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O advogado de defesa de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, buscou distanciar o dirigente da acusação de recebimento de propina em contratos relacionados à Copa do Brasil, Copa Libertadores e Copa América e afirmou ao Tribunal Federal do Brooklyn, nos Estados Unidos, que quem tomava as decisões na entidade era Marco Polo Del Nero, então vice-presidente e atual comandante da CBF.

"Marin sempre estava com Del Nero. Era Del Nero quem tomava as decisões. Marin estava fora, estava à margem", disse o advogado Charles Stillman.

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O advogado comparou a corrupção no futebol internacional a um jogo de futebol infantil do qual Marin não participou. "Ele era como o jovem do lado de fora do campo, colhendo margaridas e olhando ao redor enquanto outros estavam correndo a pleno vapor", disse.

Além de Marin, estão sendo julgados Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol e da Associação Paraguaia de Futebol, e Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol. Os três são os primeiros a serem julgados desde que procuradores dos EUA revelaram um caso de corrupção contra dirigentes do futebol ao redor do mundo há mais de dois anos. Das 42 pessoas acusadas por procuradores norte-americanos na investigação sobre a Fifa, 24 se declararam culpadas e duas foram sentenciadas até o momento.

O procurador-assistente dos EUA, Keith Edelman, disse a membros do júri que os três homens foram parte de uma conspiração para aceitar propinas de empresas de marketing esportivo em troca de lucrativos direitos de marketing para torneios de futebol, incluindo a Copa América e Copa Libertadores.

"Os acusados trapacearam o esporte para encher seus bolsos com dinheiro que deveria ter sido gasto para beneficiar o jogo, não a si mesmos", disse Edelman. O dinheiro desviado poderia ter sido gasto por organizações de futebol para construir campos, comprar equipamentos e financiar equipes femininas e ligas jovens, disse.

Nenhum dos advogados dos ex-dirigentes negou haver corrupção no esporte internacional, mas todos disseram a membros do júri que seus clientes não participaram. "Este caso não é sobre a Fifa", disse a advogada de Napout, Silvia Piñera. "Isto é sobre um homem, Juan Ángel Napout, e sua luta por justiça."

Piñera disse a membros do júri que o caso contra Napout irá se apoiar em testemunho de Alejandro Burzaco, ex-chefe da companhia de marketing esportivo Torneos y Competencias. Burzaco, segundo Piñera, "fez um doce acordo com o governo e começou a contar histórias" após ser condenado.

O advogado de Burga, Bruce Udolf, também disse esperar que procuradores se apoiem em testemunhas participativas que podem ser motivadas a "se tornar surpreendentemente muito criativas" para evitar a prisão.

O ex-presidente da CBF José Maria Marin tenta barrar um pedido de procuradores norte-americanos para proteger os membros do júri que o julgarão a partir de novembro. No mês passado, os procuradores federais solicitaram a juíza da corte do Brooklin, Pamela Chen, que os membros convocados sejam protegidos para evitar que sejam intimidados e que seus nomes sejam mantidos em anonimato.

Para os procuradores, o júri deve ser anônimo e parcialmente fechado, depois que foram identificadas "tentativas de obstruir a Justiça e intimidar testemunhas". Pela lei americana, esse anonimato apenas pode ser garantido por uma decisão da Justiça, considerando que existiria o risco de que fossem alvos de pressão popular, da imprensa ou dos envolvidos.

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Na avaliação do Departamento de Justiça dos EUA, a cobertura midiática, além dos "interesses econômicos, penais e econômicos em jogo, resultaram em tentativas de obstruir a Justiça e impedir informação chegar ao governo e ao público". Outro pedido é de que o júri seja "parcialmente sequestrado", um termo usado para designar a necessidade de que seus membros não apenas não tenham os nomes revelados, mas que se reúnam de forma isolada. Enquanto estiverem julgando Marin, teriam um contato limitado com o mundo exterior e até comida teria de ser trazida ao grupo durante as deliberações. Casos recentes como o do comediante Bill Cosby contaram com tal medida de precaução.

Marin, que cumpre prisão domiciliar nos EUA, será julgado a partir de 6 de novembro por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em maio de 2015, em Zurique, e extraditado aos Estados Unidos. Dos mais de 40 indiciados, ele foi um dos três dirigentes de futebol envolvidos no escândalo a se recusar a admitir culpa e não assinar qualquer acordo com a Justiça americana.

Na sexta-feira, numa carta à juíza federal, os advogados de Marin pediram que não fosse dado o status para os membros do júri. Para defender sua posição, o brasileiro argumenta que tal medida precisaria ser avaliada diante do risco potencial de que os membros do júri tenham certos preconceitos em relação ao tema e à situação.

Segundo seus advogados, a cobertura ampla na imprensa de seu julgamento e a possibilidade de intimidação não são argumentos suficientes para justificar tal medida. Marin é acusado de ter recebido propinas para conceder contratos na CBF para a Copa do Brasil, Copa América e Copa Libertadores. Marco Polo Del Nero, ex-braço direito de Marin e hoje presidente da CBF, também foi indiciado por corrupção. Por isso, não deixa o Brasil temendo ser preso.

O ex-presidente da CBF José Maria Marin não consegue levantar o dinheiro para sua fiança e pode ser obrigado a retornar a uma prisão. Numa carta aos juízes americanos, os advogados do ex-cartola indicaram que estão com "dificuldades" para reunir o volume de dinheiro solicitado pela Justiça. Mas pedem que os juízes aceitem um adiamento do depósito.

