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Procuradores espanhóis pediram nesta quarta-feira (14) a aplicação de uma pena de dois anos de prisão e seis anos de banimento do futebol para um grupo de 36 jogadores acusados de manipulação de resultados em uma partida do Campeonato Espanhol, disputada há sete anos. As acusações envolvem 41 pessoas, entre elas o técnico Javier Aguirre, que dirigia o Zaragoza quando o time enfrentou o Levante pela rodada final do Campeonato Espanhol na temporada 2010/2011, e dirigentes dos clubes.

Das acusações que envolvem 36 jogadores 18 são de cada time, entre eles Ander Herrera, hoje no Manchester United, Vicente Iborra, que está no Leicester, além dos atuais capitães do Atlético de Madrid e River Plate, Gabi Fernandez e Leonardo Ponzio, respectivamente, e do brasileiro Wellington Silva, hoje no Fluminense.

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A suspensão de seis anos do futebol seria válida fora da Espanha também, mas é improvável que a pena de dois anos de prisão seja cumprida, pois esse tipo de pena não costuma mandar os condenados para a cadeia no país.

Os promotores disseram que há provas de que o Zaragoza pagou 965 mil euros (aproximadamente R$ 3,93 milhões) aos jogadores de Levante para que perdessem a partida. O triunfo por 2 a 1 permitiu que o Zaragoza evitasse o seu rebaixamento no Campeonato Espanhol. A procuradoria afirma que o valor seria dividido entre os jogadores do Levante, sendo que os atletas das duas equipes sabiam do combinado.

Um tribunal chegou a arquivar o caso, que foi denunciado pelo presidente da liga espanhola, Javier Tebas, após receber a denúncia de outro dirigente. A investigação acabou sendo reaberta no mês passado depois de um recurso dos promotores em Valência, onde o jogo foi disputado.

O presidente do Olympiacos, Vanguelis Marinakis, e outros 27 executivos e ex-dirigentes esportivos enfrentarão julgamento sob acusações relacionadas à manipulação de resultados de jogos disputados pelo time da Grécia. A decisão foi tomada nesta quarta-feira por um painel de juízes. A data do julgamento ainda não foi definida.

Marinakis, um proeminente investidor na área de comunicação, negou as acusações enquanto as denúncias criminais de fraude e chantagem feitas contra ele foram retiradas. "Minha inocência será estabelecida nos procedimentos judiciais que se seguirão", disse o presidente em um comunicado oficial.

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O dirigente anunciou que se afastará do cargo de presidente até que seja inocentado pela corte e nomeou o vice-presidente Yiannis Moralis para substituí-lo enquanto isso.

Os outros réus - todos acusados por crimes similares - incluem acionistas e dirigentes de diversos clubes gregos, além de ex-árbitros e funcionários da Federação Grega de Futebol.

As acusações são referentes a partidas disputadas entre os anos de 2012 e 2015, informaram oficiais da corte. Acusações criminais de manipulação de resultados, oficialmente chamadas de "influência ilícita de resultados de eventos esportivos", acarretam em pena máxima de 10 anos de prisão.

Os outros acusados incluem funcionários e investidores do Atromitos, Levadiakos e Veroia. A previsão é de que o julgamento seja realizado na metade de 2018.

O futebol profissional grego foi por muito tempo relacionado à violência de torcidas e às acusações de corrupção, com funcionários de clubes rivais questionando abertamente as decisões de arbitragem consideradas chave para manipular resultados. O atual governo do país suspendeu partidas da liga diversas vezes por causa da violência e de ataques contra dirigentes esportivos.

A polícia da Itália fez uma operação nesta quinta-feira (20) em que desmantelou um esquema de imigração ilegal de jovens jogadores africanos. As crianças e adolescentes usavam documentos falsos criados por dirigentes de times italianos.

Além de determinar quatro medidas cautelares, houve 12 ações de busca e apreensão nas províncias de Prato, Florença, Rimini, Pistoia, Siena, Pisa, Perugia e Arezzo.

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O presidente do time da quarta divisão do futebol italiano Sestese Calcio, Filippo Giusti, foi colocado sob prisão domiciliar e o CEO do Prato Calcio, Paolo Toccafondi, foi proibido de exercer qualquer função no clube da terceira divisão por quatro meses. Os dois ainda são acusados de manipular resultados de mais de 10 partidas no ano passado ao lado de outras 23 pessoas.

Na primeira acusação, de favorecer a imigração ilegal, os dois teriam montado um esquema que trazia meninos da África, especialmente da Costa do Marfim, com documentos falsos. Os cartolas providenciavam registros na Embaixada italiana em Abidjan e depois na Escritório de Imigração em Prato.

Muitos desses documentos incluíam até falsas mães, que moravam na Itália e diziam que seus filhos tinham ficado em seus países de origem. Com isso, os dirigentes afirmavam que as crianças precisavam obter a reunificação familiar na Itália e acabavam conseguindo os documentos necessários para isso. Uma marfinense foi presa hoje por registrar como seu filho um menino de 13 anos que não tinha parentesco.

O caso também atingiu, indiretamente, os times da Inter de Milão e da Fiorentina, na série A italiana, e no Cittadella, da série B. Os agentes foram até as sedes dos clubes buscar os registros de dois jogadores africanos, que foram vendidos pelo Prato, e que teriam a documentação falsa.

Os investigadores explicaram, no entanto, que os três clubes não sabiam do esquema e não são alvo de inquérito. O acesso aos documentos está restrito aos atletas relacionados apenas ao caso.

