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Quem nunca pensou em ser ator? Não é difícil encontrar pessoas que sonham ou já tiveram o desejo serem um grande artista de cinema, do teatro ou da televisão. Para quem ainda quer brilhar no meio artístico, existe formação profissional para isso.

Os profissionais que se formam em teatro (licenciatura) podem atuar como professor da área, como ator/atriz ou como arte-educadores em empresas, ONGs, organizações, centro culturais, entre outros espaços. Há campo também para a gestão cultural, através da coordenação de projetos artísticos e sócio-culturais, tendo relação com a pedagogia do teatro.

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Outra possibilidade de trabalho para o ator é a área das técnicas teatrais. O procedimento de iluminação é um serviço bastante requisitado e ajuda na formação e preparação visual de espetáculos variados. Entretanto, grande parte das pessoas que ingressam na graduação ainda preferem atuar na televisão ou em outros grandes centros artísticos.

“Muita gente quer chegar na Globo. Mas, o bom do teatro, é que existe trabalho para todo mundo. Tem gente que não é bom ator, mas que é um ótimo técnico, por exemplo”, comenta o coordenador do curso de licenciatura em teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luiz Reis (foto).

O coordenador destaca que a área cultural é um campo em expansão - como na capital pernambucana - e, por isso, a demanda por artistas é intensa. “Recife tem um campo cultural muito grande, e muitas pessoas precisam do trabalho de profissionais de teatro”, diz Reis. De acordo com o coordenador, as empresas privadas também estão dando espaço para atores. Ele conta que existem campanhas, treinamentos, e muitas outras atividades que necessitam do serviço artístico.

Atores na sala de aula

O curso de licenciatura em teatro da UFPE tem duração de quatros anos. “É um curso gostoso e divertido, mas, é muito puxado. Tem uma carga de leitura muito grande. A graduação trabalha bastante com história, português, literatura e línguas estrangeiras”, explica Reis. Segundo o educador, o grau de evasão do curso é muito pequeno - só existe uma entrada por ano com 35 vagas e, ao final da graduação, cerca de 20 conseguem concluir o curso.

Ao contrário do que muita gente pensa, a timidez não é um obstáculo para os indivíduos que querem ser atores. “Grandes atores se dizem pessoas tímidas. A ideia de que todo ator é desinibido é um equívoco”, conta Luiz Reis.

Contrariando a opinião de amigos e alguns familiares, Luiz Gutemberg, de 25 anos, tomou uma grande decisão em sua vida profissional. Ele cursava o 6° período de engenharia civil na Universidade de Pernambuco (UPE), e deixou a graduação para ingressar no curso de teatro da UFPE. “Fazia teatro de forma amadora há pelo menos 14 anos. Mas o teatro era muito desvalorizado pelos meus pais e não era considerado como profissão. Até que passei por áreas comerciais da arte e descobri que esse era o meu caminho de verdade”, relata Gutemberg. “É isso que me faz feliz, muito mais do que qualquer outra coisa que eu fosse fazer na vida”, completa.

Atualmente, o estudante está no terceiro período da graduação, e continua realizando diversos trabalhos na área teatral.

Ator é profissional

Regina Campello se formou em teatro na década de 1980, e boa parte da sua experiência foi com o teatro animado. “Me interessei por teatro de formas animadas. Depois, fui para os Estados Unidos e trabalhei como atriz manipuladora, com marionetes e mamulengos”, conta a artista.

Ainda no contexto do segmento manipulador, Regina foi professora de manipulação de bonecos e quando voltou ao Brasil continuou trabalhando na função. Hoje, Regina trabalha na UFPE, compondo a parte técnica teatral da instituição. 








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Ser médico. É muito fácil encontrar uma pessoa que tem esse sonho. Afinal de contas, há quem diga que é uma das poucas profissões que têm vagas garantidas no mercado de trabalho. Nos cursos preparatórios, nas escolas, enfim, em diversos locais, existem vários indivíduos que estudam, com extrema dedicação, visando um único e precioso objetivo, que é ingressar na graduação, principalmente em universidades públicas.