Marin foi preso no dia 27 de maio, em Zurique, e indiciado por corrupção. Ele acabou aceitando sua extradição aos Estados Unidos no início de novembro e indicou que estaria disposto a pagar uma fiança de US$ 15 milhões para aguardar por seu julgamento em um apartamento na Trump Tower, em Nova York.

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No dia 3 de novembro, Marin apareceu diante da Corte americana e se declarou "não culpado". O juiz Raymond Dearie estipulou ainda que o brasileiro pagasse US$ 1 milhão em dinheiro, outros US$ 2 milhões em papéis de garantias de bancos, além de ter seu apartamento confiscado. Tudo isso deveria estar depositado na administração americana no dia 6 de novembro.

Um dos principais problemas se refere a um pagamento de US$ 1 milhão que teria de entrar na conta da Justiça na segunda-feira. Os documentos sobre o apartamento foram de fato entregues. Mas os advogados solicitaram um adiamento do prazo para depositar o dinheiro e as garantias dos bancos.

"Esperávamos depositar US$ 1 milhão em dinheiro hoje (segunda). Mas enfrentamos algumas dificuldades", disse Charles A. Stillman, um dos advogados de Marin, ao juiz Dearie em uma carta obtida pela reportagem.

Stillman garantiu que um cheque avaliado em US$ 769 mil seria depositado ainda nesta terça, com as movimentações bancárias. "Com relação às garantias de US$ 2 milhões, uma carta de crédito foi obtida de um banco brasileiro e estamos trabalhando para finalizar a emissão dos bônus", explicou.

Numa súplica ao juiz, o advogado ainda indicou que ele e seu cliente estão fazendo de tudo para conseguir realizar o depósito. "Tenha certeza de que todo o esforço está sendo feito para cumprir as obrigações da fiança", escreveu.

O governo dos Estados Unidos pede a extradição de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, e sinaliza extraoficialmente que está disposto a fazer um acordo com o brasileiro caso haja disposição para colaborar nas investigações. Mas Marin vai declarar diante da Justiça que se opõe à extradição.

A solicitação dos EUA também é para que os demais seis cartolas da Fifa presos há um mês sejam enviados aos Estados Unidos, entre eles o ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, e Jeff Webb, ex-vice-presidente da Fifa. Na entidade, a ordem é não falar sobre o caso. "Não vamos comentar", declarou a Fifa, por meio de seus porta-vozes.

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A reportagem apurou que a meta inicial da defesa de Marin será a de evitar sua extradição e que sua defesa será "conservadora". Nos próximos dias, quando ele for levado diante de um juiz suíço, não terá de declarar se considera inocente ou não. Mas irá anunciar que rejeita a extradição, o que arrastará o caso por meses em uma batalha jurídica.

À reportagem, o FBI já deixou claro que espera contar com a cooperação de Marin para delatar outros dirigentes esportivos que estiveram envolvidos no escândalo. Nesta semana, um novo recado foi passado: se Marin aceitar colaborar, parte de sua pena seria revertida em prisão domiciliar, justamente aproveitando do fato de que o brasileiro tem um apartamento em Nova Iorque.

Do lado da defesa de Marin, se a extradição não for evitada, o passo seguinte seria o de reduzir ao máximo o período em que o brasileiro passaria numa prisão norte-americana, inclusive enquanto é alvo de um processo.

Nesse caso, existem duas opções: fechar um acordo de delação premiada, nos moldes estabelecidos com o empresário brasileiro J. Hawilla, ou negociar o pagamento de multas milionárias. Nesse caso, Marin poderia cumprir parte da pena em seu apartamento, com certa permissão para sair.

Os norte-americanos já deixaram claro: não querem terminar a investigação em Marin. A meta, por exemplo, é a de obter informações sobre o papel de Marco Polo del Nero, Ricardo Teixeira e os contratos comerciais, como o da CBF com a Nike.

De qualquer forma, o processo de extradição promete ser longo e advogados envolvidos no caso revelaram à reportagem que acreditam que Marin poderá ficar na prisão na Suíça até o final do ano. Nos Estados Unidos, ele foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude e por ter recebido milhões de dólares em subornos relativos a contratos comerciais na Copa de 2014, no Brasil, e na Copa América.

Se condenado, Marin poderia pegar até 20 anos de prisão nos EUA. A partir de hoje, a Justiça suíça o convocará para uma audiência, interrogando o brasileiro sobre os crimes indicados pelos norte-americanos. "Vamos avaliar a melhor forma de defesa", declarou Georg Friedli, advogado do brasileiro na Suíça e que rejeita valores que aliados de Marin estariam divulgando no Brasil, segundo os quais os seus honorários seriam de quase R$ 1 milhão.

Berna dará 14 dias para que seus advogados contestem a extradição. Esse prazo poderia ser ampliado por mais 14 dias, se solicitado.

A Justiça da Suíça então precisará de algumas semanas para tomar uma decisão sobre a extradição. Ela apenas poderá ser realizada se a Justiça em Berna considerar que os crimes indicados pelos norte-americanos também são considerados como crimes na Suíça. Numa primeira avaliação realizada no momento da prisão de Marin, porém, Berna indicou que existia "base" para uma extradição.

Caso ela seja aprovada, Marin tem ainda duas possibilidades de apresentar um recurso, num processo que promete se arrastar.

O primeiro seria no Tribunal Penal da Suíça, num processo que poderia levar dois meses. Caso Marin seja uma vez mais derrotado, seus advogados ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal da Suíça, o que arrastaria o caso por mais três meses. Enquanto isso, Marin dificilmente será autorizado a cumprir prisão domiciliar, apesar dos 83 anos de idade.

