Tópicos | Manuela D’Ávila

A ex-deputada federal e jornalista Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) afirmou nesta quinta-feira (13) através das suas redes sociais que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada pelo Tribunal de Justiça a pagar uma indenização após veicular uma montagem de d'Ávila caracterizada como "diabo" e chamá-la de genocida.

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A publicação da bolsonarista foi feita em fevereiro de 2022 e tinha como alvo, além de Manuela, as deputadas federais Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP). As três apareciam na foto divulgada por Zambelli caracterizadas como figuras diabólicas, com chifres e olhos vermelhos, e eram chamadas de “genocidas”.

No post, d’Ávila reflete sobre o teor da montagem replicada pela parlamentar que é apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Ter a imagem associada ao diabo, ao mal maior, é algo frequente quando somos vítimas de campanhas permanentes por parte dos grupos de extrema direita. Hoje o Tribunal de justiça condenou a deputada Carla Zambeli a me indenizar por publicar essa imagem me chamando de genocida. A indenização não paga (nem apaga) o que eu e minha família vivemos juntos nos últimos anos. Não apaga a violência, as ameaças, as consequências reais na minha saúde física e mental por sofrer esses ataques misóginos virtuais. Mas, de algum modo, faz justiça. Tá me devendo, hein Carla?'', escreveu.

Violência política contra Manuela d'Ávila

Em 19 anos de vida política de Manuela d'Ávila, os oito últimos foram marcados pela violência política de gênero. Além de receber várias ameaças de mortes e estupro contra a sua vida e da sua filha de sete anos de idade, há ataques à sua aparência e à vida pessoal, além de montagens, fake news, e ataques em ambientes públicos. Em 2018 quando foi candidata a vice-presidente da chapa presidencial com Fernando Haddad (PT-SP), sofreu ataques de grupos bolsonaristas e de candidatos apoiadores do ex-mandatário.

A filha de Manuela, Laura Leindecker, já foi ameaçada e agredida diversas vezes. Em junho de 2022, um pai de uma colega da escola que Laura estuda, tirou uma foto da criança e enviou para grupos que disseminam ódio nas redes sociais.

 

Uma portaria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (22), determinou a criação de um grupo de trabalho (GT) que tem como objetivo apresentar “estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo”. Entre os integrantes desse grupo está o influenciador Felipe Neto e a ex-candidata à vice-presidência Manuela d’Ávila (PCdoB). Algo em comum entre os participantes é a experiência com o ativismo na internet e os relatos de perseguição enquanto vítimas do discurso de ódio.

A Secretaria-Executiva do Grupo de Trabalho, que prestará o apoio administrativo, será exercida pela Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A participação no Grupo de Trabalho será considerada prestação de serviço público relevante e não remunerada. O Grupo de Trabalho terá duração de 180 dias, prorrogáveis se necessário.

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Além de Manuela e Neto, também estão no grupo:

- Patrícia Campos Mello, jornalista;

- Débora Diniz, antropóloga e pesquisadora;

- Pedro Hallal, epidemiologista;

- Camilo Onoda Caldas, advogado como relator;

- Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista;

- Débora Diniz Rodrigues, antropóloga;

- Esther Solano, doutora em ciências sociais;

- Felippe Mendonça, advogado;

- Guilherme Stolle Paixão e Casarões, doutor em ciência política;

- João Cezar de Castro Rocha, escritor e historiador;

- Isabela Oliveira Kalil, doutora em antropologia social;

- Letícia Maria Costa da Nobrega Cesarino, doutora em antropologia sociocultural;

- Dolores Aronovich Aguero, professora universitária e ativista feminista;

- Lusmarina Campos Garcia, teóloga;

- Magali do Nascimento Cunha; doutora em ciências da comunicação;

- Marcos Xukuru, cacique do povo indígena;

- Michel Gherman, doutor em história social;

- Nina Santos, pesquisadora em comunicação;

- Rosane da Silva Borges, jornalista e doutora em comunicação e linguagem;

- Ricardo Campos;

- Ronilso Pacheco, teólogo;

- Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga;

- Rodney William Eugênio, doutor em ciências sociais.