Enquanto investigavam a imigração ilegal dos adolescentes, os procuradores interceptaram diversas ligações telefônicas entre Toccafondi e Giusti e acabaram descobrindo também que houve manipulação de, ao menos, 11 partidas nas séries C, D e E do futebol italiano.

A Justiça espanhola denunciou nesta quinta-feira três ex-jogadores do Betis sob acusação de manipulação de resultados. Eles teriam recebido dinheiro de dirigentes do Osasuna para combinar o placar de duas partidas válidas pelo Campeonato Espanhol na temporada 2013/2014. A manipulação visava fazer o Osasuna escapar do rebaixamento.

De acordo com documentos divulgados pela Justiça, o trio de jogadores formado por Amaya Carazo, Jordi Figueras e Xavi Torres, então no Betis, receberam 650 mil euros cada (cerca de R$ 2,1 milhão) de ex-dirigentes do Osasuna.

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Pelo suposto acordo entre jogadores e diretores, o Betis deveria vencer o Valladolid e perder para o Osasuna, na tentativa de fazer este escapar da queda. Os dois resultados foram confirmados dentro de campo, com vitória por 4 a 3 sobre o Valladolid e revés por 2 a 1 diante do Osasuna.

Nada disso, porém, evitou a queda das três equipes envolvidas nestes jogos. Outros resultados eram necessários para que o Osasuna evitasse o rebaixamento - na temporada passada o time conseguiu o retorno à primeira divisão.

Ao todo, 18 pessoas foram denunciadas, a maioria com ligações com o Osasuna, incluindo o então presidente Miguel Archanco. As acusações envolvem fraude e corrupção no esporte. Todos ainda vão se defender no processo. No início do processo, 29 pessoas foram investigadas, sendo 11 delas já inocentadas pela Justiça.

Segundo o juiz do caso, Fermin Otamendi Zozaya, "os dirigentes do Osasuna decidiram usar o dinheiro do clube para manter o time na primeira divisão a qualquer custo, entregando diferentes cifras aos jogadores das outras equipes com a intenção de alterar o resultado da competição".

O dinheiro foi pago aos jogadores em parcelas de 400 mil e 250 mil euros depois de uma reunião num hotel de Madri, onde os atletas tiveram reunião com dirigentes do Osasuna. Os valores foram pagos em dinheiro mesmo e, segundo a Justiça, os jogadores teriam até cobrado cifras mais altas. Mas o Osasuna não aceitou o pedido por conta das dificuldades financeiras do clube.

Implantando no início deste mês pela FIFA, um sistema de combate à manipulação de resultados no futebol já está em uso pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) desde o final do ano passado.  O Sistema de Manipulação de Fraudes (FDS, sigla em inglês), desenvolvido pela empresa Sportradar monitora operadoras de apostas e até lotéricas não autorizadas para identificar qualquer padrão ou comportamento suspeitos nas apostas efetuadas sobre competições esportivas.

Na FIFA, o sistema irá abranger os diversos torneios promovidos pela entidade, como Copa do Mundo, Eliminatórias, Copa das Confederações e torneios olímpicos de futebol. No Brasil, a Pernambucana foi a primeira entidade estadual a utilizar do FDS no Campeonato Estadual da Série A2. Hoje, o exemplo também é seguido pela Federação Paulista.

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O sistema, que recebe dados de cinco mil jornalistas e 275 pesquisadores freelancers, foi criado em 2005, mesmo ano em que o Campeonato Brasileiro da Série A se viu envolvido em um esquema de manipulação de jogos. Com a parceria da Sportradar com a FIFA, jogadores, treinadores e comissão técnica um aplicativo onde poderão ser denunciadas qualquer suspeita de maneira confidencial e anônima.

O sistema funciona baseado em movimentações de apostas, com base tanto em número de jogos quanto em dinheiro investido. Durante o jogo também há um acompanhamento minuto a minuto. Qualquer ação que se mostre muito fora do normal nas casas de apostas já pode ser detectada como manipulação. 

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Os procuradores do Comitê de Ética da Fifa pediram nesta quarta-feira (17) que Kirsten Nematandani, ex-presidente da Associação Sul-Africana de Futebol (Safa, na sigla em inglês) seja suspenso por seis anos pela sua participação em um esquema de manipulação de resultados de amistosos da seleção do seu país em 2010, quando foi sede da Copa do Mundo.

O Comitê de Ética da Fifa explicou que os investigadores também solicitaram o banimento por toda a vida de um funcionário da Associação de Futebol do Zimbábue, Jonathan Musavengana, e de Bana Tchanile, ex-treinador da seleção de Togo.

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Em veredictos anteriores, quatro funcionários da associação sul-africana foram suspensos por até seis anos pela manipulação dos amistosos preparatórios para a Copa do Mundo de 2010, em que os árbitros foram definidos por Wilson Raj Perumal, de Cingapura, conhecido por sua participação em casos de manipulação.

Agora, portanto, os promotores solicitaram a suspensão de mais três, entre eles Nematandani, que comandou a associação sul-africana de 2009 até 2013. Tchanile, aliás, já foi punido anteriormente por levar uma equipe falsa de Togo para disputar um jogo no Bahrein em 2010.

Em maio de 2010, na preparação para a Copa do Mundo, a África do Sul disputou amistosos com Tailândia, Bulgária, Colômbia e Guatemala. Na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, foram marcados dois pênaltis para os sul-africanos, sendo que um deles foi repetido após o cobrado falhar - o gol da Colômbia também foi anotado em um pênalti. Já na goleada por 5 a 0 sobre a Guatemala, a arbitragem marcou dois pênaltis para a África do Sul.