Na semana passada, a reportagem revelou com exclusividade que outro cartola, Figueredo, entrou com um recurso para aguardar a extradição em liberdade condicional. Mas o pedido foi negado, o que mandou um sinal claro aos demais advogados dos indiciados de que seus clientes poderiam ter o mesmo destino.

ACORDO - Se nada funcionar, a opção de Marin será abrir um diálogo com as autoridades norte-americanas para saber em quais condições uma eventual pena poderia ser reduzida.

Segundo um comunicado do Departamento da Justiça da Suíça, o pedido de extradição foi entregue pela embaixada dos EUA em Berna na noite da quarta-feira e "dentro do prazo estabelecido pelo tratado bilateral".

"Os pedidos estão baseados no mandado de prisão emitido no dia 20 de maio de 2015 pela Procuradoria dos EUA em Nova Iorque, que investiga a suspeita de corrupção avaliada em US$ 100 milhões envolvendo altos funcionários da Fifa. Em troca, esses suspeitos de terem pago propinas - representantes de empresas de mídia e de promoção - receberam direitos para torneios de futebol nos EUA e na América Latina. Esses crimes podem ter sido concordados ou preparados nos EUA, e os pagamento teriam sido feitos por meio de bancos americanos", explicou o comunicado de imprensa do governo suíço.

Apesar de estar com 83 anos, Marin não pediu para deixar a prisão para esperar pela extradição em um hospital. Pelas leis suíças, é o médico da penitenciária que determina se um preso tem ou não condições de aguardar a extradição na cadeia. Há duas semanas, Figueredo chegou a alegar problemas de saúde. Mas a Justiça suíça barrou qualquer transferência, alegando que suas condições o permitiam continuar na prisão.

Na prisão, ele tem direito a uma hora de caminhada por dia e está em uma cela individual. Não usa uniforme e não está autorizado nem a falar pelo celular e nem a ter internet. Mas pode assistir televisão.

A prisão do ex-presidente da CBF e da organização da Copa do Mundo de 2014, José Maria Marin, em Zurique, nesta quarta-feira (27), foi comentada pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. O advogado usou o Twitter para se posicionar sobre o fato e fez questionamento a respeito do futuro da FIFA e da CBF.

Na rede social, Barbosa afirmou ter feito alertas em relação à eficiência da justiça americana quando se trata de corrupção. “FIFA: em abstrato alertei em palestras ultimamente para o risco, alcance e eficiência da Justiça dos EUA em matéria de combate à corrupção”, destacou. 

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Numa segunda postagem o ex-ministro do STF indagou aos brasileiros o futuro das instituições que estão à frente do futebol brasileiro. “Para os brasileiros fanáticos por futebol: resta ainda algum futuro para a FIFA e para a CBF como instituição de comando desse esporte?”, questionou. 

Prisão – Marin é acusado pela Justiça americana de ter recebido propinas milionárias em esquemas de corrupção no futebol que chegam a R$ 2 milhões por ano de parceiros comerciais para a realização da Copa do Brasil em 2014 enquanto foi presidente da CBF. 

Presidente do PTB no estado de São Paulo, o deputado estadual Campos Machado emitiu comunicado oficial na tarde desta quarta-feira para defender o ex-governador José Maria Marin, presidente de honra do PTB Esporte e preso pela manhã em Zurique (Suíça). Ex-presidente da CBF, Marin é acusado de participação em um escândalo de corrupção investigado pela Justiça dos Estados Unidos.

"Desconheço os motivos pelos quais o ex-governador e ex-presidente da CBF, José Maria Marin, foi detido na manhã de hoje, em Zurique, na Suíça, mas posso afirmar, desde logo, pelo que conheço da sua vida, ele seria incapaz de praticar algum fato que pudesse ser considerado criminoso", escreve Campos Machado, aliado histórico de Marin.

O deputado estadual confirma que Marin segue filiado ao PTB e faz parte do diretório estadual do partido em São Paulo e garante que o ex-presidente da CBF não será expulso do PTB.

"Posso assegurar que, enquanto a Justiça não se manifestar, definitivamente, não cabendo mais nenhum recurso, ele não será expulso do PTB. Mesmo porque uma pessoa só pode ser considerada culpada quando nenhum recurso mais pode ser apresentado em relação à sua culpabilidade", escreveu Campos Machado, completando: "No que depender desta presidência, o ex-governador José Maria Marin terá toda a assistência, o apoio e solidariedade".

Tendo Marin como presidente de honra de seu departamento esportivo, o PTB controla a Secretaria de Esportes (SEME) da prefeitura de São Paulo desde o início da gestão de Fernando Haddad (PT), em 2012. O partido também ficou por oito anos à frente da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (SELJ), de 2006 a 2014, período em que o Estado teve quatro governadores diferentes: Cláudio Lembo (então PFL), José Serra (PSDB), Alberto Goldman (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Tanto a SEME quanto a SELJ passam por auditorias internas para investigar os convênios firmados durante a gestão do PTB. Na prefeitura, a auditoria inclui contratos assinados entre 2013 e 2014. No Estado, apenas no ano passado.

O presidente da CBF, José Maria Marin, vê a disputa da Copa América, no ano que vem, no Chile, como uma chance de redenção para a seleção brasileira. Segundo ele, a conquista do título continental ajudará a superar o trauma causado pelo vexame na Copa do Mundo, quando o Brasil perdeu na semifinal contra a Alemanha por 7 a 1 - depois, ainda levou 3 a 0 da Holanda no duelo pelo terceiro lugar.

