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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sancionou nesta sexta-feira, 20, a MP da Liberdade Econômica. A cerimônia marcou a volta de Bolsonaro ao Palácio do Planalto após realizar cirurgia no último dia 8, em São Paulo, para correção de uma hérnia incisional, desdobramento do atentado a faca que sofreu em setembro de 2018.

No evento, Bolsonaro disse que a nova lei "vai mudar e muito a nossa economia". O presidente afirmou que vê grupos de esquerda "potencializando a questão de direitos".

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O presidente disse que o governo avalia projeto para incentivar a abertura de empresas. "Tenho falando com Paulo Guedes. Devemos estudar um projeto, não para meu primeiro emprego, mas para a minha primeira empresa", declarou. A ideia, segundo Bolsonaro, é dar segurança jurídica para a abertura de uma empresa e, se o negócio não vingar, fechá-la sem que o empreendedor tenha de "fugir para não ser preso".

O secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, disse que a expectativa é criar 3,7 milhões de empregos e aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) em até 7% nos próximos 10 anos com a sanção da MP da Liberdade Econômica. "(A lei) Não resolve todos os problemas, mas dá o norte certo que nós queremos", disse.

Desburocratização

Segundo o governo, o texto reduz burocracias para empresários. O Senado aprovou a regra em 21 de setembro, quando a Casa manteve os pontos originais da medida, mas derrubou a autorização para o trabalho aos domingos e feriados. Essa permissão, que havia sido aprovada na Câmara dos Deputados, era defendida pelo governo, mas causou polêmica nas discussões entre senadores.

A nova lei dispensa a necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco. Também proíbe o "abuso regulatório", como a criação de regras para leis para reserva de mercado ou controle de preço.

O presidente vetou os seguintes dispositivos do texto aprovado pelo Congresso:

- O Art. 3º, VII, que flexibilizava teste e oferecimento de novo produto ou serviço para um grupo de pessoas que tivesse dado autorização para a ação. Segundo o Ministério da Saúde, o projeto original fazia "ressalvas relativas à segurança nacional, proteção à saúde e aos consumidores". O Congresso teria flexibilizado o texto ao ponto que permitiria o "uso de cobaias humanas sem qualquer protocolo de proteção, o que viola não só a Constituição mas os tratados internacionais para testes de novos produtos", disse a pasta ao pedir o veto.

- O Art. 3º, XI, "a", que permitia a criação de um "regime de tributação fora do direito tributário". O veto foi pedido pelo Ministério da Economia, segundo o Planalto.

- O Art. 3º, ?9º, que previa a aprovação automática para licenças ambientais.

- O Art. 20, que previa prazo de 90 dias para entrada da nova lei em vigor. O veto permitirá que as regras passem a valer imediatamente.

Os vetos feito por Bolsonaro serão analisados pelo Congresso Nacional e podem ser derrubados se houver maioria de votos.

A MP permite que bancos abram aos sábados e revoga artigos da CLT que vedavam trabalho de categorias como professores e telemarketing aos domingos. Outra alteração é que os trabalhadores poderão, após acordo, bater ponto "por exceção", marcando apenas horários de entrada e saída fora do habitual. Permaneceram ainda a previsão de que o eSocial será substituído por outro programa em até 120 dias e a criação da carteira de trabalho eletrônica.

O texto determina que, nos pedidos de licença, será informado o prazo máximo para a análise que, se não for cumprido, significará aprovação tácita. Esse ponto causou polêmica entre parlamentares que viram como uma possibilidade de comprometer o licenciamento ambiental. A leitura é de que os dispositivos autorizam ações de desmatamento automático por empreendedores, caso órgãos do meio ambiente venham a atrasar a emissão de licenças ambientais.

O texto trata ainda da polêmica exclusão dos impactos indiretos dos processos de licenciamento ambiental. Esse é um dos principais itens que têm causado discussão com o projeto da Lei Geral do Licenciamento.

