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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começará a participar de atos públicos ao lado do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, a partir da segunda quinzena de maio. Lula discutiu a estratégia de campanha com Haddad durante jantar na quarta-feira, em Brasília. O plano do ex-presidente consiste em concentrar esforços na capital paulista, nos próximos dois meses, para ajudar o afilhado político a fechar as alianças que sustentarão sua candidatura.

Depois de um dia de conversas com a presidente Dilma Rousseff - no qual garantiu não precisar acertar ponteiros com a sucessora porque o relacionamento de ambos é como "relógio suíço" - Lula se reuniu com Haddad em um hotel, ao lado do Palácio da Alvorada. Com cabelos e barba crescendo após o tratamento para combater um câncer na laringe, ele disse que se sente bem melhor e, por isso, só pretende tirar férias em julho.

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Os próximos dois meses são definidos como "cruciais" pelo comando da campanha de Haddad. Lula entrará em campo justamente nesse período para tirar a candidatura do isolamento e costurar as alianças. Os petistas estão confiantes no apoio do PSB, do PC do B e do PR.

Lula negocia a dobradinha com o PSB - que em São Paulo é aliado do PSDB de José Serra - diretamente com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente da legenda socialista. Petistas acreditam que a deputada Luiza Erundina (PSB), ex-prefeita, seria ótima vice e faria composição perfeita com Haddad por ter trânsito na periferia e nos movimentos populares.

Ex-ministro da Educação, Haddad é a aposta do PT para quebrar as resistências ao partido na classe média, mas enfrenta dificuldades entre eleitores de baixa renda. Pesquisas internas em poder do comando da campanha mostram que ele começou a crescer, mas ainda está longe de alcançar Serra. Antes de acompanhar Lula na viagem de volta a São Paulo, nesta quinta, Haddad fez uma visita surpresa o Ministério da Educação, cumprimentou funcionários e se reuniu com o atual titular, Aloizio Mercadante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, sinalizou nesta quarta quais serão as diretrizes do plano de governo que ele defenderá durante a campanha.

Em entrevistas à Band News e ao SBT, ele afirmou que serão enfatizados os setores de transporte, moradia, saúde e educação. Os dois primeiros, segundo o ex-ministro, tratam-se de problemas agudos, e, os dois últimos, de crônicos. Se a plataforma for consolidada nesses eixos, Haddad confirmará sua preocupação em dar continuidade a projetos defendidos pela senadora Marta Suplicy (PT) durante sua gestão, em 2004, principalmente na área de transporte e educação.

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"No nosso entendimento, São Paulo vive dois problemas muito agudos hoje: transporte e moradia, e dois problemas crônicos: saúde e educação. Precisamos incidir nesses quatro assuntos imediatamente", disse Haddad. Ele afirmou também que sua plataforma terá o mote de trazer generosidade a São Paulo. "Está faltando generosidade para a cidade."

Transportes

O petista avaliou que São Paulo vive um "verdadeiro apagão" no transporte público. "As pessoas estão comprando um carro para se deslocar, porque o transporte público vem recebendo poucos investimentos da Prefeitura", afirmou, não poupando a gestão do seu principal adversário, José Serra (PSDB), e a do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), ao questionar sobre os 200 quilômetros de corredores de ônibus prometidos. "Na gestão da Marta, foram construídos 70 quilômetros. É um recorde da cidade", defendeu. O pré-candidato acrescentou também que foi Marta quem introduziu o sistema de Bilhete Único na capital.

Outro pilar da plataforma visando à continuidade da gestão petista é a educação. Carregando a herança dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), Haddad disse que defenderá a construção de creches para atender as 200 mil crianças que esperam por uma vaga. Ele também defendeu ensino em tempo integral. Além disso, o petista voltou a cobrar a falta de parcerias com o governo federal, sobretudo nos setores de educação profissional e ensino superior.

Moradia

Ao falar de habitação, o pré-candidato voltou a criticar a gestão atual. "A Prefeitura está no pior momento na produção de moradia popular e de regularização fundiária", apontou.

Haddad também aproveitou a apresentação de suas propostas na área de saúde pública para alfinetar o tucano Serra, que foi prefeito em 2006, mas teve experiência à frente do Ministério da Saúde, em 2002.

O petista voltou a abordar o problema da falta de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e a possibilidade de o governo do Estado vender 25% das vagas dos hospitais ao setor privado. "O problema na saúde é um só: a falta de gestão", concluiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, não esboçou resistência quanto às informações de que a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) ocupe a vaga de vice na sua chapa. Ao contrário: o ex-ministro a definiu, nesta segunda, em encontro com lideranças em Guaianases, na zona leste da capital, como um "excelente nome no PSB".

"Não ouvi ainda nada sobre nomes. Não houve ainda essa oferta por parte do PSB. O PSB teria que colocar o nome excelente da prefeita. É um nome excelente do PSB", considerou Haddad, dando mostras de que a aliança com os socialistas está bem encaminhada.

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Além de Luiza Erundina, outros nomes da sigla são ventilados nas conversas com o PT. O vereador Eliseu Gabriel aparece como uma das possibilidades ao lado do reitor da Uninove, professor Eduardo Storópoli.

Igreja - Fernando Haddad esteve nesta segunda em Guaianases, onde participou de uma reunião com a militância petista e com lideranças da região, entre elas religiosas. Ainda na manhã de hoje, o petista disse ter focado sua agenda em reunião com líderes católicos e evangélicos.

