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O acesso à banda larga móvel está abaixo da meta estabelecida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo avaliação da agência reguladora sobre os planos de melhorias das prestadoras do serviço, três das quatro empresas que operam em todo o País não conseguiram cumprir a meta, estabelecida pela Anatel, de acesso à rede em 98% das tentativas.

A Claro atingiu o objetivo de acesso a dados nas redes 3G e 2G entre agosto e outubro do ano passado. A TIM e a Vivo chegaram ao percentual na rede 3G, mas ficaram abaixo da meta na rede 2G. A operadora Oi não conseguiu cumprir a tarefa nas duas redes.

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Para o serviço de voz, as quatro operadoras ultrapassaram a meta de 95% das chamadas completadas sobre o total de tentativas. Segundo a Anatel, as operadoras de telefonia móvel investiram R$ 17,39 bilhões em melhorias desde 2012. O valor representa 55% do total previsto para ser investido até o fim deste ano (31,79 bilhões).

Este é o 5º ciclo de avaliação, e os dados são referentes aos meses de agosto, setembro e outubro de 2013. O levantamento é feito a cada três meses, desde 2012, quando a comercialização de linhas foi suspensa, após confirmação de queda na qualidade da prestação do serviço de telefonia móvel. Na ocasião, a Anatel impôs a todas as empresas a obrigação de apresentar um plano nacional de ação com medidas capazes de garantir a melhoria na qualidade.

A operadora TIM disse que já está dedicando esforços para o aprimoramento necessário do acesso à rede de dados 2G. A Vivo ressaltou que está "firmemente comprometida" com a melhoria contínua da qualidade dos serviços e do atendimento prestados aos clientes. A Oi esclareceu que as situações em que as metas estipuladas não foram alcançadas já foram mapeadas e estão sendo "cuidadosamente analisadas e tratadas" pela companhia.

Um levantamento realizado pela OpenSignal elencou quais são as melhores operadoras de telefonia móvel em 16 países e um dos resultados obtidos surpreendeu: a Claro do Brasil oferece 4G com a maior velocidade no mundo. No estudo, a velocidade média da tele é de 27,8 Mbps. A velocidade média de download do 4G no Brasil é de 21 Mbps; a da Itália, a segunda colocada, é de 22,2 Mbps e da Austrália, a vencedora, é de 24,5 Mbps. Entretanto, nem sempre rapidez significa boa qualidade.

O estudo ainda ressaltou que a cobertura LTE do Brasil é reduzida em comparação com os outros países pesquisados. Quando é analisado o tempo médio que o usuário passa conectado, o Brasil cai para a 14ª colocação, o que dá a entender que o sinal não possui qualidade significativa.

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Os países analisados foram Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Filipinas, França, Hong Kong, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Suécia. A OpenSignal utiliza apps de Android e iPhone para analisar as condições da conexão móvel em todo o mundo.

A operadora japonesa NTT DoCoMo anunciou que abrirá uma subsidiária no País, tendo sede em São Paulo. Com um investimento de R$ 5,1 milhões, sede brasileira será a primeira da operadora na América Latina.

O foco da empresa será no mercado corporativo, mas não vai tirar sua atenção do mercado latino-americano, procurando oportunidades de expansão dos seus negócios no continente. Todas as operações serão comandadas pelo executivo Hiroaki Obuchi.

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A operadora oferece serviços focados na mobilidade, como rede 3G e LTE. No Japão, ela conta com mais de 60 milhões de clientes.

A nova tecnologia de banda larga que está chegando no setor de telecomunicações promete se espalhar rapidamente pelo mundo todo. De acordo com a 4G Americas, uma associação setorial dos principais provedores de serviços e fabricantes deste setor, afirma que 150 operadoras já lançaram serviços comerciais de banda larga móvel com tecnologia LTE (4G) em pelos menos 67 países.

Essas implantações foram feitas nos últimos cinco meses e prometem aumentar. A 4G Americas prevê cerca de mais 100 lançamentos até o final de 2013. O presidente da associação, Chris Pearson, conta que o mais surpreendente é o número de lançamentos de redes com a tecnologia LTE-Advanced para ainda este ano. Resultado de operadoras que estão investindo na evolução contínua das suas redes LTE. 

