Machado, considerou a proposta "uma afronta à legislação". "Já vi vários julgados serem radicalmente contra uma multa por malversação do Fundo Partidário ser paga usando o Fundo Partidário. Sou contra."

Machado disse que vai incentivar filiados a fazer doações para quitar multa de R$ 200 mil. "Isso é possível no nosso caso, que é pequeno. Agora, como os partidos grandes vão fazer para pagar multas de milhões de reais eu também estou curioso para saber", afirmou Machado.

As contas de 2011 precisam ser julgadas até o fim deste mês para evitar a prescrição. O procedimento de cobrança segue o roteiro de dívidas judiciais e os débitos são executados pela Advocacia-Geral da União (AGU). Os partidos podem até ter os bens bloqueados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da ausência de políticos, a manifestação capitaneada pelo movimento Vem Pra Rua no Recife, neste domingo (26), não foi tão "suprapartidária" como pregaram os organizadores. Recém estruturado em Pernambuco, o Partido Novo aproveitou o ato para divulgar as teses da legenda e reforçar a pauta de reivindicações do protesto.

“Estamos aqui para divulgar o nosso partido, mas temos também uma pauta em comum com este e com vários movimentos. Apoiamos a Lava Jato e somos contra o aumento do Fundo Partidário, na verdade somos contra o Fundo, sua existência para nós já é um absurdo. Entendemos que se ele não existisse não precisava ter clausulas de barreira e os partidos teriam que se manter pela contribuição dos filiados”, afirmou o presidente da legenda no estado, Charbel Maroun. 

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Indagado se o Partido Novo teria feito articulações com o Vem Pra Rua, ele disse que “várias lideranças do movimento são filiadas ao Novo ou simpatizam com as bandeiras da sigla, mas a gente não articula a mobilização”. “Eles articulam e nós somos um público a mais”, cravou Maroun.  

De acordo com ele, a intenção do partido para as eleições de 2018 é buscar atores pessoas para participar da política no país. “Estamos querendo formar novas lideranças, queremos gente nova, que nunca participaram da política. Vamos participar das eleições em Pernambuco no ano que vem mostrando caras novas e oportunidades de renovar a política local” salientou. A legenda está fazendo um processo seletivo para escolher quais serão os candidatos que vão concorrer ao pleito. 

Os partidos que usaram recursos do Fundo Partidário para realizar viagens em jatos fretados, comprar aparelhos televisores de alto valor, custear o consumo de bebida alcoólica ou apresentaram notas com informações incompletas nas prestações de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negaram qualquer irregularidade.

Questionado sobre a contratação de empresa que pertence a dirigentes, o PSDC disse que em seu estatuto "não há nenhuma vedação" para que a sigla possa usufruir prestação de serviços de empresas da qual participem seus membros. O PSDC afirmou que a Constituição assegura aos partidos "autonomia para definir sua estrutura interna".

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Na prestação de contas de 2011, os técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionaram a contratação da Maxam Serviços Administrativos e a 74 Propaganda por pertencerem a filiados.

O PRP, por sua vez, informou que o partido já devolveu R$ 1 mil ao tesouro nacional, referentes à compra de vinho. A sigla afirmou também que enviou notas de pagamento de contas de água e luz do presidente da legenda, Ovasco Roma Altimari Resende, porque o endereço do partido "era o domicílio político" dele e da mãe, "jamais a residência".

A assessoria do PSDB informou que os voos em jatos fretados se referem a "deslocamentos de lideranças partidárias em diferentes trajetos, para cumprimento de agendas de interesse partidário". Segundo a sigla, todos os dados apresentados pelo PSDB ao TSE "atendem à legislação em vigor". Sobre o exercício financeiro de 2011, o partido disse que apresentará "em tempo hábil" resposta à diligência solicitada.

Procurada, a assessoria de imprensa do PT não respondeu até a conclusão desta edição. O advogado de João Santana, Fábio Tofic, não foi localizado. O secretário de Finanças do PPS, Regis Cavalcante, disse que a prestação de contas ainda não foi definitivamente julgada. Sobre as notas de bebida alcoólica, o PPS afirmou que, caso seja confirmada a existência desse fato, os responsáveis serão "compelidos" a devolver os valores. A reportagem não conseguiu contato com o presidente do PSB, Carlos Siqueira. Procurado, o presidente do PDT, Carlos Lupi, não foi localizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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