"Na Copa, iríamos ou todos para o céu ou todos para o inferno. Perdemos e fomos ao inferno, mas acredito que agora já estamos no purgatório. Com a conquista da Copa América, entramos novamente no caminho para entrar no céu", avaliou Marin, em entrevista exclusiva ao site oficial da competição que acontecerá entre os dias 11 de junho e 4 de julho do ano que vem, no Chile.

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Na avaliação de Marin, a seleção conseguiu dar sinais de recuperação depois do vexame na Copa, quando, já com o técnico Dunga no lugar de Luiz Felipe Scolari, venceu os seis jogos que disputou. No segundo semestre, o Brasil derrotou Colômbia, Equador, Argentina, Japão, Turquia e Áustria, marcando 14 gols e sofrendo apenas 1 - agora, só volta a jogar em março, contra a França.

Mas o presidente da CBF alertou também para as dificuldades que a seleção encontrará no Chile. "A Copa América vai ser muito difícil. Vou ser franco: todos, todos, todos os participantes estão com grandes equipes. Houve uma grande melhoria no futebol em todos os sentidos", lembrou Marin, mostrando, porém, confiança no time de Dunga. "O Brasil, pelo seu passado, presente, e pensando no futuro, vem com toda a disposição para vencer e disputar bem. Precisamos dar uma alegria ao povo brasileiro."

O Brasil será um dos três cabeças de chave da Copa América de 2015, ao lado da Argentina e do anfitrião Chile. O sorteio dos grupos acontecerá na noite desta segunda-feira, em Viña del Mar. Além das 10 seleções sul-americanas, México e Jamaica, ambos integrantes da Concacaf, vão disputar a competição como convidados.

O presidente da CBF, José Maria Marin, deverá anunciar nesta quinta-feira (17) o nome do novo homem forte da seleção brasileira nos próximos anos. Não se trata ainda do treinador que substituirá Luiz Felipe Scolari. O cargo de coordenador técnico, que era de Carlos Alberto Parreira, possivelmente terá outra denominação e outra abrangência.

Até a tarde desta quarta-feira, o ex-jogador Leonardo estava bem cotado para assumir essa função. A ideia inicial de Marin e de Marco Polo Del Nero, que vai assumir a presidência da CBF em abril do ano que vem, era criar o cargo de diretor técnico ou de CEO, executivo que estaria abaixo apenas do presidente na hierarquia da entidade.

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Essa figura, a princípio, não teria ingerência na convocação dos jogadores, mas atuaria na coordenação do futebol, incluindo todas as categorias de base da seleção. O cargo é comum em clubes de ponta da Europa. E Leonardo já desempenhou uma função parecida no Paris Saint-Germain e no Milan.

O cenário descrito acima estava desenhado por Marin e Del Nero, mas não era definitivo. Eles também discutiram a possibilidade de alçar Alexandre Gallo à posição de técnico interino para pelo menos dois dos quatro amistosos que a seleção brasileira disputará até o fim do ano.

O Brasil fará em setembro dois jogos nos Estados Unidos: contra a Colômbia, no dia 5, em Miami, e diante do Equador, no dia 9, em Nova Jersey. E a convocação de jogadores que atuam fora do Brasil tem de ser feita por volta de 20 de agosto.

Gallo trabalhou na Copa do Mundo como observador de Felipão. Atualmente, é o treinador da seleção Sub-20 e também o coordenador das categorias de base da CBF. Se a cúpula da entidade optar realmente pelo ex-volante, vai ganhar algum tempo para fechar a contratação do técnico definitivo.

A possibilidade de contratar um estrangeiro para o lugar de Felipão continua em segundo plano. Marin e Del Nero podem até abrir mão de alguns de seus conceitos, mas eles resistem à ideia porque querem ter total controle sobre o novo treinador. Isso seria um pouco difícil de acontecer caso eles contratassem um nome de muito prestígio, como Pep Guardiola, Jürgen Klinsmann ou José Mourinho, por exemplo.

Na entrevista coletiva desta quinta-feira, Marin também deverá anunciar alguns nomes para preencher as vagas abertas na comissão técnica. Além de Felipão e de Parreira, deixaram a CBF o auxiliar técnico Flávio Murtosa, o preparador físico Paulo Paixão e o diretor de comunicações da entidade, Rodrigo Paiva. O responsável pela equipe médica, José Luiz Runco, também deixou a confederação, mas ele não tinha vínculo empregatício.

Nesta quarta-feira, outro a se desligar da entidade foi o jornalista Victor Rios, que havia oito anos trabalhava na assessoria de imprensa e era o segundo na hierarquia da comunicação, abaixo de Rodrigo Paiva.

"Hoje (quarta-feira) encerro uma etapa da minha vida que começou há oito anos. Foram anos de muitas vitórias, trabalho, suor, dedicação e orgulho. Tenho certeza de que deixo uma história bonita marcada na minha carreira e mais certeza ainda de que o melhor está por vir", escreveu Victor Rios, em uma rede social.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin, garantiu nesta quinta-feira que não há nenhuma chance do Itaquerão, estádio do Corinthians que está sendo construído em São Paulo, ficar sem o jogo de abertura da Copa de 2014. "Acidentes acontecem. Eu lamento muito as mortes, mas estou absolutamente convicto de que a Copa do Mundo será aberta lá", disse o dirigente, ao conversar rapidamente com jornalistas no Rio, após participar do lançamento da Copa Verde, competição que vai reunir 16 clubes das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil.

O acidente de quarta-feira, que provocou a morte de dois operários após a queda de um guindaste, deixou um grande estrago no Itaquerão. A área afetada, que corresponde a cerca de 30% do estádio, já foi interditada pela Defesa Civil, que atua junto com a Polícia Científica na perícia do local. Além disso, o Corinthians e a construtora Odebrecht decretaram luto no canteiro de obras, paralisando todos os trabalhos por três dias.

