No penúltimo treinamento antes da estreia na Copa do Nordeste, na tarde desta sexta-feira, o técnico Marcelo Martelotte comandou um trabalho tático com o elenco tricolor. Aparentemente, ele já definiu o time que levar a campo contra o CRB, no Arruda, no próximo domingo, às 18h30.

O treinador escalou o time titular com Tiago Cardoso; Éverton Sena, Vágner, César e Tiago Costa; Anderson Pedra, Sandro Manoel, Natan e Renatinho; Flávio Caça-Rato e Philco. Atletas que já estavam treinando entre os titulares

No time reserva a escalação foi a seguinte: Fred; Renan, Danilo Cirqueira e William; Marquinho, Léo, Everton Heleno, Jefferson Maranhão e Patrick; Danilo Santos e Paulo César.

O meia Luciano Sorriso não participou do treinamento e ficou na academia do clube, realizando um trabalho físico. Segundo o médico do Santa Cruz, Wilton Bezerra, o jogador ainda não está 100% recuperado da lesão. Por isso, dificilmente Sorriso enfrenta o CRB.

O técnico Marcelo Martelotte preferiu deixar de lado o resultado do jogo-treino contra o Chã Grande. Se a torcida não gostou do empate, o treinador preferiu enxergar a evolução que o time teve nos últimos dias. Ainda assim, ele entendeu as críticas dos tricolores que estiveram no Arruda, nesta quarta-feira.

“Pesa o resultado para o torcedor. Mas na preparação, a evolução do elenco é o que pesa. Fizemos dois tempos distintos. Quando sofremos o gol, melhoramos e criamos mais oportunidades. Temos que corrigir muitos erros, mas tudo dentro da normalidade que vivemos de preparação”, analisou o comandante tricolor.

Mesmo reconhecendo que a equipe deixou a desejar, Martelotte acredita que nem tudo foi ruim no jogo-treino. “O torcedor quer que o time ataque os 90 minutos, mas o futebol não funciona dessa maneira. Tem que estar preparado para se defender e tranquilidade quando tiver a posse de bola. Estivemos longe da perfeição e muito precisa ser corrigido. Mas tivemos alguns aspectos positivos também”, explicou.

Um dos mais criticados pela torcida foi o atacante Danilo Santos, que perdeu quatro chances claras de gol. O treinador considerou que isto se deve a pré-temporada, onde o foco ficou na parte física.

“Todos os jogadores estão em momento de correção técnica. A situação com o Danilo Santos é normal. Ele ainda está passando por uma adaptação ao futebol brasileiro, além da preparação física, que é prioridade e com isso prejudica a parte técnica. Ele deu opção, criou jogadas e é isso que esperamos de um atacante”, disse.

Para a estreia na Copa do Nordeste, Marcelo Martelotte espera que a evolução do time continue contra o CRB. “Temos que continuar aplicando os treinamentos. Pedimos uma evolução e estamos sentindo isso. As dificuldades são grandes, mas não só para nós. Esperamos, com a qualidade do nosso elenco, ter um poder de decisão grande e já um aprimoramento na parte tática”, finalizou o técnico do Santa Cruz.

Novo treinador, nova formação tática e novo time titular. Todo o clube que troca de comandante passa por essas mudanças. No Santa Cruz, com a saída de Zé Teodoro no final da temporada e a mudança de algumas peças, boa parte do elenco coral está sentindo a diferença nos trabalhos com o novo técnico Marcelo Martelotte.

As mudanças estão sendo notadas na pré-temporada, na cidade de Sairé, onde o treinador começou a comandar os primeiros treinamentos coletivos. “No início é um pouco difícil. O Zé (Teodoro) tinha uma tática diferente e o Marcelo está tentando implantar uma tática nova. Às vezes, estamos batendo cabeça, mas com o tempo e os treinamentos vamos aprimorar para dar certo”, disse o volante Anderson Pedra.