Segundo ele, muitas lideranças se sentem usadas na atual gestão e não querem mais fazer parte de um "jogo menor".

A plenária foi realizada no galpão de uma igreja evangélica, a Comunidade A Palavra de Deus - Uma igreja missionária. Compareceram vereadores locais, entre eles o deputado estadual Luiz Moura (PT).

Antes da reunião, Haddad conversou com o pastor da igreja, Marçal Borges, que o questionou sobre o kit anti-homofobia, que estava sendo elaborado pelo Ministério da Educação para distribuição nas escolas na gestão de Haddad e foi suspenso depois de protestos das bancadas religiosas no Congresso.

Segundo o pastor, o tema era determinante para que a comunidade apoiasse o petista. "Ele (Haddad) disse que a Dilma entendeu que não era hora de soltar aquilo (o kit)." Em seguida, o pastor garantiu o apoio da sua igreja a Fernando Haddad.

Metrô - O pré-candidato petista chegou a Guaianases de trem, segundo ele, "para verificar as condições do transporte público da região". Haddad admitiu dificuldades em chegar ao bairro. "Foi difícil chegar. Estava muito cheio", disse. Antes, o petista fez uma parada em Itaquera, na zona leste, onde chegou de metrô.

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad criticou nesta quarta-feira, durante visita ao Grupo Estado, a gestão José Serra/Gilberto Kassab por arrecadar mais e não reverter esses recursos em investimentos para a cidade. "O que subiu de ITBI, ISS, IPTU, taxa de inspeção veicular... O choque tributário que foi dado na gestão Serra/Kassab não tem precedente. O que está faltando é projeto", criticou o petista.

Em entrevista à TV Estadão, Haddad lembrou que na campanha à sucessão de Marta Suplicy, em 2004, os tucanos se comprometeram em acabar com as taxas criadas pela ex-prefeita, entre elas a taxa do lixo e a taxa de iluminação pública. A primeira, segundo Haddad, foi extinta e em seu lugar foi criada a taxa de inspeção veicular. Já a segunda foi mantida por seus sucessores. "(A taxa de inspeção veicular) não está produzindo efeito nenhum, a não ser arrecadar de maneira injusta", avaliou. Caso seja eleito, Haddad disse que acabará com a taxa de inspeção veicular e que não pretende "ressuscitar" nenhum outro tributo.

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O petista comparou os investimentos da Prefeitura de São Paulo com a Prefeitura do Rio de Janeiro. Segundo ele, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) tem o dobro do orçamento que o prefeito fluminense Eduardo Paes (PMDB), mas investe menos em termos absolutos. "Com o dobro do orçamento, você tinha de investir pelo menos perto do dobro", concluiu. Em sua avaliação, os gastos com custeio da atual gestão estão altos porque a terceirização "está comendo o dinheiro de São Paulo".

Haddad voltou a criticar as parcerias isoladas entre a administração paulistana e o governo federal. "A parceria federativa não é um favor, é o dinheiro do contribuinte paulistano recolhido aos cofres federais que têm de voltar na forma de benefícios", defendeu.

Se eleito em outubro, Haddad disse que manterá os investimentos no Metrô, mas que exigirá a aceleração das obras e um plano de metas para entrega de novas estações. "Não pode ser dinheiro a fundo perdido sem compromisso com a qualidade do metrô", disse o pré-candidato, atacando as "panes recorrentes" no Metrô e na CPTM.

A iminência do julgamento do mensalão e as ameaças da oposição de convocar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para depor na futura CPI do Cachoeira não demoveram o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, de contar com o engajamento e auxílio do colega petista em sua campanha.

"Nós não podemos esconder as pessoas que nos apoiam. Elas têm direito de expressar sua opinião sobre o melhor para São Paulo", afirmou durante visita à obra do futuro estádio do Corinthians, na zona leste da cidade.

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Dirceu foi apontado na denúncia da Procuradoria-Geral da República como "chefe da quadrilha" do mensalão. E a oposição espera agora ressuscitar o caso do seu ex-assessor Waldomiro Diniz, que, em 2004, apareceu em um vídeo pedindo propina a Carlos Cachoeira, acusado de comandar uma rede ilegal de jogos e agora o pivô da nova CPI que será instalada no Congresso.

Haddad afirmou que não trabalha "com um cálculo" sobre o impacto que uma eventual condenação de pessoas ligadas ao PT no caso do mensalão possa causar em sua campanha. Durante a visita ao Itaquerão nesta segunda ele foi acompanhado, inclusive, por um dos envolvidos no caso: o deputado José Mentor (PT-SP).

O pré-candidato negou, no entanto, que o ex-ministro tenha trabalhado nos bastidores para acertar os nomes dos coordenadores da sua campanha. "Ele não tem participado das campanhas do PT. O último contato que tivemos foi há meses."

Questionado se acreditava na absolvição do Dirceu, Haddad disse conhecer pouco sobre o processo. Outros petistas, como José Genoino e Delúbio Soares, também são réus no caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta quinta que espera que a lógica da política local na cidade prevaleça sobre os problemas que o PR nacional teve (na relações com o governo da presidente Dilma Rousseff) e possa se aliar com seu partido nas eleições municipais deste ano na Capital. "Penso que há um caminho de entendimento, a partir da lógica local, e dos problemas da cidade", afirmou o pré-candidato, durante visita à região de Santana e Tucuruvi, na zona Norte da Capital.

