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Um incêndio atingiu uma indústria química no Jaraguá, na zona norte da capital paulista na noite desta terça-feira (22). Até as 23h, não havia registro de feridos. A Basile Química Indústria e Comércio fica na rua Silvestre Palma. Com o aumento das chamas, várias unidades do Corpo de Bombeiros foram chamadas e o combate ao fogo mobilizou 67 bombeiros, em 25 viaturas.

Às 23h o foco havia sido confinado a uma área da empresa, onde se concentram produtos altamente inflamáveis. Por isso, a estratégia era deixar que os produtos fossem consumidos até o final, de forma controlada.

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Existe uma favela na vizinhança da empresa, mas não havia risco de que o fogo se alastrasse a ponto de atingi-la, segundo os bombeiros. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) também foi acionada e monitora o local.

Em meio à crise econômica, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, sinalizou que o setor pode ajudar toda a cadeia industrial. Ele esteve reunido, na manhã desta quarta-feira (27) com o presidente interino Michel Temer. Para ele, é preciso garantir mais competitividade ao país.

“Estudos da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade de Cambridge nos apontam como o segundo setor com maior capacidade para alavancar a economia, atrás apenas da indústria petrolífera”, informou em entrevista à Agência Brasil. “Além disso, o valor que agregamos aos nossos produtos é seis vezes maior do que o valor agregado em produtos petrolíferos. E nossos trabalhadores têm remuneração 80% acima da média salarial da indústria em geral”, destacou. Ele também lembrou que foi a primeira vez que houve queda nos postos de trabalho nos últimos 12 anos e considerou uma “queda pequena, de 1,5%”.

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O grande mercado interno também é apontado como outro fator que coloca o Brasil em uma posição privilegiada no mercado mundial. “Nosso país têm produtos petrolíferos, gás e biodiversidade em grande quantidade. Precisamos aproveitar isso. Queremos transformar esse potencial em política industrial para agregar valor aos recursos naturais brasileiros no próprio Brasil”.

Apesar do potencial, o Brasil ainda importa mais produtos químicos do que exporta. Só no primeiro semestre de 2016, o déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 10,3 bilhões. Entre julho de 2015 e julho de 2016, o déficit ficou em US$ 23,2 bilhões. Para o presidente da Abiquim, esses números representam “oportunidades, uma vez que para cada R$1 exportado, R$2,5 são importados”.

Uma explosão atingiu uma indústria química no leste da China na noite deste sábado, informou a mídia estatal. A explosão, que ocorreu na província de Shandong, provocou um incêndio na sequência, e vários carros de bombeiros estão combatendo as chamas, conforme a agência oficial de notícias Xinhua. Não foram reportadas vítimas após o incidente.

No dia 12 de agosto, uma explosão em um armazém de químicos no porto de Tianjin, no norte da China, provocou pelo menos 121 mortes. Outras 54 pessoas continuam desaparecidas. Fonte: Associated Press.

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Finep, agência de fomento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lançaram, nesta sexta-feira, 31, o Plano de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química (PADIQ). O plano prevê R$ 2,2 bilhões para operações contratadas em 2016 e 2017.

Em nota, o banco de fomento informa que o plano vai coordenar ações de apoio à inovação, integrando os instrumentos de apoio financeiro do BNDES e da Finep a projetos da indústria química no país. Os R$ 2,2 bilhões serão distribuídos em seis linhas temáticas selecionadas para o primeiro edital.

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As empresas poderão participar do processo de seleção individualmente ou em parceria com outras companhias ou instituições científicas tecnológicas (ICTs). Os planos de negócio deverão ter um valor mínimo de R$ 1 milhão para desenvolvimento tecnológico e de R$ 20 milhões para instalação de plantas industriais.

Segundo a nota, os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e da Finep, Luis Manuel Rebelo Fernandes, lançaram o PADIQ em evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O Ministério da Agricultura informou neste sábado (4) que abriu sindicância interna para apurar a divulgação na internet de patentes de produtos da indústria química, revelada pelo Broadcast. Uma falha da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da pasta permitiu que as informações fossem acessadas sem senha no banco de dados público Agrofit, instalado no site do ministério. A reportagem verificou que 11 produtos de 9 empresas, que estavam protegidos por sigilo industrial, foram expostos na internet.

A ministra interina da Agricultura, Maria Emilia Jaber, determinou a abertura de sindicância interna para apurar o caso. A medida foi tomada por orientação da ministra Kátia Abreu, que está em viagem oficial no Japão, e será publicada no Diário Oficial de terça-feira, 7.

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O ministério irá formar uma comissão, a partir de segunda-feira, para priorizar a investigação. Por meio de nota, a ministra interina informou que a orientação é para que os resultados sejam obtidos no menor prazo possível e que o banco de dados foi retirado do site do Ministério da Agricultura até o final da apuração.

O maior volume de investimentos paralisados no Brasil por conta do custo do gás está nos setores de química e petroquímica. Em 2010, a Abiquim, entidade representante da indústria química, estimou em estudo que a demanda anual por produtos químicos cresceria de US$ 145 bilhões, naquele ano, para US$ 260 bilhões, em 2020. Isso justificaria US$ 167 bilhões em investimentos, caso a demanda fosse atendida por produção nacional.