Pela regra, só seriam incluídos no processo de compensação ambiental aquelas regiões atingidas diretamente por um projeto. Na liberação de uma hidrelétrica, por exemplo, apenas os locais que tiveram suas áreas cobertas por um reservatório seriam incluídos no processo. Os demais municípios do entorno até podem sofrer com os impactos, mas não seriam contemplados com ações de mitigação dessas obras.

Aprovada na quarta-feira (21) à noite pelo Senado, a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica pretende, segundo o governo, diminuir a burocracia e facilitar a abertura de empresas, principalmente de micro e pequeno porte.

Na votação desta quarta (21), os senadores retiraram do texto três artigos que alteravam o trabalho aos domingos. O texto aprovado pela Câmara autorizava que a folga semanal de 24 horas do trabalhador fosse em outros dias da semana, desde que o empregado folgasse um em cada quatro domingos.

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Os senadores entenderam que o trabalho aos domingos era estranho ao texto original e poderia gerar questionamentos na Justiça por causa de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe emendas distintas da MP original. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), comprometeu-se e encaminhar projeto de lei sobre o tema.

Outro ponto que provocou questionamentos foi uma brecha que, para alguns senadores, autorizariam o desmatamento automático caso órgãos do meio ambiente atrasassem a emissão de licenças ambientais. Para permitir a aprovação da MP, o governo fez um acordo e prometeu editar um decreto para deixar claro que a dispensa de licenças para atividades de baixo risco não valerá para questões ambientais.

Entre as principais mudanças, a proposta flexibiliza regras trabalhistas e elimina alvarás para atividades de baixo risco. O texto também separa o patrimônio dos sócios de empresas das dívidas de uma pessoa jurídica e proíbe que bens de empresas de um mesmo grupo sejam usados para quitar débitos de uma empresa.

Entenda as principais mudanças na MP 

Registro de ponto

A MP cria a figura do abuso regulatório, para impedir que o Poder Público edite regras que afetem a “exploração da atividade econômica” ou prejudiquem a concorrência. Entre as situações que configurem a prática estão:

Senadores anunciaram nos bastidores um acordo para aprovar a Medida Provisória da Liberdade Econômica retirando, porém, as mudanças feitas sobre o trabalho aos domingos. Ou seja, seria retirado da medida a permissão para trabalhar aos domingos e feriados.

Pelo texto da Câmara, o trabalhador deveria repousar pelo menos em um domingo no período de quatro semanas. Se o acordo for efetivado, a votação da MP representa uma derrota para o governo, mesmo que o restante do texto seja aprovado.

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Pelo acordo, os senadores fariam uma votação avaliando se o trabalho aos domingos é pertinente ao tema da medida provisória. Considerando o assunto como um "jabuti" na MP, o trecho seria retirado. Dessa forma, como não há modificação nem acréscimo ao texto, mas, uma supressão, o texto não teria de voltar para a Câmara.

Sem a votação, a MP perderia a validade após o dia 27 de agosto.

A deputada federal Erika Kokay (PT) classificou como ‘sórdidos’ os membros do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e as suas medidas para a problemática do desemprego no país.

Nesta quinta-feira (15), através de seu perfil oficial no Twitter, a parlamentar comentou a medida provisória, conhecida como MP da Liberdade Econômica, que  altera leis como o Código Civil e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

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“Não há nenhum interesse do governo Bolsonaro em gerar empregos. O exército de reserva de 13 milhões de desempregados é uma estratégia cruel para que o povo se submeta ao trabalho precário, sem aposentadoria, sem direitos, sem descanso semanal aos domingos e feriados. São sórdidos!”, avaliou.

Entre outros pontos, a MP define regras para trabalho aos domingos, estabelece que a carteira de trabalho seja emitida ‘preferencialmente’ em meio eletrônico, e prevê os critérios para a adoção do registro de ponto de funcionários.

Com a votação concluída na noite dessa quarta-feira (14) pela Câmara dos Deputados, a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica pretende, segundo o governo, diminuir a burocracia e facilitar a abertura de empresas, principalmente de micro e pequeno porte.