Todavia, é enorme a concorrência dos vestibulares para medicina, e nem sempre, quem tenta pela primeira vez os processos seletivos, consegue ser aprovado. O jovem Rafael Morais (à direita da foto), de 23 anos, há seis não consegue a aprovação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e nem na Universidade de Pernambuco (UPE). Morais conta que é difícil apontar o motivo do não ingresso. “Não é só o conteúdo das provas. Tem também a questão psicológica, porque às vezes eu fico nervoso”, diz Morais. Mesmo assim, o estudante afirma que está confiante para os próximos vestibulares. “Me sinto mais preparado e espero passar”, ressalta. O investimento que Morais está fazendo na sua preparação em curso, é superior a R$ 1 mi reais mensais.

“Eu me identifico muito com medicina, e é única área que eu quero. Este é o quarto ano que vou tentar passar”. Quem conta é o estudante Marcelo Banja (à esquerda da foto). Ele diz que são pequenos detalhes que acabam tirando a vaga de um candidato, por isso, ele ficará mais atento nas próximas seleções. O jovem faz várias matérias isoladas e a exemplo do colega Rafael Morais também gasta pouco mais de R$ 1 mil/mês.


A preparação

Fernando Beltrão é médico, professor de curso preparatório há 30 anos e ainda é docente da UPE. Experiência para ele em relação aos vestibulares de medicina não falta. O professor é referência em Pernambuco no quesito preparação, e por isso, explica que existem perfis diferentes de candidatos, e esses precisam estudar de forma diferente para alcançar o tão sonhado curso de medicina.

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Primeiro perfil

De acordo com Beltrão, há o aluno que estudou numa escola privada de qualidade e também teve o apoio da família no quesito estudo. No caso de ser um concluinte do ensino médio, é importante valorizar a escola. “Ele deve dar conta da escola e fazer no máximo duas ou uma matéria isolada das específicas de medicina, como biologia e física, por exemplo”, explana o professor. Fazer várias isoladas é um risco para esse tipo de estudante, pois o excesso de disciplinas pode prejudicá-lo.

Segundo perfil

Há o aluno que vem de uma boa escola privada, porém, nunca se dedicou aos estudos. “Não é porque ele não estudou durante toda a vida escolar dele que ele vai resolver tudo em um ou dois meses”, comenta Beltrão. Segundo o professor, esse aluno comete um erro grave por falta de base escolar. “Escolhe outro curso e depois se arrepende e volta para tentar medicina”, critica.

O educador conta que nesse caso é importante que o aluno realize um curso preparatório com todas as disciplinas para recuperar o que ele perdeu, pois, “as lacunas são difíceis de resolver”. É fundamental a aquisição de experiência nas tentativas dos vestibulares, porque é muito difícil que esse estudante passe em medicina na primeira tentativa. “Tentar uma vez é pouco, duas é bom, três já é demais”, aconselha o professor.

Terceiro perfil

Também existe o aluno com grave problema de base escolar e geralmente esse vem de uma escola pública com deficiência ou de uma privada sem qualidade. Esse estudante precisa fazer um curso com todas as matérias para conseguir uma base boa de estudo. “Tem gente que chega desse contexto quase analfabeto. Pessoas que vêm do nada e conseguem passar de medicina”, conta Beltrão. As tentativas nos vestibulares também são essenciais nesse caso, e também, após a recuperação da base, as isoladas devem ser feitas, no entanto, com foco maior para as específicas.

Grupo atípico - O professor destaca que existe o grupo de alunos mais velhos e mais maduros, geralmente já são formados e ainda têm o sonho de ser médico. Muitos deles também pensam em entrar em instituições privadas. Neste caso, deve ser feita uma preparação a base de um preparatório com todas as matérias, para reforçar o conhecimento dos alunos, bem como, trabalhar algumas isoladas.

O diagnóstico
Fernando Beltrão salienta a importância de cada candidato reconhecer suas deficiências. “Antes de tudo, tem que querer ser médico de verdade, não só por dinheiro, mas por querer ajudar as pessoas. Você deve fazer um diagnóstico sobre a sua situação como aluno, descobrindo os pontos fortes e fracos. Depois, é preciso agir, com muita dedicação e estudo”, explica o professor.

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Felizmente as mulheres hoje em dia estão cada vez mais buscando seu espaço no mercado profissional e investindo em seus próprios projetos. Áreas antes ditas exclusivamente masculinas agora têm mulheres em papéis fundamentais da empresa. No mercado de Tecnologia não poderia ser diferente, porém mesmo as mulheres sendo requisitadas em projetos da área de tecnologia, elas continuam em menor número nesse mercado.

