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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende abrir espaço para o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) na cúpula de sua campanha ao Planalto. A ideia é que o vice na chapa tenha protagonismo, indicando três nomes para a equipe de plano de governo e mais dois para a coordenação política. Além do ex-governador, para reforçar o simbolismo de uma inflexão ao centro, a direção petista quer ainda atrair nomes históricos do PSDB, que permanecem filiados ao partido rival.

A ideia é arregimentar o apoio de tucanos que consideram prioridade uma aliança para derrotar o presidente Jair Bolsonaro mesmo que o PSDB mantenha candidatura própria ou se alie ao MDB e apoie oficialmente a senadora Simone Tebet (MS).

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A chapa presidencial foi lançada sem que tenham sido apresentadas propostas claras para um futuro governo que conciliem as diferenças entre petistas e alckmistas. A busca por novos apoios entre os tucanos seria um meio de afastar a ideia de que o acordo com o ex-governador seria algo para "inglês ver", uma mera aliança personalista.

PT e PSDB formaram a polarização hegemônica no período pós-redemocratização, com divergências significativas principalmente em relação às diretrizes econômicas. Lula defende que a presença de Alckmin nas decisões da campanha é importante para ter ao seu lado alguém que pensa diferente dos companheiros e possa, segundo apurou o Estadão, adverti-los quando estiver "fazendo bobagem". De acordo com petistas, o núcleo da campanha terá dois grupos: uma coordenação executiva enxuta e outra coordenação-geral, com os líderes dos partidos aliados.

"A expectativa é que o Geraldo tenha protagonismo na campanha, e não será só de fachada", disse o advogado e coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, que integra o círculo mais próximo de Lula. Este grupo no entorno do petista deve ter, além de Alckmin, Luiz Dulci - que cuidará da agenda do candidato -, a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffman - coordenadora-geral da campanha -, Edinho Silva e Rui Falcão - que cuidarão da comunicação -, e os ex-governadores Wellington Dias e Jaques Wagner, responsáveis pelos contatos políticos. Interlocutores de Alckmin confirma as conversas com o PT para que o ex-governador esteja na cúpula da campanha.

TUCANOS - Além disso, petistas e alckmistas buscam atrair integrantes do PSDB que tenham peso na opinião pública, acesso aos meios de comunicação e ao mercado. Esses nomes tucanos são apontados, inclusive, como potenciais ministros ou colaboradores de um eventual governo: Aloysio Nunes, José Aníbal, Marconi Perillo, Arthur Virgílio, Tasso Jereissati e Rodrigo Maia. Há esperança ainda de se contar com o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em um possível segundo turno da disputa presidencial.

Há na cúpula petista um sentimento de resignação: integrantes da pré-campanha contabilizam o desconforto de terem menos espaço num a eventual gestão em troca da governabilidade. Já entre os tucanos, além da resistência que enxergam em seus eleitores, há ainda muita desconfiança sobre questões econômicas, como o compromisso do PT com responsabilidade fiscal e a divisão de responsabilidades no poder.

Mesmo assim, na sexta-feira, o primeiro desses tucanos - Aloysio Nunes Ferreira - assumiu ao Estadão o apoio a Lula já no primeiro turno. "O segundo turno já começou e eu não só voto no Lula como vou fazer campanha para ele no primeiro turno", disse Aloysio à coluna de Vera Rosa. Já houve encontros e conversas entre petistas e Aníbal e Jereissati.

"É difícil que o partido venha inteiro para nossa aliança, pois a legenda está nas mãos do (João) Doria e do Aécio (Neves)", disse Fernando Pimentel (PT), ex-governador de Minas, esteve com Lula na segunda-feira, em Belo Horizonte. "São importantíssimos, ainda que o apoio seja a título pessoal", afirmou Pimentel. Quando era prefeito de Belo Horizonte, Pimentel fez acordo com o PSDB liderado por Aécio, mas a aliança na eleição municipal de 2008 fracassou depois. Para ele, o apoio de Aloysio e de outros tucanos pode significar "participação em um futuro governo".

Por outro lado, petistas sabem que terão de enfrentar na campanha as acusações levantadas pela Lava Jato. Por isso, procuram manter afastados nomes envolvidos no mensalão, como José Dirceu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nessa sexta-feira (25) que é "dever" do seu partido não criar "nenhuma objeção" às denúncias contra o senador José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin. Segundo Doria, as investigações contra seus correligionários são "técnicas" e, por isso, a sigla não deve condená-las.

Serra foi denunciado por lavagem de dinheiro no último dia 3, acusado de receber dinheiro da Odebrecht de forma irregular quando foi governador do Estado, entre 2006 e 2007. Na última terça-feira, ele foi alvo de outra investigação, em que é suspeito de ter recebido R$ 5 milhões da operadora de planos de saúde Qualicorp sem declarar à Justiça Eleitoral na campanha ao Senado de 2014. O senador nega as acusações.

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Já Alckmin foi denunciado anteontem sob a acusação de ter recebido R$ 11,3 milhões da Odebrecht de forma irregular para financiar suas campanhas ao governo do Estado de 2010 e 2014.

A empreiteira não poderia ter feito doações eleitorais porque tinha duas contratos em vigor com o governo estadual. O tucano também nega ter cometido irregularidades. "Alckmin manteve postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos", diz sua defesa.

"Não vemos essas denúncias como uma resposta de ordem política, e sim de ordem técnica", disse Doria ontem, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes. " A Polícia Federal realiza seu trabalho assim como o Ministério Público, cumprindo o seu dever. E o dever é investigar, assim como o (dever) do PSDB é não criar nenhuma objeção e nem condenar nenhum tipo de investigação", completou.

Na sequência, o governador paulista disse que nem Serra nem Alckmin foram condenados ainda. "Minha posição, assim como a do PSDB do Estado de São Paulo é de que toda investigação deve ser efetivada sem nenhum obstáculo, sem nenhuma obstrução, até que se tenha o resultado final", declarou. Sem citar o PT, Doria disse que essa posição é diferente de "outro partido que, na defesa do seu presidente de honra, criou obstáculos" e classificou como política a investigação. "O PSDB não classifica essas investigações como de ordem política", afirmou.

Marca

Uma ala do PSDB ligada a Doria viu a oportunidade de voltar a pregar a construção de um "novo" PSDB, a partir das denúncias recentes contra Serra e Alckmin, como mostrou ontem o Estadão. Esse grupo defende uma espécie de "reciclagem" da sigla, com o afastamento de nomes antigos e até a aposentadoria do tucano, ave que é símbolo histórico da legenda. Para esses aliados do governador, tentar mudar a imagem do PSDB é menos traumático do que uma troca de legenda, pensando na campanha à Presidência de 2022.