Em apoio à renúncia da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, nesta quinta-feira (19), a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) e a ex-deputada Manuela d’Ávila fizeram publicações nas redes sociais falando sobre o ambiente hostil e exaustivo que a política proporciona para as mulheres, mães e crianças. Jacinda disse ter renunciado por não ter mais “combustível suficiente no tanque”.

No Instagram, d’Ávila questionou “quantos líderes homens você já ouviu falar sobre seus limites para exercer o tão cobiçado poder?”, e relembrou da primeira-ministra interrompendo uma live para colocar a criança para dormir. Ela falou, ainda, das reflexões que fez quando decidiu não concorrer à eleição de 2022, pela necessidade de exercer o papel de mulher e mãe e dar suporte à filha. 

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“Muitas vezes eu respondia aos meus interlocutores que me provocavam para concorrer ao Senado nas eleições de 2022: olha, minha filha precisa de mim neste momento, não foi fácil o que vivemos no último período. Eles interpretavam isso como um gesto equivocado meu. Como se eu estivesse cedendo aos ataques ou virando uma pessoa menor. Claro, eu entendo as razões para que ninguém fale sobre família quando um homem político se movimenta no cenário como quem joga xadrez”, disse. 

Manuela contou ter sido interpelada por um homem que a filha a acompanhava demais na campanha eleitoral. “Quem cuidava das crianças dele em suas longas ausências de quinze, vinte dias? Eu vivo em uma casa em que responsabilidades afetivas e com cuidados são compartilhadas. Sei que essa não é a realidade da maioria das mulheres. Sei que a forma como Duca, meu marido, assume essa jornada, não lembra em nada a realidade de praticamente nenhum dos homens com quem cruzei na jornada política”. 

Já Marília Arraes, por sua vez, grávida, ao lado da deputada federal Talíria Petrone (PSOL), que também aparece grávida na foto, falou sobre o ambiente político para as mulheres. A parlamentar destacou a importância da representatividade por “resistir e ser luz no caminho de tantas outras que virão depois de nós”. 

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Personalidades famosas se manifestaram e demonstraram sua indignação e tristeza diante do incêndio que atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, na noite dessa quinta-feira (29), chegando a destruir parte do acervo histórico de filmes da década de 20 e 40. Em publicação, a ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) chegou a lembrar que em 2016 o local já tinha pegado fogo e em 2020 foi atingido por uma enchente. “Resultado do descaso e sucateamento da cultura no Brasil”, escreveu.

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Leandra Leal e o humorista Gregório Duvivier compartilharam a divulgação de um comunicado por parte dos funcionários da Cinemateca, ainda em abril, onde alertam o risco de “autocombustão” e o risco de um novo incêndio. “No mínimo esse incêndio foi resultado de negligência”, declarou a atriz.

Tico Santa Cruz, crítico árduo do governo, citou o problema no CNPQ e a Cinemateca, nomeando tudo como “projeto de destruição”.

A ex-BBB 21 Ludmilla foi outra a ligar o apagão no site do CNPQ com o incêndio. “O que o apagão da Plataforma CNPQ e o incêndio da Cinemateca têm em comum? Descaso atrás de descasos. Zero interesse no investimento em tecnologias educacionais e culturais. Isso é grave. Muito grave”, afirmou.

No Instagram, Lúcio Mario Filho fez críticas ao descaso do governo Bolsonaro. “A Cinemateca Brasileira em chamas parece até um deja-vu, depois de tantas demonstrações de ódio a cultura por parte desse governo. Mais que descaso, um projeto mesmo, de destruição da memória cultural e também da possibilidade de se fazer cultura de forma plural. É uma tristeza, mas ao mesmo tempo uma certeza: A gente não pode mais aceitar a destruição do nosso país! Ou o Brasil pega fogo, ou fogo destrói o Brasil. Literalmente”, desabafou o ator.