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Pearson afirma que, mesmo com a chegada dessa nova geração de banda larga, o serviço 3G não irá sumir completamente. "A adoção da tecnologia LTE foi muito além das nossas expectativas. Mas a HSPA e HSPA+, a banda larga 3G, ainda será a plataforma para a evolução de banda larga móvel, oferecendo roaming com cinco bandas globais, mais de 500 implementações comerciais e mais de 1 bilhão de conexões". 

Refletindo os passos evolucionários da HSPA, a LTE também deve evoluir rapidamente para a LTE-Advanced (LTE-A).  A maioria das conexões atuais LTE já em operação no mundo podem ser encontradas em três bandas - 700 MHz, 1800 MHz e 2,6 GHz - mas a LTE já foi implementada em 20 bandas separadas.  Outras frequências como AWS 1700-2100 MHz estão atraindo atenções e devem ser usadas em grande escala nas Américas.

Até 2017, 59% das operadoras em todo o mundo, incluindo o Brasil, esperam implementar dez vezes mais small cells do que em 2011. É o que aponta pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas Rethink Technology Research a pedido da Amdocs, fornecedora de sistemas e serviços de TI. 

"As operadoras estão enfrentando uma tempestade de dados e estimam um aumento de 20 vezes na demanda nos próximos cinco anos, mas a tecnologia 4G não resolverá esse problema sozinha, já que a maioria dos dispositivos continuará operando com 3G", afirma Caroline Gabriel, diretora de pesquisa da Rethink Technology Research. 

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Para ela, a solução está nas small cells, que aumentam a capacidade e a cobertura em locais fixos. “Mas a necessidade de incluir milhões de células criou um gargalo no planejamento da rede e as operadoras agora precisam encontrar ferramentas de planejamento mais inteligentes para acelerar esse processo”, avalia.

O aumento da capacidade por meio de small cells é essencial para que as teles possam lidar com o aumento da demanda pela rede 3G e para cumprir as promessas feitas com relação ao sistema 4G, que aumentarão a carga de trabalho dos departamentos de planejamento e de logística.

Segundo o levantamento, quase metade dos planejadores de rede (47%) diz que a falta de recursos para o planejamento da rede é o maior desafio que enfrentam hoje e que isso causa atraso no lançamento de produtos e serviços. 

O estudo identificou que todas as operadoras afirmaram que as últimas tecnologias 4G e LTE proverão apenas uma parte da eficiência necessária. Para otimizar o desempenho da rede, elas precisarão de novas e sofisticadas ferramentas de planejamento e gestão de rede, além de tecnologias que sejam parte da especificação LTE.

Entre as teles ouvidas, 50% estimam que investirão entre 10% e 20% a mais na compra de equipamentos entre 2012 e 2017 e 23% planejam aumentar ainda mais esse tipo de gasto. Nenhuma delas prevê que reduzirá as despesas com a compra de equipamentos.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta quarta-feira (11) que o projeto de lei que irá tratar do novo serviço de pagamento pelo telefone celular, conhecido como "M-Payment", deverá ser enviado ao Congresso Nacional ainda neste ano.

A regulamentação referente a esse tipo de serviço vem sendo discutida por técnicos do ministério e do Banco Central desde maio. No próximo mês, o grupo de trabalho criado irá entregar ao ministro a primeira minuta do projeto de lei.

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O governo tem como objetivo estimular o processo de inclusão bancária, ampliando as possibilidades de realizar operações de compra por usuários do serviço de telefonia móvel. Nesse novo serviço, o usuário não é obrigado a ter uma conta corrente convencional e nem plano de internet no celular. As operações financeiras poderão ser feitas com tecnologias simples, como as de envio de SMS.

"Pode fazer pagamento, mas pode fazer empréstimo? Com certeza isso tem que ser regulamentado pelo BC. Se uma empresa de telecomunicações começar a emprestar dinheiro, certamente o BC vai querer controlar isso", exemplificou o ministro.

O ministro afirmou também que essa modalidade de pagamento já existe em muitos países do mundo, com tecnologias diferentes.  "Eu particularmente acho que deveríamos usar todas as tecnologias disponíveis, não uma única", afirmou.

Hoje Paulo Bernardo assinou termo de compromisso com a Huwei, fabricante chinesa de equipamentos de telecomuniações. A ideia é facilitar a padronização do uso de tecnologia de quarta geração (4G) da telefonia celular, o LTE (padrão de redes de comunicação móveis), na faixa de 450 megahertz (MHZ), destinada no Brasil para atender a zona rural.

