Tópicos | maracatu de baque virado

Ao entrar no Rosário, sede do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, o que se vê são rapazes, de todas as idades, encourando e afinando tambores. Eles estão preparando a casa para a festa desta sexta-feira (8), que vai comemorar os 193 anos da nação. Com quase dois séculos de história, o Estrela de Igarassu é a nação de baque virado mais antiga em atividade no estado de Pernambuco. Sua tradição e longevidade lhe garantiram reconhecimentos importantes como o título de Patrimônio Vivo de PE, ponto de cultura e o Prêmio de Culturas Populares do Ministério Da Cultura, conferido neste mês de dezembro. Mas, sobretudo, a nação de Igarassu detém o reconhecimento do público, maracatuzeiros ou não, que veem nela autoridade e o brilho que só uma grande estrela pode ter.

O Estrela Brilhante de Igarassu é mantido pela família Santana, que segue os ensinamentos deixados pelas duas últimas rainhas da nação, D. Mariú e D. Olga, esta falecida em 2013, aos 74 anos. Hoje, quem preside o maracatu é Gilmar Santana de Batista, filho de Olga, neto de Mariú, e mestre de apito no Estrela há mais de 20 anos. 'Tio Má', como é chamado, se orgulha de dar continuidade ao trabalho da avó e da mãe e faz questão de manter as tradições aprendidas com elas. “Ela (a mãe) dizia ‘é assim’ e era assim mesmo. E eu tento fazer do mesmo jeito. Tentando fazer o melhor e não deixar cair a nossa tradição.”, diz.  

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Esta tradição é defendida com força em Igarassu, ao passar das gerações. A nação tem seu próprio jeito de dançar, de vestir os integrantes e de tocar: “A diferença é o ritmo, a gente toca com uma baqueta e um bacalhau, o suingue é completamente diferente.”, diz o mestre. Outra característica que diferencia o Estrela da quase total maioria dos maracatus é a proibição de mulheres tocando em seu batuque. A regra costuma chamar bastante atenção, mas Gilmar explica o porquê: “Toda hora a turma faz essa pergunta. Os batuqueiros do maracatu representam os ogãs de dentro do terreiro e não existe mulher ogã. Do mesmo jeito que a gente faz a religião, a gente traz para o folguedo, com a sinceridade que vem lá de dentro do terreiro.” O maracatu de baque virado tem ligação estreita com a religião de matriz africana, o Candomblé. Para resolver este ‘problema’, foi criado o Bloco Aláfia, que sai no Carnaval de Olinda, aos domingos, com todos que queiram tocar o baque da nação, inclusive, as meninas.

Mantendo as raízes, o Estrela conseguiu extrapolar os limites geográficos de Igarassu. Apesar da maioria dos batuqueiros e baianas serem da região, muitos são aqueles que vêm de fora para brincar. Todos os anos, pessoas do Recife, São Paulo, Curitiba, Minas Gerais e até do Japão, vêm para a cidade para sair no carnaval dançando e tocando. Os batuqueiros mais experientes, e o próprio Gilmar, também viajam pelo mundo dando oficinas que ensinam os fundamentos do seu maracatu e vários são os grupos, espalhados pelo Brasil e fora dele, que desenvolvem trabalhos inspirados na nação de Igarassu. “Com a nossa simplicidade, a gente vai pra avenida e vê gente se arrepiando, chorando e querendo brincar com a gente.”, diz Gilmar.

Continuidade

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Na família Santana, quem vai nascendo vai entrando no maracatu num movimento quase orgânico. As crianças aprendem o baque e a dança instintivamente, como comprova o pequeno Josuel Paulino Barbosa, de 11 anos, bisneto de Dona Olga e batuqueiro “desde novinho”: “Ninguém me ensinou, não. Aprendi só.”, diz orgulhoso.

Os mais velhos, já trabalham efetivamente na manutenção da tradição familiar. Como Rogério de Souza, neto de Olga e sobrinho do mestre Gilmar, que hoje, assume a função de contra-mestre da nação. Rogério também viaja dando oficinas que ensinam o baque do Estrela de Igarassu e a confecção de instrumentos de maracatu: “É responsabilidade e é muita emoção, um orgulho enorme. Tem nem palavras para falar.”, resume o batuqueiro.  