Embora existam siglas dispostas a abraçar o projeto pessoal de Doria, como o PSD de Gilberto Kassab, a estrutura do PSDB ainda garante ao governador significativa capilaridade em São Paulo - capital e interior do Estado, o principal colégio eleitoral e o segundo maior orçamento do País, atrás apenas do governo federal.

Em entrevista à Rádio Eldorado, ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o PSDB "precisa se reinventar, assim como todos os partidos".

Questionado sobre o envolvimento de tucanos em investigações, o deputado disse ter "ótima relação" com Serra e Alckmin e elogiou Doria. "O PSDB vai reconstruir a sua imagem. Tem o governador de São Paulo (João Doria), que é sempre um nome muito forte (para a sucessão presidencial)", acrescentou.

O diretório do PSDB paulista entrou com um processo contra o ator José de Abreu por postagens em que ele diz que o governador de São Paulo, João Doria, "é podre" e afirma que partido "rouba há 20 anos". 

A ação dos tucanos cita "verborragia" irrefreável e pede uma indenização no valor de R$ 20 mil, além da remoção das publicações. 

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Nesta quarta-feira (15), José de Abreu reafirmou no Twitter que "os tucanos roubam há 20 anos" e que também está processando o governador de São Paulo por tê-lo chamado de "covarde" e ter dito que, segundo ele, o ator foge da condenação sem sequer ter sido intimado. 

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A cúpula do PSDB vai pressionar o senador Aécio Neves (MG) a se afastar do partido, mesmo que temporariamente. Uma das ideias em estudo para evitar a expulsão de Aécio, eleito deputado federal, é que ele peça uma licença partidária. Em conversas reservadas, dirigentes tucanos avaliam que, se ele não fizer isso, acabará sendo obrigado a deixar a sigla.

A estratégia para evitar que a crise envolvendo Aécio aumente ainda mais o desgaste do PSDB foi discutida nesta terça-feira (11), quando a Polícia Federal e o Ministério Público cumpriram mandados de busca e apreensão em imóveis de Aécio, no Rio e em Minas.

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Instalada pela PF, a Operação Ross investiga denúncia de que a JBS teria pago propina de R$ 128 milhões ao tucano e a seus aliados, de 2014 a 2017, tendo parte dessa cifra servido para alimentar a compra de apoio político na campanha eleitoral de quatro anos atrás. As delações do empresário Joesley Batista e de outros executivos do grupo J&F também indicam o pagamento de uma "mesada" de R$ 50 mil ao senador. Aécio nega e diz não poder aceitar que "delações de criminosos confessos e suas versões se sobreponham aos fatos".

Nos bastidores, deputados do PSDB asseguram que, se alguma representação contra Aécio der entrada no Conselho de Ética do partido, a tramitação será muito rápida e a expulsão, bastante provável porque os tucanos querem mostrar à sociedade que não compactuam com malfeitos. O colegiado foi criado há menos de duas semanas e é presidido pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que foi secretário da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin em São Paulo.

Diante desse cenário de revolta na bancada do PSDB, aliados de Aécio propõem como alternativa a licença partidária para que ele possa se explicar, evitando mais uma "contaminação" da legenda. A situação do senador é considerada "crítica" até mesmo por seus amigos. Desde as primeiras denúncias contra Aécio, que presidia o PSDB e foi obrigado a passar o bastão, no ano passado, o partido vem enfrentando um problema atrás do outro. Na esteira da crise, o ex-governador Alckmin, que comanda a legenda, perdeu a eleição para o Palácio do Planalto.

Liderando as pesquisas de intenções de votos para o Senado Federal em Minas Gerais, a ex-presidente Dilma Rousseff vem falando em seu discurso sobre o “golpe” que ela enfrentou com o processo de impeachment. Por meio das redes sociais, Dilma garantiu que os “golpistas” serão derrotados nesta eleição.

Em um vídeo publicado ao lado do governador de Minas Gerais e candidato a reeleição, Fernando Pimentel (PT), ela faz a afirmação. “Eu e o Fernando Pimentel estamos juntos. Somos 13 e vamos derrotar os golpistas. Tucanos nunca mais”, destacou também salientando que os dois petistas irão derrotar o candidato ao governo Antônio Anastasia e Aécio Neves, que concorre a uma vaga na Câmara dos Deputados. 

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Em um dos programas eleitorais, Dilma também destacou que “a face mais cruel do golpe” é o aumento da mortalidade infantil. De acordo com a ex-presidente, doenças como febre amarela e sarampo tinham sido erradicadas e evitáveis em seu governo. “A cobertura de vacinas também diminuiu e não atinge sequer as metas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (...) transformaram a saúde do povo em uma mercadoria”, alfinetou. A candidata ao Senado continuou criticando ressaltando que “o governo golpista encerrou a abertura de novas escolas”.  

Durante um evento nessa segunda-feira (24), em Belo Horizonte, Dilma voltou a causar ao chamar o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, de “coiso” e o presidente Michel Temer de “usurpador”. “Acho que é o momento mais delicado da vida política do Brasil. O ‘coiso’ é a barbárie, o ‘coiso’ é negar todos os direitos que nós conquistamos nas últimas décadas”, disparou. 

Diante do quadro judiciário que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado a 12 anos e um mês de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que a “esperança” é de que o Supremo Tribunal Federal (STF), "tenha a coragem de corrigir essa inominável injustiça e restabelecer os direitos e garantias fundamentais violados no curso desse processo”. Lula teve o habeas corpus preventivo negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última terça (6) e pode ser preso quando esgotar os recursos na segunda instância. 

Insatisfeito com a postura do Judiciário, Humberto lembrou que tudo ocorre ao mesmo tempo em que a cúpula do PSDB “é engolida não por denúncias vazias ou convicções”, mas, segundo ele, por "provas explícitas de ilícitos praticados" que estão em posse da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. 

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“Nada, rigorosamente nada, acontece a eles. O alvo é Lula. É só ele que interessa. É lamentável. Porque esse conluio judicial, aliado à falta de firmeza de alguns tribunais, põe em risco a ordem democrática ao querer encarcerar, a qualquer custo, o maior líder político do país às vésperas de uma eleição em que ele se mostra à frente em todas as pesquisas”, reclamou ao discursar no Senado nessa quarta (7). O petista pontuou como exemplos o  senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi gravado pedindo propina, e Paulo Preto, considerado operador dos tucanos, flagrado com mais de R$ 150 milhões em contas na Suíça. 

Defesa do líder-mor petista

Humberto disse que a intenção dos advogados do ex-presidente no STJ era evitar a prisão dele antes que fossem esgotados todos os recursos nos tribunais superiores – a chamada execução provisória da pena, autorizada em caráter liminar pelo STF em 2016. 

De acordo com o senador, é notório que há deturpação, pelas instâncias inferiores, dessa decisão do próprio STF sobre a prisão após condenação em 2ª instância. Ele avalia que, de possibilidade, a decisão do Supremo foi transformada, convenientemente, em uma "aberrante determinação". 

