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A deputada federal Tabata Amaral (PSB) se encontrou com Luiza Erundina (PSOL), deputada federal e ex-prefeita de São Paulo, nesta quinta-feira, 18. Tabata é pré-candidata a prefeita pelo PSB e deve enfrentar nas urnas o pré-candidato do PSOL, deputado Guilherme Boulos. Luiza Erundina foi vice na chapa de Boulos em 2020 e tem criticado a aproximação dele com a ex-prefeita Marta Suplicy.

O encontro entre Erundina e Tabata ocorre dias após uma reunião entre Boulos e Marta que selou a aliança entre os dois. O acordo, mediado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já vinha sendo dado como certo nos bastidores, sobretudo após a saída de Marta da Secretaria de Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB).

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As fotos da reunião foram divulgadas nas redes sociais de Tabata. Na publicação, a pré-candidata à Prefeitura pelo PSB afirma ter tido "uma conversa muito inspiradora" com Erundina, a quem atribui "uma trajetória muito bonita na vida pública". Numa das fotos, Tabata aparece ao lado de Erundina com um livro do economista e escritor Paul Singer, que foi o secretário de Planejamento durante a gestão de Luiza Erundina em São Paulo.

Ao Estadão, Tabata Amaral afirma ter recebido Luiza Erundina com "felicidade". A conversa, segundo a deputada, faz parte de uma série de reuniões que vem organizando com os ex-prefeitos paulistanos. "Ela foi a primeira mulher a ser prefeita da cidade. Então, essa foi uma pauta muito forte do encontro, o que significa ser mulher na política. Até disse a ela: 'Olha, tenho muita sorte em ser pré-candidata numa cidade que já teve prefeitas e que, nessas duas ocasiões, deu certo'", diz Tabata, se referindo também à gestão de Marta Suplicy, a quem também já elogiou nas redes sociais.

Sobre desavenças entre Marta e Erundina, Tabata afirma "não ter nada a comentar". "Esse é um assunto entre as duas. O que sei é que tenho muita admiração pelas duas ex-prefeitas que a nossa cidade já teve", disse a deputada federal.

Para o acordo selado entre Marta, Lula e Boulos, a ex-prefeita retornará ao PT para compor a chapa. O PT paulistano definiu que a filiação será no próximo dia 2. Ela se desfiliou do PT em 2015, após 33 anos na legenda, e a postura que adotou desde então não agrada a Luiza Erundina.

Relembre as desavenças entre Marta e Erundina

Em 2020, durante a campanha eleitoral em que foi vice de Guilherme Boulos, Erundina queixou-se do apoio de Marta ao prefeito Bruno Covas (PSDB), então candidato à reeleição e principal adversário da chapa à esquerda. "Marta está apoiando Covas. Ela traiu o PT, traiu a esquerda e traiu o povo", disse Erundina. Ela não se referia apenas àquela eleição, mas a tudo que Marta havia dito sobre sua ex-sigla desde a desfiliação.

"O Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou", disse Marta Suplicy, em carta dirigida aos diretórios petistas em 2015 quando saiu da sigla. Além disso, ela votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de quem havia sido ministra entre 2012 e 2014.

A adesão de Marta ao governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) já havia sido alvo de críticas. Na campanha à Prefeitura de São Paulo em 2016, Luiza Erundina era candidata pelo PSOL e Marta, pelo MDB. "Você apoia o governo Temer, um governo ilegítimo e machista", disse Erundina à então emedebista durante um debate televisivo promovido pela RedeTV!. "Você não passou no teste como feminista", alfinetou a candidata pelo PSOL.

A candidata do Psol à Presidência da Câmara, deputada Luiza Erundina (Psol-SP), lamentou que mesmo os parlamentares do grupo de risco da Covid-19 devam comparecer à Casa para votar. “Isso demonstra que o caráter genocida de Bolsonaro também está presente na Câmara dos Deputados. Fora Bolsonaro e todos os seus asseclas de plantão”, disse.

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A deputada lembrou que gostaria de ser candidata de todos os partidos de esquerda, com um programa unificado para o povo brasileiro, cuja presença disse sentir falta no processo. “As portas da Casa continuam fechadas, como um simbolismo de que o povo não pode entrar aqui. Se as pessoas pudessem ver as negociações em torno das candidaturas, ficariam decepcionados com aqueles que elegeram”, afirmou.

Erundina criticou o que chamou de “chuva de recursos” para obter apoio de deputados para as candidaturas, referindo-se à liberação de emendas parlamentares. “Enquanto isso, a população brasileira sofre com a falta de oxigênio na luta contra a pandemia”, declarou.

A candidata lamentou que o presidente Rodrigo Maia não tenha acatado nenhum dos vários pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, ressaltando o caráter diferenciado da candidatura de seu partido. “O Psol é o único que destoa das principais candidaturas, cujos blocos são compostos majoritariamente por partidos de direita”, afirmou.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2021-2022 será escolhido nesta segunda-feira (1º) entre nove candidatos: Arthur Lira (PP-AL), lançado por bloco de 11 partidos com 236 deputados ao todo; Baleia Rossi (MDB-SP), lançado por bloco de dez partidos com 210 deputados; e os seguintes candidatos:  André Janones (Avante-MG); Alexandre Frota (PSDB-SP); Fábio Ramalho (MDB-MG); General Peternelli (PSL-SP); Kim Kataguiri (DEM-SP); Luiza Erundina (Psol-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS). O prazo para o registro de candidaturas se esgotou às 17 horas.

Integram o bloco de Lira, que é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, os seguintes partidos: PSL, PP, PSD, PL, Republicanos, Podemos, PTB, Patriota, PSC, Pros e Avante.

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Já o bloco de Rossi é formado pelos seguintes partidos: PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede.

A eleição do presidente da Câmara e dos demais integrantes da nova Mesa Diretora – dois vice-presidentes, quatro secretários e seus suplentes – será realizada em sessão marcada para as 19h.

Para os demais cargos, registraram candidatura os seguintes parlamentares:
- 1ª vice-presidência: Marcelo Ramos (PL-AM);
- 2ª vice-presidência: André de Paula (PSD-PE);
- 1ª secretaria: Marilia Arraes (PT-PE) e Léo Motta (PSL-MG), como avulso;
- 2ª secretaria: Rose Modesto (PSDB-MS);
- 3ª secretaria: Luciano Bivar (PSL-PE) e Vitor Hugo (PSL-GO);
- 4ª secretaria: Joenia Wapichana (Rede-RR), Rafael Motta (PSB-RN) e Júlio Delgado (PSB-MG). A primeira é candidata do bloco, e os dois últimos são avulsos.