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A ex-deputada e ex-candidata à presidência da República, Manuela D’Ávila (PCdoB) denunciou ameaças de estupro contra sua filha Laura, de cinco anos, pelas redes sociais, nesta quarta-feira (2). Segundo Manuela, uma foto da menina foi entregue por um pai de uma colega de escola de Laura a grupos que “distribuem ódio nas redes”. A imagem está sendo usada no submundo da internet para fazer agressões a Manuela e sua família.

Diante da situação, ela disse nas redes ter vontade de desistir da vida política. “Ontem à noite, em um debate, me perguntaram se eu não sinto vontade de desistir. Sim, eu sinto. Todos os dias. Ao contrário do que muitos pensam, a violência política está cada vez mais intensa. O último mês foi muito agressivo e me impactou muitíssimo”.

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A ex-deputada relatou que o pai de uma colega de Laura tirou uma foto de sua família e repassou para grupos de ódio. “Um pai da escola de Laura (cuja identidade Conhecemos o que torna tudo ainda mais cruel) tirou uma fotografia de Laura e a entregou para os grupos que distribuem ódio nas redes. A partir disso, todo o submundo da internet passou a usar a imagem dela para nos agredir”.

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Ela ainda relembro outro episódio de agressão envolvendo sua filha. “São muitos anos de violência. Como vocês sabem, quando Laura ainda era um bebê de colo, foi agredida fisicamente em função de uma mentira distribuída amplamente na internet. De lá pra cá, muitas coisas aconteceram”. E emendou: “Mas nenhuma jamais havia envolvido sua escola e algum pai de colega. Foi devastador lidar com isso. Ver a imagem sendo usada por toda essa gentalha que vive as nossas custas, diz que é político e só faz o mal, foi uma violência imensa”.

Segundo Manuela, as ameaças estão sendo acompanhadas pela polícia. “Poucos dias depois chegaram as ameaças de estupro para ela (que tem cinco anos!!!) e nova ameaça de morte para mim. A Polícia já acompanha o caso. O que é evidente que não diminui o medo, a tristeza, a culpa por ver as pessoas que mais amo submetidas a essa gente inescrupulosa”.

 

A candidata à vice-Presidência nas eleições de 2018 na chapa do petista Fernando Haddad, Manuela D’Ávila (PCdoB), foi convidada pelo deputado federal Capitão Augusto (PL) para explicar sua relação com o hacker preso em Araraquara (SP).

O hacker é suspeito de invadir os celulares de membros do alto escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e da força-tarefa da Lava Jato. Ele teria repassado as informações pro site The Intercept, do jornalista Glenn Greenwald, por intermédio de Manuela.

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O convite do Capitão Augusto é para que Manuela seja sabatinada na Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal. De acordo com a Folha de São Paulo, o convite foi uma ordem do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que é aliado do deputado.

Ainda não há uma data para a audiência acontecer, até porque Manuela está morando fora do Brasil. O convite foi interpretado como uma “vingança” de Moro, após o PCdoB ter pedido que a Comissão de Ética Pública investigasse suspeitas de que o ministro teve acesso ao inquérito da Polícia Federal que investiga o caso dos hackers.

O silêncio do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a ação de militares do Exército, na Zona Norte do Rio de Janeiro, que resultou na morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, após ter o carro atingido por cerca de 80 tiros, vem sendo alvo de críticas de políticos da oposição nesta terça-feira (9). O caso aconteceu no domingo (7) e, até o momento, Bolsonaro não falou sobre o assunto.

Por meio de publicação no Twitter, a líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB), ironizou a falta de posicionamento. “O ‘presidente’ do país já se pronunciou sobre a família metralhada dentro de um carro com 80 tiros pelo Exército ou vai esperar ano bissexto?”, indagou a comunista.

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“Brasil segue governado por um homem que se posiciona publicamente sobre 'golden shower', mas se silencia sobre o Exército executar um homem, na frente de toda sua família, com 80 TIROS [sic]”, acrescentou.