No Brasil, ainda não há um estudo formal sobre a presença feminina no mercado de TI, porém sensos informais de entidades da área apontam para uma porcentagem de 15% a 20% na participação de mulheres no efetivo das empresas do ramo.

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Para tentar entender um pouco a falta de mulheres na área técnica, é preciso voltar-se para a formação intelectual feminina. Segundo dados do Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação dos Estados Unidos, logo no ensino médio mulheres tem menos familiaridade com os computadores e com o conhecimento de programação do que os rapazes. O que se torna um efeito contínuo na Universidade, onde a porcentagem de mulheres com diplomas na área de Ciência da Computação é menor.

Algo que não reflete na trajetória profissional de Fernanda Maria, 27 anos, gerente de projetos da Ecorp. Formada em Sistemas para Internet, Fernanda já chegou a cursar Ciência da Computação (numa sala com 88 homens e 2 mulheres, conta) mas deixou o curso pela metade. “Comecei a me interessar por tecnologia quando minha irmã começou um curso na área” afirma. Sobre preconceito masculino com mulheres na área, Fernanda afirma nunca ter tido nenhum problema, nem constrangimento. “Nunca tive nenhum problema por ser mulher na faculdade, mulheres sempre são bem tratadas. Só senti um pouco de desconfiança quando – principalmente de homens mais velhos, no início do meu trabalho, mas nada que o tempo e a dedicação não mudem. Hoje há um clima de muito respeito e cooperação.” declara

Em relação a presença da mulher na área mais técnica (onde há pesquisas que afirmam uma porcentagem de 16% do público feminino) , Fernanda considera importante se ter noção da parte mais “pesada”. “É preciso ter uma noção de todo o universo, se você não tiver pelo menos uma noção de códigos e outras etapas necessárias a construção dos projetos, seu trabalho pode ser prejudicado” afirma a gerente de projetos, que trabalhou como front-end (profissional que trabalha com o desenvolvimento de sites por códigos)  por três anos.

Já é uma certeza entre as empresas de tecnologia que a presença feminina dinamiza e dar mais qualidade a projetos, muitos atribuem isso a dedicação e atenção dedicadas pelas mulheres. Algumas empresas (principalmente de maior porte), buscando ter uma equipe cada vez mais diversa, cria até cotas com uma porcentagem mínima de mulheres em cada projeto. Grandes empresas como Microsoft e IBM, possuem projetos para melhorar a qualidade de vida das mulheres no ambiente de trabalho.

A relação com o homem no mercado de trabalho em sí, principalmente na área de tecnologia, demanda de qualquer profissional, não só mulher, uma preparação e contínuo melhoramento na área. Ana Carolina Lima, pernambucana que faz mestrado em Engenharia Elétrica na Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), afirma que não teve grandes problemas de relação com os homens na área, mas destaca uma tendência masculina de questionar a capacidade das mulheres em realizar algum serviço.  A mestranda teve contato com a área de tecnologia depois de fazer um curso técnico de telecomunicações, mesmo ficando na dúvida entre saúde ou exatas, a computação falou mais alto. Ainda no Recife, Ana estagiou em duas empresas, chegando a ser contratada em uma delas. Na Universidade Mackenzie, a pernambucana, que é a única mulher no laboratório em que desenvolve seu mestrado, voltado para mineração de textos e redes sociais, acha que apesar de existirem alguns problemas de diferença salarial e a necessidade de esforço maior para ter seu trabalho reconhecido, o mercado de TI recebe bem as mulheres.

“Elas estão tão qualificadas quanto os homens, e muitas ocupam cargos de chefia, muitas vezes  mostrando mais competência que os homens” completa.

Um projeto que pode ajudar na criação de interesse na área de tecnologia em mulheres é o Jovem Mulheres em Ação, projeto que reúne mais de 300 jovens, e que atualmente mantém um projeto de informática para as mulheres, com uma turma selecionada de 20 pessoas, uma porta para a criação de interesses das jovens nessa área.  O curso de quatro meses envolve informática básica e suporte técnico.  O curso proporcionou a estudantes como Janaína de 23 anos a oportunidade de conhecer mais dessa área. “Sempre tive vontade de saber mais  essa parte mais técnica, e no curso tenho possibilidade de ter mais contato com essa área” completa.

A Faculdade Joaquim Nabuco de Recife realizará nos dia 23 e 24 de maio uma feira de empregabilidade. O objetivo da ação é reunir informações que ajudam estudantes e profissionais a ingressar no mercado de trabalho.