Os candidatos à suplência são: Eduardo Bismarck (PDT-CE), Rosângela Gomes (Republicanos-RJ), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Flavio Nogueira (PDT-PI) Efraim Filho (DEM-PB), Alexandre Leite (DEM-SP) e Luís Miranda (DEM-DF).

A sessão ocorrerá no Plenário Ulysses Guimarães e será conduzida pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cada candidato terá dez minutos para defender suas propostas.

O processo de votação será presencial e secreto, com 21 urnas eletrônicas distribuídas pelo Plenário e pelos salões Verde e Nobre, espaços que ficarão restritos aos parlamentares.

Iniciado o processo de votação, cada urna receberá até cinco deputados por vez, de forma a evitar aglomerações e manter o distanciamento. Cada parlamentar registrará os 11 votos de uma só vez na urna eletrônica.

A apuração é realizada por cargo, iniciando-se pelo presidente da Câmara. Para ser eleito, o candidato precisa da maioria absoluta dos votantes em primeira votação ou ser o mais votado no segundo turno. Depois de eleito o novo presidente, são apurados os votos dos demais integrantes da Mesa.

*Da Agência Câmara de Notícias

A deputada federal e ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), de 85 anos, é presença constante nos programas de TV e na campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL). Em entrevista ao Estadão, ela defendeu que o vice "precisa estar em perfeita sintonia com o programa", mas cobrou uma posição "absolutamente clara" de seu colega de partido sobre o aumento do IPTU.

Erundina diz que o aumento de imposto para "mansões", como proposto no plano de governo, deve ser exposto da forma mais clara possível. Boulos tem evitado falar de aumento de taxas municipais em agendas públicas. "É questão de compreensão da justiça social e para ter justiça social tem que ter justiça fiscal e isso significa cobrar mais de quem ganha mais e menos de quem ganha menos", diz.

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O plano de governo do PSOL fala em "elevação da alíquota de ISS para instituições financeiras e aumento do valor da tarifa do IPTU para mansões". Durante sabatina do jornal Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira, 26, Boulos disse que não haverá aumento de tarifas a não ser nesses casos que, segundo ele, servirão para "corrigir distorções".

Questionada sobre a taxa de aprovação de 29%, segundo o Datafolha, de quando deixou a Prefeitura, em 1992, Erundina diz que não é esse o sentimento que encontra quando visita a periferia. Mas, em retrospectiva, diz que tentaria ter uma relação melhor com a mídia.

Uma das críticas que se faz à senhora é ter deixado a Prefeitura com baixa aprovação (29% de avaliação positiva em 1992, ao fim do mandato, segundo o Datafolha). Como a senhora responde a isso?

Se a gente avalia que, depois de 32 anos, aquela experiência ainda é uma referência, muitos programas daquela época são preservados porque a população incorporou, é o contrário disso. E a mídia não era a favor do nosso governo, muito ao contrário. Acho também que a gente não teve uma relação adequada com a mídia. Trinta anos atrás, a gente avaliava que investir adequadamente na comunicação seria retirar dinheiro de políticas mais importantes para a população. Mas isso tirava a oportunidade de a gente prestar contas, mostrar o que estava sendo feito.

Boulos deve fazer este investimento em comunicação que a senhora não fez ou as redes sociais permitem uma relação diferente com a sociedade?

Com certeza. Inclusive as redes sociais vão contribuir para uma participação mais ampla da sociedade na definição das prioridades. Nas discussões sobre orçamento a gente fazia dezenas de plenárias na periferia, presencialmente, mas numa escala impossível de fazer para que a participação fosse realmente ampla. Hoje, não. Seja no sentido de envolver a participação popular, ou de prestar contas do governo ou de instrumentalizar a sociedade para fiscalizar e controlar as ações de governo estes meios virtuais são os melhores. As dificuldades que a gente teve naquela época não teríamos hoje.

A campanha do PSOL fala muito em inverter prioridades. O candidato e o programa de governo falam bastante sobre o que deve ser feito nos bairros mais pobres mas não dizem o que deixará de ser prioridade para que haja essa inversão. O que vai deixar de ser priorizado?

Nos governos tradicionais de São Paulo a prioridade eram obras de infraestrutura urbana, grandes viadutos, túneis, avenidas. Se investia mais no transporte individual do que no coletivo. No nosso governo não investimos em obras deste porte, muito custosas, mas que tomavam recursos por exemplo para moradia popular. Construímos mais de 40 mil casas, sete hospitais que agora estão sob risco de privatização.

A senhora é contra parcerias em serviços públicos?

Não estou dizendo que não se façam parcerias, convênios. Devem ser feitos, mas compatibilizados com serviços diretos do poder público até para que tenha uma referência, padrões a partir dos quais se possa garantir que os serviços tenham o mesmo grau de qualidade.

Boulos fala que não vai aumentar o IPTU, mas a senhora, em entrevista ao Estadão, defendeu que bairros mais ricos paguem mais. A senhora defende que haja aumento nos bairros mais ricos?

É. Isso numa relação de diálogo, de participação, discutindo e dando sentido social e esta medida. Não é para punir. Ser rico não é um defeito ou um pecado. Porém o princípio da solidariedade, na minha opinião, é bom para toda a coletividade. A nossa proposta não é de aumentar indiscriminadamente o IPTU. É dar ao IPTU uma forma mais justa.

No seu governo a senhora tentou aplicar este princípio da solidariedade com a experiência da tarifa zero no transporte em Cidade Tiradentes. Isso terminou com o Ministério Público abrindo uma investigação por improbidade. Hoje este princípio está mais enraizado na sociedade?

Não. Não está. De jeito nenhum. Mas agora tem o fator que é a progressividade do imposto estar prevista na Constituição. Quem tem mais deve pagar mais e quem tem menos deve pagar menos. Eu governei no início da implantação da Constituição de 1988 e faltava ainda a regulamentação. Este óbice do Ministério Público inviabilizou uma experiência que estava sendo gestada. Evidente que este princípio da solidariedade não é fácil de você implementar e fazer todo mundo concordar com isso. Qualquer medida autoritária vinda de cima para baixo, por mais justa que ela seja, cria uma resistência de tal ordem que termina não se viabilizando. Essa é a dimensão pedagógica da política, até ética, eu diria. Nossa vida é tão limitada e curta. A gente precisa de tão pouco. Ninguém precisa de duas camas. Todo mundo come o limite de uma pessoa. É um processo lento, civilizatório, de construção de uma democracia para a gente viver um pouco mais com paz, sem intolerância, sem tragédias. Não é uma questão de esquerda e direita, não. Porque isso não resolve tudo. É questão de compreensão da justiça social e para ter justiça social tem que ter justiça fiscal e isso significa cobrar mais de quem ganha mais e menos de quem ganha menos.