O ex-goleiro do América de Rio Preto, Carlos Henrique Franco Luna, de 33 anos, foi preso nesta quarta-feira em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, acusado de participar de um esquema de fraudes no resultado de jogos de futebol. A operação "Game Over" da Polícia Civil cumpriu dez mandados de prisão e dois de busca e apreensão na capital paulista, Bauru e Sorocaba, além de Rio Preto, no Estado de São Paulo, e em cidades do Rio de Janeiro e do Ceará.

De acordo com a denúncia, o grupo fraudava resultados de partidas de divisões inferiores dos respectivos campeonatos estaduais. Eles pagavam a treinadores e atletas para "entregar" jogos e manipular os resultados. Ao ser preso em sua casa, no Jardim Nazareth, Luna disse que sempre foi honesto e não tinha nada a ver com o esquema. A polícia não informou qual seria o papel do ex-goleiro na fraude, alegando que a investigação está em segredo de justiça.

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Com a prisão temporária de cinco dias, ele foi levado à capital para prestar depoimento. Familiares de Luna disseram que ele é inocente e que conversaram com um advogado para fazer sua defesa. A diretoria do América, que atualmente disputa a Segunda Divisão do Campeonato Paulista, equivalente à quarta divisão estadual, não se manifestou sobre a prisão do ex-jogador, que saiu do clube no ano passado.

PRISÕES - Em Bauru, duas pessoas - pai e filho - foram presas na operação, mas elas não fariam parte de clubes de futebol. Os nomes não foram divulgados. No interior, também houve uma prisão em Sorocaba. Os detidos foram levados para a 5ª Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação apurou que o resultado dos jogos era manipulado para beneficiar asiáticos que faziam apostas pela internet. O dinheiro para comprar técnicos e jogadores vinha de bolsas de apostas da China, Malásia e Indonésia. O esquema era chefiado por um agenciador carioca e um ex-jogador de futebol que atuou na Indonésia.

A Real Associação Holandesa de Futebol (KNVB, na sigla em holandês) confirmou pela primeira vez que uma partida da elite nacional foi alvo de tentativa de manipulação. A entidade revelou nesta segunda-feira que o meio-campista Ibrahim Kargbo organizou com o manipulador Wilson Raj Peruma, de Cingapura, para que o Willem II perdesse do Utrecht em 9 de agosto de 2009. "O futebol holandês foi um dos últimos na Europa a perder oficialmente a sua inocência", afirmou o diretor operacional da KNVB, Gijs de Jong.

Os investigadores disseram que e-mails entre Kargbo e Perumal mostram que o meio-campista e outros dois jogadores do Willem II receberiam 25 mil euros (aproximadamente R$ 111 mil) se o seu time perdesse por mais de um gol. O Utrecht venceu a partida por 1 a 0.

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Os e-mails da KNVB mostram que Kargbo sugeriu que o capitão do time e um outro jogador iriam cooperar na manipulação, mas a associação disse que não tinha provas suficientes para ligar o capitão ao caso e não podia estabelecer a identidade do terceiro jogador.

"Esta é uma notícia terrível para o clube e particularmente para jogadores, treinadores e funcionários do Willem II naquela época", disse o diretor do clube, Berry van Gool.

Kargbo, que foi capitão da seleção de Serra Leoa, já teve o seu nome ligado a outro caso de manipulação. Em 2014, ele estava entre os quatro jogadores da seleção e 11 funcionários suspensos pelas autoridades da Serra Leoa por supostamente tentar manipular uma partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo. O caso envolveu o empate por 0 a 0 com a África do Sul, em Pretória, em junho de 2008.

A associação holandesa disse que também acredita que Kargbo e Perumal ajudaram a organizar um jogo entre Willem II e a seleção de Serra Leoa para que eles pudessem "manipulá-lo para fins de apostas". "Está também claro que Kargbo e Perumal estiveram em contato por um longo tempo sobre a manipulação de jogos da seleção de Serra Leoa".

A KNVB disse que vai enviar o seu relatório para Uefa e Fifa, bem como para promotores holandeses para que o caso de manipulação de resultados seja investigado.

O maior tenista brasileiro da era moderna, Gustavo Kuerten soltou comunicado na tarde desta segunda-feira (18) para comentar o escândalo que abalou as estruturas do tênis mais cedo, quando uma investigação publicada pela BBC e pelo site BuzzFeed News apontou que 16 jogadores entre os Top 50 do mundo foram flagrados mais de uma vez por investigadores diante das suspeitas de que tenham entregue jogos nos últimos dez anos.

"O episódio é muito triste. Durante toda a minha carreira eu nunca fui assediado, mas o assunto já assombra o tênis há bastante tempo. Para mim, a manipulação de resultados, assim como o doping, representam a corrupção dentro do ambiente esportivo que precisa ser banida", disse Guga.

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"Nos anos em que eu estive no circuito, a ATP sempre combateu o caso com muita seriedade. O assunto é extremamente preocupante, porque compromete a essência do esporte, a competição limpa, plena, o respeito às regras. Pela decência e justiça cultivadas pelo universo do tênis, acredito que sejam casos isolados, em que a punição deve ser severa", continuou.

Mais cedo, o também brasileiro Fernando Meligeni concedeu entrevista à Rádio CBN e relatou que ao vencer o britânico Tim Henman, na época sétimo do ranking mundial, em 1999, foi bastante bajulado por "um duplista", o que ele suspeita que tenha ocorrido porque ele aparecia como favorito nas casas de aposta. Meligeni também disse que nunca foi procurado para vender partidas.