Manutenção

Para manter uma nação de “grande porte”, como classifica Gilmar, é preciso muita dedicação. A receita vem de apresentações, oficinas, venda de instrumentos e subsídios governamentais como o recebido pelo título de Patrimônio Vivo. Tudo é investido na própria nação: “Financeiramente, é trabalhar para o maracatu. Prova tanto que é o primeiro maracatu que tem seu ônibus, tem uma sede boa, um som bom. Tudo com dinheiro do maracatu, sem pedir nada para o poder público. A gente trabalha com as nossas pernas. Passa por dificuldade porque todo mundo passa, querendo ou não. Mas a gente segura a onda, se agarra com Deus e Dona Emília (a calunga da nação), e deixa o barco andar”, fala Gilmar.

Ao lado dele, trabalha também o irmão Gilberto Santana, o Tio Bel, e o sobrinho Rogério. Para Tio Bel, continuar o trabalho deixado pela família é missão: “Cultura só faz quem gosta. É uma coisa que veio dos meus avós, da minha mãe, agora está comigo, meu irmão e Rogério, pra gente manter a tradição da nossa família. A gente tem que levar até... Aí é Jesus quem vai dizer.”

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Celebração

Nesta sexta-eira (8), dia em que completa 193 anos de atividades, o Estrela Brilhante de Igarassu abre sua sede, no Sìtio Histórico de Igarassu, para uma grande festa. À partir das 15h, os integrantes da nação recebem os amigos para uma tarde de batuque e shows com os convidados, Dinda Salú e Trio Paraíba, Murilo Silva e Coco de Dona Olga. A comemoração é aberta ao público. 

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Após a polêmica sobre possíveis mudanças nos desfiles oficiais durante o Carnaval do Recife, as agremiações de maracatu de baque virado aguardam por uma definição acerca da tradicional abertura do carnaval, realizada por elas - e com regência do mestre Naná Vasconcelos - há 16 anos. O modelo do evento está sendo discutido em reuniões junto à Prefeitura, ainda sem resultado definitivo. Em entrevista ao LeiaJá, nesta terça-feira (21), o secretário executivo de Cultura, Eduardo Vaconcelos, garantiu que o prefeito Geraldo Julio "não abre mão" desta tradição.

Já foram promovidas duas reuniões para a discussão de projetos para a realização da abertura que reúne dezenas de nações. Ante a falta de uma resposta concreta, até então, até Patrícia Vasconcelos, a viúva de Naná, idealizador da cerimônia, se manifestou nas redes sociais: "Luto para que esse movimento e espetáculo das Nações continue e frutifique. Anos de lutas, de sorrisos e de lágrimas. Lágrimas de emoção e de tristeza por cada não recebido na tentativa de dar continuidade ao movimento. Não à desconstrução nesse movimento", disse em carta aberta publicada no Facebook.

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O secretário executivo de Cultura do Recife, Eduardo Vasconcelos, disse que ainda serão realizadas outras reuniões com os representantes das nações para a definição do modelo desta abertura para 2018. E garantiu: "O prefeito Geraldo Julio não abre mão desta tradição deixada por Naná e pelas nações que hoje levam o legado do mestre Naná". Eduardo completou: "A gente vai, nos próximos dias, sentar para definir como será feito isso e como será a participação de todas as agremiações nos cinco dias de Carnaval".

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O Carnaval só acontece em fevereiro mas, para fazer bonito durante a festa mais esperada do ano, as nações de maracatu de baque virado, e grupos percussivos, começam os trabalhos muito tempo antes para deixar a percussão afinada. Parte das agremiações está ‘tirando o pó’ das baquetas e colocando o batuque em dia com seus integrantes. Confira um roteiro de nações e grupos percussivos que já estão com as portas abertas, trabalhando para o Carnaval de 2018.

Nação

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As nações de baque virado ‘guardam o maracatu’ tão logo o Carnaval se encerra. Elas passam boa parte do ano paradas mas, em meados de outubro, já é hora de voltar a trabalhar. Além das apresentações, durante a folia, as nações também participam do concurso oficial da Prefeitura do Recife. A disputa é acirrada e é preciso estar bem afinado para conquistar o título de campeão e mostrar toda a beleza da nação na avenida. Veja quem já está ensaiando para o próximo ano.