Entre as principais mudanças, a proposta flexibiliza regras trabalhistas e elimina alvarás para atividades de baixo risco. O texto também separa o patrimônio dos sócios de empresas das dívidas de uma pessoa jurídica e proíbe que bens de empresas de um mesmo grupo sejam usados para quitar débitos de uma empresa.

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A Câmara derrubou os 12 destaques que poderiam mudar a MP. Outros pontos tinham sido retirados pelo relator, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), para facilitar a aprovação do texto-base. A proposta precisa ser aprovada pelo Senado até o dia 27 para não perder a validade.

Entenda as principais mudanças na MP

Trabalho aos domingos

A MP abre espaço para que a folga semanal de 24 horas do trabalhador seja em outros dias da semana, desde que o empregado folgue um em cada quatro domingos

Pagamento em dobro (adicional de 100%) do tempo trabalhado no domingo ou no feriado pode ser dispensado caso a folga seja determinada para outro dia da semana

Carteira de trabalho eletrônica

A partir da admissão do trabalhador, os empregadores terão cinco dias úteis para fazer as anotações na Carteira de Trabalho. Após o registro dos dados, o trabalhador tem até 48 horas para ter acesso às informações inseridas.

Documentos públicos digitais

Documentos públicos digitalizados terão o mesmo valor jurídico e probatório do documento original

Registros públicos em meio eletrônico

Registros públicos em cartório, como registro civil de pessoas naturais, registro de imóveis e constituição de empresas, podem ser publicados e conservados em meio eletrônico

Registro de ponto

Registro dos horários de entrada e saída do trabalho passa a ser obrigatório somente para empresas com mais de 20 funcionários, contra mínimo de 10 empregados atualmente

Trabalho fora do estabelecimento deverá ser registrado

Permissão de registro de ponto por exceção, por meio do qual o trabalhador anota apenas os horários que não coincidam com os regulares. Prática deverá ser autorizada por meio de acordo individual ou coletivo

Alvará

Atividades de baixo risco, como a maioria dos pequenos comércios, não exigirão mais alvará de funcionamento

Poder Executivo definirá atividades de baixo risco na ausência de regras estaduais, distritais ou municipais.

Fim do e-Social

O Sistema de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (e-Social), que unifica o envio de dados de trabalhadores e de empregadores, será substituído por um sistema mais simples, de informações digitais de obrigações previdenciárias e trabalhistas

Abuso regulatório

A MP cria a figura do abuso regulatório, para impedir que o Poder Público edite regras que afetem a “exploração da atividade econômica” ou prejudiquem a concorrência. Entre as situações que configurem a prática estão:

criação de reservas de mercado para favorecer um grupo econômico

criação de barreiras à entrada de competidores nacionais ou estrangeiros em um mercado

exigência de especificações técnicas desnecessárias para determinada atividade

criação de demanda artificial ou forçada de produtos e serviços, inclusive “cartórios, registros ou cadastros”

barreiras à livre formação de sociedades empresariais ou de atividades não proibidas por lei federal

Desconsideração da personalidade jurídica

Proibição de cobrança de bens de outra empresa do mesmo grupo econômico para saldar dívidas de uma empresa

Patrimônio de sócios, associados, instituidores ou administradores de uma empresa será separado do patrimônio da empresa em caso de falência ou execução de dívidas

Somente em casos de intenção clara de fraude, sócios poderão ter patrimônio pessoal usado para indenizações

Negócios jurídicos

Partes de um negócio poderão definir livremente a interpretação de acordo entre eles, mesmo que diferentes das regras previstas em lei

Súmulas tributárias

Comitê do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal (Carf) e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) terá poder para editar súmulas para vincular os atos normativos dos dois órgãos

Fundos de investimento

MP define regras para o registro, a elaboração de regulamentos e os pedidos de insolvência de fundos de investimentos

Extinção do Fundo Soberano

Fim do Fundo Soberano, antiga poupança formada com parte do superávit primário de 2008, que está zerado desde maio de 2018