Isso não devia ficar mais claro? Nesta quinta-feira, 26, o Boulos foi novamente perguntado sobre isso e repetiu que não vai aumentar imposto. O pragmatismo eleitoral impede que isso seja colocado por ele de uma forma tão clara quanto a senhora está colocando agora?

Tem que ser colocado de forma absolutamente clara. Não se pode antes de você se submeter a uma votação não se preocupar se as pessoas têm exatamente a noção de quem estão elegendo. Por isso fizeram muita falta os debates que tem sido em parte supridos pelas entrevistas e sabatinas que vocês têm feito. Aquele programa (de governo) foi feito a muitas mãos em plenárias de escuta. E o programa não está fechado, não é uma peça hermética. Vai estar aberta para o teste com a realidade. Alguma coisa pode ser corrigida. Sobretudo porque pretendemos governar de forma descentralizada de verdade. O que diferencia nossos governos pretensamente democráticos e populares é o método de gestão. Nós não somos donos do poder. Na verdadeira democracia o soberano é o povo, não é quem detém o poder político delegado pelo povo.

Boulos deve negociar com outros partidos fora do seu arco de alianças?

Claro. Diálogo permanente, relação de respeito mútuo. O outro também é poder. A população, também. Primeiro, tem de ter uma relação horizontal com o Legislativo, diálogo. Não pode o prefeito designar um secretário para fazer uma relação com o Legislativo. Tem de ser o próprio prefeito. É uma construção permanente de diálogo, transparência e humildade. A transparência, inclusive, vai trazer a visão do cidadão comum, e a posição do cidadão ajudará os vereadores a votar matérias, como o orçamento da cidade.

Se vocês ganharem, irão administrar a cidade tendo Jair Bolsonaro na Presidência e João Doria no Estado. Como a sra. acha que Boulos deve se relacionar com eles?

Cada uma das esferas de poder tem um nível de autonomia, de poder real. O município deve ter soberania e São Paulo não é qualquer cidade. Uma dívida social absurda, mas um poder enorme. Não temos ilusões de que vai ser tranquila essa relação, mas a cidade é poderosa e o gestor de uma cidade como essa é também uma liderança política que tem de ser ouvido. Criamos a Frente Nacional de Prefeitos que até hoje está ativa como espaço de discussão das questões municipais e construção de consensos. As outras esferas de poder têm de respeitar São Paulo e o gestor da cidade de São Paulo tem de ter autonomia.

Seu governo investiu em construções de moradia nas periferias e, hoje, há quem critique a forma como isso foi feito entre urbanistas. Houve adensamento de regiões distantes dos locais de trabalho. Como a sra. vê esse ponto?

A proposta do Boulos aborda isso. Tem 400 mil imóveis desocupados no centro expandido, alguns que sequer pagam IPTU. A Prefeitura pode adquirir esses imóveis e construir moradia popular. Fizemos isso no Brás. A Prefeitura comprou quatro casarões que eram cortiços e construiu em mutirão conjuntos habitacionais. Foi uma experiência exitosa. Aproveitar esses espaços e socializar esses espaços, porque o centro já dispõe da estrutura montada. Mas a periferia também tem vida. O cidadão quer sua moradia onde ele vive.

Vocês conseguiram uma aliança no segundo turno com sete partidos. Os programas do fim de semana tiveram Lula, Ciro Gomes, Marina Silva, Flavio Dino, algo que parecia muito pouco provável. Nesse sentido, qual o impacto da candidatura de vocês pode ter na unidade das forças de oposição ao governo Bolsonaro em 2022?

É antes de 2022. Os problemas estão colocados aí. Pandemia, desemprego em massa, o problema da deseconomia, a queda brutal do PIB. O País não cresce mais, a inflação está voltando. Os problemas estão para ser enfrentados já. Há uma crise de desesperança. As pequenas e médias empresas estão falindo. A sociedade, a juventude, está se organizando, voltando a acreditar. Quase 70% dos que declaram voto, estão fazendo campanha para o Boulos, são jovens. Eu estou muito gratificada, independente do resultado final desse processo. Não dá para ficar assistindo as bobagens que o presidente fala, a falta total de projeto para o País. As forças políticas com algum nível de identidade têm de estar juntas.

O presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, gravou um vídeo em que diz que a campanha de vocês foca na figura do vice para, subliminarmente, trazer para a eleição o fato de que Covas tem um câncer. Isso é verdade?

Absolutamente! O que a gente acha é que o vice é um cargo importante. Tem de ser alguém com identidade e proposta. A substituição do titular não se dará apenas com uma ausência definitiva do titular. Um prefeito de São Paulo precisa viajar para o exterior, fazer política internacional. Aqui é a cidade dos mil povos. As embaixadas do mundo inteiro estão aqui, o capital internacional, os maiores bancos. Não viajar porque quer ser presidente da República, mas para viajar como prefeito, fazer acordos. Consequentemente, o vice precisa estar em perfeita sintonia com o programa, com as responsabilidades, os compromissos, e preparado. Esse candidato a vice-prefeito não aparece, não se mostra. Se ele não tem nada a ser acusado, que venha, para que o cidadão o conheça, saiba quem é. Eu, como vice, não vou ser uma figura decorativa e o Boulos sabe disso. Portanto, Deus queria que esse jovem, Bruno Covas, que tem se mostrado de uma garra, de vontade, lutando pela vida, vá até o fim se ele eventualmente chegar lá. Afirmo a vocês com a mais absoluta honestidade: as críticas que estão sendo feitas ao vice, pelo comportamento dele, pela ausência dele, não têm esse sentimento tão perverso.

Qual é sua opinião a respeito de Bruno Covas?

Como pessoa, não tenho nenhuma restrição a ele. Ele era o neto mais querido de Mário Covas. Eu era muito amiga do Mário Covas. Nenhum óbice à pessoa dele. Ele não é uma liderança carismática, mas ninguém é obrigado a ser uma liderança carismática. É um homem sério e honesto. Mas é uma pessoa dependente do Doria. E o Doria não é peça que se junte. Inclusive, há indícios de que essa indicação do Nunes foi do Doria, que quer apoio do MDB em 2022. Porque a lógica atual presente em São Paulo é 2022. O PSDB não é mais o partido de sua origem, social-democrata, de Mário Covas, Franco Montoro. Era uma novidade que destoava das forças paulistas. Hoje, não é assim. Bruno Covas, jovem liderança, está submetido a essa lógica do partido de hoje.

