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Preocupada com a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff dá sinais de que fortalecerá o PR no Ministério dos Transportes, com o objetivo de abrir caminho para a aliança em torno do petista Fernando Haddad. Sem o PSD do prefeito Gilberto Kassab, que apoia Serra, Haddad corre para obter o aval do PR e engordar o tempo de sua exposição na propaganda política.

O Palácio do Planalto avalia agora os nomes do vereador Antonio Carlos Rodrigues, presidente do PR paulistano, e do ex-senador César Borges para a cadeira hoje ocupada por Paulo Sérgio Passos nos Transportes. A ideia é contemplar o PR no Ministério e levar o partido a compor a chapa como vice de Haddad.

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Rodrigues é suplente da senadora Marta Suplicy (PT-SP), conta com a simpatia do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, e de fatia expressiva do partido, que quer emplacá-lo de qualquer jeito no governo.

Embora petistas como o deputado Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara, digam que partido deve procurar o PMDB, uma parte do governo avalia que a manutenção da candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) pode ser positiva para Haddad. O argumento para essa análise é o de que o eleitor de Chalita também vota em Serra, como indicam pesquisas de intenção de voto. Por esse raciocínio, sua permanência na disputa pode impedir o voto útil no PSDB.

Dilma foi orientada a não falar sobre a candidatura Serra, o apoio de Kassab a ele e também a desconversar sobre o desfecho da reforma ministerial.

O PR cobra a substituição do atual ministro dos Transportes para apoiar a candidatura de Haddad. Técnico, Paulo Sérgio Passos assumiu a pasta em julho, quando Alfredo Nascimento, hoje senador, foi defenestrado da Esplanada no rastro de denúncias de corrupção. Embora filiado ao PR, Passos não conta com o aval do partido.

Apesar da pressão do PT para que Dilma também resolva logo o impasse com o PDT, que está com um interino no Ministério do Trabalho, o governo não vai agir antes do resultado da votação do Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp), marcada para hoje. Motivo: o PDT ameaça votar contra a proposta ou mesmo se abster no plenário.

O relacionamento do Planalto com o PDT tem enfrentando problemas desde a queda do ministro do Trabalho, Carlos Luppi, também acusado de desvio de recursos públicos. Agora, o PDT apresentou como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, mas os petistas desconfiam que o partido está negociando com Serra.

Na tentativa de facilitar a desistência de Paulinho e o acordo do PDT com Haddad, o PT nunca mais pleiteou ocupar a vaga no Ministério do Trabalho. Nem isso, porém, adiantou para a adesão do PDT à campanha de Haddad. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O publicitário João Santana, responsável pela campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, já procura um imóvel em São Paulo para instalar o quartel-general de onde comandará a publicidade da campanha do ex-ministro Fernando Haddad à Prefeitura paulistana.

Antes disso, porém, o marqueteiro já deu palpites ao ex-ministro sobre seu visual. Há uma semana, os dois se encontraram e Santana disse ao pré-candidato que Haddad não saiu bem em fotos publicadas recentemente pela imprensa.

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Nos bastidores, petistas próximos do ex-ministro avaliam que o trabalho para construir a imagem de candidato terá como desafios a timidez de Haddad. Segundo eles, o ex-ministro manifesta essa característica não só em atos públicos, mas até em reuniões internas do partido.

Santana deve desembarcar em solo paulistano logo após o carnaval, ainda antes do fim de fevereiro, mas um funcionário seu já está à disposição do núcleo haddadista.

Entre as primeiras missões do marqueteiro estão a participação na montagem da estratégia de campanha e a construção da imagem de Haddad ao eleitorado.

João Santana atua em campanhas do PT desde 2006. Com a publicidade sob seu comando, Lula foi reeleito naquele ano, e Dilma chegou à Presidência em 2010. Em 2008, ele foi o marqueteiro da campanha da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP) à Prefeitura, em que uma das propagandas levantava questões de foro íntimo em relação ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). A peça foi criticada e, embora a tenha defendido, Santana admitiu ter cometido um erro de avaliação. Em 2012, tem a chance de se redimir da derrota de quatro anos atrás, possivelmente com Kassab alinhado ao projeto petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) pretende contar com um time de notáveis de fora do PT para montar o programa de governo que vai apresentar aos eleitores paulistanos. Segundo um interlocutor do pré-candidato, já manifestaram disposição nesse sentido o neurocientista Miguel Nicolelis, o ex-ministro da Saúde Adib Jatene e o economista Marcelo Néri.

Haddad disse publicamente que, além das contribuições dos núcleos setoriais petistas, pretende contar com colaboradores externos - em alguns casos, informalmente -, mas tem guardado sigilo dos nomes.

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Jatene, por exemplo, mostrou-se arredio quando questionado sobre sua colaboração. "Nunca me manifesto em campanha política", afirmou. "Meu partido é o da saúde, não é PT, PSDB." Ele, no entanto, não negou que vá participar da elaboração do programa de Haddad. "No que puder colaborar, eu colaboro. Sempre colaborei com todos."

O ex-ministro referendou a versão de um petista de que se aproximou de Haddad quando assessorou a Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC) na avaliação e reformulação de cursos de medicina. "Até 1996, tínhamos 82 faculdades de medicina. Em 2008, estávamos com 180. Ajudamos na reformulação. Ele (Haddad) manteve uma atitude muito correta nesse campo", elogiou Jatene.

Eleitor declarado da então candidata Dilma Rousseff em 2010, Miguel Nicolelis deve ajudar a campanha de Haddad nas áreas de inovação, ciência e tecnologia, temas raramente tratados em eleições. O cientista já havia colaborado com o ex-ministro ao apresentar projetos educacionais ao MEC e esteve em 2007 no lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação, no governo Lula. Na ocasião, Haddad assinou um decreto que previa a liberação de R$ 42 milhões para o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, fundado pelo pesquisador.