Pontos retirados da MP

Descanso obrigatório aos domingos apenas a cada sete semanas

Fins de semana e feriados

Autorização para trabalho aos sábados, domingos e feriados em caso de necessidade do agronegócio

Direito Civil

MP permitiria que contratos de trabalho acima de 30 salários mínimos fossem regidos pelo Direito Civil em vez da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Apenas direitos trabalhistas assegurados pela Constituição seriam mantidos

Caminhoneiros

MP criaria o Documento Eletrônico de Transporte, que funcionaria como contrato único para cada transporte de bens no território nacional

Anistia a multas por descumprimento da tabela do frete

Motoboys

MP acabaria com adicional de periculosidade de 30% para motoboys, mototaxistas e demais trabalhadores sobre duas rodas

Fiscais do trabalho aplicariam multas apenas após a segunda autuação. A primeira visita seria educativa

Decisões trabalhistas seriam definitivas em primeira instância, se prazos de recursos fossem esgotados

Termo de compromisso lavrado por autoridade trabalhista teria precedência sobre termo ajuste de conduta firmado com o Ministério Público

Corridas de cavalos

Entidades promotoras de corridas seriam autorizadas pelo Ministério da Economia a promover loterias vinculadas ou não ao resultado do páreo

O plenário da Câmara dos Deputados manteve, há pouco, a permissão de trabalho aos domingos com folga a cada quatro semanas sem aval do sindicato por meio de acordo coletivo. Parlamentares analisam, nesta quarta-feira (14) alterações à Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, aprovada na noite da terça-feira (13) pelos deputados. 

O destaque proposto pelo PCdoB, rejeitado por 244 votos a 120, pretendia assegurar a manutenção do texto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece o descanso semanal aos domingos como regra. Em outra proposta, parlamentares também rejeitaram o destaque que pretendia condicionar o trabalho em domingos e feriados na forma definida em convenção ou acordo coletivo.

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Neste momento, parlamentares de partidos da oposição ainda tentam alterar a medida. Caso seja mantido no texto, a mudança libera o trabalho aos domingos com folga a cada quatro semanas, dispensando o pagamento em dobro do tempo trabalhado nesses dias se a folga for determinada para outro dia da semana.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a proposta terá um impacto na vida social do trabalhador brasileiro e não vai gerar novos empregos. “A ideia de se preservar o domingo é respeitar as tradições do Brasil. Muitos frequentam a missa, o culto religioso. O domingo é o dia do encontro da família. Essa medida desagrega a família, desrespeita tradições do Brasil”, assegurou. “Eu considero que essa medida não gerará emprego", acrescentou.

Ao rejeitar a crítica de que a proposta “escravizaria” o trabalhador brasileiro, o líder do Novo, deputado Marcel Van Hattem (RS), afirmou que é “a medida provisória que justamente liberta o povo brasileiro dos grilhões do Estado e garante o desenvolvimento econômico, garante o trabalho, o emprego e a liberdade”.

“É um preconceito inadmissível nesta Casa o tipo de comparação que estão querendo fazer aqui entre aqueles que vão ser beneficiados, aliás, com a liberdade econômica, com a condição de poder trabalhar dignamente”, afirmou.

Liberdade Econômica

Na noite desta terça-feira, o plenário da Câmara aprovou, por 345 votos a favor, 76 contra e uma abstenção, o texto-base da MP da Liberdade Econômica. A aprovação foi possível após acordo costurado pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que retirou pontos aprovados na comissão mista considerados inconstitucionais. Entre os pontos polêmicos que foram retirados estava a criação de taxas de conselhos de Farmácia e isenção de multas por descumprimento da tabela de frete rodoviário.

Originalmente, a proposta aprovada na comissão especial estabelecia que empregados trabalhassem aos domingos, desde que fosse dada uma folga nesse dia a cada sete semanas. Para que a medida fosse aprovada, o relator precisou amenizar o texto e prever a folga após quatro semanas.

O relator também inseriu na proposta temas como a criação da carteira de trabalho digital; agilidade na abertura e fechamento de empresas e a substituição dos sistemas de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).