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A Odebrecht e a Defesa Civil já atestaram, em avaliações preliminares, que a estrutura do estádio não foi afetada pelo acidente. Mas a obra ainda corre risco de interdição, pois o Ministério Público Estadual não descarta a possibilidade de solicitar a paralisação das obras dependendo do resultado dos laudos da Polícia Científica.

Com mais de 94% das obras concluídas, o Itaquerão deveria ser entregue até o final de dezembro, dentro do prazo estipulado pela Fifa. Mas, por causa do acidente, a própria entidade já trabalha internamente com um atraso de 45 a 60 dias para a inauguração do estádio. Mesmo assim, os dirigentes e políticos envolvidos no caso, como confirma a declaração de Marin nesta quinta-feira, não apontam risco para que a arena corintiana fique sem a abertura da Copa, marcada para 12 de junho de 2014.

O presidente da CBF, José Maria Marin, defendeu nesta sexta-feira a continuidade no poder nas confederações e federações esportivas. Ele falou sobre sua posição durante participação no Fórum Nacional do Esporte, em São Paulo. Ao ser perguntado pelo zagueiro corintiano Paulo André sobre se concordava com a limitação de mandatos dos dirigentes, Marin não titubeou. "Na minha opinião, aquilo que é bom deve continuar. Entre fazer uma experiência e ficar com aquele que comprovou que é bom, eu fico com quem é bom", disse.

A posição do cartola é radicalmente oposta, por exemplo, à do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para quem os mandatos do dirigentes de clubes de futebol e federações esportivas deve ter limitação. Essa é, inclusive, uma das propostas que estão sendo conduzidas nos estudos do Proforte, um projeto do governo que está em discussão e que propõe auxiliar os clubes a pagar suas dívidas fiscais em troca de investimento na formação de atletas.

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Marin reiterou que não será candidato à reeleição na CBF, no pleito marcado para abril do próximo ano, mas garantiu que vai "participar ativamente" do processo. "Vou lutar pelo candidato da situação, porque entendo que estamos realizando uma boa administração esportiva e financeiramente. A única coisa que desejo é que meu sucessor dê continuidade a esse trabalho", disse o dirigente, que assumiu a presidência no começo ano passado, após a renúncia de Ricardo Teixeira.

Paulo André questionou Marin como um dos integrantes no painel "O desafio da organização da Copa do Mundo e seu legado", que teve a participação também do ex-jogador de futebol Raí e da Rainha do Basquete Hortência, entre outros. O zagueiro do Corinthians lembrou os recentes vexames de Santos e São Paulo em jogos na Europa para dizer que o futebol brasileiro vive uma "crise existencial", com uma seleção forte e clubes fracos tecnicamente. Em seguida, quis saber quais os planos da CBF para desenvolver no futebol interno a parte de nova concepção de gestão.

Marin rebateu o zagueiro, dizendo que não se pode comparar o futebol brasileiro com o europeu por causa da extensão territorial do País. Também explicou que não é possível ajustar o calendário daqui com o de lá, mas ressaltou que a entidade está trabalhando para o desenvolvimento interno. "Temos hoje a Série D, com 40 clubes, subsidiada pela CBF, que paga passagens aéreas, alimentação, hospedagem e dá bolas para os times jogarem", exemplificou.

Raí quis saber o que pode ser feito para melhorar a situação dos jovens que tentam seguir a carreira de jogador de futebol. "98% dos garotos não se tornam jogadores. E na maioria dos clubes, jovens com 13, 14 anos não têm condições mínimas de desenvolvimento", disse o ex-jogador do São Paulo. O presidente da CBF, então, rebateu dizendo que depende dos clubes zelar por suas bases. E recorreu ao passado para afirmar que não é preciso ser clube grande para formar jogador. "No passado, o XV de Jaú, por exemplo, tinha um belo trabalho. Tanto que formou até um jogador (Kazuo) para a seleção japonesa", lembrou Marin.

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL), José Maria Marin tem uma relação distante e apenas protocolar com o governo federal - especialmente com a presidente Dilma Rousseff. Diante disso, ele parece tentar uma aproximação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem visitou nesta quarta-feira, em São Paulo, para convidá-lo a assistir aos jogos do Brasil na Copa das Confederações.

Acompanhado de Marco Polo Del Nero, vice-presidente da CBF e presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marin esteve nesta quarta-feira no Instituto Lula, em São Paulo. Durante o encontro, o cartola convidou o ex-presidente para ir aos estádios torcer pelo Brasil na Copa das Confederações, começando pela estreia deste sábado, contra o Japão, em Brasília - as assessorias dos dois não confirmam se ele aceitou o convite para acompanhar o jogo.

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"Estamos felizes em convidar o ex-presidente Lula, que é um apaixonado por futebol e certamente vai querer acompanhar os jogos da Seleção Brasileira. E ficaremos honrados com a sua presença para ser mais um torcedor a incentivar o time na competição", disse Marin, em nota divulgada pelo site da CBF, no qual também aparece em foto ao lado de Lula e de Marco Polo Del Nero.

O cartola também aproveitou o encontro desta quarta-feira para presentear o ex-presidente com uma réplica da camisa azul com a qual a seleção brasileira derrotou a Suécia por 5 a 2 na final da Copa de 1958 e conquistou seu primeiro título mundial. "Certamente o Lula tem lembranças daquela conquista, que todos nós brasileiros acompanhamos pelo rádio. Portanto, é mais do que justo que ele tenha agora uma camisa daquele título", afirmou Marin.