O jogador, um dos remanescentes da última temporada, apontou as principais diferenças entre o antigo e o novo treinador. “Na minha visão, o Zé pedia muita marcação individual. Já o Marcelo gosta de marcação por setor, sem precisar correr atrás de apenas um jogador, para não se desgastar muito. Vamos acertar isso e com certeza vai dar certo”, explicou o volante.

Apesar de o técnico ter ensaiado o time titular no 3-5-2, Anderson Pedra afirmou que, na prática, a equipe joga no 4-4-2. “Ele está priorizando a linha de quatro para os laterais não saírem tanto. Até o Vágner, quando foi para o time titular, ficou perdido achando que estávamos jogando com três zagueiros. Só depois ele entendeu”, disse.

A volta dos que não foram. Esta brincadeira pode resumir bem a situação vivida pelo meia Jefferson Maranhão, do Santa Cruz. O jogador iria disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior com a equipe Sub-20. Até iniciou a viagem de ônibus, mas teve que voltar a pedido do técnico Marcelo Martelotte. Já em Recife, o meia treinou com o elenco, nesta quinta-feira (3), no Arruda.

“Ainda estávamos aqui em Pernambuco. Paramos em Caruaru, treinamos e após o jantar recebi a notícia de que teria de voltar a pedido do treinador”, explicou o jogador de 19 anos.

A Copa São Paulo seria uma boa oportunidade para Jefferson Maranhão aparecer no cenário do futebol nacional e o meia está ciente disso. Mesmo assim, procura olhar pelo lado positivo. “Fiquei triste, mas ao mesmo empolgado, porque o treinador pediu minha presença no elenco. Se ele me quis, é porque tem coisa boa para mim. Vou buscar meu espaço”, disse.

O meia chegou a atuar no time principal com o técnico Zé Teodoro, mas acabou perdendo espaço. Desta vez, ele espera não desperdiçar a oportunidade e se firmar no elenco principal. “Espero trabalhar bem e ter a chance de mostrar meu futebol. Quem sabe até conquistar a titularidade. Já que não vou para a Copa São Paulo, espero jogar na Copa do Nordeste e no Pernambucano”, afirmou Jefferson Maranhão.

Com poucos recursos para a temporada de 2013, a diretoria do Santa Cruz deixou claro que alguns jogadores da base seriam utilizados no time principal. Este, inclusive, foi um dos pré-requisitos para a contratação do técnico Marcelo Martelotte. Com o início dos trabalhos, o comandante tricolor já pôde observar esses atletas e fazer uma avaliação.

O treinador já chegou a afirmar que alguns estão em um estágio superior a outros, mas todos devem ganhar oportunidades. “Temos que analisar a qualidade dos jogadores. Não tenho preferência. Sei que alguns têm condições. Mas com outros, de maneira geral, precisamos aguardar para dar essas oportunidades”, explicou o comandante coral. 

Vivem a expectativa de estrear profissionalmente o lateral-direito Nininho, o zagueiro Danilo Cirqueira, os meia Nunes e Guilherme e os atacantes Netto e Anderson. Mesmo assim, o treinador prega a calma com esses atletas. “Não tenho pressa em lançar esses jogadores. Eles têm de estar preparados para estrear e precisamos ter um pouco de tranquilidade”, disse Marcelo Martelotte.

Como a filosofia do novo treinador do Santa Cruz, Marcelo Martelotte, é trabalhar com atletas da base, essa pode ser a chance dos novos valores corais se firmarem na equipe principal. É assim, que o zagueiro Danilo Cirqueira está encarando sua integração ao time principal que se apresentou essa semana no Arruda.

"A expectativa é sempre grande, trabalhei muito forte para chegar ao elenco de profissionais", afirma o capitão do time sub-23 que levantou a taça da Copa Pernambuco desse ano. Como irá disputar três competições no primeiro semestre de 2013, o Santa Cruz vai precisar de um elenco mais numeroso do que o normal.

"Apesar da concorrência da posição, estou confiante. Como teremos muitas competições no próximo ano, acredito que a sequência de jogos e cartões acaba abrindo espaço para que, principalmente os zagueiros, joguem e é isso que penso. É preciso estar pronto para quando surgir a oportunidade", encerrou.