Por que a senhora saiu candidata?

Não queria mais ser candidata, mas se impôs a mim a condição para termos Boulos candidato. Conheço o Boulos, sei de sua história de vida. Logo que ele terminou a candidatura presidencial, o procurei. Não era íntima, era companheira de partido. ‘Olha, se eu fosse você, colocaria seu nome ao partido para ser candidato em São Paulo. Você tem uma trajetória política à frente’. Ele disse que não, que ia viajar pelo País, fazer palestras em universidades. E foi o que fez. Mas aí ele impôs: ‘Só saio candidato se você for a vice.’ Pensei que o preço era alto demais, mas para ser coerente, se de fato eu queria que ele fosse candidato, cedi: 'Vamos lá.' E está dando certo, desculpe a falsa modéstia.

O prefeito e candidato a reeleição, Bruno Covas (PSDB), elogiou nesta sexta-feira (20), a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), candidata a vice na chapa do seu adversário Guilherme Boulos (PSOL). Após sair de um evento com sindicalistas no Sindicato das Empresas de Prestação de Serviço (Siemaco), o tucano foi questionado sobre um jantar de arrecadação promovido por ele em 2009 para ajudar Erundina a pagar uma multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na ocasião, a deputada, então no PSB, foi condenada a devolver aos cofres municipais cerca de R$ 350 mil por ter impresso, quando era prefeita da capital, cartazes explicando à população que os ônibus municipais de São Paulo não circulariam nos dias 14 e 15 de março de 1989 em apoio a uma greve geral convocada pela Central Única dos Trabalhadores e Central Geral dos Trabalhadores.

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A decisão do STF desencadeou uma mobilização de lideranças de vários partido para ajudar a deputada. "Respeito muito a história da Luiza Erundina. Quando ela foi condenada a devolver recursos para o poder público, ajudei a coordenar um jantar de arrecadação para ajudá-la a pagar essa multa. Sigo a orientação do Judiciário, mas sei que a Luiza Erundina é uma pessoa honesta. Nesse caso ela não se beneficiou", disse Covas.

Em seguida, o prefeito afirmou que é preciso deixar às vezes divergências partidárias de lado para "somar forças para pessoas de bem na cidade e São Paulo". A declaração foi feita no momento que a campanha de Covas dá protagonismo a outra ex-prefeita petista, Marta Suplicy, que foi lembrada no horário eleitoral do tucano e vai comandar uma carreata ao lado dele neste sanado (21) em bairros da Zona Sul.

O candidato do PSDB também comentou a adesão do PSL e da deputada Joice Hasselmann, que disputou a Prefeitura no primeiro turno pela sigla, à sua candidatura. Covas disse que se compromete a incorporar alguns pontos do programa de governo dela, sendo o principal a criação de uma "Lava Jato" municipal" para checar as contas da administração municipal.

"Ela insiste muito em um ponto e estamos vendo de que forma fazer isso, que é uma 'Lava Jato' municipal. Estamos vendo de que forma podemos montar uma estrutura para que ela possa coordenar, que não faria parte da estrutura da Prefeitura, mas com gente de fora, para ajudar a dar uma olhada em todos os contratos da prefeitura", disse o prefeito.

Durante o ato político no sindicato, Covas enfrentou uma saia justa enquanto ouvia o discurso do presidente central sindical UGT, Ricardo Pattah (PSD). "O PSDB acabou com a nossa estrutura sindical, mas o Covas transcende isso porque sempre recebeu o trabalhador", disse.

Quem pensou que a deputada federal Luiza Erundina poderia pensar em deixar a política na eleição de 2018 se enganou. Aos 83 anos, a paraibana deixou claro nesta semana que sua luta “em defesa da população mais pobre” vai continuar. “Sou pré-candidata a deputada federal”, avisou Erundina nessa segunda-feira (4). A deputada foi uma das fundadoras do PT em 1980 e, em 1988, foi a primeira mulher a assumir a prefeitura de São Paulo na mais expressiva vitória da sigla até então. 

“Em atenção aos pedidos dos movimentos sociais que me apoiam e acompanham os meus mandatos sou pré-candidata a deputada federal para continuar o trabalho em defesa da população mais pobre e excluída da sociedade”, explicou a ex-ministra da Secretaria de Administração Federal do então presidente Itamar Franco. 

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A parlamentar deixou o PSB e ingressou no PSOL, legenda pela qual vai tentar garantir sua cadeira na Câmara. Ela falou que o Partido Socialismo e Liberdade é a principal sigla de oposição ao governo Temer. “Que, em menos de dois anos, destruiu quase todas as conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras, colocou o país em uma situação de descalabro e insegurança no presente e sem perspectiva para o futuro, a menos que elejamos alguém para presidente da República realmente comprometido com os interesses do nosso povo”. 

Luiza Erundina também contou que se inspirou na história da vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro. “Reitero meu compromisso com a defesa dos direitos das mulheres, crianças e adolescentes, das negras e dos jovens negros, da comunidade LGBT, enfim dos direitos sociais e humanos dos segmentos mais excluídos da sociedade. São essas as ideias que me motivam a ser pré-candidata à reeleição de deputada federal”. 

A deputada ainda expôs que o PSOL está debatendo “uma alternativa de programa para o Brasil” que possa enfrentar os desafios atuais. 

A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) afirmou que a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia pode estimular a união das esquerdas. "Estou percebendo que gente do passado pode se juntar de novo para pensar em um projeto de conquistas e direitos para o País", disse a jornalistas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde o corpo de Marisa é velado.

Para Erundina, a ex-primeira-dama foi uma "companheira e teve uma relação igualitária com (o ex-presidente) Lula".

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Mais cedo, a ex-presidente Dilma Rousseff passou rapidamente pelo velório. Ela deu um abraço em Lula e foi embora logo na sequência, sem falar com a imprensa.

Surpreendidas com o desfecho em primeiro turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, as coordenações financeiras dos principais candidatos buscam agora alternativas para quitar os débitos de campanha e evitar calote aos fornecedores. Colaboradores já batem às portas de comitês para cobrar por serviços realizados. PSDB e PT foram os partidos que terminaram a corrida eleitoral com as maiores dívidas.