O texto estabelece garantias para o livre mercado, prevê imunidade burocrática para startups e extingue o Fundo Soberano do Brasil.

Declaração de Direitos de Liberdade Econômica

Editada pelo presidente Jair Bolsonaro em abril, a MP institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica que, entre outras medidas, permite que empreendimentos considerados de baixo risco sejam desenvolvidos sem depender de qualquer ato de liberação pela administração pública. Na prática, atividades econômicas que não oferecem risco sanitário, ambiental e de segurança não vão precisar mais de licenças, autorizações, registros ou alvarás de funcionamento.

De acordo com o texto, essas atividades econômicas poderão ser desenvolvidas em qualquer horário ou dia da semana, desde que respeitem normas de direito de vizinhança, não causem danos ao meio ambiente, não gerem poluição sonora e não perturbem o sossego da população.

A MP também equipara documentos em meio digital a documentos físicos, tanto para comprovação de direitos quanto para realização de atos públicos.

 

 

 

O Plenário da Câmara aprovou, na noite dessa terça-feira (13), o texto-base à Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, uma emenda aglutinativa apresentada pelo relator da matéria, deputado Jerônimo Georgen (PP-RS) que retira pontos aprovados na comisão mista considerados inconstitucionais. O texto-base foi aprovado por 345 votos a favor, 76 contras e uma abstenção. Após a aprovação, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão e convocou os deputados para a votação dos destaques na tarde desta quarta-feira (14).

A MP 881/19, ou MP da Liberdade Econômica, estabelece garantias para a atividade econômica de livre mercado, impõe restrições ao poder regulatório do Estado, cria direitos de liberdade econômica e regula a atuação do Fisco federal. A versão aprovada  libera pessoas físicas e empresas para desenvolver negócios considerados de baixo risco, que poderão contar com dispensa total de atos como licenças, autorizações, inscrições, registros ou alvarás. O relator também inseriu na proposta temas como a nstituição da carteira de trabalho digital; agilidade na abertura e fechamento de empresas e a substituição dos sistemas de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).

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Por outro lado, o texto final do relator retirou diversos temas que não faziam parte na MP original, como taxas de conselhos de Farmácia e isenção de multas por descumprimento da tabela de frete rodoviário.

Georgen, entretanto, manteve na MP o fim das restrições de trabalho aos domingos e feriados, dispensando o pagamento em dobro do tempo trabalhado nesses dias se a folga for determinada para outro dia da semana. Pelo texto, o trabalhador poderá trabalhar até quatro domingos seguidos, quando lhe será garantida uma folga neste dia. Originalmente, a prosposta era de até sete semanas ante do trabalhador ter uma folga dominical.

Para a votação dos destaques nesta quarta-feira, houve um acordo com a oposição para que não houvesse obstrução, como ocorreu na noite de hoje. Em troca haverá a votação nominal, pelo sistema eletrônico, em todos os  destaques.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Medida Provisória da Liberdade Econômica (881) pode ser votada ainda nesta terça, mesmo depois de o texto ter passado por mudanças. "Já encaminhamos para a maioria dos líderes, agora vou terminar de conversar com os partidos de esquerda. Já organizamos o texto de uma forma que respeita a Constituição", disse. "Devemos votar hoje (terça)", afirmou. Questionado sobre o pedido da oposição para analisar o novo texto, Maia disse que o houve redução, o que deve reduzir as polêmicas também.

Sobre as mudanças, Maia disse que foi retirado "quase tudo da reforma trabalhista". "Ficou apenas os temas que tinham relação com a liberdade econômica", disse.

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Segundo Maia, para acelerar a tramitação será retirado da pauta um requerimento de urgência do governo, com o compromisso de se votar outras duas urgências. "Uma nossa urgência do projeto de armas, da qual a partir de quarta poderá ser votada. Estamos construindo um texto que respeite o pensamento médio da população sobre o tema e a segunda que a gente quer votar (urgência) é o texto de abuso de autoridade do senador Roberto Requião", disse.

