A Secretaria Estadual de Saúde (SES) apresentou, nesta quarta-feira (22), o resultado da análise das amostras de 17 macacos que foram encontrados mortos em um condomínio localizado em Aldeia, na Grande Recife. De acordo com o órgão, foram coletados materiais de 6 animais nos quais foram constatados Herpes e Zika vírus.
A hipótese inicial de que a causa dos óbitos teria sido por febre amarela, foi descartada pela secretaria, que informou que as amostras dos materiais foram encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, e pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen- PE).
##RECOMENDA##Ambos detectaram que dos 6 macacos analisados, 3 tiveram resultados positivos para Zika Vírus, 2 para Herpes e Zika Vírus e 1 apenas para Herpes. Todas as amostras foram negativas para febre amarela.
O secretário estadual de Saúde, André Longo, reforçou o afastamento das chances de febre amarela, que antes era o principal problema, e disse que a herpes, mesmo sendo letal para os macacos, ela, assim como a zika, no entanto, não foram as responsáveis pelas mortes dos animais silvestres.
Para André Longo, é possível que tenha havido intervenção humana que culminou no falecimento dos macacos.
“A herpes pode ser letal, mas a gente não pode dizer que eles morreram da herpes. No caso da zika, ela causa alguns efeitos sob o comportamento do macaco, mas não descartamos que possa ter acontecido alguma outra causa, inclusive, com a interferência humana, no caso de envenenamento. Isso precisará ser investigado”, respondeu.
Ainda de acordo com o secretário, essa a primeira vez que foi identificado o vírus da zika no ciclo silvestre em Pernambuco. A SES também informou que mosquitos da região transmissores de arboviroses estão em análise.
A secretária executiva de Vigilância e Saúde, Luciana Albuquerque, esclareceu que uma das ações para a prevenção da proliferação do zika vírus é o apoio na vacinação que foi realizada em um dos condomínios onde houve a notificação. Ao todo, 484 pessoas imunizadas. Luciana ressaltou que a importância do achado de zika nos animais alerta para o fato de que a doença ainda tem vestígios em Pernambuco.
"O vírus zika ainda se impõe em Pernambuco. E provavelmente se circula mais do que o normal, pois até os macacos estão sendo infectados. Isso nos atenta para os cuidados que a gente precisa tomar quando falamos de arbovirose", destacou.
Cerca de 17 macacos tiveram mortes registradas entre 26 de dezembro de 2019 e 7 de janeiro deste ano.