O parlamentar ressaltou que é preciso que isso seja corrigido rapidamente por meio do julgamento das duas Ações Declaratórias de Inconstitucionalidade que estão paradas no Supremo enquanto mais de 12 mil condenados no país seguem em situação precária, aguardando que os ministros resolvam tomar um posicionamento final.

“Isso não está prejudicando apenas o presidente Lula, mas dezenas de milhares de pessoas que se encontram em situação semelhante. Então, seja por meio da concessão do habeas corpus já demandado, seja por meio da revisão dessa leitura torta que tem sido feita de um entendimento do próprio STF, é necessário ao Supremo se debruçar sobre o caso e restaurar a ordem democrática”, cobrou.

Dois filhotes de tucano-de-bico-verde foram encontrados nesta terça-feira (9) no interior de um poste de madeira retirado do sistema de iluminação de um condomínio, no Jardim Ibiti do Paço, em Sorocaba (SP). O achado aconteceu quando a administração do condomínio decidiu remover o poste, que dias antes tinha sido trocado pela concessionária CPFL por outro de cimento e estava sem função.

A patrulha ambiental da Guarda Civil Municipal foi chamada e decidiu resgatar os pequenos tucanos, com idade estimada em 15 dias, que estavam numa parte oca do poste, transformada em ninho pelas aves.

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De acordo com os guardas ambientais, a retirada foi decidida porque o poste já havia sido removido do local em que estava, o que poderia implicar na rejeição dos filhotes pelos pais. Os tucanos adultos não foram vistos nas imediações.

As avezinhas receberam os primeiros cuidados no local e foram encaminhadas ao Parque Zoológico Quinzinho de Barros. A equipe de biólogos e veterinários do zoo municipal alimenta os filhotes com papinha rica em nutrientes, aplicada diretamente nos bicos. Eles também permanecem em recinto com temperatura controlada.

O plano da equipe é criar os pássaros até que atinjam idade para serem devolvidos à natureza. O tucano-de-bico-verde é caracterizado pela cor do bico, como diz o próprio nome.

A ave adulta chega a medir 48 centímetros e ostenta belas cores - dorso escuro, garganta e peito amarelos e barriga vermelha. Esse tucano habita a copa de florestas altas, como a Mata Atlântica, mas se adaptou a áreas reflorestadas.

A espécie era comum em grande parte do Estado de São Paulo, mas tem se tornado rara em muitas regiões devido à destruição de seu habitat natural.

O clima esquentou na tarde desta terça-feira, 31, durante reunião da bancada do PSDB na Câmara. Tucanos da ala governista do partido bateram boca com o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), e chegaram trocaram ameaças de agressão com parlamentares do grupo oposicionista.

A reunião foi convocada pelo líder do PSDB na Casa, deputado Ricardo Tripoli (SP), para apresentar a empresa Ideia Big Data. A companhia foi contratada por Tasso nas últimas semanas para cuidar da comunicação e das redes sociais do partido.

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A discussão começou quando os deputados Domingos Sávio (MG), Paulo Abi-Ackel (MG) e Giuseppe Vecci (GO) criticaram a contratação da empresa. Os três parlamentares são aliados do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado da legenda.

"Coloquei que era um absurdo contratar uma empresa que fez uma campanha com ataques que considero criminosos ao PSDB de Minas", contou Sávio à reportagem. Segundo ele, a firma atuou na campanha que elegeu em 2014 o atual governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), adversário do PSDB no Estado.

Sávio disse que a empresa tem ligações com a agência de propaganda Pepper, contratada pela campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014 e que atualmente é investigada pela Operação Acrônimo por suspeita de lavagem de dinheiro.

O deputado mineiro acusou ainda o dono da empresa de fazer postagem nas redes sociais atacando tucanos. "O dono dessa empresa vem fazendo, por exemplo, postagens com ataque ao governador (de São Paulo) Geraldo Alckmin", afirmou. "Mostrei que era inaceitável contratar uma empresa dessas", disse.

Os ânimos se exaltaram quando Vecci questionou Tasso sobre se ele seria candidato a presidente nacional do partido na eleição interna marcada para dezembro. "O Tasso parece que ficou nervoso com essa pergunta, mas não quis responder. Nesse momento nosso tom de voz e do Tasso aumentou", relatou Sávio.

Integrante da ala oposicionista, o deputado Daniel Coelho (PE) confirmou que, nesse momento, o clima da reunião piorou e alguns deputados se levantaram para tentar pedir que Sávio, Vecci e Abi-Ackel parassem de "tumultuar". "O Tasso só respondeu: 'esse não é meu PSDB'. Eles só queriam tumultuar", criticou o pernambucano.

Segundo Sávio, após essa confusão, ele e outros dois deputados da ala governista deixaram a reunião. "Se ele é candidato (a presidente do PSDB), as pessoas têm direito de saber. E se for, ele tem que se afastar do comando do partido", disse. A reportagem ainda não conseguiu contato com Tasso.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-DF) é "mais íntegro" do que as lideranças tucanas neste momento, segundo o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE). Em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, exibida na madrugada desta segunda-feira (23) o presidenciável fez duras críticas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a quem chamou de "prefake", ou "prefeito falso".

Ciro passou a falar do PSDB quando fazia uma avaliação sobre Bolsonaro, seu provável adversário nas eleições presidenciais de 2018. De acordo com o pedetista, o fato de o deputado fluminense aparecer em segundo lugar nas pesquisas, com até 17% dos votos, é reflexo da "indignação justíssima de uma fração enorme do povo brasileiro com a política tradicional" e da "crença de que uma autoridade forte, um machão, um exagerado" seria necessário para dar rumos ao País.

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O pedetista acredita, no entanto, que a declaração de voto em Bolsonaro é uma expressão "catártica" das insatisfações de uma parcela do eleitorado neste momento, e que não necessariamente vai se transformar em voto. "Eu acredito que na hora que o PSDB parar de fazer bobagem no atacado e no varejo, eles (o candidato tucano e Bolsonaro) vão começar a se canibalizar reciprocamente."

"E o PSDB, com todo defeito... Eu acho que o Bolsonaro, sob o ponto de vista pessoal, é mais íntegro do que qualquer tucano nesse momento. Eu, Ciro Gomes, acho, não concordando com absolutamente nada do que o Bolsonaro fala, diz ou representa, que ele é mais íntegro, ou seja...", disse o pedetista. Nesse momento, ele foi interrompido e questionado se a comparação valia também para o senador e presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati (CE).