O desafio é grande para os candidatos derrotados, que tendem a encontrar mais dificuldade agora para receber doações. Coordenador financeiro da campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) disse que pretende lançar uma plataforma colaborativa e promover jantares para pagar os mais de R$ 6 milhões de dívidas restantes após a derrota no primeiro turno.

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Teixeira, que também é um dos vice-presidentes nacionais do PT, admitiu que vai precisar de ajuda do Diretório Nacional do partido para completar o valor. "A diferença vamos pedir para o PT Nacional", disse ele.

O Diretório Municipal não tem autonomia estatutária para destinar verbas do Fundo Partidário para o pagamento de dívidas de campanha, e o Diretório Estadual, com dívidas, não tem condições financeiras para ajudar. Fontes do Diretório Nacional disseram que a ajuda a candidatos, até mesmo a Haddad, ainda não é certa e vai depender de avaliações internas.

Terceiro colocado na disputa, Celso Russomanno (PRB) afirmou à Justiça Eleitoral ter quitado todas as pendências. O total de despesas contratadas é de R$ 3,6 milhões e o mesmo valor é registrado como contas pagas. Desde o início da semana, no entanto, colaboradores da campanha se reúnem no comitê do deputado federal, na Avenida Indianópolis, zona sul, preocupados com a possibilidade de não receber pelo trabalho.

O pagamento pelos serviços deveria ter sido feito na sexta-feira passada, mas o dinheiro não entrou. Na quarta-feira (5) eram cerca de 30 colaboradores no escritório de Russomanno.

O coordenador financeiro da campanha, o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB-SP), disse que os repasses já foram feitos regularmente à cooperativa responsável pela contratação de pessoal. "A cooperativa, quando foi pagar na sexta-feira, perdeu o horário porque era muita gente. Mas o dinheiro está entrando e o último pagamento é amanhã (esta quinta-feira, 6)", disse.

Luiza Erundina (PSOL) não deixou dívidas, disse o candidato a vice na chapa, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP). "Usamos um pouco do Fundo Partidário e recebemos algumas doações individuais. Foi o suficiente", afirmou.

Coordenador financeiro da campanha de Marta Suplicy (PMDB), José Roberto Pimentel disse que vai avaliar as contas nesta semana. "Por enquanto, não tenho informação."

Até mesmo o prefeito eleito João Doria (PSDB), o mais rico dentre os candidatos, acumula saldo negativo - aliás, o maior. Ao todo, ele contratou R$ 13,9 milhões em serviços e pagou apenas R$ 4,5 milhões, de acordo com dados fornecidos pela campanha à Justiça Eleitoral. Foram R$ 9,4 milhões em serviços contratados ainda não pagos. O valor devido é maior do que toda a arrecadação do candidato tucano: R$ 7,59 milhões.

Jantar

A campanha de Doria chegou a articular a realização de um jantar de arrecadação, mas desistiu para evitar constrangimentos. "A norma autoriza (a realização de jantar) mesmo após o encerramento da campanha, mas entendemos que não seria ético promover um evento com o prefeito eleito", disse o advogado da campanha, Anderson Pomini.

No caso de não conseguir doadores para quitar a saldo, o prefeito eleito já afirmou que vai pagar o débito do próprio bolso. Com patrimônio de R$ 178 milhões, ele já foi o maior doador individual de sua própria campanha, com um aporte de R$ 2,9 milhões.

O promotor eleitoral José Carlos Bonilha, da 1.ª Zona Eleitoral, afirmou que as doações após a eleição não são mais de campanha e, por isso, podem ser feitas aos partidos sem seguir os limites de valores que lhe são impostos durante o período pré-eleitoral.

"Se aparecer um benemérito que queira quitar a dívida e honrar os compromissos, ele pode", disse o promotor. "O que precisa é ficar atento aos atos que se seguem a isso (doação). Se o sujeito é sócio de empresa que amanhã ou depois vai contratar com o poder público com dispensa de licitação, por exemplo", afirmou Bonilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A proximidade com o dia da eleição e a situação de empate técnico entre os três líderes nas pesquisas de intenção de voto na disputa pela Prefeitura de São Paulo serviram de ingredientes para uma intensa troca de ataques entre os candidatos no debate promovido na noite de domingo (25) pela Record. Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB) foram os principais alvos dos ataques dos adversários no encontro.

Acusações de má-fé, ignorância, além de insinuações sobre corrupção fizeram parte do enredo do programa. Até mesmo o candidato do PRB, Celso Russomanno, que em debates anteriores adotou uma estratégia de não entrar em confronto com os rivais, partiu para o ataque contra Marta.

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"Enquanto eu estava nos aeroportos defendendo o direito dos consumidores, você estava em Paris dizendo para a população 'relaxar e gozar'", afirmou o candidato ao rebater uma acusação da peemedebista de que deixou de pagar funcionários de um bar em Brasília em que era sócio. O candidato negou e ameaçou entrar com um processo na Justiça contra Marta.

O enfrentamento ocorre após Russomanno cair quatro pontos na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (22), e perder a liderança isolada na corrida eleitoral.

Marta também foi alvo de Fernando Haddad (PT), que disputa com a senadora o voto na periferia da cidade, tradicional reduto petista. As críticas foram em relação à gestão de Marta na Prefeitura, da qual Haddad fez parte. Quando teve chance, Marta acusou o adversário de má-fé e citou promessa de campanha não cumprida pelo petista de construir 20 unidades do Centro Educacional Unificado (CEUs), bandeira da gestão da ex-petista.

Haddad também questionou Marta sobre sua mudança de posicionamento em relação ao programa de inspeção veicular na capital, insinuando que a proposta de restabelecer a empresa que geria o serviço, a Controlar, interessava ao hoje ministro Gilberto Kassab. "A inspeção será gratuita, opcional, faz quem quer e depois desconta no IPTU", respondeu a peemedebista.

Pressão

Com 2% na última pesquisa, Major Olímpio (SD) insinuou pressão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) contra sua candidatura. Alckmin é o principal patrocinador da candidatura de João Doria (PSDB).

Ao questionar o tucano sobre ação do Ministério Público Eleitoral, que apura possível troca de cargos no governo por apoio à coligação do tucano, o candidato do Solidariedade disse "não ter preço". "Meu partido foi pressionado. Eu tenho um recado para você e para o governador Geraldo Alckmin. Eu não tenho preço", disse Olímpio.

"Nós temos muitos partidos no governo. O PRB tem secretaria, o Solidariedade tem secretaria, partidos que têm candidatos. Isso é desculpa esfarrapada. Ele está tentando provocar, mas eu não sou candidato", respondeu Alckmin da plateia, de onde acompanhava o debate.