Defesa

Renomado na comunidade científica internacional e um dos principais críticos da área no País, Nicolelis preside a Comissão do Futuro, órgão consultivo criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 2011 para discutir os rumos do setor a longo prazo. Em novembro de 2010, quando Haddad e o MEC enfrentavam problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pelo segundo ano consecutivo, Nicolelis também defendeu publicamente o então ministro. Procurado para comentar sua participação na campanha de Haddad, o cientista não retornou as ligações.

Já o economista Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS), da Fundação Getúlio Vargas, deve colaborar com a campanha do PT elaborando propostas para o enfrentamento da pobreza e da desigualdade de renda e para a descentralização dos investimentos na cidade.

Ele organizou seminários sobre metas educacionais com a participação de Haddad e é um dos principais analistas sobre as políticas de distribuição de renda do governo federal. A reportagem deixou recados no celular de Neri, mas não obteve retorno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma das ausências mais notadas na despedida do petista Fernando Haddad do Ministério da Educação na última terça-feira (24), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) não deve participar também amanhã da reunião do Conselho Político da pré-campanha do ex-ministro à Prefeitura de São Paulo. Mesmo sendo membro do grupo criado para discutir as estratégias dessa campanha, a senadora, que está em férias fora da capital paulista, também não apareceu em nenhum dos dois encontros anteriores. "Problema de agenda, foi o que ela nos informou", justificou o presidente do diretório municipal, vereador Antonio Donato.

Segundo a assessoria de imprensa da senadora, Marta só voltará à atividade política na segunda-feira (30). Assim como os outros 26 membros do conselho, Marta foi informada sobre a reunião, porém não confirmou presença. "Ela vai colaborar com a campanha, mas evidentemente ela tem a agenda dela", desconversou Donato. A petista, que administrou a cidade de 2001 a 2004, é apontada nos bastidores como um dos cabos eleitorais fundamentais para a eleição de Haddad.

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O encontro deste sábado será o primeiro compromisso de Haddad na condição de ex-ministro da Educação. A pauta central do evento será a proposta de aliança com o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Para Antonio Donato, a ausência de Marta neste encontro não deverá prejudicar as discussões. "A aliança não vai se definir agora. O encontro será só uma reflexão", argumentou.

Nos últimos dias, a petista tem evitado o contato com a imprensa e ainda não se posicionou publicamente sobre a iniciativa de Kassab, em tentar fechar acordo com o PT. Marta se mantém distante também das discussões de seu partido quanto à troca do comando na vice-presidência do Senado, objeto de impasse interno, porque ela resiste ao cumprimento do acordo firmado em fevereiro do ano passado para ceder a vice-presidência ao colega José Pimentel (PT-CE).

Ao deixar a cerimônia no Palácio do Planalto, na terça-feira (24), Haddad minimizou a ausência da senadora na cerimônia de transmissão de cargo para Aloizio Mercadante. "É uma ilusão imaginar que a Marta estará ausente da campanha. Quem a conhece sabe que, no devido momento, ela vai mergulhar de cabeça. É uma pessoa que sabe da importância do nosso projeto de reconquistar a Prefeitura, inclusive para resgatar bandeiras caras à sua administração", disse Haddad. Em novembro passado, Marta foi pressionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente Dilma Rousseff a desistir da candidatura em favor de Haddad e até hoje não faz questão de esconder sua frustração.

Ao contrário do que disse ontem (23), o ex-ministro da Educação Fernando Haddad só irá mergulhar na pré-campanha do PT pela Prefeitura de São Paulo a partir de sábado(28), e não hoje, após sua saída do ministério. Haddad, que acompanharia amanhã (25) a presidente Dilma Rousseff na homenagem patrocinada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), decidiu ficar em Brasília para organizar sua mudança de volta à capital paulista. Assim, o primeiro compromisso de Haddad será a reunião do Conselho Político de sua campanha no sábado (28).

O pré-candidato petista também cancelou a festa de aniversário que a militância do partido em São Paulo organizava para ficar com a família em Brasília. Amanhã (25), o petista completará 49 anos e ganharia uma festa com sabor de um lançamento de candidatura. "A festa a gente faz outro dia", disse o vereador paulistano José Américo, um dos 27 "conselheiros" de Haddad. O ex-ministro deve pegar o voo de volta para São Paulo no final da quarta-feira ou na quinta-feira. Não há compromissos agendados para sexta (27).

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Haddad está na mira de Kassab, que vem mantendo conversas telefônicas com o ex-ministro na tentativa de fechar uma aliança entre PT e PSD, para a disputa. Haddad, que teria a oportunidade de estar com Kassab amanhã, não vai à entrega da medalha 25 de Janeiro à presidente Dilma Rousseff e ao governador Geraldo Alckmin. Dilma estará acompanhada da cúpula do PT paulistano.

A proposta de aliança com o partido de Kassab será o tema principal da reunião do Conselho Político de Haddad. Parte dos petistas considera incoerente formar uma chapa com quem, até agora, foi alvo de oposição. Outros consideram que a aliança com o prefeito pode aumentar as chances de vitória de Haddad.

Independente dos avanços nas negociações e do encontro que Haddad deverá ter com Kassab nos próximos dias, os petistas comemoram a presença em "tempo integral" do pré-candidato em São Paulo. Enquanto o pré-candidato do PMDB, deputado federal Gabriel Chalita, já circula pela cidade com agenda eleitoral e mantém negociações avançadas com outros partidos, Haddad seguia dividido entre o Ministério da Educação e os contatos para atrair aliados.

