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A Eletrobras informou, na noite desta quarta-feira (16), que identificou o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá-Fortaleza por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes do apagão da manhã de terça-feira (15). Na ocasião, uma queda de energia atingiu todas as regiões do país. O Norte e o Nordeste foram os mais prejudicados e a normalização do sistema elétrico demorou mais nos estados dessas regiões do que nas outras partes do país.

A empresa avaliou que o desligamento da citada linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido. As redes de transmissão do SIN são planejadas pelo critério de confiabilidade “n-1”. Assim, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia.

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Em nota, a Eletrobras avaliou “que a manutenção dessa linha de transmissão está em conformidade com as normas técnicas associadas”.

A empresa assegura que continua colaborando para a identificação das causas do apagão e dos motivos que levaram aos desligamentos ocorridos no SIN, sob a coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública para que a Justiça Federal obrigue a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e a Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) ao pagamento de indenização aos indígenas da etnia Truká pela invasão de suas terras, no município de Cabrobó, no Sertão de Pernambuco. para implantação de linhas de transmissão sem consulta à comunidade. O MPF destaca que a implantação das torres de alta tensão trouxe inúmeros prejuízos à comunidade Truká.

Na ação, o procurador da República Rodolfo Lopes também requer que os indígenas sejam indenizados por dano moral coletivo, bem como que sejam reparados os danos materiais e imateriais causados. As linhas de transmissão foram instaladas na década de 1990, sendo de propriedade da Chesf, com operação e manutenção pela Coelba.

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Ao longo dos anos, no decorrer do inquérito civil instaurado em 2002 para apurar a situação, foram realizadas diversas reuniões e estudos e firmado termo de ajustamento de conduta com a fixação de valor para a reparação dos danos. No entanto, o documento não foi assinado pela Chesf nem pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que também é alvo da ação, junto com o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o MPF, a Chesf reiterou, em reunião realizada em setembro de 2020, que não concorda com a celebração de qualquer acordo com as comunidades afetadas.

A ação aponta que, além de serem submetidos aos riscos do empreendimento, os Truká tiveram parte da terra inutilizada para a realização de suas atividades rotineiras. Indígenas relataram que houve significativa redução de plantas da natureza local, algumas delas medicinais. O procurador da República diz que a falta de consulta à comunidade desrespeita direito garantido por convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O MPF afirma que as empresas que invadiram a terra Truká não possuíam licença ambiental válida e regularmente expedida pelo Ibama e que, mesmo depois de todo o tempo decorrido, deixaram de adotar as providências necessárias para sanar a irregularidade. De acordo com a ação, se o processo de licenciamento ambiental tivesse seguido o curso correto, o Ibama deveria ter requisitado informações à Funai sobre o empreendimento. Porém, como a Funai tomou conhecimento da construção por meio dos próprios indígenas, caberia à fundação provocar o Ibama para informar sobre as irregularidades e solicitar detalhes sobre o processo de licenciamento.

Valores

O MPF requer que a Chesf e a Coelba sejam condenadas ao pagamento de R$ 20,9 milhões por dano moral coletivo, R$ 10,4 milhões por danos materiais e R$ 4,5 milhões de indenização em favor dos Truká. Para reparar os danos imateriais, foi solicitado pedido formal de desculpas às comunidades afetadas, em cerimônia a ser realizada na própria terra indígena, com publicação nos sites oficiais da Chesf e da Coelba. O órgão também pede que a Justiça Federal determine que Chesf e Coelba, no prazo de 30 dias, providenciem a regularização do licenciamento ambiental e que Funai e Ibama comprovem as medidas que lhe competem para o andamento do licenciamento.

Após um apagão no Amapá, o Ministério de Minas e Energia propôs a instalação de uma nova subestação de energia e a construção de uma linha de transmissão para reforçar o sistema elétrico e evitar um novo blecaute. No mês passado, 14 dos 16 municípios do Estado ficaram quase quatro dias sem energia e outros vinte dias com racionamento após uma explosão na subestação Macapá.