Presente à solenidade de reinauguração do estádio da Serrinha, pertencente ao Goiás, o presidente da CBF, José Maria Marin, disse na noite desta segunda-feira que conversou bastante, já em Goiânia, com o técnico Luiz Felipe Scolari sobre as condições de trabalho da seleção brasileira na preparação para a Copa das Confederações. Segundo ele, Felipão elogiou toda a estrutura montada pela entidade tanto no Rio, onde a equipe ficou por seis dias, como na capital de Goiás, para onde foi agora.

"O Felipão me disse que não tem que botar mais nenhum pingo em i nenhum. Está tudo perfeito. Não há nenhum porém. E eu respondi a ele: 'Vamos continuar empenhados em deixar tudo na mais perfeita ordem'", contou Marin.

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O presidente da CBF declarou ainda que gostou muito da apresentação da seleção brasileira no empate com a Inglaterra, domingo, no Maracanã. Ele afirmou que foi "praticamente unânime na crítica que houve uma nítida evolução da equipe".

Após passar por uma ampla reforma, ao custo de aproximadamente R$ 5 milhões - metade desse valor foi investido pelo governo do Estado e a outra parte veio do clube e seus parceiros -, o estádio da Serrinha ganhou nova fachada e gramado, além da reconstrução de três vestiários e áreas administrativas. Com capacidade para 6,5 mil pessoas, receberá o treino da seleção brasileira na manhã desta terça-feira.

Pela programação da CBF, a Serrinha receberá apenas o primeiro treino da seleção em Goiânia - os demais estão previstos para acontecer no CT do Goiás. Perguntado nesta segunda-feira se as atividades da equipe na capital de Goiás seriam abertas ao público, Marin explicou que a decisão não dependia dele. "Isso aí é com a comissão técnica. Eu não interfiro", avisou.

Logo depois, Marin fez um rápido discurso, durante a solenidade, em que lembrou da derrota do Brasil na final da Copa de 1950 no Maracanã - "Ouvi pelo rádio e foi com muita tristeza que recebi aquela derrota", recordou - e pediu união em torno da seleção brasileira. Segundo ele, Goiás está dando exemplo de apoio ao time, assim como aconteceu no Rio. "Quando existe integração, o objetivo é alcançado. E todos devem estar juntos com a seleção", defendeu o dirigente.

O amistoso desta quarta-feira entre Brasil e Chile, no Mineirão, está sendo utilizado pelo presidente da CBF, José Maria Marin, para dar mais uma demonstração de que conta com o apoio dos presidentes de federações estaduais. Apesar das várias denúncias contra o cartola e da pressão de alguns setores para que renuncie, Marin conseguiu recentemente que as contas da CBF referentes ao ano passado fossem aprovadas e diz que não deixará o cargo.

Nesta quarta-feira, Marin foi homenageado em um almoço oferecido pelo presidente da Federação Mineira, Paulo Schettino. Na mesa, também estava Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista e vice da CBF, além, entre outros, dos presidentes da Federação do Piauí, Cesarino Oliveira, e do Amapá, Roberto Goés.

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Antes do almoço, pela manhã, o dirigente foi ao hotel em que a seleção está concentrada em Belo Horizonte e conversou com vários jogadores, entre eles Neymar e Ronaldinho Gaúcho, com o técnico Luiz Felipe Scolari e com o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira. Estava acompanhado dos cartolas das federações, com exceção de Del Nero.

Naturalmente, ele e seus pares assistirão a partida entre Brasil e Chile, que tem início às 22 horas. O jogo servirá para o Comitê Organizador Local testar vários itens operacionais dentro do estádio e, por isso, várias autoridades envolvidas com a organização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo nas outras cidades foram convidadas para ir ao Mineirão. São Paulo, por exemplo, estará representada pela vice-prefeita Nádia Campeão.

Depois da partida contra o Chile, o Brasil voltará a campo apenas em 2 de junho, para o amistoso com a Inglaterra no Maracanã. No dia 8 enfrenta a França em Porto Alegre e depois disputa a Copa das Confederações - estreia dia 15 contra o Japão.

A assembleia ordinária da CBF, que reuniu dirigentes de 27 federações estaduais no Rio, nesta terça-feira, terminou com a aprovação por unanimidade do balanço das contas da entidade no exercício de 2012. A confederação teve um lucro de R$ 55 milhões no ano passado.

Com relação às recentes de denúncias, incluindo a de superfaturamento na compra do prédio que abrigará a nova sede da entidade, os dirigentes das federações aceitaram os argumentos apresentados pelo presidente da CBF, José Maria Marin.

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Ele disse que teria mostrado no encontro documentos de três empresas imobiliárias que a confederação consultou para fechar o negócio. Esta informação foi confirmada pelos presidentes da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, e da Federação Tocantinense de Futebol, Leomar Quintanilha.

"A sessão começou com uma explicação de Marin sobre o que vem sendo publicado na imprensa ultimamente. Ele se defendeu de acusações de suposto envolvimento na prisão e morte do jornalista Vladimir Herzog em 1975 e apresentou documentos que foram aceitos por unanimidade por todas as federações para explicar o valor gasto na compra do novo prédio da CBF", disse Hélio Cury, acrescentando que todos os pontos discutidos na assembleia eram colocados em votação e todos foram aprovados por unanimidade.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu nesta terça-feira que o governo sirva de mediador na escolha do futuro presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo ele, a atividade é de interesse público e, por isso, o estado deve ter papel no disciplinamento. O atual dirigente da CBF, José Maria Marin, tem mandato até o fim da Copa do Mundo de 2014, mas vem sofrendo pressão para deixar o cargo.