Para o petista, se a lógica nacional for prevalecer sobre os assuntos municipais, ficaria impossível para o PT administrar sua política de alianças. "Nós temos uma atuação conjunta na cidade de longa data. O PR é praticamente o único partido que se aliou ao PT na oposição contra a atual administração", lembrou o ex-ministro da Educação.

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Haddad disse que vem mantendo conversas com representantes do PR em São Paulo e que, assim como os outros partidos da base do governo Dilma, está aguardando o prazo previsto na legislação eleitoral para definir suas políticas de alianças. "Entendo que todos os partidos estão esperando o processo decantar, esperando os prazos correrem para se aliar a uma ou outra candidatura", justificou. Haddad diz que vê receptividade dos representantes do PR para a formação de uma aliança em São Paulo na disputa à sucessão do prefeito Gilberto Kassab.

Lula

Fernando Haddad disse também que pretende participar do primeiro evento público de seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 14 deste mês, na inauguração de um Centro Educacional Unificado (CEU), em São Bernardo do Campo. Esta será a primeira aparição pública do ex-presidente petista, desde que recebeu a notícia de remissão completa do tumor na laringe. "Nada impediria a minha ida, no caso, ali tive o prazer como ministro da Educação de financiar parte das obras.", disse o pré-candidato.

Ao participar da inauguração do CEU em São Bernardo do Campo, Lula atende a um pedido especial do prefeito Luiz Marinho e estará junto de outras lideranças da legenda, como o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e a senadora Marta Suplicy (SP). Com relação à Marta, Haddad afirmou que não tem falado com ela nos últimos dias. Recentemente, a senadora disse que ele deveria gastar sola de sapato para conquistar a militância nessas eleições.

Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o petista Fernando Haddad fez nesta terça, em Brasília, um tour de anticandidato. Por quase duas horas, participou de uma solenidade no Superior Tribunal Militar, onde, à exceção do ministro da Defesa, Celso Amorim, e do ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli, que não apareceu, foram homenageadas apenas autoridades de segundo e terceiro escalões do governo e generais.

Embora os assessores do tribunal tenham esquecido de citar o nome de Haddad nos anúncios de divulgação do evento, ele estava na lista dos que receberam a Comenda da Ordem do Mérito Judiciário. Após recebê-la, o pré-candidato petista cumprimentou jornalistas e, educadamente, disse que não iria dar entrevista.

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A qualquer observação sobre a sua situação de pré-candidato, Haddad apenas sorria. E, com calma, se recusava a falar dos ataques de Marta Suplicy, que na semana passada o mandou "gastar sola de sapato", e até da expectativa pela entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha. "Vocês não teriam outro assunto?", questionou o pré-candidato.

Ao ir embora, Haddad voltou a minimizar os problemas na sua campanha e a discussão política. Ele disse que alguns debates são "irrelevantes" e que era preciso, por exemplo, falar da dificuldade de transporte dos "11 milhões de habitantes". Haddad, no entanto, se recusou a dar uma entrevista sobre o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse neste sábado que conta com a participação da ex-prefeita e senadora Marta Suplicy em sua campanha. "Estamos muito bem e ainda vamos andar muito pela cidade. O PT é o partido que mais anda pela cidade; todo militante petista é um caminhante", disse, em referência a recentes palavras de Marta de que Haddad terá de gastar muita "sola de sapato" para conquistar os eleitores.

No ano passado, Marta chegou a trabalhar por sua indicação do PT para concorrer à Prefeitura de São Paulo, mas desistiu da iniciativa a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

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Haddad, que participou de reunião do conselho político de sua pré-candidatura no Diretório Municipal do PT, disse que espera contar não só com Marta, mas também com o ex-presidente presidente Lula em sua campanha. Admitiu, no entanto, que Lula ainda precisa recuperar totalmente sua saúde.

Na reunião deste sábado, foi discutido o plano de governo voltado ao problema dos transportes na cidade. "Houve abandono de projetos e investimentos na área, o que causou um 'apagão do trânsito'", disse. José de Filipe Júnior, ex-prefeito de Diadema, será o coordenador da área de infraestrutura da campanha, contando com a colaboração na elaboração de projetos para a campanha do professor Ciro Biderman e do deputado federal Carlos Zaratinni, que, assim como Marta, também trabalhava pela indicação do partido para concorrer à Prefeitura de São Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou à cena política com ataques ao candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, mas nem o partido nem Serra vão polemizar diretamente com ele. Para rebater Lula, que se referiu a Serra, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, como um "político de ontem com ideias de anteontem", os tucanos voltaram a artilharia para o candidato petista a prefeito da capital, Fernando Haddad.

"O Lula é esperto, mas o truque dele é velho e o Serra não nasceu ontem, para cair nesta armadilha", reagiu o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Maior expoente do grupo serrista no Senado, Nunes diz que o problema de Lula é ter "um candidato cujas ideias não se conhece e cujas realizações têm o padrão de qualidade das trapalhadas do Enem, patrocinadas por ele mesmo no Ministério da Educação".