Para a próxima semana, Maia pretende colocar em votação projeto sobre posse de arma dentro das propriedades rurais. Já o texto sobre licenciamento ambiental não deve entrar na pauta no curto prazo. O presidente diz que pretende ainda conversar com parlamentares e com pessoas da área do meio ambiente para esclarecer melhor pontos que tratam o texto. "Queremos ter regras mais claras em relação ao licenciamento ambiental do Brasil", disse.

Depois de reuniões entre representantes da equipe econômica e parlamentares, a Medida Provisória da Liberdade Econômica (881) terá 22 artigos e deixará de fora temas como a criação de um documento único para transportes de cargas, disse há pouco o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da matéria.

A iniciativa era uma promessa feita pelo governo para reduzir a burocracia para a categoria. Segundo o deputado, o Executivo enviará um projeto de lei com o tema.

Outra alteração excluída do texto final é o artigo que previa que quem ganha mais de 30 salários mínimos não estaria protegido pelas normas da CLT. Também saiu do texto a determinação de que fiscais só poderiam aplicar multas a partir da segunda visita a um estabelecimento.

O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da Medida Provisória da Liberdade Econômica (881), disse que o texto será alterado e o empregador terá que permitir o descanso dos trabalhadores aos domingos pelo menos uma vez a cada quatro semanas. A mudança foi feita depois de o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrar, na última sexta-feira, que a última versão do texto havia previsto o descanso neste dia obrigatoriamente apenas a cada sete semanas.

"Embora não tenha mexido em direito nenhum, houve um erro de comunicação do governo que incluiu esse ponto e não explicou direito. Não tem como isso prosseguir e ser aceito pela sociedade", disse Goergen ao Broadcast.

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Segundo o relator, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, estão negociando alterações no texto para levar a votação. Segundo fontes do governo, a equipe está otimista com a votação ainda nesta terça-feira, provavelmente no fim do dia.

Os parlamentares, no entanto, ainda resistem principalmente a alterações na legislação trabalhista, por isso Marinho entrou nas negociações e tenta construir um texto consensual para levar a votação. Maia também não gostou do fato de ser uma medida provisória e chegou a defender que o governo reenvie as mudanças em um projeto de lei com regime de urgência.

Texto

Na sexta-feira passada, como mostrou o Broadcast, Goergen apresentou aos líderes um texto mais enxuto do que o que havia sido aprovado na Comissão Especial da MP da Liberdade Econômica. Acordado com o governo, a nova versão era uma tentativa de consenso para levar a medida a votação, já que ela caduca em 27 de agosto.

A nova redação manteve alterações na legislação trabalhista, como a permissão de trabalho em domingos e feriado, e aumentou o prazo para que o trabalhador descanse aos domingos. Se no relatório aprovado na Comissão Especial era obrigatória uma folga no domingo a cada quatro semanas, o novo texto previa que esse repouso se dê nesse dia pelo menos uma vez a cada sete semanas, o que deve ser revertido agora após a repercussão ruim.

Foram mantidas ainda alterações feitas pelo relator como a possibilidade de bancos abrirem aos sábados e de, após acordo, os trabalhadores baterem ponto "por exceção", marcando apenas horários de entrada e saída fora do habitual.

Outra alteração incluída no novo texto é a criação de um documento único para operação de transportes, que conterá todos os dados tributários, logísticos, sanitários e outros - o chamado Documento Eletrônico de Transporte. A unificação dos documentos havia sido prometida pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Godoy, em negociação com caminhoneiros.

A emenda retirou pontos que criaram polêmica e que haviam sido incluídos no relatório ainda na Comissão Especial, como, por exemplo, artigo que desobrigava empresas ou locais de obras com menos de 20 trabalhadores de constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Essa era uma das principais reclamações da oposição.

Também saíram do texto o fim do adicional de periculosidade para motoboys, a ampliação de receitas com corridas de cavalo, a possibilidade de termo de compromisso lavrado por autoridade trabalhista ter precedência sobre ajuste de conduta como os firmados pelo Ministério Público e a anistia a multas por descumprimento à tabela do frete.