A imprensa inglesa evita revelar os nomes dos envolvidos. Mas aponta que, entre os 16 suspeitos, estão inclusive vencedores do Grand Slam. Apesar disso, eles foram autorizados a continuar competindo. O diretor de integridade do TIU, Nigel Willerton, se recusou a comentar se algum dos jogadores atuando em Melbourne está envolvido.

Os documentos, segundo a BBC, teriam sido obtidos a partir de investigações internas da ATP. Mas a entidade que governa o esporte recusa qualquer sugestão de que tenha abafado casos. "Rejeitamos qualquer sugestão de que evidências de manipulação de resultados tenham sido abafadas por qualquer razão", disse o presidente da ATP, Chris Kermode, que apontou que US$ 14 milhões foram investidos pela entidade para combater a corrupção.

No centro da investigação estariam grupos de apostadores na Rússia, no norte da Itália e na Sicília. Ele teriam feito importantes apostas em jogos que estão sob suspeita de terem sido manipulados. Pelo menos três jogos ocorreram em Wimbledon.

Já em 2008, uma investigação interna sugeriu que 28 jogadores envolvidos nessas apostas deveriam ter sido alvo de um inquérito. Mas nada foi feito. Dois jogadores chegaram a ser investigados - Nikolay Davydenko e Martin Vassallo Arguello - mas foram inocentados.

Agora, os documentos apontam para mais de 80 mensagens trocadas entre o argentino Arguello e grupos de apostadores na Sicília, recolocando os dois jogadores no centro da polêmica.

Em 2015, mais de 50 jogos foram colocados em uma lista de suspeitas de manipulação. Segundo a investigação, ameaças e pagamentos de mais de US$ 50 mil são oferecidos aos jogadores nos quartos de seus hotéis.

Número 1 do mundo, Novak Djokovic afirmou nesta segunda-feira (18) que já foi alvo de apostadores ao ser questionado sobre o esquema de manipulação de resultados no tênis, revelado pela BBC e pelo site BuzzFeed News. "Não se aproximaram de mim diretamente. Fui contatado por pessoas que trabalhavam comigo. É óbvio que recusamos", afirmou o sérvio, em entrevista coletiva concedida depois da vitória sobre o sul-coreano Hyeon Chung por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/2 e 6/4, na estreia no Aberto da Austrália.

Segundo Djokovic, que repetiu algumas vezes que não teve qualquer contato com o tal apostador, a oferta para entregar o jogo foi de US$ 200 mil (R$ 811 mil no câmbio atual). Mas o sérvio não revelou quando isso aconteceu. "Nos últimos seis, sete anos, não ouvi nada parecido. Pessoalmente, nunca fui abordado diretamente, então não tenho mais o que dizer. Aquilo fez eu me sentir péssimo, porque não quero estar ligado a este tipo de coisa. Há quem chame isso de oportunidade; para mim, é um crime no esporte, sinceramente", discursou o número 1 do mundo.

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O sérvio continuou o discurso duro. "Não há espaço para isso em nenhum esporte, especialmente no tênis. Sempre me ensinaram e sempre estive rodeado por gente que respeita os valores do esporte. Foi assim que cresci. Felizmente, para mim, não preciso me envolver com estas situações".

Djokovic só desconversou quando foi questionado sobre o fato de o principal patrocinador do Aberto da Austrália ser um site de apostas. "Independente de você querer ou não ter companhias de apostas envolvidas em grandes torneios, é difícil dizer o que é certo e o que é errado. É uma linha tênue", encerrou o sérvio, que pouco comentou sobre o resultado.

Mais de 50 pessoas foram detidas em toda a Itália nesta terça-feira e mais de 70 foram colocadas sob investigação como parte de uma ampla investigação sobre manipulação de resultados, conduzida por procuradores antimáfia da cidade de Catanzaro, no sul do país.

A investigação envolve "dezenas" de partidas manipuladas na terceira e quarta divisões do futebol italiano, disse a polícia. As acusações incluem associação criminosa destinada a fraude esportiva, com ligações com organizações mafiosas, especialmente com a 'Ndrangheta.

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A apuração mostra "como as ramificações da `Ndrangheta atingiram um elevado nível, não só nos domínios clássicos onde gangues criminosas operam, mas também no mundo dos esportes", disse o investigador antimáfia Renato Cortese, em uma entrevista coletiva para detalhar a operação "Futebol Sujo".

Os envolvidos "estavam conspirando para estender a manipulação para a segunda divisão e jogos maiores", disse o procurador de Catanzaro, Vincenzo Antonio Lombardo. Os procuradores disseram que descobriram uma rede que envolve jogadores, treinadores, presidentes e dirigentes de mais de 30 clubes. Um policial estava envolvido, segundo as autoridades.

As autoridades declararam que a rede também tinha laços na Sérvia, Eslovênia, Malta, Turquia e Casaquistão. A polícia disse que os clubes envolvidos incluem Pro Patria, Barletta, Brindisi, L'Aquila, Neapolis Mugnano, Torres, Vigor-Lametia, Santarcangelo, Sorrento, Montalto, Puteolana, Akragas e San Severo.

"Provavelmente em situações como essas é preciso haver um melhor controle das ligas", disse o presidente da Associação de Treinadores Italianos, Renzo Ulivieri, à Gazzetta dello Sport, principal jornal esportivo italiano. "Se este for o caso, nós estamos enfrentando uma emergência absoluta".