A partir da próxima semana, o petista deverá ter uma agenda ativa de encontros com representantes de partidos e contatos para arrecadar fundos para campanha. "A presença dele é muito requisitada mais pelas atividades de planejamento e de conversas com aliados. Essas amarrações políticas envolvem bastante o candidato", afirmou Américo.

Representantes do Movimento dos Sem Universidade (MSU), que reivindicam a ampliação do acesso à educação, criticaram o discurso do ministro da Educação, Fernando Haddad, em comemoração à milionésima bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). A avaliação é de que Haddad "foi mal" ao omitir a participação do movimento popular na criação e implantação do programa. Além disso, os militantes pedem a extensão do programa às instituições públicas, por meio da aprovação do PLC 180 no Senado. A solenidade marcou a despedida do petista do cargo para concorrer à Prefeitura de São Paulo.

"O ProUni é uma conquista popular", afirmou o presidente do MSU, Sérgio José Custódio, lembrando o engajamento da entidade em atos públicos em defesa do programa quando era alvo de críticas de especialistas e formadores de opinião. "Um milhão de bolsas é um marco, mas, ao mesmo tempo, denuncia a exclusão social das universidades públicas", emendou.

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Após a solenidade pró-Haddad, representantes do MSU entregaram ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, um documento pedindo empenho do governo federal na aprovação do projeto de lei da Câmara (PLC) 180/08, que aguarda votação no Senado há três anos. Para o MSU, a aprovação deste projeto é o caminho para eliminar, de vez, o processo de elitização das faculdades públicas.

O projeto, de autoria da deputada Nice Lobão (PSD-MA), reserva de 50% das vagas nas universidades públicas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Atualmente, há 6,1 milhões de estudantes matriculados no ensino superior, sendo 1,6 milhão em universidades públicas. A projeção do substitutivo aprovado na Câmara em 2008 é de que esse número pode dobrar, chegando a 12 milhões de matrículas em dez anos, dos quais 4,1 milhões seriam alunos de instituições públicas.

A um dia de deixar o cargo para se dedicar à campanha pela Prefeitura de São Paulo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, exaltou hoje sua passagem pela pasta e chegou até a elogiar o comportamento da oposição, que teria contribuído para algumas realizações do ministério.

Para marcar a despedida de Haddad, o Palácio do Planalto montou uma cerimônia comemorativa à concessão de 1 milhão de bolsas concedidas pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni). "Em 2004 (ano de criação do programa) não li nenhum artigo defendendo o ProUni nos jornais, nenhum, absolutamente nada. Guardada as proporções, é que nem o Enem hoje, apanha todo santo dia. Só que são essas realizações, ProUni, Reuni (programa de reestruturação e expansão das universidades federais), Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), são essas realizações que promovem maior avanço e acesso democrático às instituições de ensino superior", discursou o ministro.

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"Tudo é muito difícil de realizar e colocar de pé, mas os anos vão se passando, os programas vão se consolidando, sendo aperfeiçoados, vão mostrando os resultados. Imaginem vocês, sair de 3 milhões de matrículas e atingir 6,5 milhões de ensino superior em 2010. Nós mais que dobramos as matrículas em educação superior", afirmou o ministro.

Haddad deixa o cargo nesta terça-feira para o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). Ele era ministro da Educação desde julho de 2005. "As reformas na educação básica e na educação profissional não foram menos importantes, há um conjunto de realizações que contaram, inclusive, com o apoio da oposição", destacou.

Na quarta-feira passada, a presidente Dilma Rousseff participou de um evento de inauguração de uma creche em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que serviu para exaltar a imagem de Haddad, a quem chamou de "um dos grandes ministros deste país na área de educação".

De saída da pasta da Educação para disputar a prefeitura de São Paulo pelo PT, o ministro Fernando Haddad transformou-se hoje no centro de uma sessão de elogios à sua gestão capitaneados pela presidente Dilma Rousseff durante inauguração de uma creche no pequeno distrito de Bracuí, no município de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense.

"Grande ministro" e "melhor ministro da Educação do período democrático" foram algumas da expressões que marcaram os discursos de Dilma e do governador aliado Sérgio Cabral Filho (PMDB), que comparou o petista a educadores como Anísio Teixeira e Gustavo Capanema. O próprio Haddad, em seu rápido pronunciamento, fez um breve - e positivo - balanço da sua gestão e bateu em uma possível bandeira de campanha: a da igualdade de oportunidades.

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"O ministro Fernando Haddad, um dos grandes ministros deste País na área da Educação, viu que a educação tinha de começar e tinha de ter importância desde a criança nascer. Quando ele cunhou a frase de que a educação é um projeto da creche à pós-graduação, passando pelo ensino básico, pelo ensino técnico, pela universidade e pela pós, ele cunhou uma coisa importantíssima para o Brasil, que é o caminho da igualdade de oportunidades", discursou Dilma.

A presidente se atrasou uma hora e meia para a cerimônia, por causa do mau tempo em Brasília, mas voou mais de mil quilômetros para inaugurar o Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) Júlia Moreira da Silva. Em seu discurso, Dilma disse agradecer a Haddad por "jamais ter falado" nem que é melhor apostar apenas no ensino superior ou somente na educação básica.

Haddad reconheceu em seu discurso que já existem mais de 500 creches semelhantes, entregues pelo ministério que comanda, e "agradeceu o gesto" de Dilma comparecer à inauguração. "Eu não tinha tido a felicidade de visitar um equipamento em funcionamento", disse. O ministro afirmou que as creches atenderão 1,5 milhão de crianças de zero a 5 anos de idade, "que terão direito à educação desde a primeira infância". Citou em seguida medidas de sua gestão em outros níveis do setor, mas lembrou a "dívida" do governo com a educação infantil (creche e pré-escola). No discurso, também citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o nomeou ministro e recentemente impôs a pré-candidatura de Haddad ao PT paulistano.