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Para o senador, o ex-presidente está querendo "chamar o Serra para a briga", mas não se pode perder o foco de que a disputa é contra o Haddad, definido por ele como um candidato que não consegue dar um passo sem que o padrinho o segure pelas mãos. Nunes lembra que o petista foi indicado "por um método de trás de anteontem", que é o dedo do chefe, e conclui: "O Lula fica querendo provocar o Serra porque não confia no taco do pupilo dele".

O ex-líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), atribui a tática da provocação a Serra ao desconhecimento do candidato petista. "O Haddad é um desconhecido e continuará sendo até 15 de agosto, quando começa o horário eleitoral gratuito na televisão. O Lula está fazendo tudo para dar um gás ao candidato porque sabe que até o início da propaganda eleitoral será um deserto para o Haddad".

Ainda assim, Nogueira sugere a Lula que, em vez de provocar, diga o que o candidato dele fez pelo Estado de São Paulo e pela capital paulistana no ministério da Educação. "Isso ninguém sabe. É algo tão desconhecido quanto o próprio Haddad".

O deputado Walter Feldman (PSDB-SP) foi o único que lamentou o comportamento do ex-presidente. "Com toda a experiência acumulada neste período e depois da doença grave que teve, cercado pela torcida de todos para que se recuperasse logo, o que se esperava de Lula é que atingisse a maturidade que estamos colhendo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso", afirmou o deputado.

Na avaliação de Feldman, o ex-presidente petista perdeu a chance de voltar à cena "com a sabedoria que se esperava dele". Em vez disso, prossegui o tucano, Lula optou pela fórmula da esperteza do Macunaíma. Resultado: "O Haddad virou filhote do Macunaíma temperado com a malícia de Maquiavel. Mas isto é compreensível, porque a candidatura dele só pode sobreviver nesse velho estilo, amparado na matreirice na malandragem."

O deputado tucano lembrou que há três anos ouve Serra falar no grave processo de desindustrialização do Brasil, apontando para a realidade atual antes de qualquer pessoa falar do problema. "Isso sim é sinal de modernidade e compreensão das questões econômicas, políticas e sociais do Brasil, que Lula rebateu dizendo que era discurso eleitoral", encerrou.

Fernando Haddad afirmou quarta-feira que os vereadores do PT vão dar início a uma mobilização na Câmara Municipal para acabar com a cobrança da taxa de inspeção veicular ainda este ano. Segundo ele, a ideia é formar uma frente suprapartidária para tornar viável a ação. Em visita à zona sul, o petista escolheu um ponto sugestivo para falar com a imprensa: em frente a um posto da Controlar, concessionária responsável pela fiscalização de veículos.

A taxa, de R$ 44,36, foi estabelecida pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD). Há duas semanas, Haddad prometeu que, caso eleito, acabará com a cobrança. O vereador petista Alfredinho - que acompanhou Haddad durante a visita - reconheceu que será difícil conseguir aprovar o projeto, pois a base do governo Kassab "é forte e grande". O professor da USP e especialista em direito administrativo Floriano de Azevedo Marques aponta outro obstáculo: alterações legislativas que impliquem supressão de arrecadação precisam ser precedidas de um estudo que demonstre outras fontes para custear o serviço. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Enquanto o PT tenta administrar uma crise interna sobre a coordenação da campanha do ex-ministro Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo e dirigentes já externam a preocupação com as dificuldades para o nome do petista decolar, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), indignada com as pressões do Palácio do Planalto e da cúpula para socorrer o candidato, escancarou nesta quarta a insatisfação com a estratégia de seu partido.

"Haddad tem que gastar sola de sapato", disse a senadora ao Grupo Estado. "Além disso, as alianças farão diferença. O restante é conhecer os problemas da cidade e conquistar a militância. Ninguém pode substituir e nem fazer isso pelo candidato."

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Marta fez o comentário ao saber que o governo e o PT farão uma força-tarefa para pressioná-la a entrar na campanha e auxiliar Haddad, principalmente na periferia, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo na quarta-feira. Ministros conhecidos em São Paulo, como o titular da Educação, Aloizio Mercadante - que concorreu ao governo paulista em 2010 -, e o da Saúde, Alexandre Padilha -, também serão escalados para agendas.

Depois de ter sido obrigada a desistir da disputa na capital paulista, Marta avaliou que o PT erra novamente ao lhe cobrar ajuda agora, quando deveria procurar aliados, e alfinetou o candidato.

"Não se turbina uma candidatura com desespero, pressões e constrangimento", escreveu a senadora no Twitter. Sem esconder a mágoa por ter sido excluída da disputa bem antes da entrada do ex-governador José Serra (PSDB) no páreo, a ex-prefeita de São Paulo (2001 a 2004) usou o microblog para dar o seu recado, abrindo uma crise no PT.

"A tese de que qualquer candidato do PT tem assegurado 30% do eleitorado não é totalmente verdadeira. O desafio principal do momento é o de convencimento e costura do mais amplo leque de forças, que seja capaz de derrotar o PSDB em São Paulo", insistiu Marta no Twitter.

Desde 2000, os candidatos majoritários do PT à Prefeitura tiveram votação de pelo menos 30% - incluindo, além de Marta, José Genoino e Mercadante.

A reação de Marta foi uma resposta a declarações do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para quem a campanha em São Paulo não pode apostar todas as fichas na presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Carvalho disse ainda que é preciso "colar" Haddad na militância. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em encontro com militantes do PT no Itaim Paulista, zona leste de São Paulo, o pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, insinuou que a recuperação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva incomoda os adversários. "Ele está muito bem, para o desespero de alguns, mas para a alegria de todos nós", disse, referindo-se a seu último encontro com Lula na sexta-feira passada (23).