"(Vale) inclusive (para) o Tasso, meu velho, estimado e respeitado amigo. Porque não é possível o PSDB, o Tasso, (...) (fazer) encaminhamento pra impunidade do Aécio voltar ao Senado. O Aécio pode ser um representante de Minas Gerais, pode ser um senador da República Brasileira, mas não é digno. Aí faz um discurso no dia seguinte de ser presidente do PSDB. Peraí um pouquinho", afirmou Ciro.

O pedetista passou então a falar da relação entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e Doria. "Todo mundo sabe que se o PSDB quiser ter alguma chance, nas declinantes chances pelo contínuo cometimento de erros, o homem mais viável é o Alckmin, que é governador de São Paulo, que tem experiência, tem vivência. E que inventou este farsante, prefeito de São Paulo. 'Prefake' de são Paulo. Prefeito falso. É farsante, pura e simplesmente."

Apesar de considerar que os tucanos deverão absorver uma parcela dos eleitores que declaram voto em Bolsonaro no momento, Ciro também mostrou disposição para brigar pela preferência dos "bolsominions" - como são chamados os apoiadores do deputado na internet. "O eleitor do Bolsonaro é meu. Ele não percebeu, mas eles estão procurando seriedade, autoridade. Sou que eu sou isso, de verdade."

O pedetista afirmou ainda que pretende montar uma estrutura profissional de campanha no ano que vem, se sua candidatura for confirmada, pois está "com muita vontade de ganhar eleição, pela primeira vez na vida".

Sobre a polêmica declaração da semana passada, de que faltaria "testosterona" à ex-senadora Marina Silva (Rede) para comandar o Brasil, Ciro disse que foi vítima de "pura mentira". Segundo ele, sua declaração teria o sentido contrário do tom machista que transpareceu. "Tenho afeto e respeito pela Marina."

Ciro também fez críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelas alianças que fez para governar, e ao PT, que considera um partido "caudilhesco", que depende de um único homem. "E se Deus nos tira o Lula? Quem segura o ideário do partido?"

A família dos Lyra, hoje representado em Pernambuco pela prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), e pelo seu pai João Lyra Neto (PSDB), filho do ex-político e advogado João Lyra Filho, silenciam quando se trata de falar sobre os planos para a disputa eleitoral de 2018. Aliás, a postura adotada pela prefeita, de silenciar e se tornar menos acessível, após assumir a cidade do agreste pernambucano, não parece com o mesmo perfil quando discursava, durante a campanha eleitoral, prometendo que faria uma gestão participativa e democrática. 

O vice-governador de Eduardo Campos e governador durante nove meses, João Lyra Neto, segue a mesma linha da filha: nega ser candidato em 2018 e pouco fala, no entanto, teria confidenciado a amigos que desejaria, caso convocado, concorrer à vaga de senador ou de deputado federal na chapa da oposição. 

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No entanto, ele nega. Em entrevista recente ao LeiaJá, em agosto passado, disse que “pessoalmente” não tem esse objetivo. “Não tem nada definido [sobre candidatura]. Nós dependemos das alianças nacionais, que só vão se definir depois da reforma política. Mas, pessoalmente não tenho esse objetivo. Poderei ser, mas o que quero mesmo é participar da construção de um projeto alternativo para Pernambuco”, desconversou. 

A questão é que dificilmente os dois tucanos irão esquecer “as mágoas” passadas a começar pela própria Raquel: foi preterida pelo PSB, que preferiu ter como candidato à prefeito de Caruaru na eleição do ano passado o vice-prefeito Jorge Gomes em troca do apoio do PDT, comandando pelo prefeito de Caruaru, José Queiroz, à reeleição do prefeito da capital pernambucana, Geraldo Julio (PSB). Depois disso, Raquel se filiou ao PSDB para ser candidata à prefeita de Caruaru. Em discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), meses antes do pleito que sairia vencedora, Raquel chegou a desabafar. “Eu não saí do PSB, me tiraram de lá”, disparou na época. 

Por sua vez, Lyra Neto, vice-governador na chapa de Eduardo Campos na eleição de 2006, vencendo o então governador Mendonça Filho, se filiou ao PSB em 2014, possivelmente, com o desejo de ser o candidato de Eduardo, mas a escolha de Campos foi Paulo Câmara. No entanto, na época, ao passar o cargo para Câmara, no dia 1 de janeiro de 2015, João Lyra minimizou em suas palavras declarando que tinha certeza que o pessebista iria “honrar” os compromissos com o povo pernambucano porque “tinha competência e é bem formado tecnicamente”. 

Pouco mais de dois anos depois, em março passado, em entrevista ao LeiaJá, Lyra mudou o tom das palavras e disparou contra o socialista afirmando que o governador não cumpriu nem 20% das promessas feitas na campanha. “Não adianta justificar apenas a crise econômica. Ela é um fato real que nós entendemos, interfere, mas também falta uma questão muito importante: a liderança política. Isso tem feito com que o pernambucano não alcance os índices pretendidos e apresentados em 2014”, alfinetou durante cerimônia realizada no Palácio do Campo das Princesas, em comemoração ao Bicentenário da Revolução de 1817. 

Raquel chegou a deixar um recado, na semana passada, durante entrevista à Rádio Folha: que tem a intenção de participar do pleito de 2018 e continuará cuidando de Caruaru. Dessa forma, caso seja confirmado a candidatura do pai, ela deverá se juntar a ele na luta pela vitória. “Discuto política porque não sou uma alienígena. Mas estou cuidando de Caruaru e, sem dúvida, participarei da campanha que vem porque tenho um compromisso com Caruaru e com Pernambuco”. Mas, garantiu que não disputaria nenhum cargo porque o desafio é “gigantesco”. 

Tradição da família Lyra

Entre altos e baixos, a família Lyra se tornaria com o tempo um forte nome na política pernambucana a começar por João Lyra Filho, pai de João Lyra Neto e Fernando Lyra. Lyra Filho assumiu pela primeira vez a prefeitura do município em 1959. Depois, foi deputado federal e voltou para comandar uma segunda gestão em Caruaru no ano de 1973. Ele também foi, por dois mandatos consecutivos, deputado estadual vindo a falecer em 1988. 

Já Fernando Lyra, irmão de Lyra Neto, também foi um quadro político que muito fortaleceu o sobrenome da família. Um fato impressiona: Fernando, ex-ministro da Justiça, foi deputado federal por oito mandatos consecutivos [1971-1999], além de ter sido deputado estadual. Seu último cargo presidente da Fundação Joaquim Nabuco. Ele morreu de falência múltipla de órgãos, no ano de 2013, após sofrer por 20 anos de uma insuficiência cardíaca congestiva grave.

João Lyra Neto não fica por trás para corroborar a força dos Lyra. Foi prefeito de Caruaru por duas vezes, vice-governador e governador de Pernambuco, deputado estadual, tendo sido vice-líder do governo Arraes, além de secretário estadual de saúde.  