"É cuidando desde cedo que a gente tem condição de garantir igualdade de oportunidades para todos os brasileiros", afirmou. "O que queremos é que todo jovem brasileiro tenha direito a pelo menos uma de duas oportunidades: ensino técnico no nível médio ou ensino superior.

Cabral manifestou "tristeza" pela saída próxima de Haddad. Depois de citar Teixeira e Capanema, afirmou que "uma coisa é ser ministro do Estado Novo (ditadura de Getúlio Vargas de 1937 a 1945), outra é ser ministro de Estado com instituições, como imprensa e Ministério Público, livres. "(Haddad) É o melhor ministro (da Educação) em período democrático. É o melhor ministro da Educação que o Brasil já teve." Dirigindo-se ao petista, afirmou: "Aqui no Rio, você tem 16 milhões de admiradores."

O coordenador da bancada evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), e seu colega Paulo Freire (PR-SP) protocolaram na manhã de hoje uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o ministro da Educação, Fernando Haddad. Eles pedem a apuração de prática de crime de responsabilidade por parte do ministro por não ter respondido a um requerimento sobre a distribuição de preservativos em escolas da rede pública.

O requerimento sem resposta é de autoria dos dois parlamentares. Eles questionaram Haddad sobre a implantação de máquinas para a distribuição de camisinhas em escolas. Entre as perguntas estão dúvidas sobre a faixa etária dos alunos que terão acesso, se haverá consulta aos pais, e qual o objetivo do governo com o programa.

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Haddad está de saída do Ministério para disputar a Prefeitura de São Paulo pelo PT. Durante sua gestão teve alguns conflitos com a bancada evangélica. O de maior repercussão foi sobre a distribuição de um kit contra a homofobia em escolas. A pressão dos evangélicos fez a presidente Dilma Rousseff suspender a distribuição do material.

Inexperiente nas urnas, mas certeiro no ataque. Assim deve se apresentar o ministro da Educação, Fernando Haddad, ao eleitorado paulistano na sucessão municipal de 2012. O escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para representar o PT em São Paulo começa a abandonar o comedimento de ministro para incorporar o tom aguerrido de um candidato ao comando da maior cidade do País. Em entrevista exclusiva à Agência Estado, o pré-candidato do PT considerou que deixa um "legado" ao Brasil pelo período que ficou à frente do Ministério da Educação e negou que tenha se valido do cargo de ministro para fins eleitorais. "Não fiz do Ministério da Educação um trampolim político para nada", disparou. O petista criticou ainda a falta de compromisso de quem não cumpre o mandato e disse que, se for eleito, irá permanecer os quatro anos à frente da administração municipal. "É que isso se tornou hoje uma piada, infelizmente, porque a palavra das pessoas deveria contar mais do que qualquer outra coisa", ressaltou.

"As pessoas têm de ter compromisso com o que falam", cobrou o petista, numa referência ao ex-governador José Serra (PSDB), que permaneceu à frente da Prefeitura de São Paulo por apenas quinze meses para se lançar ao governo de São Paulo. Para a campanha eleitoral, o "quase ex-ministro" disse esperar um nível de discussão diferente do apresentado na sucessão presidencial de 2010, quando questões como aborto e religião figuraram no centro do debate eleitoral. "Antes mesmo do governo, você tem de mostrar respeito pela cidade e respeitar a cidade é ter com o eleitor um compromisso de empenhar sua palavra, de falar a verdade", afirmou. O ministro disse ainda que não está preocupado se a popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá render dividendos eleitorais à sua candidatura e reconheceu que essa eventual transferência de votos "não é automática". "Não estamos falando de um município onde o PT não tenha tradição, pois partido teve duas administrações bem avaliadas pela população."

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A poucos dias de deixar o governo Dilma Rousseff, em janeiro de 2012, o ministro relatou que vinha discutindo há pelo menos dois anos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a possibilidade de se lançar candidato a um cargo majoritário, mas só recentemente "autorizou" o ex-presidente a viabilizar sua candidatura. Ora com o rolo compressor, ora com o apelo, como aconteceu com a senadora Marta Suplicy, o ministro conseguiu deixar para trás quatro pré-candidatos do PT. "O partido entendeu que era o momento ideal para se testar uma alternativa nova e eu penso que isso vai ser assimilado", comentou o pré-candidato, que se diz seguro do apoio da militância petista, à qual até outro dia era um ilustre desconhecido. O ministro disse que seu foco atual é a Prefeitura de São Paulo e tergiversou quando perguntado se tem a pretensão de um dia concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. "Eu tenho pretensão de me eleger à Prefeitura de São Paulo e já está de bom tamanho."

Em um esforço para se aproximar da senadora Marta Suplicy, com quem espera contar como cabo eleitoral em 2012, o ministro atribuiu à petista a criação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), e elogiou a sua administração à frente da Prefeitura de São Paulo, de 2001 a 2004. O petista, que fez parte da administração da então prefeita, foi confrontado sobre a criação da Taxa do Lixo, apontada como um dos fatores responsáveis pela então prefeita não ter sido reeleita na capital paulista. "Ela tomou essa decisão em função da concessão do serviço público que acabou sendo feita e ela própria reconheceu que não faria novamente." O ministro comparou o imposto à Taxa de Inspeção Veicular da gestão do atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), a qual, em sua visão, "está na mesma ordem de grandeza", mas sem apresentar resultados concretos para o meio ambiente. "Se você for considerar, essa taxa de inspeção veicular também é uma taxa e não recebeu tantas críticas quanto à anterior, embora a questão tenha tomado outro rumo", alfinetou.