Além de criticar a atual gestão por não fazer parcerias com o governo federal, Haddad disse que esta eleição será uma oportunidade para a alternância de poder na maior cidade do País. "A alternância deve acontecer quando um governo é mal avaliado. O que temos de fazer em São Paulo é substituir a atual administração", pregou.

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Haddad disse aos militantes que, no encontro com Lula, o ex-presidente ressaltou que a candidatura do petista vai crescer nos próximos meses. Durante seu discurso, ele defendeu o governo Dilma Rousseff e criticou a gestão municipal por não aceitar os recursos provenientes dos programas federais. "Esses direitos estão sendo sonegados (da população)", afirmou.

Haddad passou o dia no extremo leste da capital e fez questão de incluir na agenda um encontro com 11 padres numa casa paroquial do Itaim Paulista. Segundo o próprio pré-candidato, o assunto foi a atuação comunitária dos religiosos na região. Os temas mais polêmicos, como aborto e kit anti-homofobia, ficaram fora da pauta. "Estamos fazendo esses encontros desde o começo (da pré-campanha)."

 

Prévia tucana

Embora o pré-candidato tenha evitado comentar o resultado das prévias do PSDB, o vereador Chico Macena, um dos responsáveis pela comunicação da pré-campanha petista, não se eximiu de fazer comentários. "Ficou claro que quase metade (da militância tucana) não vê Serra como uma boa alternativa para o PSDB", disse.

Para o vereador, a prévia demonstrou que a militância tem uma visão semelhante à do eleitorado paulistano, que, na avaliação dele, rejeita o ex-governador e não vê nele a chance de renovação na política. "Acho que demonstra que existe uma fadiga do Serra até mesmo dentro do PSDB", completou.

Macena rebateu as críticas dos tucanos de que o PT criou "em laboratório" um candidato e que este teria sido escolhido pelo "dedaço" de Lula. "Não tem dedaço (no PSDB)? O Alckmin retirou dois candidatos e não tem dedaço?", questionou referindo-se à desistência de Bruno Covas e Andrea Matarazzo de participar das prévias.

Neste domingo, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, ironizou a vitória apertada de Serra na disputa interna. "O importante é ganhar", disse. "Imagino que não tenha sido o melhor resultado para o ex-governador", emendou.

Em encontro na manhã desta sexta com o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar confiante no bom resultado da conversa que terá domingo com o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sobre a aproximação entre os dois partidos para a campanha da eleição de outubro. Segundo Haddad, que conversou com Lula por 35 minutos no Hospital Sírio-Libanês, o ex-presidente disse acreditar que o projeto nacional dos partidos da base do governo Dilma Rousseff deve prevalecer sobre os interesses locais das eleições municipais. "Temos um projeto nacional em curso e ele entende que esse projeto será resguardado", comentou Haddad.

De acordo com Haddad, Lula acredita que o PT irá fechar um acordo com o partido de Eduardo Campos, embora uma decisão não deva ser anunciada domingo, após o encontro previsto para ocorrer no apartamento do ex-presidente em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

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"Temos tempo para isso e temos de respeitar o tempo de cada partido", ponderou Haddad, que não vai participar da reunião. "Eles (Lula e Campos) têm um projeto em comum de muitos anos com um futuro muito promissor", afirmou.

O pré-candidato petista disse aos jornalistas que ficou surpreso com a melhora do estado de saúde do ex-presidente. "Fiquei muito feliz em encontrá-lo com a voz muito recuperada e a caminho da cura plena", disse.

O encontro entre Lula e Haddad estava previsto para a próxima quarta-feira, mas como os exames que seriam realizados hoje pela equipe médica que atende Lula foram adiados para a semana que vem, o ex-presidente decidiu antecipar a conversa.

De acordo com Haddad, os dois conversaram sobre o quadro político nacional para estabelecer uma linha comum de ação em relação às eleições municipais. Lula, segundo Haddad, não definiu uma data para voltar de vez às articulações políticas, mas garantiu que em breve estará atuando nas campanhas petistas de todo o país. "O presidente gosta de trabalhar e o Paulo Okamotto (diretor-presidente do Instituto Lula) e a dona Marisa é que têm muito trabalho", brincou. Lula esteve no hospital para uma sessão de fonoterapia.

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, acusou hoje (22) a atual administração municipal de criar "taxas papa-níqueis" e não investir proporcionalmente na cidade o que arrecada. "O que há (na atual gestão) é um ímpeto arrecadatório", disparou Haddad em entrevista à Rádio Capital.

Apesar de ter sido chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da gestão Marta Suplicy, quando a prefeitura criou novos tributos, como a "taxa do lixo", o petista alegou que na época em que Marta assumiu a administração a situação era inversa à do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Haddad lembrou o "descalabro" da gestão Celso Pitta e as dificuldades financeiras que Marta herdou de seu antecessor em 2001, quando assumiu o cargo. "Uma coisa é elevar a carga tributária quando não se tem recursos mas se tem projetos. Outra coisa é ter recursos e não ter projetos", justificou o pré-candidato, lembrando que Kassab tem três vezes mais recursos disponíveis no atual Orçamento (de aproximadamente R$ 38 milhões) que Marta. "O sub investimento tem sido a marca dessa administração", acrescentou.