A prefeita Raquel Lyra, formada em Direito, deixou a carreira bem sucedida como delegada da Polícia Federal, onde atuou até 2005, para seguir na política. Ela foi deputada estadual e chegou a assumir a Secretaria da Criança e da Juventude (SCJ), a convite do então governador Eduardo Campos, no ano de 2011. 

Polêmicas à parte

Nem mesmo a postura mais distante e discreta que Raquel Lyra que tem tomado no comando de Caruaru tem a livrado de polêmicas. A mais recente aconteceu, na última terça-feira (3), quando a Justiça decidiu bloquear os bens e valores da tucana. De acordo com o texto, houve “fraude ao processo licitatório e dano ao erário” no São João de 2017. Outros agentes públicos e empresa que realizou a festa foram atingidas e também abrange o São João de 2016. Raquel negou, por meio de nota, afirmando que não houve bloqueio dos seus bens e que não existe qualquer irregularidade. 

Com uma atuação ainda tímida diante do extenso e duvidoso programa de governo divulgado que incluía, entre outros pontos, capacitar 100% dos profissionais de saúde, bem como universalizar a pré-escola para crianças de 4 e 5 anos, a população espera frase dita por ela durante a disputa e que não será esquecida: “Serei a melhor prefeita que Caruaru já viu”. 

Apesar do barulho feito pela oposição dentro e fora do plenário, foi do "ninho tucano" que surgiram os dois maiores empecilhos ao projeto de privatizações do prefeito João Doria (PSDB) na Câmara Municipal de São Paulo.

É da vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), que foi secretária de Direitos Humanos na gestão Doria até maio, a autoria do projeto que pede a realização de um plebiscito para submeter as propostas de privatização, como do Complexo do Anhembi e do Autódromo de Interlagos, à aprovação da população, nas urnas.

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A consulta popular foi uma das reivindicações dos manifestantes ligados a partidos de esquerda como PT e PSOL que ocuparam por dois dias o plenário da Câmara na semana passada. A gestão Doria é contra o plebiscito e defende que os paulistanos já aprovaram o plano de desestatização ao elegê-lo em primeiro turno com 53% dos votos válidos.

"Ele (Doria) teve um votação histórica, mas tem uma parte da população que votou em outros candidatos, em branco, nulo ou se absteve. Ele não governa só para quem é simpático a ele, governa para toda a população", argumenta Patrícia. Doria teve 3 milhões de votos, contra 5,7 milhões de pessoas que escolheram outro candidato ou ninguém.

Segundo ela, o plebiscito seria uma forma de dar mais transparência à população sobre quais e como os equipamentos públicos serão vendidos, como o projeto que prevê a alienação de mais de mil imóveis da Prefeitura. "A gente não tem informação de quais serão os patrimônios das cidade que serão alienados. Isso precisa ser revelado e submetido ao crivo da população".

Nesta segunda, durante a reunião de líderes, o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), ouviu um dos manifestantes que ocupou o plenário na semana passada, mas disse que ainda não há consenso entre os vereadores. "É o início de uma discussão. Vamos continuar o debate com os líderes ainda não há consenso ainda". A tendência é que a iniciativa não avance.

No ano passado, a Câmara chegou a aprovar um projeto que obrigaria a Prefeitura a realizar plebiscito antes de executar grandes obras, como corredores de ônibus e hospitais, mas a proposta foi vetada pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Outro "fogo amigo" contra as ambições legislativas de Doria veio do tucano Mario Covas Neto, presidente do diretório municipal do PSDB. Ele entrou com mandado de segurança na Justiça pedindo a anulação da aprovação do pacote de concessões do prefeito, ocorrida em primeira votação em julho, alegando ilegalidade na tramitação do projeto.

Como a proposta, que prevê a concessão de parques, mercados e do bilhete único, estava demorando para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida por Covas Neto, Milton Leite convocou um congresso de comissões (reunião de colegiados para acelerar a votação) para garantir a aprovação antes do recesso de julho, irritando Covas.

"Minha briga não é com governo, é contra o presidente da Casa (Milton Leite). Na ânsia de mostrar serviço para o prefeito, ele atropelou o regimento. Não se pode fazer congresso sem passar anteriormente pela CCJ", disse Covas Neto. O mandado de segurança ainda não foi julgado.

Covas Neto tentou se eleger presidente da Câmara em janeiro deste ano, mas foi derrotado por Milton Leite, que contou com o apoio informal de Doria. Em junho, o filho do ex-governador Mario Covas, morto em 2001, gravou um vídeo criticando Doria e alguns secretários porque nenhum prefeito regional compareceu a uma reunião do partido convocada por ele.

Em nota, a assessoria do presidente da Câmara informou que ele "está absolutamente tranquilo quanto à legalidade na aprovação" do projeto de concessões em primeiro turno. "Há anos, diferentes presidentes do Legislativo paulistano entendem que projetos de lei podem ser aprovados passando por congressos de comissões", afirmou.

O líder do governo na Câmara, Aurélio Nomura (PSDB), afirmou que as ações dos colegas de bancada no Legislativo desagradam, mas não vão atrapalhar os planos da gestão Doria de aprovar ainda este ano a maior parte do plano de desestatizações, como pacote de concessões, a concessão do Pacaembu, a venda de imóveis e do Complexo do Anhembi.

"O partido é democrático, entendo a postura de cada um. Não somos nós que vamos censurar, até que possa criar um clima completamente desfavorável a ponto de comprometer o programa de governo. Todos nós do PSDB fomos eleitos dentro da plataforma do prefeito João Doria, cuja proposta principal é a desestatização", disse o líder Nomura.

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse ao presidente Michel Temer que os tucanos não vão ceder "nenhum milímetro" em sua posição de "independência" ao governo por causa de cargos. O partido controla quatro ministérios, mas, mesmo assim, 21 dos 47 deputados da bancada votaram a favor do prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra Temer, no último dia 2.

"Deixei muito claro a ele que em nenhum momento estamos defendendo o 'Fora Temer'. Não vamos mudar um milímetro nossa defesa das reformas por causa de cargos. Nossa posição é de independência", afirmou Tasso, que se reuniu com o presidente na sexta-feira, na casa do senador Abílio Diniz, em São Paulo.

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Nesta terça-feira, 15, quem conversou com Temer, no Palácio do Planalto, foi o senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB. Alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio disse que, se Temer achar melhor redistribuir os espaços na equipe, isso não alterará o voto do PSDB a favor das reformas, especialmente a da Previdência. "Esta sempre foi a agenda do PSDB e temos a obrigação de continuar defendendo o que pregamos", insistiu Aécio. "É um grande erro marcar data para desembarque do governo."

Tasso e Aécio - que comandava o partido até as delações da JBS - têm posições diferentes sobre a sustentação a Temer. Se dependesse do presidente interino do PSDB, o partido já teria deixado o governo. Aécio é contra a saída e, como o PSDB está rachado, os tucanos resolveram não mais discutir esse assunto agora.