A Oi concluiu os testes da tecnologia LTE (Long Term Evolution), evolução de 3G para implementação das redes 4G. Os testes foram realizados em laboratório e em campo, durante o ano passado, em parceria com os fabricantes internacionais Huawei, Alcatel, Nokia Siemens, ZTE e Ericsson. Foram efetuados pilotos em cinco cidades (Teresópolis, Cabo Frio, Macaé, Itaguaí e Araruama), no Rio de Janeiro.

Os testes passaram por três fases: conformidade, funcionalidades especiais e performance das rede 4G. O objetivo da operadora era avaliar as tecnologias dos seis fornecedores e possíveis problemas na implementação em larga escala dos novos serviços.

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Segundo Luis Alveirinho, diretor de Desenvolvimento e Engenharia da Oi, após a conclusão dos trabalhos é possível ter uma noção mais precisa das funcionalidades da tecnologia LTE e da arquitetura mais conveniente para obter as maiores velocidades de banda larga, com a menor latência.

“Antecipamos também os potenciais problemas de implementação para endereçar a melhor entrega para os futuros usuários dos serviços da companhia”, aponta.

A Oi é um dos cinco grupos que participam amanhã (12/06) do leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para venda das faixas para 4G. Pelas regras do orgão regulador, as novas redes precisam entrar em operação um ano antes da Copa do Mundo, com cobertura nas 12 cidades-sede do megaevento.

O Exército Brasileiro vai iniciar, em Brasília (DF), em parceria com a Motorola, testes para melhorar a segurança na região a partir de soluções que utilizam rede LTE, ou 4G, banda larga móvel de alta velocidade. Viaturas do órgão foram equipadas com handhelds, dispositivos móveis, tablets e câmeras da fabricante para passar, em tempo real, informações não só de voz, mas de dados sobre ocorrências na cidade.

Para dar suporte a operações de missão crítica [catástrofe, crimes e outras], foram instalados na capital federal três sítios com área de cobertura do Plano Piloto, da Esplanada dos Ministérios ao Centro de Comunicações a Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX), mas a infraestrutura poderá ser usada por outras entidades de segurança locais. O projeto-piloto, que demandou investimento da Motorola da ordem de 2 milhões de dólares, está sendo conduzido na faixa 700 MHz e consumirá cerca de seis meses, inicialmente. 

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“Nosso objetivo é promover mobilidade em deslocamento. Vamos fornecer, por exemplo, para a equipe em campo vídeos em tempo real de ocorrências. Buscamos melhorar e capacitar as forças para o combate eficaz de criminosos”, explicou Eduardo Stefano, presidente da Motorola Solutions Brasil, durante o anúncio dos testes hoje (15/5) na capital federal. 

De acordo com ele, todo o aparato tecnológico vai permitir que o agente de segurança tenha informações mais precisas sobre a ocorrência, possibilitando atuação mais efetiva. Enquanto isso, um time no Centro de Comando no CCOMGEX auxiliará a ação. “Antes mesmo de chegar em um local, o profissional pode acessar por meio do handheld um vídeo com imagens do local e se planejar antecipadamente”, exemplifica. Até, então, prossegue, o exército tinha acesso a informações de voz. “Agora, o alcance foi ampliado”, completa.

É possível ainda identificar, via georeferenciamento, se existem outras viaturas próximas e pedir reforço, assinala, e efetuar identificação via biometria de suspeitos a partir de um dispositivo móvel desenvolvido pela Motorola para operar em LTE, o LEX 700. Câmeras fixas também poderão ajudar na ação. Até mesmo uma câmera instalada em um helicóptero de uma rede de televisão será peça importante na estrutura de segurança.

Segundo o executivo, as tecnologias da Motorola possuem criptografia, provida pela Ericsson, o que garante a segurança da operação. Ainda assim, completa, em caso de invasão do sistema é possível desabilitar o sistema, impedindo o acesso aos dados. 

As plataformas da Motorola, de acordo com Stefano, têm ainda interoperabilidade entre redes de radiocomunicação, como P25 e Tetra, o que garante que elas estejam em linha com sistemas legados. O Exército, por exemplo, conta com estrutura analógica e consegue realizar o casamento dos dois mundos.

Em testes realizados no órgão de Brasília, um carro em movimento equipado com câmeras registrou imagens pelas ruas da cidade, que foram transmitidas em tempo real para uma tela da sala de monitoramento.