A ex-candidata a vice-presidente da República na chapa de Fernando Haddad, Manuela D’Ávila (PCdoB), também questionou a ausência de comentários por parte do governo. “O Estado brasileiro já se pronunciou sobre a execução sumária de um trabalhador com 80 tiros diante de sua família?”, perguntou.

Além de Jair Bolsonaro, o ministro da Segurança Pública e Justiça, Sérgio Moro, também não falou sobre o assunto ainda. Já o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), chegou a dizer que não faria “juízo de valor” sobre o fuzilamento.

O quadro nacional desenhado pelos primeiros dias das convenções partidárias tem imprimido uma previsão dos estudiosos da ciência política de que o pleito pelo comando da Presidência da República deste ano será fragmentado e as chapas terão dificuldades em compor com alianças amplas. 

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Dos cinco candidatos já homologados pelos seus partidos, apenas o do PSOL, Guilherme Boulos, e a do PSTU, Vera Lúcia, apresentaram a chapa fechada (postulante e vice). O primeiro com uma coligação com o PCB e a segunda sem aliados. Já os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Paulo Rabello de Castro (PSC) ainda estão sozinhos na disputa.

Até agora, dos que aguardam a homologação partidária, somente o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) reúne mais partidos. Com o apoio do chamado centrão, formado por DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB, ele desponta na lista dos presidenciáveis. O postulante do MDB, partido do presidente Michel Temer, e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também é um retrato de postulação sem apoios.

Entre pré-candidatos dos partidos de esquerda, Ciro Gomes (PDT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) seguem isolados, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, pelo peso da situação jurídica, não conseguiu ainda conquistar aliados eleitorais apesar das conversas travadas com PSB e PROS. Fora disso, PDT e PCdoB também nutrem um flerte considerável já para o primeiro turno.

A incógnita maior entre os campos de direita e esquerda, na avaliação do cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Adriano Oliveira, é como se posicionará o PR, de Valdemar Costa Neto.

“Estamos entrando em uma fase decisiva onde ocorrerá a formação de alianças. O centrão já se definiu apoio a Geraldo Alckmin, a expectativa é que PSB e PCdoB também se posicionem em relação ao PT e, particularmente o PSB se terá candidato ou apoiará o PT, mas a incógnita nesse momento é o PR, se apoiará Lula ao invés de Alckmin, embora antecipadamente tenha declarado apoio a Alckmin. Mas ele pode rever esses apoio, até porque o Josué Gomes [cotado para vice do tucano], já recuou. Não será novidade o PR migrar para o PT”, observou o estudioso. 

A partir do delinear da postura dos partidos ainda indefinidos, Oliveira também acredita que a disputa voltará a ter os moldes de outras corridas presidenciais: a polarização entre PT e PSDB. “Com as convenções vemos PT e PSDB sendo fortalecidos, e Ciro Gomes, Marina e Bolsonaro, três candidatos que foram vistos como viáveis, revelando que não terão apoios políticos e deixarão de ser viáveis”, conjecturou o cientista.

A tendência de polarização também foi comungada pela cientista política Priscila Lapa, na ótica dela  “quando a campanha começar e o direcionamento dos recursos [dos partidos] forem delimitados haverá polarização entre duas candidaturas”. Quanto ao peso das alianças, ela ponderou que os presidenciáveis terão “dificuldades de uma aliança mais ampla, de unificação de projetos e de forças” no primeiro turno.  

“Todos estão tentando recolher as forças que podem. Geraldo Alckmin rendeu-se ao centrão. Então tem muito discurso que vai ser demovido com o tempo, a partir de variáveis que qualquer candidatura que queira ganhar vai levar em consideração. Mesmo que se queira reduzir os efeitos dessas coligações, com as reformas políticas, a realidade é que essas composições são fundamentais. Não tem candidatura puro sangue que vença”, argumentou Lapa. 