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O petista voltou a afirmar que, se eleito, pretende acabar com a taxa de R$ 44,36 da inspeção veicular. Para Haddad, é possível manter a inspeção com os recursos provenientes da arrecadação do IPVA.

O pré-candidato também acusou o governo municipal de recusar, por razões políticas, verbas de projetos federais para investir na cidade. "Não se pode virar as costas para o governo federal por disputas políticas", disse. Se ganhar o pleito de outubro, Haddad afirmou que vai trazer para São Paulo os investimentos "rejeitados" pela atual administração.

Perguntado se as irregularidades dos últimos anos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seria "uma cruz a ser carregada" nesta eleição, o petista disse que tentativas de fraude existem no mundo inteiro e que "sempre haverá alguma tentativa de fraudar o exame". "No nosso caso, fomos vítimas, mas soubemos responder (à fraude)", declarou.

Ao comentar os baixos índices de intenção de voto apontados pelas pesquisas, Haddad disse que "não tem dúvidas" de que, quando apresentar suas propostas, vai conquistar o eleitorado. "Estou absolutamente convicto de que vamos apresentar a melhor proposta para São Paulo", afirmou. Na opinião de Haddad, o pré-candidato tucano José Serra ainda lidera as pesquisas (com 30% de intenção de votos) devido ao "recall" das últimas eleições.

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse hoje que, entre ter o prefeito Gilberto Kassab (PSD) em seu palanque e disputar a eleição municipal contra o tucano José Serra, o pior para ele seria a primeira opção. Em entrevista à Rádio CBN, o petista alegou que a atual gestão municipal é mal avaliada pela população, a qual percebe que "se anuncia muito e se entrega pouco". "A administração atual é um fardozinho de se carregar", justificou.

Para Haddad, seu provável adversário do PSDB, o ex-governador José Serra, também é responsável pelos problemas da cidade, já que é o padrinho político de Kassab. "Ele, de certa forma, responde pelos 8 anos de administração", disse. O pré-candidato lembrou que Kassab esteve no governo Celso Pitta como secretário de Planejamento e foi o sucessor de Serra na prefeitura, isto é, em São Paulo nunca fez parte do projeto petista.

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Haddad chegou a comparar sua candidatura à da ex-senadora Marina Silva e disse que, assim como em 2010, quando ela aparecia com poucas intenções de voto nas pesquisas e surpreendeu nas eleições presidenciais, o mesmo pode se repetir em São Paulo com sua candidatura, já que os eleitores de hoje querem renovação. "O brasileiro (naquele pleito) estava querendo inovação", afirmou.

Sobre a participação da senadora Marta Suplicy em sua campanha, ele garantiu que a petista estará ao seu lado no momento em que a campanha começar efetivamente. Ele também negou os boatos de que Marta possa ser uma opção para substituÍ-lo caso ele não suba nas pesquisas de intenção de voto e culpou a "central de boatos" pelas notícias que circulam na imprensa. Segundo ele, apesar de ter apenas 3% nos levantamentos, a sua candidatura é a que mais preocupa o PSDB. "Ao seu tempo vou me apresentar à cidade de São Paulo", avisou.

Perguntado se o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seria um aliado nesta eleição, Haddad afirmou que, mesmo com as irregularidades dos últimos anos, o exame será um ponto positivo em seu currículo pelo fato de o Enem ter colocado mais estudantes nas universidades. De acordo com ele, se a oposição tentar explorar as fraudes contra ele será "um tiro n'água".

No final da entrevista, o pré-candidato disse que é contra o pedágio urbano e contra a ampliação do rodízio. Questionado se ressuscitaria a taxa do lixo, Haddad foi categórico: "Ressuscitar impostos em São Paulo, nunca".

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse ontem (13), em entrevista à Rádio Jovem Pan, que seu projeto representa o projeto implementado no País pelo governo federal e que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será seu avalista nesta campanha. "A palavra dele terá uma força extraordinária nesta campanha", aposta o petista.

Em 30 minutos de entrevista, Haddad disse que, embora tenha um time de apoiadores formado pelo ex-presidente, pela presidente Dilma Rousseff, pela senadora Marta Suplicy e pelo ministro da Educação Aloizio Mercadante, a força para elegê-lo está na militância do PT. "Confio primeiro no coletivo. Tenho uma militância muito engajada", afirmou. Haddad reforçou que, no momento em que Lula se recupera de uma pneumonia e do pesado tratamento contra um câncer na laringe, é preciso preservá-lo. Quando estiver recuperado, disse Haddad, Lula vai envolver-se não só em sua campanha, mas em todos "os projetos que ele acredita". "É da natureza dele ajudar", acrescentou.

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Indagado sobre a dificuldade em atrair os partidos da base aliada para sua campanha, o petista disse que é preciso "respeitar o tempo dos partidos" e que aguarda até o meio do ano pelos desdobramentos do cenário político. "(A situação) exige de mim mais trabalho, mas eu estou disposto a trabalhar mais", respondeu.

Ele também rechaçou a possibilidade da senadora Marta Suplicy ser lançada candidata do partido na cidade. Haddad disse que não vê um cenário de retorno de Marta à disputa municipal e que, diferentemente do PSDB, que caminha para abrir mão das prévias em favor do pré-candidato José Serra, o PT levará adiante seu nome como candidato. "Não procedemos da mesma forma que o PSDB", provocou.