O general Santos Guerra, comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro, explica por o órgão ter papel crítico na sociedade contar com soluções que auxiliem e aprimorem o trabalho do órgão é vital. “Além disso, queremos estar presentes em todas as capitais que vão sediar os grandes eventos esportivos [Copa do Mundo, Olímpiadas] e, sem dúvida, o LTE vai mostrar resultados eficazes em missões críticas de segurança como essas”, aponta.

Em um primeiro momento, o Exército vai usar cinco handhelds para fazer os testes e o Centro de Comando deverá reunir de duas a três pessoas para auxiliar na operação. “Queremos primeiro provar a eficiência da tecnologia e depois ampliar o uso. Até porque, temos o desfio do leilão da faixa que usamos”, observa Stefano.

Guerra indica que o Exército Brasileiro solicitou autorização à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para usar a faixa 700 MHz para os testes, mas que está reivindicando uma banda de 20 MHz na frequência para aprimorar a segurança pública em todo o País. “É uma faixa disputada e esperamos obter a autorização no curto prazo, já que é uma solução crítica que vai ser usada não só em eventos”, diz. Sobre o possível uso da faixa 2,5 GHz, ele esclarece: “Não está em nosso objetivo testar a frequência comercial”.

Além de Brasília, no momento, a Motorola Solutions conta com três projetos comerciais de soluções, em redes LTE, em fase de implementação nos Estados Unidos, nas cidades de São Francisco (Califórnia), Harris County (Texas) e no estado de Mississipi. De acordo com Stefano, há ainda testes semelhantes em andamento em Israel, Hong Kong, Austrália e Abu Dabi.

O presidente da Motorola Solutions não descartou a possibilidade de levar o programa para outras cidades e até países vizinhos. “Temos presença em mais de 16 estados em solo nacional com tecnologia de segurança de voz. Consideramos outros testes”, diz, sem, no entanto, revelar mais detalhes. “Eliminar desafios de segurança pública é desafio em qualquer país. Vamos provar que a tecnologia vai contribuir para isso. Espero que seja possível influenciar outras regiões”, finaliza.

* A jornalista viajou a Brasília a convite da Motorola

A Nokia Siemens Networks anunciou nesta segunda-feira, durante o World Mobile Congress, em Barcelona, ter batido o recorde mundial de velocidade de dados, atingindo velocidade superior a 1,4 Gbps (gigabits por segundo), por meio de uma rede LTE-Advanced (4G), em sistema de 100 MHz de espectro agregado.

As chamadas, que envolvem transferências de arquivos muito grandes e streaming de vídeo HD, atingiram picos de 1 429 Gbps.

"Este trabalho mostra para as operadoras móveis o potencial de LTE, que oferece banda larga móvel, em qualquer lugar", disse Marc Rouanne, diretor de Sistemas de Rede da Nokia Siemens Networks.

"No Mobile World Congress estamos apresentando as principais inovações do nosso portfólio Liquid Net, além da gestão da experiência do cliente, tudo feito para funcionar perfeitamente, apoiado na expertise de nossas equipes de serviços. O recorde em 4G e tudo o que estamos mostrando no evento reforça nosso foco na liderança em banda larga móvel", destaca Rouanne.

A ZTE Corporation e a operadora sueca Hi3G anunciaram o lançamento comercial da primeira rede do mercado mundial 4G baseada na tecnologia Long Term (LTE) com Frequency Division Duplex e TDD — Time Division Duplex (FDD/TDD), em dual mode, com capacidade para entregar banda larga móvel com velocidade de até 100 Mbps. O serviço começou a ser ofertado nas cidades suecas de Estocolmo, Gotemburgo e Malmo.

A Hi3G assinou um contrato de rede LTE com a ZTE para implementar 4G baseado na nova tecnologia em toda a Suécia. Wang Shouchen, vice-presidente da fabricante chinesa, lembra que o povo da região nórdica foi um dos primeiros a se beneficiar com telefonia celular, em 1981.

“Trinta anos depois, eles serão os primeiros a explorar os serviços da primeira rede 4G dual mode, com a qual poderão realizar roaming em outras redes LTE de qualquer lugar do mundo”, afirma o executivo. Jörgen Askeroth, CTO da Hi3G avalia que a nova rede como uma aplicação prática da solução de LTE em sistemas convergentes multimodais.