A campanha de pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à prefeitura de São Paulo deve priorizar a formação de alianças com outros partidos, de acordo com o deputado estadual, Edinho Silva, presidente estadual do PT. "Isso tem de ser prioridade neste momento", reforçou.

De acordo com Silva, durante a segunda reunião do Conselho Político do PT, realizada nesta manhã, foi discutida a necessidade de procurar os partidos da base aliada do governo Dilma Rousseff. "A capital de São Paulo é a eleição mais importante do Brasil. Ela muda não só a correlação de forças do Estado, mas também do próprio País. É uma eleição fundamental para darmos continuidade ao nosso projeto nacional", analisou.

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Este deve ser um dos apelos usados pelo PT para atrair mais aliados à pré-candidatura de Haddad. O deputado reafirmou o discurso de outros representantes do partido de que há conversas com todos os partidos. "Temos dialogado com o PMDB, respeitando muito a pré-candidatura do Chalita", destacou. Se não for possível poder contar com o apoio do PMDB a Haddad e, segundo Silva, tudo indica que não será, o PT quer manter um diálogo de olho no segundo turno. "O PMDB é parceiro fundamental", resumiu.

É intenção do PT manter um ambiente de "cordialidade" e diálogo con o PSB, que é um "aliado" em diversas cidades de São Paulo, segundo Silva. "Não precisa ser hostil e agressivo para apresentar alternativas à cidade de São Paulo", afirmou.

O deputado disse que também está no radar do PT diálogo com o PC do B, respeitando o candidato Netinho de Paula, já que o partido é considerado um "aliado histórico".

Sobre o apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Diretório Estadual do PT lembrou que um governo é continuidade do outro. "Feliz a candidatura que tem esse problema. Lula e Dilma vão participar da pré-candidatura de Haddad de acordo com as suas agendas. Os dois vão aparecer com a mesma intensidade dentro da estratégia da campanha", afirmou. (Aline Bronzati)

A maratona oficial do ministro da Educação, Fernando Haddad, como pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo deve começar em fevereiro. De acordo com o vereador Antônio Donato, presidente do Diretório Municipal do PT, a agenda do petista é um dos focos da segunda reunião do Conselho Político do partido, que acontece hoje. "Ainda não tem data para a saída de Haddad do Ministério da Educação. Vamos fazer uma estrutura a partir de fevereiro", reforçou ele, em entrevista à Agência Estado.

Haddad já anunciou que trabalha com o mês de janeiro, mas sua saída está subordinada à decisão da presidente Dilma Rousseff. Embora setores do PT almejassem a retirada de Haddad do Ministério para se candidatar à campanha, ele acatou o pedido da presidente para permanecer no cargo, postergando a difícil reforma ministerial para 2012.

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Segundo Donato, que será o responsável pela agenda do ministro, também serão discutidas na segunda reunião as estratégias de construção do programa de governo do Haddad. "Estamos formatando isso e a partir de janeiro e fevereiro iniciaremos um processo de discussão com a sociedade sobre os desafios e mudanças necessárias", observou.

Sobre a composição do Conselho Político do PT, ele disse que não há uma estrutura "engessada". São 28 integrantes no total, dos quais 22 estão presentes na reunião. Recentemente, foram convidados por Haddad para integrar o grupo o vereador Carlos Neder, o deputado federal Arlindo Chinaglia, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.

Novamente, a senadora Marta Suplicy não compareceu ao encontro. O deputado federal Ricardo Berzoini foi um dos primeiros a chegar ao local da reunião. O senador Eduardo Suplicy também está presente.

Expectativas

Na opinião de Donato, a última pesquisa do DataFolha, que apontou entre 3% e 4% as intenções de voto do pré-candidato do PT, reforça a convicção do partido que há espaço para fazer uma "excelente campanha", "estar bem" no segundo turno e "ganhar a eleição". "Ainda temos um ano inteiro pela frente e muita coisa pode acontecer, mas as condições gerais de avaliação do governo Dilma, da influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da péssima avaliação do governo Kassab são fatores estruturais que nos dão esperança de ir bem no processo eleitoral", avaliou.

Donato destacou que a mudança nesta eleição é o Haddad, uma vez que não existe outra candidatura que esteja no campo de oposição ao prefeito Gilberto Kassab. "O Netinho de Paula, do PC do B, está no governo, o PMDB, o Russomanno, o PSDB, entre outros, também. Eles terão dificuldade de criticar o governo Kassab e apresentar alternativas para São Paulo", lembrou.

Sobre possíveis alianças, o presidente do Diretório Municipal do PT disse que o partido manterá conversas com todos os governos e que há negociações adiantadas com o PR.

Pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, o ministro Fernando Haddad (Educação) fez um discurso de despedida hoje, durante a entrega do 5º Prêmio Professores do Brasil, em Brasília. Haddad anunciou que sai do Ministério da Educação (MEC) nas "próximas semanas", sem fixar uma data.

"Estou há oito anos no MEC, estou deixando (a pasta) nas próximas semanas e posso dizer a vocês que foi a fase mais gratificante da minha vida verificar esse despertar, não só dos educadores que sempre valorizaram a sua profissão, mas o despertar dos não educadores, que tem outras profissões, atuam em outras áreas, o despertar da nossa nação, requisito indispensável para o nosso desenvolvimento sustentável", discursou o ministro.

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De acordo com o ministro, "tivemos uma década boa que se encerrou em 2010". "Vamos em algum momento, olhar esse período e reconhecer o despertar do Brasil para a educação", disse Haddad.

Em entrevista depois da cerimônia, Haddad disse que ainda não tem uma data para deixar o MEC. "Não tenho a data, estou trabalhando com o mês de janeiro, estou subordinado a uma decisão da presidenta e vou respeitar o calendário que ela estabelecer", comentou.