O enfraquecimento de Bolsonaro

Já candidato, o deputado federal Jair Bolsonaro aparece liderando as pesquisas de intenções de votos sem a presença de Lula, mas no quesito aliança eleitoral foi rejeitado por dois partidos. O fato, para Adriano Oliveira, se dá porque “os partidos não creem na vitória e na força eleitoral de Bolsonaro e, por consequência, é um candidato que tenderá a murchar”. 

A inviabilidade do presidenciável, segundo Priscila Lapa, é observada no fato dele liderar as pesquisas apenas na pré-candidatura, sem chances de crescer na fase da campanha quando “os recursos dos partidos entram em cena”.

“Ele se beneficia de uma característica do eleitor brasileiro onde seu olhar é mais para a pessoa do que para o partido, mas os partidos não são tão irrelevantes assim, são eles que trazem para as candidaturas os recursos necessários para ganhar uma eleição como tempo de TV e do Fundo Partidário”, ponderou Lapa. 

“Além da existência de palanques estaduais também, no caso da eleição presidencial, que sirvam de base para expor e construir a base do voto que vem dos governadores e deputados construídos nos estados”, completou a estudiosa, reforçando que a fragilidade de Bolsonaro já fica evidente na inexistência de palanques estaduais consolidados. 

Ainda para a cientista política, “os partidos não enxergam em Bolsonaro a força da vitória, isso sem levar em conta o discurso e o radicalismo”. 

Pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, a deputada Manuela D’Ávila afirmou, nesta sexta-feira (20), que o palanque do também presidenciável e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é ocupado por partidos que formam a “espinha dorsal” do governo do presidente Michel Temer (MDB) e, por isso, o tucano também representa o emedebista nas eleições. 

“Nessas eleições, Temer é Alckmin e Alckmin é Temer”, alfinetou a comunista. “Os partidos do centrão que apoiam Alckmin ocupam vários ministérios e são a espinha dorsal do governo Temer. Esse apoio demonstrou que o tucano é a continuação do governo mais odiado da história do país”, completou. 

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A postura de Manuela foi exposta depois que lideranças e presidentes de partidos do chamado Centrão, composto por DEM, PP, PR, PRB e SD, anunciaram que estava fechado o apoio do grupo a Alckmin. Com isso, o DEM oficializa a retirada da pré-candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ao comando do Palácio do Planalto.

O ano de 2018 será decisivo para a política brasileira, isto porque no dia 7 de outubro está marcada a primeira eleição presidencial depois da crise que atingiu o setor nos últimos anos, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e os escândalos de corrupção investigados pela Lava Jato. Apesar de pré-candidaturas já postas, o cenário para a disputa ainda é de incertezas e isso deve acalorar ainda mais o debate até meados de julho, quando acontecem as convenções partidárias.   

Dos mais populares aos menos conhecidos, já existem oficialmente nove nomes postos para concorrer ao pleito. São eles: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), o senador Álvaro Dias (Podemos), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade), a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), o empresário João Almoêdo (Novo) e o presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro (PSC). Além deles, o PSOL também deve se incluir na disputa.  

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Apesar de despontar em primeiro lugar nas pesquisas de intenções de votos, Lula pode ser impedido de postular o comando do Palácio do Planalto por questões judiciais. O líder-mor petista foi condenado a cumprir 9 anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção em um dos processos em que é réu na Lava Jato, mas aguarda a decisão da segunda instância, que já tem o julgamento marcado para o dia 24 de janeiro. Caso a sentença seja corroborada ele não poderá concorrer ao pleito e corre o risco, inclusive, de ser preso.

Quem aparece também se destacando nos levantamentos é Jair Bolsonaro. No âmbito mais conservador e com teses que causam polêmicas, ele vem se consolidando como o preferido pelos eleitores depois de Lula, variando entre 18% e 30% das intenções. Bolsonaro já anunciou que deixará o PSC e seguirá para o Patriota visando a disputa, mas ainda não tem uma base de políticos detentores de mandatos para endossar o seu palanque.