Nação do Maracatu Almirante do Forte

Sábados |  16h

Estrada do Bongi, 1319 – Bongi

 

Nação do Maracatu Porto Rico

Quartas e sábados | 20h

Rua eurico Vitruvio, 483 - Pina

 

Nação do Maracatu Encanto do Pina

Segundas e sextas - 20h

Rua Osvaldo Machado, 504 - Pina

 

Maracatu Nação Estrela Brilhante de Igarassu

Sextas | 19h

Rua Barbosa Lima, 274, Sítio Histórico, Igarassu - PE

 

Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife

Donmingos |  16h

Rua Tuina, 15 - Alto José do Pinho

 

Nação do Maracatu Aurora Africana

Quartas | 19h

Domingos |  15h

Casa da cultura (Praça de Eventos) - Centro de Jaboatão

 

Maracatu Nação Cambinda Estrela

Sábados -19h

Rua Doutor Elias Gomes, 420 - Chão de Estrelas


Grupo percussivo

Os grupos percussivos agregam os apaixonados por maracatu e, inspirados nas nações, tocam o baque virado e, também, outros ritmos brasileiros. Os grupos costumam manter suas atividades durante todo o ano, com pequenas pausas para um descanso após o carnaval. Durante a folia, eles desfilam pelas ruas do Recife e Olinda mas não entram nas competições carnavalescas.

Bloco Alafia

Quarta - 20h

Mercado da Ribeira - Olinda

(Gratuito)

Batuques de Pernambuco

Domingo | 15h (oficina) e 16h (ensaio)

Praça do Carmo (em frente à FOCCA)

Inscrições: (81) 98822-7168

 

Tambores Dumundo

Domingo | 16h (ensaio)

Av. Marquês de Olinda, Bairro do Recife

A partir do mês de novembro, o grupo passa a ensaiar pelas ruas de Olinda, também aos domingos, com saída às 16h, da Prefeitura.

 

Quebra Baque

Domingo | 16h

Rua Tomazina, 199 - Bairro do Recife

Inscrições: (81) 98825-6782

 

Grupo Yalú

Sábados | 13h e 15h

Domingos | 13h e 15h

Rua da Moeda, 121 - Bairro do Recife

Inscrições através do site.

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No dia 1° de agosto, Pernambuco celebra uma de suas manifestações populares mais representativas, o maracatu. O brinquedo popular dá visibilidade ao Estado em todo o Brasil e no mundo e é tombado como Patrimônio Cultural pernambucano. Para comemorar a data - escolhida em homenagem ao nascimento do mestre Luis de França - brincantes de Olinda e do Recife promovem uma verdadeira festa com encontros de nações e grupos no próximo domingo (31), nas duas cidades.

No Sítio Histórico de Olinda, a concentração de diversas nações de maracatu de baque virado do município será às 16h, em frente à prefeitura. De lá, os maracatuzeiros seguem em cortejo até o Largo do Varadouro, onde será realizada uma cerimônia em reverência à data. A festa, realizada pela Associação dos Maracatus de Olinda, já é tradicional no calendário do município.

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Já na capital pernambucana, a festa será no Bairro do Recife, com início às 13h. As nações de maracatu Porto Rico, Leão da Campina, Estrela Brilhante do Recife e os grupos Várzea do Capibaribe e Maracatômico desfilam seus baques pelas ruas históricas. Também haverá participações do Tambores de Ogun e do coral Voz Nagô, além de oficinas, palestras e exposição de indumentárias, na Rua Bom Jesus.

Um palco localizado em frente ao arco do Marco Zero receberá apresentações ao longo de toda a tarde. O Maracatu Rural também estará representado com a participação do Cruzeiro do Forte. A comemoração recifense é uma iniciativa do Maracatu Porto Rico. Os eventos de ambas as cidades são gratuitos. 

Confira este e muito mais na Agenda LeiaJá.