Doria ainda foi alvo de Luiza Erundina (PSOL), que acusou o tucano de agir por interesse de empresas ao propor a privatização de bens públicos. "É incrível que você afirme que é um gestor e não é político. Isso é ignorância", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Logo após o encerramento do debate promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, TV Gazeta e Twitter, a candidata à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL), criticou seus oponentes pela falta de apresentação de propostas e de um plano de gestão para a cidade. "Foi um debate pobre, com propostas pontuais e desarticuladas entre elas", disse a candidata em entrevista.

Sua avaliação contrapõe-se às percepções de João Doria (PSDB) e Major Olimpio (Solidariedade). O candidato tucano ressaltou justamente a oportunidade de apresentar propostas e voltou a dizer que não é político e sim gestor. Ele atacou a atual administração petista e afirmou que vai "colocar a cidade em outro patamar de gestão". "Venho com padrão de eficiência do Poupatempo", acrescentou.

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Já Major Olimpio, depois de afirmar que considerou o debate "produtivo", aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, pedir votos diretamente ao eleitorado. "Me apoie nessa jornada pois São Paulo se tornou um caso de polícia", disse.

Disputando a prefeitura pelo PRB e líder nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, o candidato Celso Russomanno evitou fazer comentários. Limitou-se a repetir que fará uma gestão voltada à melhoria dos serviços públicos e disse que quem avalia os debates é o eleitor.

A candidata do PMDB, Marta Suplicy, não dispensou a oportunidade para continuar atacando o candidato João Doria, com quem disputa passo a passo o segundo lugar nas preferências eleitorais, até o momento. "Me chamou a atenção o fato do Doria não ter respondido à pergunta sobre educação inclusiva. Me chamou a atenção ele não saber o que isso significa. E, se sabe, não respondeu", afirmou.

Por sua vez, o candidato à reeleição, Fernando Haddad, que durante o debate foi constantemente associado por seus oponentes a Lula e aos casos de corrupção do PT, tentou explorar o que considerou uma incoerência de seus oponentes - que, segundo ele, defendem uma coisa no palanque e fazem outra no Congresso. Segundo Haddad, as propostas de melhorias em questões sociais, além de educação e saúde, são incompatíveis com a aprovação das medidas econômicas propostas pelo governo federal.

"Deixei um recado firme mostrando que quem está prometendo melhorias aqui e lutando contra o trabalhador em Brasília não vai conseguir entregar o que promete", disse. Haddad afirmou ainda que está denunciando os partidos que estão sustentando o governo e em Brasília brigam contra os direitos do cidadão. "Temos que falar a verdade para as pessoas, que estão confusas com a crise", afirmou.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) afirmou que cogita não participar do debate da próxima segunda-feira, 22, promovido pela Rede Bandeirantes. O motivo seria o impedimento da participação da candidata do PSOL, Luiza Erundina.

Em visita ao centro comercial da comunidade de Higienópolis, na região central de São Paulo, Russomanno disse que "não estão querendo tirá-la do debate, mas da disputa". "Ela (Erundina) está bem nas pesquisas, não é justo". O candidato cogita ficar do lado de fora da emissora ao lado de Erundina enquanto o debate estiver acontecendo.

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Erundina não participará do debate porque o PSOL não tem uma bancada com o tamanho mínimo exigido pela lei. A candidata entrou na Justiça contra a definição, mas seu pedido foi negado.

Durante o evento de campanha, Russomanno também falou sobre seus planos na área da saúde. Ele disse que, se eleito, pretende equiparar o salário do médico que trabalha em UBS com os da iniciativa privada. "Vamos pagar o valor de mercado. O dinheiro virá da economia que iremos fazer apostando em gestão. Com menos gastos em emergência e UTI, podemos pagar melhor os médicos.

A ex-prefeita de São Paulo e candidata à Prefeitura da capital nas eleições de outubro, Luiza Erundina (PSOL), teve negado pela Justiça Eleitoral seu pedido para participar dos debates na TV entre os candidatos. Com isso, a não ser que outros quatro candidatos aceitem em incluí-la nos debates, a deputada federal ficará de fora dos embates com seus concorrentes na TV.

Na decisão publicada nesta sexta-feira, 19, o juiz da 1ª Zona Eleitoral Sidney da Silva Braga considerou que a candidata não preenche os requisitos exigidos pela legislação eleitoral, que limita o número de participantes em debates de rádio e televisão de acordo com as bancadas dos partidos na Câmara.

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Em análise preliminar, o magistrado concluiu que a regra não contraria os princípios constitucionais de igualdade, isonomia e pluripartidarismo, por se tratar de "critério objetivo - representatividade do partido na Câmara dos Deputados - que também é utilizado pela legislação eleitoral para a distribuição do tempo tocante a cada partido ou coligação no horário eleitoral gratuito a ser transmitido pelas emissoras de rádio e televisão".

Com isso, mesmo empatada tecnicamente em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo segundo a última pesquisa Ibope, de 21 de julho não poderá participar de debates realizados pelas redes de televisão, a não ser que outros quatro candidatos concordem em aceitá-la nos debates.

O segundo lugar na última pesquisa Ibope está embolado entre oito pré-candidatos. Russomanno (26%) é seguido pela senadora Marta Suplicy (PMDB), que tem 10%, pela deputada Luiza Erundina (PSOL), que tem 8%, pelo atual prefeito, Fernando Haddad (PT), com 7%, e pelo empresário e pré-candidato do PSDB, João Doria, com 6%. O vereador Andrea Matarazzo (PSD) e o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC) têm 4% cada um. O Delegado Olim (PP) está com 3%; o Major Olímpio (SD) e Roberto Trípoli (PV) alcançaram 2%.

Pela lei estão aptos a participar de debates os candidatos filiados a partido político com mais de nove parlamentares na Câmara dos Deputados. No entanto, a mesma lei prevê a possibilidade de alteração da regra caso haja concordância de, ao menos, dois terços dos demais candidatos com a representatividade exigida.

Essa é uma novidade introduzida pela minirreforma eleitoral, aprovada em 2015. Até a eleição de 2014, bastava que a agremiação do candidato tivesse representação na Câmara dos Deputados - um deputado federal eleito pelo mesmo partido já garantia a participação em debate de rádio ou televisão.

Na última quarta-feira (17), o candidato Levy Fidelix (PRTB) também teve seu pedido de liminar relativo à participação em debates negado pelo juiz Sidney da Silva Braga. Assim como no caso de Luiza Erundina, o partido do candidato não preenche o requisito de representatividade exigido.