De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Paulo Cesar Magalhães Domingues, a previsão é que os estudos necessários para a licitação sejam concluídos até abril de 2021. Nesse cronograma, a previsão é que os leilões sejam realizados em dezembro do ano que vem.

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A intenção é construir uma segunda subestação na Capital do Estado, Macapá. Em relação à linha de transmissão, Domingues explicou que há duas possibilidade em estudos: conectar ao Sistema Interligado Nacional (SIN), ou seja, com todo o setor elétrico do País, ou com as usinas que geram energia para abastecer o Estado.

As propostas são baseadas em um estudo elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). "O ministério solicitou à Empresa de Pesquisa Energética EPE para fazer um estudo de identificação de alternativa para ampliar a confiabilidade ao suprimento de Macapá e as demais localidades ligadas à Capital", explicou o secretário.

Ele ressaltou que as soluções não estão sendo estudadas apenas para o Amapá, mas para todos os Estados que apresentam maior complexidade para o fornecimento de energia elétrica.

Depois de consumir cinco anos em tratativas e discussões para tornar viável a construção de uma linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) - último trecho que resta para conectar todos os Estados do País ao sistema integrado de eletricidade - o governo brasileiro se vê obrigado a assumir uma dívida de, pelo menos, R$ 534 milhões, sem dispor de um metro sequer de linha de transmissão nesta área.

A concessionária Transnorte Energia, formada pela estatal Eletronorte e a empresa Alupar, entregou a conta para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O cálculo faz parte de um estudo financeiro feito pela Fundação Getúlio Vargas, que estimou os gastos da empresa com o projeto nos últimos cinco anos e que agora foram convertidos em um pedido milionário de indenização.

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A Aneel já havia sido informada desde o fim do ano passado sobre a intenção da Transnorte Energia em devolver a concessão, porque a empresa não conseguiu obter o licenciamento ambiental com os órgãos federais. O estudo da FGV, a que o Estado teve acesso, detalha os gastos e as fórmulas matemáticas que resultaram no pedido de ressarcimento. Na conta foram incluídos desde benefícios fiscais que a empresa receberia com a obra em operação, até gastos com a aquisição de equipamentos e as multas que a Transnorte terá de pagar para indenizar contratos firmados com fornecedores.

O contrato frustrado é uma derrota para o governo e para o Ministério de Minas e Energia (MME), que no fim de 2015 chegou a acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar destravar o projeto, sem sucesso.

Leiloada em setembro de 2011, a linha Manaus-Boa Vista tinha prazo de três anos para ficar pronta, com entrada em operação prevista para janeiro de 2015. Até hoje, porém, o projeto não recebeu autorização do Ibama para início das obras. Do total de 721 km da linha, 125 km teriam de passar pela terra indígena Waimiri Atroari, onde estão 31 aldeias e 1,6 mil índios. O processo acabou travado na Funai.

A estimativa do próprio governo é de que a ligação resultaria em uma economia de R$ 450 milhões por ano, dinheiro que hoje é gasto na compra de óleo combustível usado pelas usinas térmicas que abastecem Roraima, e cobrado de todos os consumidores do País, por meio da conta de luz. Além disso, diz o governo, a linha acabaria com a dependência do suprimento de energia que Roraima recebe hoje da Venezuela.

Quando foi licitada, a linha de transmissão tinha custo estimado de R$ 1,1 bilhão e prazo de concessão de 30 anos. Hoje, com a deterioração da economia, a escalada do dólar e a mudança nas condições de financiamento, seu orçamento já ultrapassa R$ 1,8 bilhão. A Aneel diz que "o processo está em instrução na Superintendência de Concessões, Permissões e Autorizações de Transmissão e Distribuição, para decisão da diretoria".

Ministério

A Transnorte não se posicionou até o fechamento da reportagem. O MME declarou, por meio de nota, que não desistiu do projeto e que respeita a autonomia das instituições.