Participarão do evento as empresas Centro de Integração Empresa Escola de Pernambuco (CIEE/PE), Instituto Euvaldo Lodi (IEL/PE), Sistemas e Tecnologia em Recursos Terceirizáveis (START), Agência Brasileira de Emprego e Estágio (ABRE), a Infinito Promo, entre outras. Nos dias da feira, os visitantes poderão acompanhar oficinas sobre preparação de currículos, além de estudos sobre comportamento em entrevistas, redes de relacionamento e marketing pessoal.

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As inscrições para a feira devem ser realizadas na assessoria de coordenação de cursos da Joaquim Nabuco. No ato, os participantes devem entregar dois pacotes de leite em pó que serão doados para instituições carentes. A faculdade tem endereço na avenida Guararapes, 233, área central do Recife. Mais detalhes informativos sobre a feita podem ser obtidos pelo telefone (81) 2121-5999, ou pelo endereço eletrônico da Joaquim Nabuco. 

 



A força de trabalho no Brasil vai crescer menos nesta década. Dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) mostram que a parcela da população brasileira que integra o mercado de trabalho vai aumentar 12,97% no período. A alta do indicador é a menor desde a década de 80, período inicial do levantamento.

O ritmo mais baixo do crescimento da força de trabalho faz com que o País tenha um avanço mais parecido com o desempenho da média mundial. Na década atual, o mundo crescerá 11,27%. Nos anos 90, a diferença entre o crescimento do Brasil e o do mundo chegou a ser de quase 16 pontos porcentuais.

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A redução do ritmo de crescimento está atrelada ao ajuste populacional que o Brasil atravessa, sobretudo com a redução da taxa de fecundidade. De acordo com os dados do Banco Mundial, em 2010, a taxa de fecundidade no Brasil foi de 1,9 - em 1980 era de 4,1; dez anos mais tarde, passou para 2,8.

"Como tem menos nascimentos, tem menos gente entrando no mercado de trabalho", afirma André Portela, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em economia do trabalho.

O crescimento da força de trabalho no Brasil ainda é maior se comparado ao verificado nas economias mais maduras. A força de trabalho na União Europeia, por exemplo, terá uma expansão de 1,2% nesta década. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Às cinco horas da manhã, a atendente de telemarketing Maria José da Silva sai de casa, em Ouro Preto, com destino a Contax, em Santo Amaro. Depois de quase sete horas, ele segue para o Grupo Ser Educacional, para mais seis horas no Call Center. Quando chega em casa, lá pelas 21h, é hora de dar atenção ao filho de nove anos e cuidar dos serviços domésticos. Perto da meia-noite, depois que o marido chega da faculdade, vem o descanso. No dia, seguinte, começa tudo novamente. O que parece uma rotina cansativa, para Maria é uma conquista. Com deficiência em uma das pernas, ela mostra que a muleta não é obstáculo para a realização pessoal e profissional.

E ela não para por aí. “O meu objetivo é ir para a faculdade cursar gestão de recursos humanos, fazer uma pós e depois fazer comunicação social. Já tenho uma proposta para trabalhar no RH da empresa, mas primeiro preciso ter o curso. Quero ter tempo para me dedicar aos estudos e tenho o apoio da minha família para isso”, conta. De fato, as duas últimas décadas foram marcadas pela maior inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Isso graças a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, que determina que as empresas destinem de 2% a 5% dos postos de trabalho para os portadores de deficiência.

Mas, apesar da ampliação de oportunidades de trabalho, nem sempre a regulamentação é seguida à risca. Em Pernambuco, diversas empresas descumprem a norma e são acionadas pelo Ministério Público do Trabalho. “Abrimos um processo de investigação e intimamos a empresa a comparecer à audiência com a documentação necessária. Geralmente, assinamos um termo de ajustamento de conduta e damos um prazo para a regularização. Se percebemos que não há interesse, entramos com uma ação civil pública”, explica a procuradora Melícia Nesel, responsável pela Coordenadoria de Combate à Desigualdade e Discriminação no Trabalho. Segundo ela, o descumprimento ocorre tanto no comércio e indústria, quanto nas empresas de serviços.