A candidata à Prefeitura de São Paulo Luiza Erundina (PSOL) informou que o partido dela entrou nesta quarta-feira, 17, com uma representação no Juizado da Propaganda Eleitoral de São Paulo pedindo que Erundina exerça o direito de participar dos debates eleitorais na rádio e na televisão.

Na ação, a legenda solicita que a Justiça Eleitoral de São Paulo abra uma exceção à candidata "para que se mantenha a democracia e que o eleitorado de São Paulo possa conhecer as propostas da candidata que está em terceiro lugar em intenções de voto na cidade", conforme informou a assessoria de imprensa da campanha de Erundina.

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Outra ação semelhante já está no Supremo Tribunal Federal (STF). A corte vai analisar no dia 24 deste mês uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada pelo PSOL e pelo PV, a qual questiona as novas regras de participação de candidatos em debates. No dia seguinte ao julgamento, começa a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV.

De acordo com a assessoria da campanha do PSOL na capital paulista, a diferença para a ação de hoje é que esta pede uma exceção específica para Erundina, enquanto o processo que corre no STF questiona a constitucionalidade da lei que trata sobre os debates nas eleições.

Pela minirreforma eleitoral, sancionada em setembro de 2015, as emissores de rádio e televisão são obrigadas a promover debates apenas com candidatos cujos partidos tenham pelo menos dez deputados federais na Câmara. Para os demais concorrentes, a presença nos debates é permitida desde que dois terços dos concorrentes concordem.

No caso do PSOL, o partido tem seis deputados federais e Erundina busca garantir a participação nas discussões. Na ação protocolada nesta quarta, 17, a legenda pede "que a legislação seja anulada na cidade de São Paulo", segundo a assessoria.

A lista de bens apresentada à Justiça Eleitoral pela candidata do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, tem três itens: dois apartamentos no bairro Mirandópolis e um automóvel Fox com uma década de uso (modelo 2006). O patrimônio da deputada e ex-prefeita foi declarado com valor total de R$ 605,6 mil.

Segundo a lista de bens disponível no site do TSE, um dos apartamentos vale R$ 465 mil e o outro, R$ 124 mil, totalizando R$ 589 mil. No cadastro de imóveis da Prefeitura de São Paulo, o valor de ambos, somados, é levemente superior: R$ 598 mil. A diferença é que, na base de dados do município, os dois apartamentos têm o mesmo valor: R$ 299 mil (incluindo as garagens).

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Até o momento, sete dos onze concorrentes à Prefeitura entregaram ao Tribunal Regional Eleitoral a documentação do registro da candidatura, o que inclui a lista de bens. O maior patrimônio é o de João Doria (PSDB): R$ 179,6 milhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao discursar no Largo da Batata, durante ato pelo "Fora Temer" que acontece neste domingo, 31, a deputada Luiza Erundina disse que a soberania popular esta em risco com a abertura do processo de impeachment.

"Aqueles que lutaram por décadas para resgatar o direito à soberania popular, que está sendo ameaçado, afrontado, golpeado por alguém que usufruiu seus anos de um governo eleito democraticamente pelo povo", afirmou.

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Segundo a deputada, pré-candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, o presidente em exercício, Michel Temer, está no cargo de forma ilegítima. "Ele agora se senta na cadeira do povo de forma ilegítima e inconstitucional. Isso é inaceitável. Vamos até as últimas consequências em defesa da democracia", disse.

Em defesa da manutenção da presidente afastada Dilma Rousseff no cargo e pelo "Fora Temer", o ato organizado pela Frente Povo Sem Medo, que congrega mais de 40 instituições ligadas aos movimentos sociais, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, conta com a presença de políticos, entre eles os deputados Luiza Erundina e Ivan Valente, candidatos a prefeita e vice de São Paulo pelo PSOL.

Também marcam presença o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a secretária municipal de Educação de São Paulo, Nadia Campeão, e o ex-senador Eduardo Suplicy, candidato a vereador pelo PT.

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Os dois lados da avenida Brigadeiro Faria Lima, na altura da rua Teodoro Sampaio, foram fechados para abrigar os manifestantes. Os organizadores falam em 40 mil pessoas.

A marcha que se iniciou às 16h15 vai seguir até o escritório do presidente interino Michel Temer, no Alto de Pinheiros. "Vamos para onde ele arquitetou o golpe", disse o coordenador geral do MTST, Guilherme Boulos.

A deputada federal e candidata à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL), fez nesta quarta-feira (27) uma série de críticas ao PT - partido que ajudou a fundar e pelo qual foi a primeira mulher a governar a capital paulista, entre 1989 e 1993 - mas disse que terá membros da sua ex-legenda em seu governo, caso seja eleita.

"Quero ter petistas comigo, pois muitos continuam votando (em mim) e são amigos meus. Quero tê-los no governo (...), pois eu vou precisar e a cidade vai precisar de petistas que têm muito a contribuir", disse a candidata em sabatina realizada pelo UOL, Folha de S.Paulo e SBT.

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A candidata lembrou que está à frente nas pesquisas do prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) e fez várias críticas às concessões políticas feitas pelo PT durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente afastada Dilma Rousseff. "Dilma não teve competência política para exercer o poder que tem como presidente da República. Não dialogava com movimentos e, no poder, quem não gosta de dialogar é complicado", disse Erundina sobre os motivos do afastamento de Dilma. "Lamentavelmente, Dilma e Lula não fizeram aliança com o povo e ficaram reféns do Congresso", emendou.

Sobre o desfecho do professo de impeachment de Dilma, que deve ser julgado em agosto pelo Senado, Erundina disse que, com a correlação de forças no Congresso, não vê chance alguma de a presidente afastada escapar de uma cassação. "Mas, se ela ganhar, terá dificuldade de governar com o desgaste que vem sofrendo há anos. Por isso, é melhor eleição para resolver no voto popular", defendeu.

Erundina, no entanto, afirmou ser contrária, como é o PSOL, ao impeachment da presidente, por não haver crime de responsabilidade. "Eu e o PSOL entendemos que não houve crime de responsabilidade contra a presidente. Isso é golpe, ruim para democracia e cria instabilidade institucional", avaliou.

A ex-prefeita de São Paulo classificou o presidente interino Michel Temer (PMDB) como "golpista" e considerou como seu "único desvio" em campanhas eleitorais o fato de tê-lo como candidato à vice-prefeito, em 2004, na disputada à Prefeitura de São Paulo, ainda pelo PSB.