A nova emenda manteve a redação mais próxima à original, enviada pelo governo. Foram preservados pontos dos quais o governo disse não abrir mão, como artigos da "declaração de direitos da liberdade econômica", que preveem, por exemplo, o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco, e a proibição do "abuso regulatório", como a criação de regras para leis para reserva de mercado ou controle de preço.

A modernização do ambiente de negócios prevista na chamada medida provisória da Liberdade Econômica, em tramitação no Congresso, tem potencial para aumentar o PIB per capita brasileiro em 0,4% a 0,7% por ano e gerar 3,7 milhões de empregos nos próximos dez a quinze anos. A estimativa foi feita em estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, obtido pelo Estadão/Broadcast.

Uma das apostas da equipe econômica para destravar negócios e impulsionar o crescimento da economia, a MP prevê ações como fim da exigência de alvarás e licenças e redução de burocracia para startups.

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De acordo com o estudo, a expectativa é que o PIB per capita cresça 7% no longo prazo - estimado por eles de dez a quinze anos -, intervalo em que a população ocupada deve aumentar 4%. "A ideia de que o ambiente institucional explica parte do diferencial de prosperidade entre as nações está bem estabelecida", afirma o documento.

Para o assessor especial da Secretaria de Política Econômica (SPE), Felipe Garcia, as medidas previstas na MP são essenciais para facilitar a realização de negócios e estimular o crescimento da economia. "A economia está como um corpo doente, com o coração parando e as artérias entupidas. A reforma da Previdência é extremamente necessária, é um transplante do coração. Mas é preciso desobstruir veias e artérias, e é isso que a MP faz, ela deixa a economia fluir", comparou.

A metodologia do estudo tem como base os índices de liberdade econômica e de facilidade de iniciar negócios, entre outros indicadores, de países onde o ambiente econômico é considerado mais desenvolvido e o impacto na economia brasileira de o país alcançar índices semelhantes.

A premissa é que, num prazo de dez a quinze anos, as medidas de liberdade econômica devem elevar os indicadores brasileiros para o mesmo patamar de países como Chile, Espanha, Itália e Uruguai. A expectativa é que o Brasil suba 100 posições no ranking de liberdade econômica da Heritage Foundation - atualmente, o país ocupa a 150ª posição.

Medidas. A MP está tramitando na comissão mista criada para discutir o texto e a previsão é que o relator, deputado Jerônimo Georgen (PP-RS), leia seu relatório na próxima terça-feira. O texto prevê medidas de simplificação como a retirada de todo o tipo de licença e alvará para atividades de baixo risco. Além disso, são criados prazos para a concessão dessas autorizações para outras atividades, que, se não forem cumpridos, serão automaticamente permitidas.

A medida autoriza a produção e funcionamento de estabelecimentos em qualquer horário ou dia da semana, observada a "perturbação do sossego" e regras de condomínios. O texto também impede que fiscais tratem dois cidadãos em situações similares de forma diferente e estipula que dúvidas na interpretação do direito devem ser resolvidas a partir do "princípio da boa-fé.

Startups também ficam livres da exigência de qualquer licença enquanto estiver testando ou desenvolvendo um produto ou serviço. Outros pontos incluem a previsão de que contratos empresariais não poderão ser alterados judicialmente, de que todos os papéis poderão ser digitalizados e descartados e de criação de uma previsão chamada de abuso regulatório, situação em que o regulador passa dos limites permitidos pela lei para prejudicar o cidadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil perdeu uma posição no ranking global que mede anualmente o Índice de Liberdade Econômica e passou a ocupar o 100º lugar neste ano. O País obteve 57,7 pontos e classificou-se na categoria "maioria não livre", de acordo com o estudo divulgado nesta terça-feira, em Porto Alegre (RS), pelo Instituto Liberdade (IL).

O levantamento mundial analisa dez questões para compor o índice como a liberdade fiscal, empresarial, trabalhista, monetária, do comércio, do investimento e a financeira, além do direito de propriedade, combate à corrupção e o tamanho do governo na economia de cada País.