À espera do padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do reforço prometido pela senadora Marta Suplicy, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, vem adotando a estratégia do ataque contra o pré-candidato tucano José Serra como melhor forma de contrapor a gestão Serra/Kassab ao projeto petista. Na "lanterna" das pesquisas de intenção de voto, Haddad vem subindo cada vez mais o tom e explorando as "fraquezas" do adversário numa tentativa de se posicionar junto ao eleitorado. Nem o atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), que chegou a ensaiar uma aproximação com o PT paulistano, escapa das críticas de Haddad

Entre as "armas" do petista contra o tucano, a mais usada é a renúncia de José Serra à Prefeitura de São Paulo em 2006, ocasião em que ele saiu para se dedicar à disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Sempre que pode, o petista lembra do documento assinado por Serra na campanha de 2004, em que ele se comprometia em cumprir os quatro anos do mandato. "Para mim, assinar um compromisso publicamente não causa constrangimento", alfinetou Haddad durante assinatura de carta-compromisso com o Programa Cidades Sustentáveis, no dia 7 deste mês. "É preciso que as pessoas quando assinam um documento o leia com certa regularidade para não esquecer o compromisso que assumiu", cutucou na mesma ocasião.

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Na última sexta-feira (9), ao ser provocado por um artigo de Serra no jornal "O Estado de S.Paulo" em que ele criticava a política para educação do governo federal petista, Haddad disparou: "Penso que é falta de traquejo com a educação". Embalado pelo tema, o ex-ministro da Educação aproveitou na segunda-feira (12) para classificar Serra de "o mais cruel ministro do Planejamento com as universidades públicas federais". No mesmo dia, sobraram críticas ao pacote de obras de Kassab. "Há um desconforto na cidade com os últimos oito anos, mesmo que nos últimos meses se queira maquiar o que está acontecendo. Acho que o prazo é curto para se reverter a percepção que foi-se tendo em oito anos de que o tempo foi em algumas áreas perdido", afirmou.

Segundo os aliados, a decisão de partir para o ataque não passou pelo marqueteiro João Santana e tampouco foi indicada por pesquisas internas, foi uma iniciativa do próprio Haddad e do comitê da pré-campanha. O objetivo é não deixar passar a chance de criticar o arquirrival quando ela surge. "Existem problemas na cidade. O Serra virou candidato e ele deve explicações para o povo de São Paulo", justificou o vereador José Américo, um dos responsáveis pela comunicação de Haddad.

Para o deputado federal Paulo Teixeira (SP), um dos conselheiros de Haddad, o pré-candidato adota o tom certo ao fazer críticas diretas. "Haddad está rebatendo o outro candidato em sua história. Ele está dialogando com as fragilidades dele", avaliou.

As críticas, segundo os petistas, podem ajudar a marcar a posição do candidato sobre os principais problemas da cidade. "Mas não vai ser isso que vai levá-lo a crescer nas pesquisas", reconheceu o vereador. Dentro do PT, a expectativa é de que a candidatura ganhe força a partir do início do horário eleitoral, já que Haddad hoje ainda é desconhecido pelo eleitorado. "É muito difícil que ele suba significativamente (agora), não esperamos isso. Temos um imenso potencial para subir assim que ele se tornar conhecido", acrescentou.

Na opinião de Teixeira, a postura de ataque possa não deve comprometer a imagem do petista. "Ser contundente não é ser inconveniente, não é ser incorreto", afirmou. "Toda crítica consistente em cima de fatos é bem aceita pelo povo", aposta José Américo.

Pressionado a definir com rapidez a coordenação de sua campanha como forma de reagir ao embate entre setores do partido que divergem sobre as estratégias eleitorais, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, aguarda a melhora da saúde do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele possa arbitrar sobre os nomes que integrarão o núcleo duro da equipe.

A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária do PT em âmbito nacional, pressiona para assumir a coordenação da campanha e já apresentou a Haddad o nome do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) para a coordenação geral. O nome de Berzoini é bem visto por vários segmentos, inclusive pelo presidente do diretório municipal, Antonio Donato, que teria de dividir com ele a direção da campanha. "É um quadro muito bem-vindo", afirma ele.

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Berzoini só assumirá a coordenação da campanha de Haddad se tiver o aval de Lula. Nos bastidores, petistas admitem que o ex-presidente tem restrições ao deputado desde a campanha à reeleição, em 2006. Berzoini teve seu nome envolvido no escândalo dos aloprados e teve de se afastar da coordenação da campanha. À época, presidia o PT.

Internado em um hospital desde o último final de semana para ser tratado de uma pneumonia, Lula apresenta dores de garganta e tem dificuldades para falar e se alimentar. Não recebe visitas nem atende telefonemas para poupar a voz. Por causa do quadro, Haddad disse a interlocutores que não vai incomodar o ex-presidente e aguardará um sinal para que possam conversar.

Ciente de que depende do cacife político de seu mentor, o ex-ministro da Educação não quer definir os postos-chave de sua campanha, como a coordenação geral e a tesouraria, sem ser referendado pelo ex-presidente, que continua sendo visto por diversos setores do partido como o único capaz de enquadrar os segmentos que disputam o comando da candidatura.