Ao comentar a última pesquisa Datafolha, Haddad afirmou que os números apontam que os candidatos ainda são pouco conhecidos e "há um sentimento pela mudança" entre os moradores de São Paulo. "Vamos apresentar o programa de governo com nosso cabo eleitoral (Lula), sintonizado com esse sentimento", disse.

O ministro aparece na pesquisa com intenções de voto que variam de 3% a 4%, dependendo do cenário. O levantamento mostra que 48% dos eleitores poderiam votar em um candidato indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Questionado se poderia repetir em São Paulo o desempenho nacional da presidente Dilma Rousseff - que era pouco conhecida entre o eleitorado e melhorou o desempenho após a associação de sua imagem à de Lula - o ministro respondeu: "Ainda está muito cedo para dizer".

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. O encontro durou cerca de 30 minutos e, na saída, Padilha contou que Lula disse estar bastante animado com o desempenho do ministro da Educação, Fernando Haddad, no atual cenário eleitoral. Pesquisa Datafolha divulgada no último fim de semana apontou que o ministro, pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo em 2012, oscila entre 3% e 4% das intenções de voto.

"Ele está muito animado com o comportamento do ministro, com a candidatura dele", afirmou Padilha. "Se ele já deu força ao pré-candidato desde a discussão interna, imagine quando esse debate for público."

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O ministro contou que Lula está muito bem e a equipe médica está satisfeita com a evolução do quadro de saúde do ex-presidente. Exames realizados ontem mostraram que o tumor na laringe de Lula sofreu uma redução de 75% do tamanho detectado em outubro, resultado acima do esperado pela equipe médica. Lula iniciou ontem a terceira fase da quimioterapia e deve deixar o hospital ainda hoje.

Tudo japonês

Padilha rebateu a avaliação feita ontem pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de que a eleição municipal de 2012 em São Paulo, pelo atual cenário, será disputada por candidatos pouco conhecidos da população. "É tudo japonês", disse FHC em entrevista à rádio Estadão ESPM, ao referir-se ao petista Haddad e também aos pré-candidatos do próprio PSDB.

Entre os pré-candidatos tucanos, o mais bem posicionado na pesquisa divulgada no fim de semana, entre os vários cenários, é o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, que aparece com 6%. O secretário estadual de Energia, José Aníbal, tem 3%, enquanto o deputado federal Ricardo Trípoli e o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, têm 2% cada um.

Padilha ressaltou que ninguém pode subestimar o potencial de nenhum eventual candidato e afirmou que qualquer pessoa que faça qualquer tipo de "avaliação arrogante" pode depois ser surpreendido. "Eu nem sei quem são os candidatos ainda, mas acho que ninguém pode subestimar o potencial de nenhum candidato", afirmou. "Qualquer pessoa que faz qualquer tipo de avaliação arrogante de qualquer candidato pode depois ser surpreendido com o desenvolvimento dele."

O ministro disse ainda que quem escolherá o novo prefeito de São Paulo é a população da capital paulista e brincou com a referência de Fernando Henrique aos japoneses. "São Paulo, aliás, tem uma boa tradição na colônia japonesa."

Diniz

Pela manhã, Lula também recebeu a visita do empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar. Diniz disse que o ex-presidente está muito entusiasmado e de bom humor. "Ele está vencendo esta adversidade, que foi pesada", afirmou. "O Lula tinha um pouquinho essa ideia de que era indestrutível. Ele tomou um baque, mas agora está bem, firme e forte."

O PT criou uma espécie de conselho político para atuar na campanha do ministro Fernando Haddad (Educação), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo partido. O grupo se encontrará pela primeira vez sábado, em reunião que pretende discutir a agenda do pré-candidato e a política de alianças que será construída para dar sustentação à candidatura do petista.

A criação do grupo é uma maneira de o partido contemplar as diferentes correntes do PT, que querem influenciar a discussão sobre os rumos da campanha. Fazem parte do conselho, entre outros petistas paulistas, cinco integrantes do diretório municipal, dois representantes do diretório estadual, dois do nacional, os líderes do partido na Câmara dos Deputados, na Assembleia e na Câmara Municipal e um prefeito. Haddad também indicou seis vereadores para compor o grupo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Mais no figurino de pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo do que como titular da pasta de Educação, o ministro Fernando Haddad compareceu hoje à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados para falar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas logo foi lançado a um debate com a oposição sobre o legado à frente da pasta, dando uma prévia do discurso de campanha pelo Palácio do Anhangabaú. No palanque improvisado, Haddad incorporou o estilo do padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e atacou o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

Capitaneada por deputados tucanos, a oposição cobrou de Haddad explicações sobre os problemas das últimas edições do Enem, aumentos no valor dos contratos do exame e até questionou se os episódios recentes (vazamento da prova em 2009; falhas na encadernação de provas, em 2010; vazamento de questões, em 2011) não sinalizariam um "fracasso de sua gestão".

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"Nosso governo foi o que mais ampliou investimentos públicos em educação, não só em relação ao nosso passado, porque é covardia, mas em relação aos países mais avançados do mundo", defendeu-se Haddad, provocando a ira da oposição. O ministro também foi questionado sobre a ausência do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que teria sido inicialmente chamado para auxiliá-lo na Câmara a pedido da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Para se blindar dos ataques, Haddad armou-se de números: disse que o governo do PT elevou a taxa de investimento do PIB em educação para 5%, contra 3,9% da administração FHC, falou que o orçamento do Ministério da Educação saltou de R$ 19 bilhões, em 2003, para R$ 82 bilhões, no ano que vem - e exaltou a abertura de escolas técnicas abertas durante a sua passagem pela pasta.