Do outro lado, o PSDB tenta se restabelecer de uma crise interna também provocada por denúncias de corrupção que desencadeou no desgaste do nome do senador Aécio Neves (MG) do cenário, até então considerado candidato natural, e no fortalecimento de Geraldo Alckmin, que assumiu recentemente a direção nacional tucana e deve ser o escolhido pelo partido.

Avaliação do cenário

Com tantos presidenciáveis, sob a ótica do cientista político Elton Gomes, a probabilidade é de que esta seja a disputa mais fragmentada dos últimos anos. “Corremos o risco de ter uma eleição mais fragmentada desde a que elegeu Fernando Collor. Serão vários candidatos dividindo a atenção do público e isso exigirá mais dos postulantes”, observou.

Fazendo um panorama dos principais pré-candidatos, o estudioso disse que “a tendência é que Lula seja condenado, fique fora das eleições e fora da prisão”. “Pelo Estatuto do Idoso e outras normas em vigor, nas eleições ele estaria em liberdade e rodando o país. Agora, claro, se ele puder concorrer é um candidato fortíssimo, porém é importante dizer que o Lula de hoje não é o mesmo de 2002”, ressaltou.

Já Bolsonaro, o cientista classificou como um “candidato performático no ponto de vista da popularidade” e que “vem surfando e tomando um volume nesta onda neoconservadora que atinge o país”.  “Ele cresce a partir da crise de representatividade que atingiu PT, PMDB e PSDB. Reaviva o sentimento nacionalista e defende soluções de forças no âmbito da segurança pública. Entretanto, Bolsonaro não tem aquilo que elege um presidente que são alianças, o apoio de governadores e prefeitos importantes, chamados de puxadores de votos”, cravou.

O candidato de Temer

Além dos nove pré-candidatos já mencionados, também existe a expectativa de que o governo, ou seja, o presidente Michel Temer (PMDB) lance um nome para o pleito. Quer seja do próprio PMDB ou não, o político que tiver o apoio do peemedebista terá o peso das reformas trabalhista e da Previdência como um ponto negativo, mas a depender da melhora da economia pode ganhar fôlego. 

Nos bastidores, comenta-se que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), estuda a possibilidade de participar da disputa com o apoio do PMDB. Ele, inclusive, protagonizou a última inserção partidária do PSD, apresentando as chamadas “soluções econômicas” adotadas pela pasta que comanda visando amenizar os efeitos da crise.  

“Esta quase certo que o governo lançará um candidato próprio, provavelmente deverá ser o ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Vai ter a máquina e se a economia melhorar pode crescer nas pesquisas e até, quem sabe, surpreender”, observou Elton Gomes. 

Caso o nome venha do seio peemedebista, será a primeira vez que o partido participará efetivamente da eleição desde 1994. “Se isso acontecer traria um componente interessante ao pleito, pois o PMDB teve um papel decisivo nas últimas eleições. Fora do jogo de alianças, concorrendo com um candidato próprio, deixa as máquinas eleitorais do PT e PSDB por sua própria conta pela primeira vez em mais de 20 anos”, declarou o cientista.

O PSD, entretanto, não é o único que pleiteia o apoio da legenda que comanda o país atualmente. O DEM vem apresentando a possibilidade de concorrer ao cargo com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ). Para consolidar o nome, os democratas também anseiam o apoio do PMDB de Temer.

O foco do eleitor na escolha do candidato

O combate à corrupção, o aumento de investimentos na segurança pública e a melhora da economia devem pautar a disputa eleitoral de 2018 e pesar durante a escolha dos eleitores. Na projeção do cientista Elton Gomes, no tocante da corrupção, por exemplo, esta será a “primeira vez que haverá medições como ‘seu candidato roubou mais que o meu, foi arrolado na Lava Jato ou não, é réu de algum processo’”. Ele também acredita que por vivermos em “um ambiente de guerra, sem estar em guerra” a segurança pública será bastante reforçada pelos eleitores.

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