"Tenho muitos defeitos, inclusive na política, mas ninguém pode me acusar de incoerência. Único caso de desvio foi o da campanha de 2004, por outro partido, o PSB, que naquela ocasião firmou aliança com o PMDB, partido que tinha Temer na cabeça de chave e aceitou ser vice. Um presidente que articulou um golpe", afirmou.

A candidata do PSOL lembrou que governou São Paulo por quatro anos sem ter maioria na Câmara Municipal e admitiu que, caso seja eleita, dificilmente o cenário será diferente a partir de 2017. Por isso, buscará apoio na sociedade e nos movimentos populares para pressionar a Câmara a aprovar projetos defendidos por ela. "Preço para ter maioria seria ter feito concessões éticas e eu não fiz. O que me salvou foi a aliança com a sociedade civil organizada. Agora vamos conversar com outras forças políticas e fazer uma aliança com o povo", afirmou.

Erundina disse ainda que não está no PSOL para ser candidata à Prefeitura e que até avaliava não disputar mais qualquer eleição, apesar de trabalhar para fundar um novo partido, batizado de Raiz. A candidata admitiu ser pouco conhecida entre os eleitores jovens, já que governou São Paulo há 27 anos. "Essa é questão que temos de orientar como estratégica de campanha para chegar aos jovens e dialogar com eles", concluiu.

Após pressão de líderes partidários, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), voltou atrás da decisão de transferir para as 19h desta quarta-feira (13) a sessão em que será eleito o novo presidente da Casa. A sessão foi adiantada para as 17h30.

A alteração para as 19h favorecia a intenção do governo de costurar uma candidatura única ou mesmo um número menor de candidatos da base aliada. A informação foi divulgada há pouco pela Secretaria-Geral da Mesa. Com isso, não há mais possibilidade de se retirar as candidaturas. Até o momento estão confirmadas quatro desistências: Heráclito Fortes (PSB-PI), Maria do Rosário (PT-RS), Beto Mansur (PRB-SP) e Fausto Pinato (PP-SP). Continuam na disputa 14 deputados.

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Ontem (12), o presidente interino Michel Temer se reuniu à noite por quase duas horas com os ministros do seu núcleo político, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). A orientação dada pelo governo foi procurar os presidentes dos partidos da base aliada para que convençam alguns deputados a retirar seus nomes da disputa.

Prefeita de São Paulo pelo PT entre 1989 e 1993, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL) lança oficialmente nesse domingo, 12, sua pré - candidatura à Prefeitura da capital com críticas duras ao prefeito Fernando Haddad (PT).

"Haddad faz um governo medíocre. Ele não ousou em nada. A periferia está abandonada", disse ela ao jornal O Estado de S. Paulo

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Em 2012, quando estava no PSB, Erundina chegou a ser anunciada como candidata a vice na chapa de Haddad, mas desistiu depois que ele se aliou ao ex - prefeito Paulo Maluf (PP).

A estratégia do PSOL em 2016 é atrair os eleitores de esquerda que estão insatisfeitos com o PT. "A sociedade não vê o governo Haddad como a força que representa a esquerda no Brasil. Precisamos rearticular os setores progressistas", afirma a deputada.

A pré candidata do PSOL também crítica Haddad por, segundo ela, "não ter protagonismo" no movimento nacional contra o presidente interino de Michel Temer. "Esse governo é golpista", afirma Erundina.

A deputada classifica seus demais adversários, o empresário João Doria, do PSDB, o vereador Andrea Matarazzo, do PSD, o deputado Celso Russomanno, do PRB, e a senadora Marta Suplicy, do PMDB, como "representantes da direita conservadora".

O lançamento da candidatura está previsto para as 14 horas, na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro da cidade. O candidato a vice de Erundina será o deputado federal Ivan Valente, também do PSOL.

Coordenadora-geral da campanha de Marina Silva à Presidência em 2014, quando a ex-ministra, hoje na Rede Sustentabilidade, concorreu pelo PSB após a morte de Eduardo Campos, a deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB-SP) vai comandar no dia 22 de janeiro a plenária de fundação do seu próprio partido, a Raiz Movimento Cidadanista.

O evento ocorrerá durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Inspirada no Podemos, da Espanha, e Syriza, da Grécia, novos partidos de matriz socialista que despontaram na Europa nos últimos dois anos, o movimento liderado por Erundina já organizou diretórios em 21 Estados e começará sua coleta de assinaturas para conseguir o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no encontro no Rio Grande do Sul. Para conseguir o registro e tornar-se a 36.° legenda em funcionamento no Brasil, a Raiz Cidadanista precisa agora reunir 486 mil rubricas.

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Dois em um

Como não será viável atingir essa meta em 2016 a tempo de disputar as eleições municipais, a Raiz costura um acordo de "filiação democrática" com o PSOL semelhante ao feito entre a Rede Sustentabilidade e o PSB em 2014.

Ou seja: a ideia é que o PSOL abra suas portas para que integrantes da Raiz concorram a prefeito e vereador. Quando o ritual de legalização junto ao TSE for finalizado, o eleitos poderão migrar para o novo partido.

"Não há como fazer esse processo de filiação democrática com o PSB, pois ele está, hoje, mais próximo do PSDB. Nas próximas eleições, eles devem estar juntos. Não queremos fazer concessões", destaca Erundina.

A deputada diz que foi isolada pelo PSB depois do primeiro turno das eleições presidenciais no ano passado. No segundo, o partido apoiou a candidatura do senador Aécio Neves (MG), do PSDB.

"Fui isolada na bancada. Votaram contra meu nome na comissão que analisará o pedido de impeachment. Não sou mais alinhada com o PSB. Isso me constrange, pois sou uma pessoa de partido", afirma a deputada.

Durante a campanha presidencial de 2014, Erundina tornou-se uma das principais operadoras políticas de Marina Silva depois da morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo.

Quando a ex-ministra liderava as pesquisas de opinião, o nome da ex-prefeita era apontado como uma das peças-chave de um eventual governo. A relação entre as duas esfriou quando Marina apoiou o tucano no segundo turno.

Esquerda

O modelo de estrutura adotado pela Raiz é o mesmo da Rede. "Teremos uma forma circular e horizontal de funcionamento", detalha o historiador Célio Turino. Ex- porta voz da Rede, ele é um dos fundadores da Raiz. A principal diferença entre os dois grupos é ideológica.

O novo partido, que já se manifestou oficialmente contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, pretende ocupar um vácuo criado no eleitorado que tradicionalmente votava no PT.

"Somos contra o impeachment, mas temos críticas profundas ao governo Dilma", diz Erundina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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