Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro de 2021 foram adiados, devido à pandemia de coronavírus no Brasil, um dos países mais afetados pela Covid-19, que também provoca novas medidas de restrição em vários países da Europa.
"Chegamos à conclusão de que o processo tem que ser adiado. Não temos como fazer em fevereiro. As escolas já não vão ter tempo nem condições financeiras de organização de viabilizar até fevereiro", afirmou Jorge Castanheira, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que organiza os desfiles do grupo especial do Rio de Janeiro.
##RECOMENDA##
O Brasil registra um balanço de 4,7 milhões de casos e quase 140.000 mortes por Covid-19, um número de vítimas fatais superado apenas pelos Estados Unidos.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, nas últimas duas semanas o país teve uma média de 735 mortes e quase 30.000 novos contágios por dia.
O estado do Rio de Janeiro é um dos mais afetados, com 18.000 mortes provocadas pela Covid-19.
A pandemia evidenciou as divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e os governos estaduais e municipais, que adotaram medidas de confinamento, criticadas pelo governo federal por seu impacto econômico.
Perto de um milhão de mortos
Em todo mundo, a pandemia provocou quase um milhão de mortes desde que foi detectado na China no final de 2019. Ao menos 32 milhões de pessoas contraíram a doença. Os números oficiais estão subnotificados, pois apenas uma parte dos casos foi diagnosticada.
Na Europa, com mais de 227.000 vítimas fatais, os sinais de alerta são cada vez mais intensos com a explosão de contágios, o aumento do número de mortos e a situação crítica de alguns hospitais. A situação coincide com o início do outono, período mais propício para todos os vírus.
Na quinta-feira, a União Europeia (UE) considerou urgente a adoção de novas medidas de restrição e proteção.
"Talvez seja a última oportunidade para evitar que se repita a situação da primavera" (hemisfério norte), afirmou a comissária da Saúde, Stella Kyriakides, que chamou a situação de "realmente preocupante".
Espanha, França e Reino Unido intensificaram as restrições.
Os pubs da Inglaterra e de Gales passaram a fechar as portas às 22h, para cumprir o toque de recolher imposto pelo governo com o objetivo de frear a pandemia. São quase 6.000 novos contágios por dia no Reino Unido, país mais afetado da Europa com 42.000 mortes.
A França registrou mais de 16.000 novas infecções nas últimas 24 horas, e os hospitais começam a enfrentar um cenário crítico.
"Se não atuarmos, nós podemos enfrentar uma situação parecida com a da primavera. Isto poderia significar um novo confinamento", advertiu o primeiro-ministro Jean Castex.
Na Espanha, o aumento vertiginoso de casos na região de Madri resultou na adoção do confinamento para alguns bairros e municípios. Novas restrições de movimento devem ser anunciadas nas próximas horas para outras áreas da capital.
O governo deseja evitar o confinamento total de Madri, uma região que concentra um terço das vítimas fatais e dos contágios do país. A Espanha tem um balanço de 31.000 mortos e quase 700.000 contágios.
A cidade de Moscou, que enfrenta um novo aumento de casos, recomendou que as pessoas idosas permaneçam em confinamento e que as empresas privilegiem o teletrabalho.
Onze vacinas na fase final
Os Estados Unidos permanecem como o país mais enlutado pela doença, com 201.910 mortes e quase sete milhões de contágios. O Peru, nação com a maior taxa de mortalidade por Covid-19 no planeta (98,68 óbitos para cada 100.000 habitantes), segundo a Universidade Johns Hopkins, registrou na quinta-feira 68 falecimentos por coronavírus, o menor número em quase cinco meses.
Diversos laboratórios do mundo estão envolvidos na produção de uma vacina. Na quinta-feira, o grupo biotecnológico americano Novavax anunciou o início no Reino Unido de um teste clínico de fase final para a potencial imunização.
Esta é a 11ª vacina experimental do mundo que entra na fase final dos testes clínicos.
Os projetos ocidentais mais avançados são os desenvolvidos pela britânica AstraZeneca em parceria coma a Universidade de Oxford, além dos projetos das americanas Pfizer e Moderna. Projetos chineses e russos também entraram na última fase de testes.