Tesouraria

Incomodado com as especulações sobre a atuação do ex-ministro Antonio Palocci nos bastidores da campanha de Haddad como arrecadador informal, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, pediu ontem ao pré-candidato, em conversa telefônica, que deixasse de considerá-lo como coordenador de finanças.

Emídio vinha sendo sondado por petistas nos últimos dias sobre a possibilidade de ser o tesoureiro da campanha, indicação que interessava ao prefeito, à CNB e a Haddad, que procura para o cargo alguém que seja da extrema confiança do partido e que tenha experiência no manejo das finanças, de preferência um prefeito ou ex-prefeito.

Com a recusa de Emídio, três nomes cogitados para a tesouraria de Haddad naufragaram. Os outros dois foram os deputados José de Filippi, que também recusou o cargo, e o deputado Newton Lima, que foi vetado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, aproveitou hoje a gafe cometida pelo adversário e pré-candidato do PSDB, José Serra, que referiu-se ao Brasil como 'Estados Unidos do Brasil' quando o correto é 'República Federativa do Brasil', para defender a presidente Dilma Rousseff (PT) das críticas do tucano."Talvez estejamos falando dos Estados Unidos do Brasil e não da República Federativa do Brasil. É algum outro País na cabeça do candidato José Serra e não o Brasil", ironizou Haddad, em resposta à Serra que avaliou que o governo da petista ainda não deslanchou e que não se sabe bem qual é o rumo da atual administração federal.

Haddad, que participa na tarde de hoje de visita ao distrito de Ermelino Matarazzo, na zona leste da Capital, disse que o que está em jogo nessa disputa eleitoral é a cidade de São Paulo e é a cidade que deve ser discutida. No seu entender, é preciso manter o foco nas questões relacionadas à cidade e seu adversário (o tucano José Serra) deveria manter a mesma postura. "Eu estou me dispondo a concorrer", provocou.

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Na defesa que fez do governo Dilma Rousseff, Haddad alegou que a presidente ainda está no início de seu segundo ano de mandato e que ela faz parte de um projeto iniciado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Um governo que terminou com 85% de aprovação popular", emendou, indagando, em seguida: "Vai negar este fato?"

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse hoje que não vê relação entre a troca de ministros no governo Dilma Rousseff - para a acomodação de partidos da base aliada - com a disputa eleitoral na capital paulista. "Não tenho visto reflexo federal no plano municipal", afirmou o petista, durante visita ao distrito de Ermelino Matarazzo, na zona leste da capital. "Em nenhum momento, considerações de ordem federal estão sendo colocadas como condição, até porque seria impossível para nós equacionarmos", acrescentou. Segundo ele, apesar de o PT manter a estratégia de aproximação com as siglas da base de apoio da presidente Dilma Rousseff, vai haver respeito às candidaturas em São Paulo, dos aliados no plano federal.

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta semana o nome do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), também bispo da Igreja Universal, como o novo ministro da Pesca. Com a indicação, o Palácio do Planalto estaria tentando blindar o pré-candidato do PT de ataques religiosos, bem como viabilizar uma aliança entre PT e PRB na sucessão à Prefeitura de São Paulo, com a eventual desistência da pré-candidatura do ex-deputado federal Celso Russomanno. O pré-candidato do PT negou que a nomeação de Marcelo Crivella para o Ministério da Pesca tenha ligação com a sua pré-candidatura em São Paulo, sobretudo no episódio da divulgação dos kit anti-homofobia do Ministério da Educação. "Primeiro, que o Crivella não é da cidade, ele é uma grande liderança do seu partido e um senador respeitado", respondeu.

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Haddad disse que não acredita na possibilidade do novo ministro interferir junto à bancada evangélica e, assim, poupá-lo de críticas sobre o kit. Segundo ele, ele vem mantendo uma boa relação com os evangélicos e que, em nenhum momento, a bancada sustentou essas críticas pessoalmente. "As críticas aparecem como uma futrica no jornal, nunca foram uma conversa frente a frente", afirmou. Para o ex-ministro da Educação, há um exagero na publicidade do assunto e isso vem produzindo efeitos ruins para a sociedade. "A sociedade começa a aparecer como mais intolerante do que realmente é", afirmou.

O pré-candidato do PT argumentou que vê nas candidaturas do PMDB e PRB uma estratégia local dos partidos, e não uma forma de pressão por espaço no governo da presidente Dilma Rousseff. "A provável candidatura do PMDB na cidade de São Paulo não tem nada a ver com o que se passa em Brasília, é uma estratégia local do vice-presidente da República, Michel Temer, de aumentar a presença do PMDB na cidade e no Estado de São Paulo. É uma estratégia que independe das boas ou não tão boas relações momentâneas de um determinado período", considerou. O petista revelou ainda que falou recentemente com o pré-candidato do PMDB, deputado federal Gabriel Chalita, e que marcaram uma conversa sobre o cenário em São Paulo. "Você tem o primeiro turno, provavelmente um segundo turno, e um governo depois. Então, nesse jogo de xadrez, você tem de antecipar movimentos", disse.

O pré-candidato do PT disse que não descarta a possibilidade de composição com o pré-candidato do PMDB, mas que "não é elegante incidir sobre uma candidatura que tem uma base de legitimidade". Na opinião do petista, o PRB também tem a sua estratégia local e que, possivelmente, manterá a pré-candidatura de Celso Russomanno.

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