De açodo com a ZTE, a rede comercial dual mode promete aumentar o desempenho da rede da Hi3G e proporcionar uma melhor experiência aos usuários locais. Ainda segundo a fabricante, o lançamento da rede permitirá à operadora reduzir os custos de propriedade pelo uso de uma nova geração de estações base, mais verdes e econômicas.

A menos de três anos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, um grande jogo vem sendo disputado nos bastidores sobre a infraestrutura de telecomunicações necessária para a transmissão das competições. De um lado está a presidente Dilma Rousseff, que garante que o País terá 4G para suportar o grande volume de tráfego de dados durante o mundial de futebol e já definiu a data do leilão. Do outro, o time das teles, protestando contra as condições impostas para a construção das novas redes e pedindo adiamento da licitação. Elas querem mais tempo para avaliação dos padrões para entrar no campo do Long Term Evolution (LTE), tecnologia que é a evolução do 3G.

O leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para venda das licenças de 4G será no próximo ano. O edital estabelece que a faixa a ser adotada para o LTE no Brasil será a de 2,5 GHz e determina um prazo de 12 meses, a partir da assinatura dos contratos, para que o serviço entre em operação nas 12 cidades que irão sediar a Copa do Mundo. Como a previsão é que a licitação seja em abril de 2012, o serviço deverá estar disponível a partir de 2013.

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As teles reagiram contra o cronograma e sobre o uso da faixa destinada. Elas querem trocar a frequência de 2,5 GHz por 700 MHz, que atualmente é utilizada pelas empresas de radiodifusão, e poderá ser alocada para prestação de serviços de banda larga móvel, quando a TV analógica migrar para a tecnologia de alta definição. Esse espectro estará livre em 2016, gerando o chamado dividendo digital para as operadoras de telecomunicações.

Durante o Futurecom 2011, o presidente da TIM, Luca Luciani, argumentou que um dos motivos de a faixa de 700 MHz ser a mais adequada é porque o volume de investimentos é cinco vezes menor do que o necessário para projetos 2,5 GHz. Segundo ele, o valor cai por causa do número de antenas 4,5 vezes inferior.

Oi e Vivo também defendem a adoção da faixa de 700 MHz para 4G. Representantes das teles dizem que o certo seria o adiamento do leilão ou a sua realização sem vincular o uso da tecnologia, deixando que cada empresa decida que frequência adotar. Em alguns países, as redes de LTE estão sendo construídas com projetos híbridos. A AT&T, por exemplo, lançou serviços com espectro de 1,7 GHz e 700 MHz. A TIM, na Itália, fez um mix de 2,5 GHz e 700 MHz.

Entre os quatro grupos que operam telefonia móvel no Brasil, a Claro, do grupo mexicano América Móvil, é a única favorável à realização do leilão em abril de 2012. O presidente da companhia informou que a empresa tem 10 bilhões de reais para investir no País até o final do próximo ano e que uma eventual mudança das datas da licitação traria prejuízos ao País na realização dos megaeventos esportivos: Copa do Mundo e Olimpíadas.

“Estamos nos preparando para ter uma rede de acesso totalmente IP, com mais de 8,5 mil roteadores instalados, utilizando prioritariamente a fibra óptica como meio de transporte, totalizando mais de 89 mil quilômetros de fibra construídos. Isso possibilitará à Claro criar uma plataforma robusta para o lançamento da futura rede 4G”, afirma Márcio Nunes, diretor de Plataformas e Redes da Claro.

A Anatel não se posicionou sobre a reivindicação das teles. Mas durante o Futurecom, o conselheiro da agência, João Batista Rezende, disse que o Brasil tem de decidir antes sobre o uso da frequência 2,5 GHz, já que a de 700 MHz ficará ociosa só em 2016. Como o Brasil tem data para ter 4G por causa da Copa do Mundo, o mercado vive um impasse.

Para o diretor da 4G Americas para América Latina e Caribe, Erasmo Rojas, esse conflito é mais político. Ele analisa que as duas faixas podem ser usadas nos serviços 4G, como outros mercados estão fazendo. “A Anatel tem de descobrir já o que fazer com a faixa de 700 MHz. A maior preocupação é o problema de interferência com o sinal de TV, mas é importante saber onde elas estão disponíveis”, diz o executivo.  
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, garantiu que o leilão de 4G seguirá o cronograma, como está previsto no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU 3). Segundo ele, quem não participar da disputa vai perder espaço no mercado porque haverá novos investidores interessados em entrar no Brasil. “Embora elas estejam queixosas e reclamonas, acho que as operadoras vão se preparar e entrar no leilão”, disse. Nessa briga, o governo anunciou que a rede da Telebras vai operar com 4G durante a Copa do Mundo para atender serviços públicos e também vender capacidade às teles.