"A orientação é para que a gente possa fazer uma reciclagem de maneira independente, sem estar envolvido com o governo, mas nós apoiamos as reformas", argumentou Tasso.

Refundação e meta

O programa de rádio e TV do PSDB, que irá ao ar em rede nacional no próximo dia 17, baterá na tecla de que o partido "errou" e pregará uma espécie de refundação, com propostas para o País. É o abre-alas tucano para a campanha eleitoral de 2018.

Questionado se o PSDB apoia a revisão da meta de déficit fiscal, o presidente interino do partido disse discordar de qualquer tentativa de afrouxamento dos gastos, numa referência a rumores de que o núcleo político do governo queria aumentar despesas. "Falam que querem dar mais uma folguinha. Isso a gente não concorda, não. Tem que ser no limite mesmo", comentou Tasso.

Reforma política

Em reunião nesta terça-feira, a bancada do PSDB no Senado discutiu pontos da reforma política com o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Até agora, há acordo somente em relação à cláusula de barreira e ao fim das coligações proporcionais.

"Somos contra o 'fundão' (proposta de um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões, para bancar campanhas eleitorais, em 2018) do jeito que está. Como se vai votar isso na mesma época em que se discute aumento do déficit?", indagou Tasso.

Os tucanos também condicionam o apoio ao 'distritão' a um acordo em torno de um tópico, na Proposta de Emenda à Constituição (PEC), para permitir a transição ao modelo de voto distrital misto, a partir de 2020.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu nesta quinta-feira (3) que o PSDB está dividido e que a probabilidade de abandonar o governo de Michel Temer é "de meio a meio". Tentando amenizar a situação, o tucano, porém, afirmou que a crise política que o Brasil enfrenta "preocupa mais" que os problemas internos do seu partido.

"A situação é ruim, porque o PSDB está dividido. A votação de ontem mostrou isso e o PSDB não está fora desse jogo geral dos partidos. Houve perda de crença nos partidos, e isso inclui o PSDB. A essa altura, me preocupa menos o PSDB do que o cojunto da situação política brasileira. O sistema político que nós criamos, a Constituição de 1988, está esgotado", disse o tucano em um evento no Instituto FHC, em São Paulo, um dia após o presidente Michel Temer sair vitorioso de uma votação na Câmara dos Deputados que barrou o pedido da Procuradoria Geral da República (PRG) para que fosse processado por corrupção, o que abriria caminho para seu impeachment.

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No total, 22 deputados do PSDB votaram a favor de Temer, 21 deram voto contrário e quatro se ausentaram. Atualmente, o partido detém postos em quatro ministérios: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Cidades (Bruno Araújo), Direitos Humanos (Luislinda Valois) e Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy).

Questionado sobre o resultado da votação, FHC afirmou que "foi uma vitória de pico". "Para o presidente Temer, essa vitória adianta, mas, para o país, essa não era a questão". "O país não pode mudar de presidente a cada seis meses. O país tem que ter horizonte de esperança, uma visão que motive as pessoas", comentou o tucano, explicando que as eleições de 2018 colocarão à prova os nomes que podem "resgatar a confiança dos brasileiros".

De acordo com FHC, os tucanos deverão apoiar o governo na aprovação das reformas, mas a permanência na base aliada será discutida. "Governar quer dizer aprovar medidas de reforma. E o PSDB vai ter que aprovar [as reformas], não há dúvida. Mas ficar no governo é uma questão mais complicada.

A possibilidade é meio a meio", anunciou o tucano. "A minha inclinação hoje é: 'vamos aprovar as reformas e pensar no que fazer no futuro'. Não devemos ter uma posição oportunista, mas não há motivo também para ficar ligado àquilo que não concordamos. Quem deu a sustentação maior do governo foi o 'centrão', e eu não concordo com o que o centrão como estilo político", criticou.

Fernando Henrique também defendeu a continuação das investigações e ressaltou a necessidade de uma Justiça rápida. "Temos um problema que não está resolvido. A corrupção foi muito grande no Brasil, pegou muito gente, de vários lados, vários partidos, há uma descrença da população", disse. "É preciso que os processos continuem, que a Justiça seja mais rápida, porque cansa esperar, esperar, esperar e não ter resultado, e é preciso que haja uma transformação mais profunda. Os partidos estão muito desmoralizados". 

Diante do cenário de incertezas, parte da bancada do PSDB na Câmara articula apresentar uma "PEC Partidária" para renovar a direção executiva tucana no segundo semestre, e não em maio, quando termina o atual mandato dos dirigentes.

A ideia é eleger o senador Tasso Jereissati (CE) em caráter definitivo e tirar o senador Aécio Neves (MG), que mantém o cargo de presidente afastado, do cenário partidário. "Foi um erro renovar o mandato da executiva esse ano. É possível antecipar a mudança (para antes de maio de 2018). Só é preciso encontrar uma fórmula", disse o vice-presidente da sigla, Alberto Goldman.

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Pelo estatuto, o caminho seria a realização de uma convenção partidária com os mesmos delegados que elegeram a atual direção. Assim, seria possível eleger uma nova executiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer disse que foi vítima de uma "armadilha" montada em várias frentes, com o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), para desestabilizar o governo. Em conversa com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e também com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), na noite de segunda-feira, 29, Temer pediu apoio do partido para a votação das reformas trabalhista e da Previdência e disse não ter dúvidas de que provará sua inocência no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu não renuncio sob nenhuma hipótese", repetiu o presidente aos tucanos, dando a entender que a batalha pode ser longa, até mesmo na Justiça. No diálogo, Temer usou várias vezes a palavra "armadilha" e disse que o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) - flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil - acabou caindo na "cilada" planejada pelos delatores da JBS.

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Os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, também participaram do encontro, em um hotel da capital paulista.

Apesar da pressão das bases tucanas e da bancada da sigla na Câmara dos Deputados pelo desembarque do PSDB do governo, o apelo do presidente surtiu um resultado imediato favorável ao Palácio do Planalto, que tenta emplacar a narrativa de que o pior já passou.

Durante o Fórum de Investimento Brasil 2017, evento com empresários que ocorreu ontem no mesmo hotel da reunião de cúpula, os principais quadros do partido aproveitaram as câmeras para fazer discursos solidários a Temer.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, foi o mais enfático diante dos microfones. Ele declarou em discurso que o governo está fazendo "profundas e audaciosas" reformas. Temer foi chamado de "reformista" e Nunes afirmou "ter certeza" de que o peemedebista entregará ao seu sucessor em 1.º de janeiro de 2019 "um Brasil muito melhor".