Em julho de 2009, a seleção do Zimbábue viajou até a Malásia para realizar dois amistosos. Em ambos, os resultados já estavam acertados para garantir que apostadores lucrassem milhões de dólares. No primeiro jogo, os africanos cumpriram o acordo e perderam por 4 a 0. Mas os jogadores ficaram insatisfeitos, pois não haviam recebido o dinheiro prometido.

Na segunda partida também contra a Malásia, os africanos convocaram a pessoa responsável por organizar o resultado e, no intervalo dentro do vestiário, avisaram: "Não voltaremos para o segundo tempo". O criminoso que havia planejado tudo apenas abriu seu casaco. Ele tinha um revólver preso à cintura. "Você talvez não volte pra casa", respondeu. Os jogadores voltaram a campo e perderam o jogo por 1 a 0.

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Mais tarde, se descobriu que aquela nem sequer era a seleção do Zimbábue, mas apenas jogadores do país que se disfarçaram com o uniforme oficial da seleção contratados pelos apostadores. E isso tudo em uma partida disputada em uma data oficial da Fifa.

O incidente faz parte do livro que será lançado no Brasil na próxima semana e que revela como amistosos, jogos de divisões inferiores, partidas de campeonatos nacionais, torneio olímpico e até jogos de Eliminatórias para a Copa do Mundo passaram as ser manipulados. Em "Jogo Roubado" (Editora Paralela), o escritor Brett Forrest revela como o crime organizado internacional colocou definitivamente o futebol como um de seus alvos.

O autor detalha de forma inédita como uma máfia internacional aliada a cartolas sem escrúpulos compram resultados, jogadores e ligas inteiras. Sua conclusão: o esporte mais popular do planeta está seriamente ameaçado pelo crime.

Um crime que, segundo as investigações, não hesita em matar quando os lucros são afetados. Em 2012, depois de revelar como operavam os clubes da primeira divisão do campeonato búlgaro, Yordan Dinov, gerente da empresa Planetwin365 para a Bulgária, foi assassinado em plena rua da cidade de Blagoevgrad. Sua empresa havia revelado a manipulação de resultados no futebol.

A dimensão revelada indica que, até pouco tempo, nem a Fifa entendia o risco que o esporte atravessa, com a facilidade de comunicações, transferência de dinheiro e principalmente com a popularidade global do futebol. Hoje, segundo o livro, "há em curso investigações policiais sobre corrupção de resultados de jogos de futebol em mais de sessenta países, o que significa um terço do mundo".

A lista não deixa de fora nenhuma região. Na Turquia, a polícia chegou a prender cem jogadores, a associação de Futebol do Zimbábue baniu oitenta jogadores da seleção nacional. Lu Jun, o primeiro árbitro chinês a apitar uma Copa, foi preso por cinco anos por aceitar subornos de US$ 128 mil, enquanto o presidente da Associação de Futebol da China atualmente está em uma colônia penal condenado por corrupção nos resultados de jogos de futebol.

Na Coreia do Sul, 57 pessoas foram detidas por fraude de resultados. Dias depois, dois jogadores cometeram suicídio. A polícia alemã gravou criminosos croatas

discutindo por telefone seus planos para corromper jogos no Canadá.

COPA DO MUNDO - Mas é a ousadia dos criminosos em agir nos maiores torneios do mundo que mais chama a atenção dos especialistas. A investigação aponta como o Camboja manipulou sua própria derrota numa série de dois jogos com o Laos, em uma disputa qualificatória para a Copa de 2014.

O esquema mostra ainda como grupos fecharam acordos com a federação sul-africana para "fornecer" árbitros para partidas amistosas antes do Mundial de 2010. Na própria Copa, tanto a Fifa como a Uefa acreditaram que um homem que se passava por um agente do serviço secreto alemão nos vestiários dos jogos era, na realidade, um representante da máfia do Leste Europeu em busca de comprar jogadores.

Durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, dois criminosos foram até Birmingham, no Alabama, e ofereceram dinheiro ao goleiro do México, Jorge Campos. Mas ele recusou a proposta. A zaga da seleção da Tunísia havia sido comprada para o mesmo torneio. Em três jogos, eles sofreram cinco gols e não venceram nenhuma partida. Tudo como combinado.

PLANEJAMENTO - Para demonstrar que os criminosos não são nem amadores nem principiantes, o livro concentra parte de seu roteiro em Wilson Perumal, chefe de um grupo criminoso de Cingapura e teria se tornado, em 2010, no "maior corruptor de jogos do mundo".

Se inicialmente ele contratava juízes impostores para as partidas que queria manipular resultados, logo mudou de estratégia e comprou mais de dez árbitros oficiais da Fifa. "Na Copa Africana de Nações, um de seus associados afirma que ele corrompeu o torneio inteiro", revelou o livro.

Perumal "possuía jogadores, técnicos, oficiais de federações nacionais e líderes políticos em sua carteira de clientes". "Manipulou resultados em jogos de campeonato, grandes amistosos, jogos entre equipes de base, jogos não televisionados disputados em péssimos gramados mediante uma dúzia de espectadores - qualquer coisa que os agentes asiáticos oferecessem, qualquer coisa que pudesse gerar apostas", revela o livro. "Certa vez, ele (Perumal) alegou ter maior "controle sobre a liga de Futebol da Síria do que Assad sobre seu povo".

Nas Américas, Perumal estava envolvido em partidas suspeitas na Argentina, Bolívia e Panamá e ainda tinha se infiltrado na Federação Salvadorenha de Futebol. Em 2010, antes da Copa do Mundo, um amistoso entre El Salvador e EUA, em Tampa na Flórida, teria sido alvo de suas manipulações.