Impacto nos investimentos

“Queremos que o Brasil tenha tecnologia móvel de ponta para trafegar dados com mais velocidade que as redes atuais, mas achamos prematuro pensar agora em 4G”, diz Mario Girasole, diretor de Assuntos Regulatórios da TIM. Ele avalia que a implementação de LTE nas condições que o governo está querendo pode não ser efetiva. Seu argumento é que a frequência de 2,5 GHz é boa para regiões urbanas, mas ineficiente para áreas mais distantes.
Girasole aponta que outro problema para a adoção de 4G no Brasil é carência de fibra óptica, com cobertura que não alcança nem 15% do País. “Vamos ter gargalo e problema na última milha. Tem de haver coerência entre capacidade eletrônica e antenas. Temos um grande desafio para ter LTE”, diz o diretor da TIM, que sugere que o leilão seja postergado. Ele observa ainda a falta de terminais para essa tecnologia não só no Brasil como no mundo. A solução que ele aponta para a Copa do Mundo são redes HSPA+, ou seja, 3,5G, combinadas com Wi-Fi controlada.
O governo federal promete resolver a falta de fibra óptica com a criação de um Regime Especial de Tributação com desoneração de IPI, PIS e Cofins para novos projetos de rede de banda larga no Brasil. Com a medida, haverá renúncia fiscal de 6 bilhões de reais. O ministro Paulo Bernardo espera que a proposta estimule as operadoras a adiantar 20 bilhões de reais dos cerca de 70 bilhões de reais que o setor estima investir em infraestrutura entre 2012 e 2016.

Especialistas concordam com essas diferenças, embora afirmem que a performance e a velocidade dos dados independem do uso dessas duas faixas. Segundo o diretor de Marketing e Soluções da Huawei do Brasil, Marcelo Motta, a frequência de 2,5 GHz é alta e o seu raio de cobertura é menor. Já a de 700 MHz é um espectro baixo com área de cobertura cinco vezes maior. “Do ponto de vista econômico, faz mais sentido ter LTE em 700 MHz”, opina Motta.

Para o presidente da Alcatel Lucent, Jônio Foigel, a frequência de 2,5 GHz é muito boa para levar serviços 4G para cidades, mas para grandes coberturas o mais indicado é 700 MHz, que é o caso do Brasil, um país continental. O diretor de tecnologia para a América Latina da Nokia Siemens Networks, Wilson Cardoso, acha que para os estádios onde serão disputados os jogos da Copa, o ideal seria a faixa mais alta de 2,5 GHz.
Cardoso diz que o leilão precisa ser favorável com preços que não atrapalhem os planos de investimentos das teles, que ainda estão envolvidas com as obrigações de 3G. Porém, ele acha que com a expansão rápida por dados, de crescimento médio de 6o% ao ano, vai esgotar a capacidade das redes atuais em 2012.

“A Copa de 2014 precisa de 4G ao menos nas 12 cidades que sediarão os jogos. Teremos muita gente de fora e as redes 3G ficarão esgotadas”, reforça o executivo da Nokia Siemens.

A gerente de soluções para desenvolvimento de mercado da Ericsson Brasil, Amanda Lopes, que estudou a transmissão de dados da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul, lembra que as conexões pelos celulares geraram grande impacto na rede. Segundo ela, as conexões pelos smartphones aumentaram dez vezes, comparadas às registradas no mundial de futebol da China em 2006.

“Na Copa do Brasil, todos vão querer baixar vídeo”, diz Amanda, que acredita que no País o tráfego também registrará crescimento de dez vezes e que as redes precisam estar dimensionadas.

Para Rojas, o melhor caminho que o Brasil deverá seguir para atender ao compromisso de transmitir bem a Copa do Mundo é se preparar para o leilão de LTE para suprir as grandes cidades com 2,5 GHz e chegar a um entendimento sobre a faixa de 700 MHz para as outras regiões. Em paralelo, ele recomenda investimentos agressivos nas redes HSPA+.