"Além de recursos públicos destinados à pratica de esporte, à construção de infraestrutura esportiva, há também a função social que deve dizer respeito ao estado exatamente pelo interesse social e público contido na atividade", destacou, durante audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte no Senado Federal.

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Aldo mantém uma relação conflituosa com o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, o representante político e financeiro da Fifa no Brasil. O atrito se acirrou após a divulgação de uma gravação em que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, que também preside o COL, critica o ministro. O áudio contém, ainda, comentários sobre as eleições na CBF.

Segundo Aldo, as relações entre o governo, Marin e a Fifa são "institucionais, de trabalho". Recentemente, o presidente da CBF vem sendo alvo de críticos, que pedem sua saída do cargo. O ex-jogador Ronaldo, atual membro do COL, é um dos cotados para suceder Marin. O ministro, porém, não quis comentar a possível mudança no COL.

Apesar disso, voltou a destacar que o governo vai entregar tudo o que a Fifa exige para a realização da Copa. Segundo Aldo, três arenas já foram entregues - Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte - e outras três ficarão prontas ainda em abril - Recife, Brasília e Rio de Janeiro.

A promessa é que os seis estádios que ainda ficarão faltando devem ser concluídos até dezembro. "O dinheiro público está principalmente em investimentos em obras de mobilidade urbana, para os aeroportos, para ajudar a melhorar as condições de vida e mobilidade de todo o País". Segundo Rebelo, as obras para a Copa são as que mais têm fiscalização dos órgãos de controle.

O discurso de obras dentro do prazo e bem fiscalizadas do ministro não agradaram à oposição. Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o povo brasileiro está pagando uma conta alta pela "submissão do governo aos interesses da Fifa". "O custo da Copa foi transformado numa verdadeira caixa preta", criticou Dias.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, fez uma queixa ao Supremo Tribunal Federal para que o deputado federal Romário (PSB-RJ) seja condenado por injúria e difamação após declarações que o ex-jogador deu à imprensa a respeito do dirigente. Segundo o pedido feito pelos advogados de Marin, o congressista ultrapassou a sua liberdade de expressão como parlamentar em suas críticas à nomeação do presidente da CBF ao cargo.

O documento enviado ao STF na quinta-feira passada cita expressamente uma entrevista de Romário a vários veículos de imprensa, no dia 6 de março: "Esse presidente tem o passado ligado à Ditadura, não tem moral para criticar. Dá pena ver a CBF passando suas diretorias de um ladrão para outro. Um cara que rouba medalhas e energia de um vizinho não tem moral para falar de Romário ou de qualquer deputado."

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Segundo os procuradores de Marin, não há imunidade parlamentar para Romário nessa situação, já que a declaração não foi dada dentro de sua atividade no Congresso. "A declaração ofensiva à honra do querelante foi não proferida no estrito exercício do mandato parlamentar, mas em entrevista concedida a veículos de imprensa, o que permite a devida persecução penal".

A pena por injúria (usar uma expressão desrespeitosa contra alguém) é de detenção, de um a seis meses, ou multa. A difamação (atribuir a uma pessoa fato ofensivo à imagem) tem pena de detenção de três meses a um ano e multa. A queixa-crime pede ainda o acréscimo de um terço nas penas pelo fato de a vítima ter mais de 60 anos (exceto no caso de injúria) e pelo fato de as declarações terem sido divulgadas amplamente pela imprensa.

A assessoria do deputado Romário disse que o parlamentar está em viagem e que ele não irá se manifestar sobre o processo até ser citado pela Justiça. O relator da ação é o Ministro Gilmar Mendes, que ainda analisará o pedido para citar o acusado.

O presidente da CBF, José Maria Marin, anunciou nesta quinta-feira um projeto-piloto para aperfeiçoar o atendimento médico durante os jogos do Campeonato Brasileiro. O novo modelo vai atender ao padrão Fifa de qualidade.

"A CBF está preocupada com todos os aspectos de segurança nos estádios, no que diz respeito aos torcedores e, principalmente, aos jogadores, que são os maiores responsáveis pelo espetáculo futebol", afirmou Marin, que contou com auxílio de José Luiz Runco, médico da seleção e presidente da Comissão Nacional de Médicos de Futebol, para elaborar o projeto.

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"Já vinha conversando com o doutor Runco para que seja adotada nas competições no país uma linha de atendimento médico universal, dentro do padrão Fifa", explicou. Segundo a nova definição, os jogos contarão com a presença de um médico de emergência, junto à mesa do quarto árbitro, e mais três paramédicos.

Runco e Marin, contudo, ainda vão definir em quais estados e estádios o projeto será testado durante o Brasileirão deste ano. "Vamos definir ainda os estádios e os estados em que essa metodologia será usada nos jogos do Brasileiro. O fundamental é que, com essa metodologia, o jogador terá um atendimento de maneira mais rápida, adequada e de qualidade", disse o médico.

A Comissão Nacional da Verdade receberá em audiência, nos próximos dias, o deputado Romário (PSB-RJ), presidente Comissão de Turismo e Desporto da Câmara. O encontro atende a solicitação do próprio deputado, que vai pedir ajuda para o esclarecimento das denúncias de envolvimento do atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, com a ditadura militar.

Ao anunciar o encontro, nesta terça-feira, em São Paulo, a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, uma das sete integrantes da comissão, disse que o grupo não tem posição formada sobre o caso. O objetivo, disse a jornalistas, é ouvir o que o deputado tem a dizer.