Colega de Nunes na Esplanada dos Ministérios, Imbassahy seguiu a mesma linha. "A posição (do PSDB) permanece inalterada: é a posição que o Tasso havia anunciado de apoio ao governo, às reformas e na expectativa de algo que possa melhorar a situação", disse o ministro ao chegar para abertura do fórum.

Julgamento

Questionado sobre como ficaria a situação se o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para começar no dia 6 de junho, resultar em cassação de Temer, Imbassahy evitou opinar. "Aí, é especular."

Já Temer "garantiu" que o Brasil vai chegar ao fim de 2018 "com a casa em ordem". Ao falar da crise política atual, o peemedebista disse que vai ficar até o fim de seu mandato, destacou que tem confiança no bom funcionamento das instituições e que é preciso respeitar o que estabelece a Constituição.

Nos bastidores, porém, auxiliares do presidente Temer não escondem o receio de uma delação de Rocha Loures e do possível desembarque do PSDB. Não sem motivo: até agora, o PSDB mantém a posição de "compasso de espera".

Otimismo

Moreira Franco, que esteve na reunião com os tucanos anteontem, disse acreditar que o PSDB continua "firme" no governo Temer. "Foi uma conversa boa e proveitosa, capaz de garantir, a eles e nós, que as reformas passarão", disse ao Estado.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência definiu os assuntos ali tratados como "caminhos para o futuro".

A portas fechadas, Temer afirmou que o pedido de abertura de inquérito apresentado contra ele no Supremo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está "cheio de falhas". Ele contou aos aliados que, além de seu advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, vários juristas já analisaram o caso e emitiram a mesma opinião sobre a debilidade das acusações de Janot.

Fernando Henrique observou, porém, que o PSDB tem feito um monitoramento rigoroso da crise, com todas as atenções voltadas para não deixar a economia degringolar. Ele não garantiu, no entanto, apoio incondicional ao governo Temer. A próxima reunião da bancada tucana será o termômetro da adesão ao Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PSDB e PMDB começaram na quarta-feira, dia 1º, a montar o embrião de um projeto político nacional liderado pelas duas legendas. Numa conversa entre o presidente em exercício Michel Temer e o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ficou combinado que os tucanos ganhariam maior espaço e peso na discussão e formulação das discussões políticas e econômicas do governo.

Mais: essa parceria serviria como a largada para um projeto maior, tendo como mote uma grande "reconstrução nacional", que se oponha claramente ao que representa o projeto liderado pelo PT. Se a aliança for bem sucedida, a ideia é trabalhar para que seja mantida nas eleições de 2018.

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A discussão já foi tratada com a bancada tucana no Senado, num jantar com Temer, no Palácio do Jaburu. Antes, o encontro foi acertado numa conversa entre o presidente em exercício com Aécio. Na ocasião, Temer procurou Aécio com a disposição para convidar o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) para ocupar o posto de líder do governo.

Aécio disse que isso seria positivo apenas se o PSDB pudesse ser parte ativa na formulação do governo e não apenas um ocupante de cargos, desconectado dos rumos que o Planalto decidiria.

Temer concordou com o líder tucano e disse que sua proposta era justamente essa: ampliar a participação do PSDB nessas discussões internas e nas propostas que seriam feitas para tirar o País da crise econômica e política. Aécio pediu para que o presidente dissesse isso para a bancada do partido, o que Temer aceitou. O jantar teve também a presença do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), que acabou de deixar o Ministério do Planejamento.

O próprio papel de Aloysio como líder terá importância central nesse movimento. "Ele não será um mero líder de WhatsApp, que recebe a ordem do Planalto pelo telefone, como ocorria com o governo anterior. Será um formulador de propostas", disse Aécio.

Um dos primeiros pontos que Aloysio já deve discutir no Senado é a reforma política. Como será difícil fazer algo mais aprofundado nesse momento, a discussão poderá priorizar ao menos o fim das coligações proporcionais, proposta defendida pelos tucanos.

Após o anúncio da saída do pré-candidato à prefeitura do São Paulo, Andrea Matarazzo, do PSDB, o senador Aloysio Nunes criticou duramente o diretório paulista do partido. Matarazzo resolveu abandonar a sigla após ter negado seu pedido de adiamento dos 2º turno das prévias, pois queria que fosse concluída a investigação sobre a fraude denunciada pelo seu núcleo no 1º turno da disputa, quando seu adversário, João Dória Jr, teria feito boca de urna.

Para Nunes, o fato do pedido de adiamento ter sido negado revela que o diretório estadual do partido teme a verificação isenta das alegações, que se comprovadas, poderiam levar à anulação do pleito. Segundo ele, "um partido democrático não pode temer a busca da verdade".

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Confira a nota divulgada em seu facebook:

Nota sobre saída de Andrea Matarazzo do PSDB

A Executiva Estadual do PSDB recusou o pedido de Mario Covas Neto, presidente da Executiva municipal, de postergar por alguns dias o segundo turno da prévia, marcado para este domingo. Esse prazo permitiria julgar as impugnações formuladas por Alberto Goldman, ex-governador e vice-presidente nacional do partido, e por José Aníbal, suplente de senador e presidente do Instituto Teotônio Vilela.

A apuração dos fatos alegados permitiria afastar qualquer dúvida quanto à legitimidade do primeiro turno. Os autores da impugnação são líderes respeitados no partido e na política nacional, e suas alegações deveriam ser levadas em conta com a seriedade que merecem seus autores e a gravidade dos fatos apontados.

O PSDB não deveria temer a verificação isenta das alegações que, se comprovadas, levariam à anulação do pleito e à responsabilização de seus autores. A recusa da executiva estadual configura uma verdadeira denegação da justiça.

Um partido democrático não pode temer a busca da verdade que, no estado de conturbação em que se encontra a sessão paulistana de nosso partido, é o único caminho para o restabelecimento das condições de boa convivência entre as diferenças, na busca da unidade.

Lamento profundamente que a executiva estadual tenha tratado de forma burocrática uma questão política tão delicada e que tenha desperdiçado a oportunidade de promover o desarmamento dos espíritos. E lamento mais ainda que nossa direção estadual tenha dado causa à desfiliação de um dos mais valorosos entre os tucanos, nosso líder na Câmara Municipal, Andrea Matarazzo.

Aloysio Nunes Ferreira, senador (SP) e vice-presidente nacional do PSDB

O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse que seu partido vai "botar a cara", engajando-se nas manifestações de rua a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff marcadas para o próximo dia 13. "Decidimos nos engajar no movimento do próximo dia 13. Vamos botar a nossa cara e dizer basta ao que vem acontecendo no Brasil", afirmou Aécio, após reunir-se com deputados federais tucanos. Mas, questionado se ele mesmo iria a alguma das manifestações no próximo mês, o tucano não deu certeza. "Estou avaliando esta possibilidade. É bem possível que eu esteja, sim", disse o senador.