"Nesse contexto, o entendimento do MME é de que a implantação da linha de transmissão Manaus - Boa Vista é imprescindível para garantir suprimento energético adequado à região, uma vez que as alternativas de atendimento atuais são mais caras e poluentes. O MME está avaliando as formas de viabilização do empreendimento", diz a nota do Ministério.

Para entender

Diferentemente do que ocorre com os projetos de usinas hidrelétricas, que só vão a leilão após o governo conseguir a licença ambiental prévia de cada empreendimento, as linhas de transmissão são leiloadas sem licenciamento, ficando por conta e risco do empreendedor conseguir essas autorizações.

Empresários têm pedido que as redes de transmissão tenham o mesmo tratamento dado às usinas. Hoje, dos 347 empreendimentos de expansão da rede que a Aneel fiscaliza, 62% estão atrasados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) está iniciando a Campanha de Controle de Queimadas Sob Linhas de Transmissão 2016/2017. Entre as ações previstas na campanha estão fiscalizações em parceria com órgãos reguladores, além de oficinas de conscientização em escolas. 

Nas zonas canavieiras de Pernambuco, a prática de queimas é comum e pode ocasionar riscos ao fornecimento de energia e à segurança dos moradores se for realizada nas proximidades das linhas de transmissão de energia. De acordo com a Celpe, a ausência de chuvas na Zona da Mata Norte pode agravar a situação, dificultando o controle das queimadas. 

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A ação é realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e secretarias municipais de saúde e educação. A previsão é que as palestras e oficinas sigam até dezembro, percorrendo 15 comunidades rurais de dez municípios das Matas Norte e Sul. 

Com informações da assessoria

Em meio à crise do setor elétrico e à necessidade de o País importar energia de países vizinhos para abastecer o consumo nacional, o Brasil acaba de abrir mais uma rota para comprar geração de países vizinhos. O Ibama liberou a operação de uma nova rede, que interliga Brasil e Uruguai. A malha parta de uma subestação no município de Candiota (RS) e segue até a divisa com o Uruguai.

Em janeiro, o Brasil utilizou linhas que chegam à Argentina para importar energia e garantir o abastecimento do País, que tem registrado recordes históricos de consumo neste ano. O Brasil já conta com interligações com o Paraguai, Argentina e com o próprio Uruguai. A nova rede de transmissão amplia a capacidade de intercâmbio entre os dois países.

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A linha de transmissão Cascavel Oeste - Umuarama, construída pela Sociedade de Propósito Específico (SPE) Costa Oeste Energia, formada por Copel (51%) e Eletrosul (49%), entrou em operação no último final de semana. O projeto, que atravessa dez municípios na região oeste do Paraná, demandou R$ 80 milhões em investimentos.

Construída em tensão de 230 kV, a linha de transmissão tem 144 km de extensão e 367 torres distribuídas pelos municípios de Alto Piquiri, Cafelândia, Cascavel, Formosa do Oeste, Iracema do Oeste, Jesuítas, Nova Aurora, Perobal, Santa Tereza do Oeste e Umuarama. O projeto também incluiu a ampliação da Subestação Cascavel Oeste e a construção da subestação Umuarama Sul.

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A energização da linha ocorreu em duas fases. Na primeira, no sábado, foi sincronizado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) o trecho entre as Subestações Umuarama e Cascavel Norte. O trecho compreendido entre as subestações Cascavel Oeste e Cascavel Norte entrou em operação no domingo.

"A conclusão da linha também reforça a interligação Sul-Sudeste, tão importante para o fornecimento de eletricidade à região que registra o maior consumo de energia do País", destacou a Eletrosul em nota. O projeto foi conquistado pelo consórcio formado por Copel e Eletrobras - controladora da Eletrosul - no leilão de transmissão da Aneel 004/2011. O contrato de concessão é de 30 anos.