Se os criminosos estavam preparados para lucrar, de outro lado o que se vê é uma polícia internacional e dirigentes totalmente despreparados para lidar com os casos de manipulação. O livro traz detalhes da incapacidade de agentes de entender a dimensão do crime e conta exemplos como um oficial de imigração no aeroporto internacional Toncontim, em Tegucigalpa, Honduras, chegou a parar um assistente do goleiro da seleção da Guatemala e descobriu US$ 85 mil em sua mala. Mas acreditaram na versão do criminoso e não suspeitara que aquilo era dinheiro que o atleta havia recebido para entregar um jogo.

Para o autor do livro, o futebol se transformou em um caminho para o crime mais seguro que o tráfico de drogas e prostituição. "Era dinheiro digital e não deixava rastros e este seria o fluxo de renda mais perigoso para o crime organizado na história moderna", completou.

'A VERDADE MÁFIA É A PRÓPRIA FIFA' - Para os criminosos citados no livro, a "verdadeira máfia" é a Fifa. O autor cita um e-mail entre o mafioso Wilson Perumal e o ex-chefe de segurança da Fifa e ex-funcionário da Interpol, Chris Eaton, em que o asiático condenado por manipular resultados ataca a entidade com sede em Zurique.

Em junho de 2012, um tribunal suíço tinha envolvido João Havelange, ex-presidente da Fifa, em um escândalo de corrupção. A corte alegava que o brasileiro havia embolsado US$ 1,53 milhão por meio de uma empresa de marketing falida (ISL). "Seu suposto parceiro no esquema, Ricardo Teixeira, ex-genro de Havelange, era o chefe do comitê brasileiro organizador da Copa do Mundo de 2014", lembra o livro.

Diante da condenação, Perumal escreveu um e-mail a Eaton. "A Fifa parece mais um empreendimento criminoso do que uma organização oficial", disse. "O sujo falando do mal lavado. Esses caras são criminosos que merecem ser condenados à prisão em vez de serem julgados por um comitê de ética, uma maneira muito conveniente de escapar da justiça", insistiu o criminoso. "Um grupo de bandidos tentando dar a volta ao mundo pregando contra a corrupção. A Fifa é uma piada", completou o e-mail.

Para o autor do livro, o comportamento da Fifa "era tão questionável que permitia que um arranjador condenado parecesse digno de confiança para criticá-la". Mais tarde, Perumal afirmaria: "A Fifa é como uma organização mafiosa. Eles não respondem a ninguém".

O livro ainda revela que, em 2012, um dia depois de apresentar aos jornalistas em Zurique seu projeto sobre como controlar a manipulação de resultados, Eaton receberia uma ligação da direção da entidade para avisá-lo: as medidas não seriam implementadas por Joseph Blatter. Eaton pediu demissão na mesma semana.

Cerca de mil partidas da elite do futebol podem ter tido seus resultados manipulados pelo mundo desde 2009. O alerta é da Sportradar, principal empresa de monitoramento de apostadores no futebol e que fornece seus serviços para a Uefa e ligas europeias. A entidade explica que o número não inclui uma avaliação sobre o Brasil. Mas o País é considerado como sendo de "alto risco" no que se refere à manipulação de resultados.

Desde 2009, 40 mil partidas foram examinadas pelos especialistas. Dessas, mais de 1,4 mil foram consideradas como suspeitas. Mas o trabalho da entidade se concentrou em 997 partidas que tiveram resultados "altamente suspeitos". O temor principal é de que eles tenham sido comprados por apostadores que, ao saber do resultado, já fazem aplicações milionárias em casas de apostas da Ásia.

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Uma das descobertas do levantamento é de que não são necessariamente as ligas inferiores as mais atingidas pela manipulação. As suspeitas são de que grupos criminosos atuariam de uma forma três vezes mais intensa nas primeiras divisões que em ligas inferiores. No total, 78% dos casos registrados envolvem jogos das primeiras divisões.

Segundo o levantamento, 88% dos casos suspeitos se referem a jogos de campeonatos nacionais na Europa, América do Norte, Oceania e Ásia. Além disso, 6% seriam casos de jogos internacionais de clubes e outros 6% envolvem seleções nacionais. Menos de 1% dos casos envolvia categorias de base ou o futebol feminino. No caso do Brasil, a empresa aponta que ainda não foi convidada pela CBF ou por nenhuma federação regional para fazer um exame da situação no País.

Mas alerta que, em sua avaliação, o Brasil entra nos países de "risco". Isso porque existem apostas até mesmo da segunda divisão do Campeonato Paulista nas casas de apostas da Ásia e, ao mesmo tempo, diversos clubes estão com sérios problemas financeiros. A combinação desses elementos abriria caminho para a atuação de grupos criminosos, comprando jogadores e árbitros.

Até hoje, um dos poucos líderes de grupos criminosos no setor do esporte que foi preso é Wilson Raj Perumal. Ele confessou ter manipulado mais de cem jogos, inclusive amistosos preparatórios para a Copa do Mundo de 2010. Mais recentemente, o campeonato da segunda divisão da França foi alvo de um "terremoto", depois de acusações de compras de resultados entre clubes. Na Itália, a manipulação chegou a levar grandes clubes a serem rebaixados.

O presidente da liga espanhola de futebol, Javier Tebas, revelou nesta segunda-feira que nove jogos nacionais estão sob suspeita de manipulação de resultados. Três deles são da primeira divisão - os restantes pertencem à segundona. O dirigente revelou apenas que uma das suspeitas recai sobre o duelo entre La Coruña e Levante, ambos da divisão de elite.