De acordo com Aécio Neves, o PSDB vai, articulado com outros partidos de oposição, centrar suas atuações em três frentes - a tentativa de cassação da chapa presidencial de Dilma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as manifestações pró-impeachment e a apresentação de propostas no Congresso. "Vamos mostrar ao TSE a importância de, o mais rapidamente possível, analisar as contundentes provas que lá estão, vamos para as ruas nos manifestar contra o governo que aí está e vamos aqui apresentar uma pauta", afirmou.

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Dentre as propostas que o tucano quer apresentar, estão medidas que envolvem programas sociais. "O PSDB quer discutir com o PT e com o governo as políticas sociais que estão em curso no Brasil, respeitando aquelas que trouxeram efetivamente ganhos para a população, mas apresentando alternativas a esta visão atrasada, arcaica e conservadora de compreender a pobreza apenas na dimensão de ausência de renda", afirmou Neves.

Diante do aumento da pressão da oposição sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT, com o aval do Palácio do Planalto, tenta blindá-lo no Congresso e evitar que as investigações da Operação Lava Jato afetem o governo da presidente Dilma Rousseff.

A estratégia para proteger Lula passa pela coleta de assinaturas para criação de duas CPIs na Câmara que têm governos tucanos como alvo, bem como a distribuição para deputados de uma cartilha editada em três línguas com a defesa do partido e também do ex-presidente petista e a utilização do plenário da Câmara e do Senado como tribuna de defesa dele.

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Nesta terça-feira, 2, o PT deu início a campanha, no rádio, na TV e na internet, para defender Lula. A partir de agora, o partido terá o reforça do Planalto e da base de Dilma, apesar de, em privado, ministros e assessores da presidente reconhecerem que as explicações dadas pelo ex-presidente para as suspeitas contra ele foram insuficientes até agora e deixaram muitas perguntas sem respostas.

As medidas da blindagem têm como primeiro objetivo responder ao plano da oposição de apresentar requerimentos para convocar Lula para depoimentos e de criar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários (Bancoop) e sua relação com o PT. A mulher de Lula, Marisa Letícia, teve a opção de compra de uma unidade no condomínio Solaris, no Guarujá (SP), investigado pela Lava Jato e pelo Ministério Público paulista.

PSDB

Após o carnaval, deputados petistas passarão a coletar assinaturas para criar as CPIs da máfia da merenda escolar, com foco no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e da Mineração, com foco no senador e ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB).

A primeira pretende investigar denúncias de superfaturamento e pagamento de propina em contratos de merenda escolar em São Paulo, que envolvem secretários do governo tucano e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Fernando Capez (PSDB).

Já a outra CPI pretende se debruçar sobre apuração do Ministério Público de Minas Gerais que investiga como a mineradora Samarco conseguiu autorização do governo estadual para a construção da barragem de Fundão, que rompeu em novembro do ano passado.

Em reunião com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para a condução de Afonso Florence (BA) à liderança do partido na Câmara, deputados receberam uma cartilha intitulada "Em defesa do PT, da verdade e da democracia", editada em português, inglês e espanhol. O material foi publicado no fim do ano passado.

O presidente do partido pediu que os deputados petistas saíssem em defesa de Lula em discursos e na internet.

A ordem foi obedecida de imediato e gerou mais discussão que as avaliações a respeito da visita da presidente Dilma Rousseff ao Congresso, no dia anterior, na tentativa de estabelecer diálogo para levar adiante propostas polêmicas como a reforma da Previdência e a recriação da CPMF.

"Respeitem a história do presidente Luiz Inácio Lula da Silva", bradou o ex-líder da bancada Sibá Machado (AC).

Oposição critica

A oposição criticou nesta quarta-feira, 3, a estratégia do PT de defender o ex-presidente Lula no Congresso. O presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), disse que essa não deve ser a pauta do Legislativo.

"No que depender de mim, não vou trazer esse caso para o embate político. Lula é investigado pela área competente e ele vai poder se defender das acusações", afirmou. Segundo o senador, neste momento o Congresso deve ser um espaço de debate de propostas para sair da crise.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que "assuntos de polícia devem ficar com a polícia". Ele criticou o fato de senadores petistas terem anteontem feito a defesa de Lula logo após a presidente Dilma Rousseff ter discursado na Câmara.

"No outro plenário, a presidente veio com tom de apoio e conciliação. Minutos depois, no Senado, não fizeram uma referência à vinda da presidente ao Congresso e partiram para a agressão a senadores do PSDB e ao ex-presidente Fernando Henrique."

O Ministério Público paulista intimou Lula e sua mulher, Marisa Letícia, a depor, como investigados, sobre um tríplex no Guarujá (SP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves afirmou, nesta quarta-feira (2), que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi coerente em acatar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Sob a ótica do tucano, a medida “não é golpe” e está prevista na Constituição Federal.

“Nós apoiamos a proposta do impeachment, que ela tramite adequadamente aqui no Congresso Nacional. Isso não é golpe”, cravou em entrevista a imprensa. “A peça produzida pelos juristas Miguel Reale e Hélio Bicudo é extremamente consistente. O que existe neste momento é um sentimento de todos nós da prudência para que este processo possa ter o seu trâmite adequado e que a própria presidente da República possa ter a oportunidade de apresentar as suas justificativas”, acrescentou.

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Para Aécio, o impeachment “será debatido no Congresso Nacional com os olhos na sociedade” e “caberá aos parlamentares colherem este sentimento”.  “Para nós, da oposição, qualquer saída para este impasse em que a irresponsabilidade do governo do PT mergulhou o país, se dará dentro daquilo que a Constituição determina. (...) Os prazos regimentais deverão ser observados. O amplo direito de defesa também preservado, mas o que eu posso dizer que há um sentimento na sociedade brasileira para iniciarmos um novo momento no Brasil de retomada da confiança, de retomada dos investimentos, do crescimento e do emprego, isso terá de ser feito sem o atual governo”, observou.

Questionado se após a aprovação do início do processo de impeachment, o PSDB mudará o posicionamento no Conselho de Ética da Câmara – onde tramita o pedido de cassação do mandato de Cunha – Aécio negou. “Isso sequer foi cogitado. O PSDB tem uma posição já externada em relação à continuidade das investigações em relação ao presidente da Câmara. Ele também deverá ter lá o seu direito de defesa. Não houve da nossa parte qualquer entendimento que vinculasse uma coisa à outra”, esclareceu.

A decisão de Cunha aconteceu horas depois do Conselho de Ética adiar para a próxima semana a análise do processo contra ele. O colegiado vai decidir se dá prosseguimento ou não ao pedido de cassação do peemedebista. No Congresso Nacional, os parlamentares aliados a Dilma encararam o início do procedimento para a abertura do impeachment como uma retaliação de Eduardo Cunha. 

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