Três anos depois, já é possível dizer que a previsão não está se concretizando. Os investimentos na indústria química atualmente estão entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões ao ano, muito aquém dos US$ 16 bilhões a US$ 17 bilhões anuais projetados para atender a demanda no estudo de 2010. "Caso a indústria nacional não consiga atender à demanda, o que deve ocorrer é a explosão da importação", disse a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.

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Segundo ela, "infelizmente", a perspectiva de preços baixos em gás nos Estados Unidos começa a atrapalhar investimentos, num processo que já vinha ocorrendo por causa da falta de competitividade do Brasil. No ano passado, o setor registrou déficit comercial de US$ 28 bilhões, de acordo com dados da Abiquim. Em 2005, foi de US$ 7,9 bilhões.

A Braskem adiou para 2014 a decisão de entrar ou não no complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em associação com a Petrobrás, um investimento não divulgado, mas que certamente exigirá alguns bilhões de dólares. A presidente da Petrobrás, Graça Foster, já afirmou que está preocupada com os efeitos da competição com o gás americano no setor petroquímico.

Enquanto isso, a Braskem anunciou em dezembro do ano passado um investimento de US$ 3,2 bilhões em uma fábrica de etileno no México a ser inaugurada em 2015. O projeto receberá empréstimos de US$ 623 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e tem a expectativa de criar 9 mil empregos locais. A página da companhia anuncia o empreendimento como o mais moderno das Américas.

Fontes da área petroquímica da Petrobrás não acreditam que a Braskem entre no Comperj sem ajuda do governo, inclusive para baixar o preço do gás. Atualmente, a rentabilidade do negócio medida pelo método do valor presente líquido (VPL) está negativa. Portanto, do jeito que está, a Braskem dificilmente participará do Comperj.

A Dow e a Mitsui informaram que vão postergar a segunda fase de sua joint-venture na Santa Vitória Açúcar e Álcool S.A., uma unidade de produção planejada para a fabricação de biopolímeros a partir da cana-de-açúcar, na cidade de Santa Vitória, em Minas Gerais. Segundo uma fonte do setor, o investimento seria de US$ 1 bilhão. A Dow decidiu investir no desenvolvimento de gás de xisto em diferentes regiões, por entender ser "uma oportunidade muito atrativa de negócio".

"A decisão de adiar a segunda fase da joint-venture é movida principalmente por um aumento dos custos de projeto, construção e operação das instalações, assim como pelas incertezas em torno da legislação de propriedade de terra no Brasil", disse a empresa, em nota.A Unigel, que atua em fertilizantes, plásticos e embalagens, teria parado a unidade de São José dos Campos (SP), concentrando a produção na fábrica do Guarujá.

Produtos

A Abiquim está elaborando estudo sobre em quais produtos químicos a importação pode ter maior impacto sobre a indústria nacional. O tamanho da ameaça do aumento de competitividade da indústria dos Estados Unidos já pode ser verificada na fabricação de eteno. Segundo Fátima, nos próximos três anos estima-se uma ampliação da capacidade instalada norte-americana em 11 milhões de toneladas por ano - atualmente, está em cerca de 27 milhões de toneladas/ano. Hoje, a capacidade de produção de eteno no Brasil é de 4 milhões de toneladas/ano.

Ainda assim, a Abiquim trabalha com uma perspectiva muito mais sombria. Com os EUA independentes energeticamente, pode haver uma retomada da indústria de transformação norte-americana por causa do gás mais barato, o que alteraria completamente a organização das cadeias globais de produção. "Nosso medo maior é o Brasil importar produto acabado", disse Fátima. Nesse caso, a indústria química brasileira perderia a demanda.

Além da medidas de desoneração para o setor sucroalcooleiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta terça-feira, 23, a redução de PIS e Cofins para o setor químico. A alíquota será diminuída de 5,6% para 1% na compra de matéria-prima da chamada primeira geração e de insumos na segunda geração. O setor ainda continuará com o direito de receber um crédito tributário de 9,25%. Com isso, disse Mantega, o crédito real sobe de 3,65% para 8,25%. "Estamos reduzindo o tributo dos principais elos da cadeia produtiva do setor químico para viabilizar mais competição com os produtos fabricados nos Estados Unidos", afirmou o ministro.

Ele afirmou que a redução de tributo irá vigorar até 2018, quando a alíquota de PIS e Cofins voltará ao patamar atual. Os tributos ficarão em 1% em 2013, 2014 e 2015. A partir de 2016, a alíquota volta a subir até atingir o patamar atual em 2018. Segundo o Ministério da Fazenda, a renúncia fiscal será de R$ 670 milhões por ano. "Será um período que a indústria terá um custo menor para alcançar o custo das concorrentes", disse.

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A diretora de economia e estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fátima Ferreira, disse que a desoneração da produção é importante para o País, para a indústria como um todo. "Estamos com 80% da capacidade instalada, com ociosidade elevada e riscos elevados", afirmou. Para ela, a medida veio em "excelente hora", pois dá "certo alívio" ao setor.

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