Tebas afirmou que a partida está sob suspeita e avisou que não pretende revelar mais informações por ora "para que não interfira nas investigações". Assim, os clubes envolvidos nos outros dois jogos não foram revelados.

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Entre as partidas da segunda divisão, Tebas confirmou que Girona x Xerez e Hercules x Racing Santander já estão sendo investigados pela Justiça comum. Na Espanha, a manipulação de resultados é considerada um crime e pode causar prisões e suspensões de clubes em competições oficiais. "É um câncer que precisa ser erradicado", disse Tebas.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, voltou a minimizar neste sábado a gravidade do escândalo de manipulação de resultados que foi revelado na última segunda-feira pela Europol. O dirigente afirmou a situação está afetando apenas um pequeno porcentual dos jogos de futebol e ressaltou que o esporte "é muito grande e vai superar" esses problemas.

Nesta semana, a organização policial da União Europeia revelou que quase 700 jogos podem ter sido manipulados. Blatter, porém, declarou neste sábado em Botsuana que a manipulação de jogos afeta somente cerca de 0,004% das partidas de futebol. O dirigente também declarou que mais de um milhão de jogos de futebol por ano estão limpos.

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Anteriormente, na Mauritânia, Blatter afirmou que a maioria dos casos de manipulação de resultados revelados pela Europol eram antigos e já haviam sido descobertos e avaliados judicialmente.

Blatter está em uma turnê por quatro países da África e vai acompanhar a decisão da Copa Africana de Nações, que está sendo realizada na África do Sul. A final entre as seleções de Nigéria e Burkina Fasso será disputada neste domingo, em Johannesburgo.

Uma ampla investigação sobre manipulação de resultados identificou mais de 380 partidas suspeitas, incluindo jogos válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo e da Eurocopa, além de dois duelos da Liga dos Campeões da Europa. As evidências encontradas apontam que um grupo criminoso de Cingapura está intimamente envolvido com a manipulação.

"Este é um dia triste para o futebol europeu", disse, nesta segunda-feira, Rob Wainwright, diretor da organização policial da União Europeia, a Europol. Ele afirmou que a investigação descobriu "atividades de manipulação de resultados em uma escala que não vimos antes"

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A investigação apontou lucros de 8 milhões de euros nas apostas e pagamentos de 2 milhões de euros em subornos a jogadores e árbitros, o que já levou a vários processos. Wainwright disse que o envolvimento do crime organizado "destaca um grande problema para a integridade do futebol na Europa".

Ele afirmou que uma rede criminosa baseada em Cingapura estava envolvida na manipulação de resultados e gastou até 100 mil euros por partida para subornar jogadores e árbitros.

Ainda não está claro quantos dos jogos mencionados nesta segunda foram revelados em escândalos anteriores de manipulação de resultados em países como Alemanha e Itália.

Wainwright e outros envolvidos nas investigações se recusaram a identificar qualquer um dos suspeitos, jogadores ou partidas envolvidos, citando que as investigações ainda estão em curso.

Ele disse que enquanto muitas partidas manipuladas já eram conhecidas, a investigação da Europol comprovou o envolvimento generalizado do crime organizado no esquema fraudulento. "Esta é a primeira vez que estabelecemos provas substanciais de que crime organizado já está operando no mundo do futebol", afirmou.

Wainwright ressaltou que agora há um "esforço concentrado" em todo o mundo do futebol para combater a corrupção.

Um relatório da Fifa sobre manipulação de resultados nas semanas que antecederam a Copa do Mundo 2010 encontrou "evidências convincentes" que um ou mais amistosos envolvendo a anfitriã seleção sul-africana foram manipulados. A Associação de Futebol da África do Sul (Safa, na sigla em inglês) admitiu neste sábado (15) que foi "infiltrada" há dois anos por Wilson Pemural, posteriormente condenado por manipulação, e sua falsa empresa de futebol Football4U, que na verdade era uma fachada para empresas de apostas da Ásia.

Jogadores não foram envolvidos na manipulação. Em vez disso, os árbitros apontados pela Football4U parecem ter sido os responsáveis por forjarem os resultados. A Safa admite que Perumal pode ter sido auxiliado por alguns dirigentes sul-africanos. "A extensão total da rede de crime internacional está agora exposta", disse o chefe executivo da Safa, Robin Petersen, após a África do Sul receber o relatório da Fifa.

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A Safa não identificou imediatamente os jogos, mas a vitória da África do Sul por 5 a 0 sobre a Guatemala e 2 a 1 sobre a Colômbia no final de maio 2010, duas semanas antes da Copa do Mundo começar, estavam sob suspeita.

Três pênaltis por toques com a mão na bola foram marcados pelo árbitro Ibrahim Chaibou, de Níger, no jogo entre África do Sul e Guatemala em 31 de maio. Chaibou também será interrogado pela Fifa sobre possível manipulação de jogos suspeitos na África, Ásia e América do Sul, onde vários pênaltis foram marcados, em um indício de que podem ter sido alvo de golpe de apostas.

Todos os três gols da partida entre África do Sul e Colômbia em 27 de maio, que foi apitado por um queniano, foram marcados em cobranças de pênalti. Esse jogo marcou a abertura oficial do reconstruído Estádio Soccer City, que sediou a final da Copa do Mundo entre Espanha e Holanda pouco mais de um mês depois.