"Não precisamos dar publicidade para mostrar a diferença de postura do poder público atualmente em relação à educação. Sobre isso, tenho segurança de que nesses últimos seis anos, o MEC nunca viu um aumento tão expressivo do orçamento, não há paralelo", disse.

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), condenou a postura do ministro, lembrando que "a gente tem de fazer uma política no País como corrida de bastão, quando recebe o bastão do antecessor e o entrega da maneira possível para o sucessor". "As condições que vocês herdaram o país foram tão fantásticas que o Brasil poderia estar muito melhor do que está agora. É fácil fazer discurso", criticou Nogueira. Depois, provocou o ministro: "Quantos erros o senhor acha que vai ter no Enem do ano que vem?".

Haddad ainda teve de se explicar sobre suas constantes idas a São Paulo nos finais de semana, quando participa de atividades para fortalecer a campanha. O ministro garantiu que não recebeu diárias do Ministério quando esteve na cidade e afirmou que viaja em avião da Força Aérea Brasileira, de carona.

Na noite de hoje, Haddad jantaria com o presidente do PC do B, Renato Rabelo, em Brasília. O PT tenta fechar aliança com os comunistas, que falam em lançar o vereador Netinho de Paulo à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Ainda nesta semana, o ministro conversará com a presidente Dilma Rousseff. Ele pretende entregar o cargo na Esplanada em janeiro de 2012, quase três meses antes do prazo final para a desincompatibilização dos candidatos que vão disputar as eleições. O comando do PT pressiona Haddad para começar logo a campanha.

Antes de comparecer à Câmara, o ministro fez questão de prestigiar a cerimônia para anunciar o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional. Haddad pegou carona na solenidade, realizada no Ministério da Justiça, e disse que "a recuperação dos presos se faz pelo trabalho e pela educação". São Paulo é o Estado que tem o maior déficit de vagas em cadeias públicas. Ao todo, faltam 76.492 vagas, sendo 5.077 para mulheres. Pouco conhecido e há pouco tempo de deixar a Esplanada dos Ministérios para mergulhar na campanha, Haddad sabe que a segurança pública é um tema caro para os paulistanos.

O governo federal escalou o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para ajudar o ministro da Educação, Fernando Haddad, a dar explicações sobre os problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. A reunião está marcada para a tarde de amanhã.

A ação do Palácio do Planalto foi feita por meio de um pedido à comissão. Segundo o presidente interino do colegiado, Nilson Leitão (PSDB-MT), a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República solicitou à comissão que Adams fosse incluído entre os convidados para a audiência com o ministro.

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Leitão consultou os autores do requerimento que chamou Haddad, o líder tucano, Duarte Nogueira (SP), e o deputado Vanderlei Macris (SP), também do PSDB. O pedido foi aceito, mas os tucanos manifestaram estranheza com a solicitação do executivo. "Achamos estranho porque isso foge ao padrão deste tipo de audiência", disse o presidente interino da comissão.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Enem tem registrado problemas em sua aplicação. Nesta edição, vazaram 14 questões da prova para alunos de um colégio de Fortaleza. A justiça federal chegou a conceder liminar anulando as questões em todas as provas, mas o governo federal conseguiu derrubar a decisão e apenas os alunos do colégio do Ceará terão de fazer novamente o exame.

Além de ministro da Educação, Haddad é pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Uma articulação da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com que todos os outros postulantes à candidatura desistissem em favor do ministro.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou hoje a definição do nome do ministro da Educação Fernando Haddad como candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. O petista recebeu a visita, no final da tarde, dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Marco Maia e José Sarney, respectivamente. Lula, segundo Maia, disse ainda que a tarefa agora do candidato petista é procurar os partidos da base aliada ao governo federal para formação de uma forte coligação em São Paulo. Ele destacou, entre os aliados, o PMDB e disse ver com bons olhos uma dobradinha entre PT e PMDB no primeiro turno da disputa municipal.

O presidente da Câmara relatou que ontem informou o ex-presidente, por telefone, que os pré-candidatos do PT, os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, haviam selado um acordo em um café da manhã, promovido em Brasília. "E hoje eu informei ao ex-presidente os detalhes da conversa", disse. "A reação dele foi de alegria, porque o ex-presidente sabe e entende que uma decisão tomada em São Paulo tem repercussão no restante do Brasil", acrescentou.

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Lula disse ainda que uma chapa PT-PMDB tem potencial para constituir uma aliança forte para a Prefeitura de São Paulo. "O ex-presidente vê com bons olhos e tem visto essa possibilidade no horizonte", afirmou Maia.

Na avaliação do petista, o ex-presidente está muito bem e vai de "vento em popa". Maia relatou ainda que, durante o encontro, ele se mostrou alegre e muito disposto, apesar dos efeitos da primeira sessão de quimioterapia realizada na última semana. O petista ressaltou que o tratamento médico tem efeitos no ânimo e no humor do paciente, e citou como exemplo a perda gradual do paladar. "Ele está pensando até em comer uma boa picanha gorda, mas disse que vai fazer isso só quando estiver completamente recuperado da primeira sessão de quimioterapia", contou.

No encontro, que durou duas horas e meia, o ex-presidente tratou de assuntos da política nacional e dos efeitos da crise financeira mundial na economia brasileira. De acordo com Maia, Lula mencionou as recentes denúncias de corrupção no Ministério do Trabalho. "Nós não chegamos a entrar neste tema", disse Maia.

O ex-presidente também manifestou o desejo de voltar a realizar viagens internacionais e proferir palestrar. "Mas nós o aconselhamos que ele tem de se dedicar ao tratamento médico", afirmou o petista.