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De acordo com a avaliação inicial da advogada, Marin não foi uma figura destacada entre os políticos que apoiaram a ditadura militar. "Pelas informações que temos, ele não era tão atuante", afirmou. "As suas manifestações de apoio foram episódicas. Era um deputado silente".

O anúncio do encontro com a Comissão ocorre um dia após o deputado ter ido à sede da CBF, no Rio, para entregar uma petição pública, com 55 mil assinaturas, pela saída de Marin da presidência da entidade. Romário acompanhava o organizador da petição, Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog.

Segundo informações reunidas por Ivo, o presidente da CBF participou indiretamente do assassinato de seu pai, sob tortura, em 1975. Na época dos acontecimentos, Marin era deputado estadual, filiado à Arena, partido que dava sustentação política à ditadura. Um pouco antes do assassinato, em aparte ao discurso de um colega de partido, na Assembleia, ele cobrou das autoridades esclarecimentos sobre a infiltração de comunistas na TV Cultura de São Paulo.

Herzog, que trabalhava na Cultura e era filiado ao Partido Comunista Brasileiro, foi preso e assassinado logo em seguida, nas dependências do 2.º Exército, em São Paulo.

No mês passado, no dia 14 de março, Romário fez um discurso na Câmara para falar do caso e pedir a saída de Marin. Foi quando mencionou pela primeira vez que pediria ajuda à Comissão da Verdade para a investigação. "As suspeitas sobre o presidente da CBF são graves e constrangedoras", disse.

O aparte de Marin foi lembrado nesta terça por Rosa Maria. Em seguida, porém, a advogada observou que teria sido uma das manifestações "episódicas" de apoio do então deputado à ditadura. "Fora esse discurso, há poucos pronunciamentos dele."

Para Ivo, o filho do jornalista, o papel de Marin não pode ser subestimado. Ele tem lembrado nas manifestações contra o presidente da CBF que, um ano após o assassinato do pai, o então deputado arenista subiu à tribuna para elogiar o delegado Sérgio Fleury, apontado por organizações de direitos humanos, como um dos mais ativos e violentos agentes da repressão no período ditatorial. Marin disse na ocasião que ele era um "herói".

O filho do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura em 1975, Ivo Herzog, entregou nesta segunda-feira uma cópia do abaixo-assinado com quase 55 mil assinaturas que pede a saída do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. Acompanhado pelos deputados federais Romário (PSB-RJ), presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), presidente da Comissão de Cultura, Ivo Herzog protocolou a cópia do abaixo-assinado e teve de deixá-la na recepção da sede da CBF, já que, segundo lhe foi dito, Marin não estava no prédio, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

"Recentemente descobri documentos que mostram a participação do senhor José Maria Marin durante o período do regime militar brasileiro", afirma Herzog no documento entregue à CBF e enviado às 27 federações estaduais de futebol e aos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. "Estão com as cópias nas mãos. Agora, ou vão se manifestar, ou vão ser coniventes", disse o filho de Herzog. Ele contou ter informações de que a Comissão Nacional da Verdade vai convocar Marin a depor sobre o caso. "E aí é importante que se diga: não será um convite, mas uma convocação. E ele será obrigado a comparecer", afirmou.

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O abaixo-assinado foi feito por meio do site Avaaz e, segundo Ivo, contou com a assinatura de nomes como Chico Buarque de Hollanda. "É bom que o torcedor brasileiro saiba quem está no comando da entidade maior de futebol do País", disse o ex-atacante Romário. Um grupo de quatro torcedores (com camisas de Vasco, Botafogo, Fluminense e Flamengo) fez um pequeno protesto em frente à sede da CBF e conversou com o filho de Herzog e os parlamentares.

A direção da Confederação Brasileira de Futebol vai receber no dia 1.º de abril a petição que cobra a saída de José Maria Marin da presidência da entidade, por causa de seu envolvimento com a ditadura militar. Ontem a petição online passou da marca de 50 mil assinaturas de apoio.

O organizador do movimento contra Marin, Ivo Herzog, presidente do Instituto Vladimir Herzog, pretende enviar cópias da petição a todas as federações estaduais de futebol e à direção dos clubes que participam de campeonatos de âmbito nacional. Ivo é filho do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975, quando se encontrava detido nas dependências do Departamento de Operações e Informações (DOI), controlado pelo Exército, em São Paulo.

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No texto em que justifica a petição, Ivo diz que Marin ajudou a dar sustentação política à ditadura. Na época do assassinato do jornalista, Marin era deputado estadual, filiado à antiga Arena, partido que dava fachada legal e sustentação política à ditadura. No dia 9 de outubro daquele ano, Marin pediu providências às autoridades em relação à atuação de supostos militantes de esquerda na TV Cultura. No dia 25 do mesmo mês, Herzog, que era funcionário da emissora, foi preso e assassinado.

Por causa dessa ligação com o autoritarismo, diz Ivo, o presidente da CBF não tem condições de permanecer no cargo. O problema seria agravado pelo fato de o Brasil estar às vésperas da Copa do Mundo. "Ter Marin à frente da CBF agora é como se a Alemanha tivesse permitido um membro do antigo partido nazista ter organizando a Copa de 2006", compara.

A petição começou a circular no dia 19 de fevereiro, no site Avaaz, que se apresenta como "uma plataforma online que dá às pessoas ao redor do mundo o poder de iniciar e ganhar campanhas a nível local, nacional e internacional". Os apoios ganharam mais impulso, porém, nos últimos dez dias. Segundo Ivo, a onda aumentou com a reação de Marin, que usou o site da CBF para se defender das acusações feitas contra ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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