A África do Sul também venceu a Tailândia por 4 a 0 e empatou com a Bulgária por 1 a 1 nos jogos de preparação para a Copa do Mundo. Com a suspeita sobre Chaibou, a Safa o retirou de última hora do último jogo da seleção sul-africana antes do Mundial, em 5 de junho de 2010, quando a equipe venceu a Dinamarca por 1 a 0.

"O relatório da Fifa resolve a questão sobre se um ou mais jogos amistosos antes da Copa do Mundo foram manipulados e encontra evidências de que esse foi de fato o caso", disse a Safa em comunicado divulgado neste sábado.

A associação disse que seu comitê de emergência continuará a estudar o relatório compilado pelo ex-chefe de segurança da Fifa, Chris Eaton, e tomará aconselhamento jurídico antes de definir o que vai fazer. A entidade também prometeu que vai investigar se algum dirigente foi conivente com Perumal.

A Uefa anunciou nesta segunda-feira o banimento do jogador Kevin Sammut do futebol pelo resto da vida. Ele foi considerado culpado de colaborar na manipulação do resultado de uma partida válida pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2008. Na ocasião, sua equipe, a seleção de Malta, caiu diante da Noruega por 4 a 0, em 2007.

Inicialmente, a entidade havia suspendido Sammut por 10 anos, em julgamento ocorrido em agosto, mas ambos os lados decidiram apelar da decisão. O jogador buscava limpar seu nome, enquanto a acusação queria ampliar a pena pelo resto da vida do maltês, que, desta forma, fica impedido de trabalhar no esporte, inclusive como técnico ou dirigente.

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Não foi divulgado quais evidências foram consideradas pela Uefa para punir o jogador, mas ele e seu advogado, Michael Sciriha, prometeram recorrer. "Precisamos esperar pela decisão correta. Estamos muito desapontados que após seis, sete horas ouvindo eles tenham tomado uma decisão em 15 minutos", disse Sciriha.

Sammut, de 31 anos, foi substituído no intervalo da partida diante da Noruega, quando Malta perdia por 1 a 0. Outros dois companheiros dele, Kenneth Scicluna e Stephen Wellman, que atuaram pelos 90 minutos, também foram acusados de manipulação, mas acabaram inocentados.

"Sammut foi banido para sempre de qualquer atividade relacionada com o futebol pelo Comitê de Recursos da UEFA, devido à violação dos princípios da integridade e do esporte expressos no Artigo 5 dos regulamentos disciplinares da UEFA (envolvimento em tentativas de manipular o resultado de um jogo)", explicou a entidade em comunicado.

A polícia italiana anunciou nesta terça-feira a prisão do jogador sérvio Almir Gegic na cidade de Cremona, por envolvimento em um escândalo de manipulação de resultados que atingiu o futebol do país. Gegic vinha sendo procurado desde junho do ano passado e decidiu se entregar esta semana.

"Os magistrados fizeram um grande trabalho. Eles revelaram todas as partidas manipuladas. Pelo menos às que eu estava envolvido", disse Gegic ao jornal Gazzetta dello Sport, em entrevista publicada nesta terça, antes de apontar que outro procurado pela polícia no caso, Hristyian Ilievski, também está próximo de se entregar. "Ele (Ilievski) está cansado como eu."

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Gegic era considerado uma ligação entre apostadores na Ásia e jogadores na Itália, onde atuou de 1998 a 2000 pelo Vicenza. Ele foi levado à cidade de Cremona, onde o inquérito está acontecendo. Mais de 50 pessoas foram presas até o momento e mais de 100 ainda estão sob investigação. Mesmo assim, o jogador sérvio garantiu que existem muitos outros que estão longe de serem presos.

"É preciso ter muitos jogadores envolvidos para fazer isso. Se você tem alguém pronto para colocar 10 milhões na mesa por uma partida, não acha que vão fazer de tudo para ter certeza do resultado? A aposta no esporte é uma praga mundial. Não sei como poderia ser encerrada", afirmou.

Apesar de admitir ter feito parte do esquema, Gegic negou ser um "mafioso" e garantiu que nunca foi responsável por manipular o resultado de uma partida. "Eles me veem como um mafioso, mas eu nunca manipulei partidas pessoalmente ou ameacei alguém. Agora espero deixar tudo claro. Quero deixar este caso para trás."

O caso de Cremona, ao lado de inquéritos em Bari e Nápoles, resultou em múltiplas punições a clubes italianos nas últimas duas temporadas, além de prisões e sanções a jogadores e técnicos. O técnico da Juventus, Antonio Conte, por exemplo, foi suspenso por quatro meses, enquanto o ex-jogador da seleção nacional, Cristiano Doni, foi banido do futebol por cinco anos e meio.

Nesta quarta-feira (3), o ex-jogador Andrea Masiello foi condenado pela justiça italiana a cumprir uma pena de 22 meses na cadeia. O motivo foi o envolvimento de Masiello com manipulação de placares. Mesmo com a punição, existe a possibilidade do ex-atleta não ficar preso, já que a legislação da Europa diz que quem não tem antecedentes criminais e pena menor de dois anos não precisa ficar recluso.

Masiello, que já defendeu o Atalanta, também corre risco de ser preso porque o processo também será julgado na cidade de Cremona. As acusações informam que o ex-jogador teve influência nos resultados de quatro partidas, chegando inclusive a marcar um gol contra seu próprio clube, o Bari, que foi rebaixado na temporada 2010/2011.

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Outros dois ex-jogadores também foram punidos. Gianni Carella e Fabio Giacobbe pegaram 17 meses de prisão cada. 22 equipes estão sendo investigadas pela justiça de Cremona.

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