Serviço

Comemoração do Dia Estadual do Maracatu

Domingo (31) | 16h

Prefeitura de Olinda

Gratuito

Domingo (31) | 13h

Bairro do Recife

Gratuito

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Batuqueiros de 12 nações de maracatu de baque virado prestaram uma última homenagem ao percussionista Naná Vasconcelos na manhã desta quinta-feira (10). Eles receberam o cortejo que levou o caixão até o Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife, onde ocorreu o sepultamento, com muito batuque em reverência ao mestre. Os brincantes se despediram de Naná, mas também demonstraram preocupação com a continuidade do trabalho iniciado por ele. 

Estiveram presentes na homenagem as nações Estrela Brilhante do Recife, Cambinda Africano, Cambinda Estrela, Leão da Campina, Aurora Africana, Estrela Dalva, Tupinambá, Almirante do Forte, Encanto do Pina, Encanto da Alegria, Raízes de Pai Adão e Sol Nascente. Juntas, elas fizeram ecoar os toques e evoluções que abriram o Carnaval do Recife nos últimos 15 anos, sempre com Naná Vasconcelos à frente da "confusão", como ele gostva de chamar. O clima entre os brincantes era de tristeza pela perda de um mestre,mas também de preocupação, já que Naná foi um dos grandes responsáveis pela valorização da cultura do baque virado e também um defensor das nações.

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O Mestre Arlindo, responsável pelo Cambinda Africano, lamentou a ida do percussionista: "É uma perda grande. Muitos maracatus se beneficiaram depois que Naná assumiu o Encontro de Maracatus, principalmente os de porte pequeno. Agora ninguém sabe como vai ser daqui pra frente", disse. Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus de Pernambuco, também demonstrou preocupação acerca do futuro do evento que abre o carnaval recifense: "Isso significa muito para os maracatus que trabalham o ano todo pensando na abertura do carnaval. Se a gente perder isso, será muito significante para a gente. Com Naná a gente tinha certeza que isso teria continuidade. Ele era mais um brincante, um comandante de todos nós maracatuzeiros de Pernambuco".

Fabio Aquino, brincante da Nação Estrela Brilhante do Recife, lembrou do trabalho que Naná fez com os grupos: "Foi uma base pra sustentação de todas as nações de maracatu, para a gente poder estar no patamar que estamos hoje". E o Mestre Chacon Viana, do Porto Rico, falou da esperança em poder manter viva a tradição iniciada pelo mestre: "Perdemos um guerreiro, mas vamos pedir a Deus que os governantes consigam fazer com que a gente leve à frente este legado. Se tivermos apoio vamos seguir em frente. Porque agora, mais do que nunca, é importante levar à frente tudo que ele (Naná) deixou."

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Batuqueiros de diversas nações de maracatu de baque virado estão se mobilizando para prestar sua última homenagem ao percussionista Naná Vasconcelos - falecido na manhã desta quarta (9) em decorrência de um câncer de pulmão. Eles se reunirão em frente à Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quinta (10), às 9h, e sairão em cortejo até o Cemitério de Santo Amaro, onde ocorrerá o sepultamento.

A homenagem ao mestre Naná deve reunir diferentes maracatus que tocarão em cortejo até o cemitério de Santo Amaro. Já estão confirmadas as presenças das nações Aurora Africana, Raízes de Pai Adão, Almirante do Forte e Cambinda Estrela.

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Naná Vasconcelos foi um dos grandes responsáveis pela valorização da cultura do baque virado em Pernambuco, tendo levado esta expressão artística a todo o mundo. Ele promovia, há 15 anos, a abertura oficial do Carnaval do Recife, na qual reunia cerca de 500 batuqueiros de diversas nações para tocarem juntos durante a cerimônia. Para o presidente da Associação dos Maracatus de Pernambuco (Amanpe), Fábio Sotero, a perda do músico será bastante sentida: "Ele era uma força a mais para as nações, ele tinha um apreço grande e lutava pelo nosso trabalho. Vai fazer muita falta porque ele era um grande chefe de batalha. A cultura popular em geral perde muito com a ida dele", lamentou. 

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Os maracatus nação, também chamados de baque virado, recebem nesta terça (18), a certificação da titulação como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A solenidade será realizada no Pátio de São Pedro, às 17h, e contará com a presença de 12 nações desta manifestação cultural. Também estarão presentes o secretário de cultura Marcelino Granja e a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, representando o Governo do Estado, além do presidente do IPHAN, Frederico Almeida.  