Na avaliação de Motta, o Brasil vai abraçar rapidamente o HSPA+ para aumentar a capacidade das redes de dados. Ele aponta pesquisas que mostram que a cobertura de 3G hoje no País é 75% nas grandes cidades, mas com presença de apenas 25% em 4,1 mil municípios brasileiros, o que demonstra que ainda há muito espaço para expansão dos serviços de 3,5G. Nesse caso, os gastos com atualização são em cima da infraestrutura existente e para ampliação do backbone.

Até abril do ano que vem, o Brasil terá de encontrar soluções para todas essas questões. Diferentemente de 3G, dessa vez o País deverá entrar na nova tecnologia juntamente com os demais mercados. As primeiras redes 4G começaram a ser implementadas em 2009 e hoje existem apenas 27 em operação, distribuídas por 19 países. Os serviços de LTE ainda estão em teste na América Latina, com pilotos inclusive no Brasil.

O número de assinantes globais das tecnologias sem fio chegou a 5,7 bilhões, no segundo trimestre de 2011. Entre os quais, 5,1 bilhões são de tecnologias derivadas do padrão GSM, o que corresponde a 89% da base do total, de acordo com balanço divulgado pela associação 4G Americas. Os usuários das redes de 4G, baseadas nos padrões Long Term Evolution (LTE) e WiMax — este segundo, o menos popular —, ainda são menos de 0,5%, ou 2 milhões.

Para 2016, a Associação 4G Americas estima que a base de assinantes dos serviços 3GPP alcançará 7,5 bilhões de assinantes, incluindo 661 milhões de usuários de LTE.

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“A infraestrutura da tecnologia sem fio é o caminho para o futuro. Atualmente, há mais conexões ao redor do mundo utilizando dispositivos móveis sem fio para necessidades como entretenimento, voz e internet do que linhas de telefonia fixa, PCs, TVs ou qualquer outro tipo de dispositivo eletrônico”, afirma Chris Pearson, presidente da 4G Americas.

O tráfego da banda larga móvel em todo o mundo chegará a 127 exabyte (EB) até 2020, com crescimento de 33 vezes em comparação com o volume registrado em 2010, abaixo de 5 EB. Com esse forte crescimento, as teles precisam acelerar os projetos de 4G, recomenta o presidente mundial do UMTS (Universal Mobile Telecomunications System) Forum, Jean-Pierre Bienaim, que participou da Futurecom 2011.

“O LTE (Long Term Evolution) é visto como a única solução para evitar o congestionamento das redes móveis nas áreas mais densas”, disse Bienaim ao apresentar no Brasil resultados do estudo “Mobile Broadband & LTE Market – Gobal Forecasts 2020 nd Perspectives for Brazil”.

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O relatório revela que em 2015 o consumo diário dos usuários da banda larga móvel chegará a 155 MB pelas conexões por celular e 256 MB via modem. Em 2020, esses índices subirão para 294 MB pelo celular e 503 via modem. Para se ter uma ideia, em 2010, o consumo de dados pelos terminais móveis estava em 10 MB e 26,7 MB via modem.

A banda larga móvel encerrou 2010 com 1,2 bilhão de assinantes ao redor do mundo, somando usuários de todas as tecnologias, sendo a maioria de 3G. Atualmente, existem em operação comercial no mundo aproximadamente 30 redes 4G baseadas em LTE e o número de clientes até agosto de 2011 estava em 1,5 milhão. As projeções do UMTS Fórum são de que essa base aumentará para 6 milhões até dezembro.

Recomendações

O presidente do UMTS Forum afirma que a web móvel está crescendo rapidamente em todas as regiões e diz que esse crescimento será forte também no Brasil, obrigando o País a adotar medidas urgentes para atender à expansão dos serviços de banda larga. Ele observa que a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, que serão sediados no País, vão gerar grande consumo de dados móveis.

Entre essas medidas, Bienaim aponta a liberação de novas faixas de frequências, como o espectro em 2.5 GHz para redes 4G, cujo leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está previsto para o próximo ano. Ele destaca ainda a necessidade de as operadoras buscarem um equilíbrio para uso da faixa de 700 MHz, o espectro de “dividendo digital”, que será liberado com o desligamento da TV analógica.

“É muito importante que o Brasil tenha um plano de banda larga para 700 MHz para promover a harmonização entre terminais e equipamentos", diz o executivo mencionando que a Ásia já está percorrendo esse caminho para entregar conexões de 1Gbps para usuários da web móvel.

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