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De acordo com Ricardo Sondermann, presidente do Instituto Liberdade, o Brasil está nos últimos cinco anos entre a 113ª a 100ª posição. "Estamos sempre no meio da tabela e não conseguimos evoluir. E já somos a 6ª economia do mundo", afirma. Para ele, é preciso unir capacidade e oportunidade para que o País possa crescer no ranking. "O Brasil teve a oportunidade de exportar commodities, mas uma hora a oportunidade acaba ou fica mais restrita e vamos precisar da capacidade, como em infraestrutura, por exemplo, para investir. Mas nossa condição e capacidade de fazer a longo prazo é nula."

Ele avalia ainda que a alta carga tributária do País, a participação excessiva do governo para construção do PIB e as questões trabalhistas locais são fatores responsáveis para a colocação do Brasil no ranking, na medida em que dificultam a vida do empresário e do trabalhador. "O empregado precisa ser protegido, mas a lei como é hoje encarece muito (as contratações)."

Embora esses quesitos continuem impedindo a melhora da classificação do País, no item liberdade financeira o Brasil figura na 40ª posição, por conta da realidade das instituições bancárias. "Nosso sistema bancário é considerado bom, eficaz. Além disso, ele tem um sistema nacional e integrado. Até mesmo os grandes bancos estatais operam com uma cabeça privada, com políticas e governança eficientes", destaca Sondermann.

Quesitos

O levantamento avaliou a situação em 177 nações. Segundo o IL, o índice demonstra que, quanto maior o nível de liberdade econômica, melhores são as condições em quesitos como: saúde, crescimento econômico, renda per capita, educação, proteção ao meio ambiente e bem-estar geral. Na centésima posição, o Brasil ficou atrás de nações como: Zâmbia (93ª), Líbano (91ª), Guatemala (85ª), Paraguai (80ª), Mongólia (75ª), Colômbia (37ª) e Uruguai (36ª).

Entre os Brics, bloco que reúne ainda Rússia, Índia, China e África do Sul, o País é o segundo melhor, perde apenas para os sul-africanos, que estão na 74ª posição. A Rússia é a pior colocada no 139º lugar, seguida por China (136º) e Índia (119º).

Entre os 29 países das Américas Central e do Sul, o Brasil ocupa a 19ª posição, "à frente da Argentina (160ª) e da Venezuela (174ª), por exemplo", ressaltou.

O líder da lista de 2013 é Hong Kong, com 89.3 de pontuação, na frente de Cingapura, que obteve 88 pontos e Austrália, com 82.6. Os Estados Unidos, que já ocuparam o topo do ranking, ficaram em 10º lugar, com 76 pontos. Segundo o IL, os norte-americanos têm registrado declínio consecutivo em liberdade econômica, com escore de perda acumulada de cinco pontos ou mais desde 2008.

O estudo classifica cada país em até cinco divisões: "livre", com escores combinados de 80 pontos ou mais; "maioria livre", atingindo de 70 a 79,9 pontos; "moderadamente livre", países que ficam entre 60 e 69,9 pontos; "maioria não livre", com escore de 50 a 59,9; ou "reprimido", abaixo de 50 pontos.

O Índice de Liberdade Econômica é calculado anualmente pelo centro de estudos norte-americano Heritage Foundation e pelo The Wall Street Journal, com dados de diversos órgãos internacionais como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI), vários bancos centrais do mundo, entre outros. No Brasil, quem traduz e é responsável pela divulgação é o IL, com apoio do Instituto de Estudos Empresariais (IEE).

O Instituto Liberdade, com sede em Porto Alegre, é uma organização não governamental (ONG) que desenvolve estudos, pesquisas e propostas em políticas públicas. Já o IEE, também no Rio Grande do Sul, tem como intuito formar jovens lideranças empresariais e defender "manutenção dos valores da economia de mercado e da livre iniciativa". O órgão conta hoje com 150 associados, entre 20 e 35 anos.

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