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O título de Patrimônio Cultural foi concedido ao maracatu nação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em dezembro de 2014. Segundo Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco, existem cerca de 25 nações em Pernambuco. Deste total, entre 10 e 15 estão ativos se apresentando, na maioria das vezes, com o apoio do poder público. Para o presidente, a titulação garantirá o fortalecimento desta expressão cultural e também maior apoio aos maracatus menos conhecidos. 

O evento desta terça (18) integra a programação da VII Semana do Patrimônio Cultural que, até a próxima sexta (21), realiza debates e atividades culturais em celebração ao Dia Nacional do Patrimônio (17 de agosto) em cinco diferentes cidades pernambucanas.

Serviço

Entrega do título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil aos maracatus nação

Terça (18) | 17h

Pátio de São Pedro

Gratuito

"Segura o baque, não deixa arriar", assim cantava a nação Raízes de Pai Adão neste sábado (1º), no 7º Encontro de Maracatus de Olinda. Quase um grito de guerra e de resistência representando bem o propósito deste evento que celebra o Dia Estadual do Maracatu.

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Nove nações concentraram-se no Largo do Amparo e desfilaram pela Cidade Alta, ecoando suas toadas e batidas de seus tambores, num movimento de fortalecimento e valorização da cultura negra. O Encontro é uma realização da Associação de Maracatus de Olinda (AMO) e da Nação Camaleão, com apoio da Prefeitura de Olinda. Kátia Paz, uma das diretoras da AMO e do Camaleão, frisou a importância deste movimento e, sobretudo, desta data (instituída através do projeto 560/1997 e Lei 11.506/97). "Para os maracatus nação este momento é muito forte. O Estado todo deveria tocar seus tambores hoje". A diretora lembrou, também, de outro evento importante para os maracatus realizado pela AMO, a Noite dos Tambores Silenciosos de Olinda que antecede os festejos carnavalescos da cidade. 

Apesar do tempo fechado e dos insistentes 'chuviscos', o público compareceu para ver as nações desfilarem os seus 'baques' com Reis, Rainhas e calungas (a boneca que vai à frente nos desfiles). O Maracatu Leão Coroado, um dos mais antigos em atividade, encantou os presentes com seu batuque cadenciado. O Mestre Afonso, que comanda a nação, afirmou que além da data comemorativa as nações aproveitaram este dia para celebrar ainda o título de patrimônio cultural que o IPHAN conferiu a esta tradição popular no final do ano passado. Ele também lembrou o antigo mestre do Leão, Luiz de França, homenageado no 1º de agosto (dia de seu aniversário) e uma importante referência da história do maracatu. Mestre Afonso garantiu que o movimento de resistência é forte e persistente: "A gente tem que aparecer de qualquer forma", brincou. 

Um pequeno problema fez com que a Nação de Luanda se apresentasse apenas com sua corte. Os batuqueiros não conseguiram chegar a Olinda e os demais integrantes dançaram ao som dos outros maracatus. Nos Quatro Cantos, a apoteose do Encontro, cada nação fazia sua evolução. A turista paulista, Patrícia Lima, estava encantada ao ver o maracatu pela primeira vez ao vivo. "A gente sabe que existe, mas não tem noção como é. É cultura pura, viva". Ja Roberto Prado, morador do Sítio Histórico, já está habituado a ver os desfiles passarem pela sua porta há sete anos. "Esse maracatu é original, isso é cultura popular", disse Roberto dando a garantia de que o evento é muito bem vindo ao calendário de festas da cidade. 

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Desde 2001, o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos comanda cerca de 500 batuqueiros de diversas nações de maracatu de baque virado na abertura oficial do carnaval do Recife. Em 2015 não será diferente e o músico regerá 11 nações no Marco Zero no dia 13 de fevereiro, abrindo as festividades momescas. 

Naná sempre traz artistas locais e nacionais para participar das apresentações. Para 2015 já está confirmado o nome de Fafá de Belém. Outros nomes ainda serão divulgados. Nos dias 10 e 11 de fevereiro acontecem os ensaios gerais da festa, também no Marco Zero e aberto ao público. 

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