O presidente da Câmara chegou a residência de Lula as 16h35, seguido pelo presidente do Senado, as 16h45. Na visita, José Sarney presenteou a ex-primeira-dama Marisa Letícia com uma caixa de bombons artesanais. O ex-presidente fez questão de mostrar aos convidados uma imagem de Nossa Senhora Aparecida que ganhou de presente de uma funcionária do Instituto Lula. A imagem, feita por artesãos nordestinos, segundo o ex-presidente, tem lhe dando energia e força durante o tratamento contra o câncer na laringe. "Ela representa este momento de fé e paz e a busca de força do ex-presidente para enfrentar essa situação em que ele está vivendo", afirmou Maia. O presidente do Senado saiu sem falar com a imprensa.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, negou hoje que a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, para a Prefeitura de São Paulo tenha sido fruto da imposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula nunca impôs sua vontade no PT, ele expressa a sua opinião", disse o dirigente, reconhecendo, contudo, que a opinião de Lula "tem um peso muito grande", mas não foi o fator determinante na escolha de Haddad. Segundo Falcão, a escolha é resultado de um consenso interno.

"Diferente de outros partidos que escolhem seus candidatos numa mesa de restaurante, o PT sempre foi reconhecido como partido que escolhe seus candidatos pela via democrática, seja como se deu aqui (por acordo), seja nos encontros de delegados ou em prévias, como já tivemos, sem que isso representasse fracionamento do PT", completou.

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Após o anúncio da escolha da candidatura de Haddad, Falcão reforçou o peso da militância na decisão. Ele lembrou que os cinco pré-candidatos - os senadores Marta e Eduardo Suplicy, os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, além de Haddad - participaram de plenárias em 33 regiões da cidade. "O peso do Lula foi significativo na escolha, mas também foi significativa a manifestação da militância nas 33 plenárias na capital", disse.

Após o processo que se estendeu ao longo do segundo semestre desse ano, o dirigente petista afirmou que a legenda saiu da seleção mais forte e unido. "Nós temos unidade e os outros partidos ainda discutem data de prévia e se vão se coligar. Essa é a diferença do PT", disse Falcão, em clara referência ao PSDB, que ainda tem quatro pré-candidatos, não definiu data das primárias e nem confirmou se fará aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab.

Perguntado sobre a inexperiência de Haddad em disputas eleitorais, Falcão lembrou que a presidente Dilma Rousseff também era inexperiente nas urnas quando foi eleita. "Experiência nas urnas se adquire quando você se candidata. A companheira Dilma nunca havia sido candidata e se revelou uma excelente candidata", disse.

Ao final do anúncio, o candidato petista afirmou que as prioridades de sua campanha serão as áreas de transporte e educação, setores que foram destaque na gestão de Marta Suplicy (PT). "Foram bandeiras importantes da gestão Marta que precisamos resgatar", justificou.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defendeu hoje a escolha do ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012. Na avaliação dele, a escolha foi feita de forma transparente e com diálogo aberto. Para Bernardo, a desistência dos demais pré-candidatos - os senadores Eduardo Suplicy e Marta Suplicy e os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini -, não foi uma imposição antidemocrática da cúpula do partido.

"Eu acho que é democrático resolver questões de forma transparente e aberta. Não foi algo resolvido por quatro caciques em uma mesa de restaurante", opinou, após participar da cerimônia em que o médico Roberto Kalil Filho foi nomeado professor titular do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). "Tivemos debates abertos com toda a militância. Tenho certeza de que essa será uma decisão absolutamente reconhecida pelo conjunto do partido, que é quem tinha que decidir nesse momento", disse. Na avaliação de Bernardo, Haddad é um excelente quadro. "O ministro Haddad é um quadro da maior qualidade, o PT soube escolher".

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Ele também afirmou acreditar que as explicações do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre os casos suspeitos de corrupção dentro da pasta foram satisfatórias. "Acho que o ministro Lupi se saiu bem. Na maioria dos casos, inclusive, o Ministério já havia tomado providências", afirmou. "O que eu notei de mais relevante é que, em todos os casos em que havia denúncias de problemas, o Ministério já estava atuando. Já tinha tomado providências, encaminhado para a Controladoria Geral da União, afastado pessoas, suspendido convênios. Portanto, está satisfatório." Bernardo também brincou sobre a frase de Lupi na Câmara, que ontem disse amar a presidente. "Quem não fica contente com uma declaração de amor, não é verdade?".

O ministro das Comunicações disse ainda que a mobilização dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo para protestar contra a divisão dos royalties do petróleo é uma reivindicação "com razão", mas que outros Estados da nação também têm interesse em receber as divisas da exploração. "Essa é uma questão extremamente importante para Rio e Espírito Santo, que estão se mobilizando com razão, mas é evidente que outros Estados também têm suas razões", afirmou. "Lá no Paraná, por exemplo, o povo quer saber como vai ficar essa distribuição, assim como no Piauí. Essa relação de forças vai ser definida dentro do Congresso".

O ministro não descartou a possibilidade de que a presidente Dilma Rousseff vete uma decisão do Congresso que ela considere injusta. "Se ela chegar à conclusão de que houve alguma injustiça flagrantemente não razoável, sim (ela pode vetar), mas não sei os detalhes. A hora em que o Congresso tomar uma decisão, a presidente vai avaliar", afirmou.

Dilma esteve hoje em São Paulo para participar da cerimônia de posse do médico Roberto Kalil Filho. Ela não discursou nem deu entrevista. Também participaram do evento o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (PSD); o ministro da Saúde, José Padilha; o presidente do Senado, José Sarney (PMDB); o ex-governador José Serra e o reitor da USP, João Grandino Rodas, além de médicos e professores da universidade e convidados e familiares de Kalil.

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