A linha de transmissão que interligará as hidrelétricas do rio Madeira ao sistema nacional deverá entrar em operação no próximo mês, segundo o diretor de Transmissão da Eletrobras, José Antonio Muniz Lopes. O executivo prevê que o início dos testes ocorrerá no começo de julho, quando 15 turbinas já devem estar em operação no complexo formado pelas usinas de Santo Antônio e Jirau. "Precisamos de 12 máquinas para fazer os testes", ponderou Muniz.

Com as turbinas em funcionamento, entrará em operação o chamado linhão do Madeira, cuja última previsão para o início das operações era abril. Muniz conversou com jornalistas durante o III Seminário Internacional de Gerenciamento de Ativos, Manutenção da Transmissão e Desempenho do Sistema Elétrico (Sigamt), que acontece em São Paulo.

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Muniz também informou que a Eletrobras pretende entregar até outubro a solicitação formal referente ao processo de indenização por investimentos não amortizados de ativos de transmissão existentes antes de maio de 2000. O prazo final para que as empresas entreguem a solicitação à Aneel se encerra em dezembro. A agência reguladora, porém, não tem prazo para definir o valor das indenizações para esses ativos.

"Estamos com um grupo de trabalho, mas preferimos não antecipar projeções de valores", disse Muniz. Em dezembro passado, o diretor financeiro e de relações com os investidores da Eletrobras, Armando Casado, informou que as transmissoras do grupo poderiam receber até R$ 11 bilhões adicionais pela indenização desses ativos não amortizados com data anterior a maio de 2000.

Leilões

Questionado sobre os próximos leilões de transmissão, Muniz afirmou que a Eletrobras continuará a participar das disputas. Hoje, a Aneel aprovou a realização de um novo leilão de linhas de transmissão, a ser realizado em 12 de julho. Serão licitados 1.580 quilômetros de linhas.

"Vamos participar, mas temos determinados pisos que não ultrapassaremos. Não fizemos propostas em alguns lotes (no último leilão) pois passamos a fazer mais exigências", destacou Muniz. De acordo com o executivo, a taxa de retorno pode ser a mesma, mas o risco associado aos leilões aumentou. Por isso, a Eletrobras mudou sua postura.

No mês passado, o primeiro leilão de transmissão realizado após a aprovação da Lei 12.783 (Antiga MP 579) foi marcado pela ausência de ofertas para quatro empreendimentos, do total de dez lotes leiloados.

O governo admitiu ontem que o sistema elétrico brasileiro não tem a confiabilidade que se esperava. Uma falha em uma linha de transmissão entre Tocantins e Maranhão deixou sem luz, por cerca de quatro horas, milhões de pessoas em 11 Estados do Norte e Nordeste, o terceiro apagão de grandes proporções provocado por problemas técnicos em cinco semanas.

O ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, chegou a sugerir que houve "sabotagem", mas em seguida descartou a hipótese e deixou claro que não sabe as causas do apagão. Ele enviou uma equipe ao local para investigar e prometeu um "pente-fino" no sistema para identificar eventuais gargalos.

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"O sistema elétrico brasileiro foi projetado e planejado para operar num determinado nível de confiabilidade. A partir do momento que tem redução de confiabilidade, agora recente, determinada pela sequência de eventos, tem de tomar as ações necessárias para que se reestabeleça a confiabilidade", disse.

O ministro também afirmou que, "probabilisticamente, essa sequência de eventos é impossível de ocorrer. É difícil entender como isso pode ocorrer". Sobre sabotagem, admitiu que esse é o "primeiro raciocínio" e que "não adianta tapar o sol com a peneira", mas descartou a possibilidade de o erro ter sido provocado intencionalmente.

Segundo o Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS), um curto-circuito na linha de transmissão entre Colinas (TO) e Imperatriz (MA) foi responsável pelo apagão. A linha é operada pela Taesa, controlada pela Cemig, que trava com o governo uma disputa jurídica. A companhia quer renovar algumas concessões sob regras antigas, justamente quando o governo tenta reformular o sistema para reduzir a conta de luz em 16,2% para consumidores e até 28% para a indústria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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