“O maior entrave é a falta de responsabilidade social e o preconceito de que elas são capazes apenas de exercerem cargos de baixo escalão. Nas audiências, percebi que as empresas até chegam a separar as vagas, mas não têm iniciativa de ir em busca desses profissionais”, conta. Ela lembra de um caso de uma rede hoteleira que não sabia o que fazer. “Sugeri um anúncio no jornal. No início, eles desacreditaram que haveria resultado, mas se surpreenderam quando a procura foi maior que a oferta de vagas. O que falta é a iniciativa”, frisa.

Do lado das empresas, a reclamação é sobre a falta de qualificação. “Os deficientes, por muito tempo, forem excluídos de vários processos, mas há sim pessoas capacitadas. Todos os argumentos das empresas transferem a culpa para a pessoa com deficiência, mas o que existe é um preconceito mascarado por ações pontuais”, critica João Maurício Rocha, da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead/PE). Para ele, o perfil profissional precisa ser avaliado, antes de determinar em que setores das empresas serão abertas as vagas. É o que acontece no Grupo Ser Educacional. “Primeiro identificamos a experiência de trabalho, as habilidades e as aptidões. Em seguida, procuramos identificar o setor mais adequado e se a deficiência não irá prejudicar o desempenho profissional”, explica a analista de RH, Viviane Barros. Segundo ela, também é preciso fazer um acompanhamento dos funcionários para sanar as dificuldades encontradas.

No dia a dia, os empresários também devem oferecer boas condições de trabalho. “Algumas empresas juntam todos os portadores de necessidades especiais e os colocam numa sala só, sem contato com os demais funcionários. Isso não pode existir e configura em assédio moral. Não basta inserir, é preciso incluir”, salienta a procuradora Melícia Nesel. Para isso, é preciso instalar rampas e banheiros adaptados, bem como modificar os móveis quando for necessário, por exemplo. A deficiência, em alguns casos, também precisa ser levada em consideração para evitar o esforço exagerado. “Quando fiz entrevista para o Carrefour, a encarregada só me deixou trabalhar como operadora de caixa quando eu passei a usar uma muleta. Como precisava do trabalho, fiz esforço e me acostumei, mas forcei demais a perna e a coluna. Graças a Deus, hoje as coisas são diferentes”, conta Maria José da Silva.

Benefício Assistencial
Além da chamada Lei das Cotas, a Constituição Federal estabelece que a pessoa portadora de deficiência deve receber um salário mínimo, desde que não possua condições de prover renda pessoal. O benefício é operacionalizado através do Instituto Nacional do Seguro Social, do Ministério da Previdência Social. A fonte de renda, que contribui para o sustento de milhões de brasileiros, também gera o comodismo em alguns beneficiários, que mesmo tendo condições, optam por não trabalhar. “Se eu recebo um salário mínimo sem precisar fazer nada, porque eu vou me esforçar e ir trabalhar para receber a mesma coisa? Prefiro ficar em casa”, considera José Costa*, que é surdo. Ele não é o único a assumir essa postura. “Tem tanta gente por aí vivendo de Bolsa Família e outros benefícios sociais, porque eu não posso? O benefício é um direito que tenho e eu não vou abrir mão dele. Pode ser errado, mas essa não é a única coisa errada no Brasil”, diz Mário Souza*, que também é surdo.

A atitude recebe a reprovação de várias pessoas portadoras de deficiência. “Hoje em dia, as oportunidades são muitas, o que falta é o interesse mesmo”, considera Fábio Patrício dos Santos. “Eu sempre fiz tudo, trabalho e estudo. Nada pode me impedir”, conta Suyen Marques. “Não concordo com o comodismo, porque não tem coisa melhor do que não depender de ninguém. Eu gostaria de trabalhar e não posso, mas também não fico por aí abusando. Tem gente que recebe o benefício, pode trabalhar, mas prefere pedir esmolas nos sinais. Não dá”, salienta Saulo Dias de França.



Há oito anos, ele sofreu um acidente de moto e sofreu uma lesão medular T4, que hoje o impede de trabalhar. “Não sinto nada do tórax para baixo. Não tenho controle da urina e das fezes. Não quero passar por constrangimentos. Só um cadeirante sabe o que passa. Sinto falta do trabalho”, conta. O objetivo de vida é conseguir ficar independente da cadeira de rodas e das muletas e trabalhar com informática. “Enquanto não tiver controle do meu corpo, não dá para trabalhar. Mesmo que seja para sair de cadeira de rodas, se for para receber o mesmo que recebo de aposentadoria por invalidez, prefiro ficar em casa. O trabalho que dá sair de casa e pegar um transporte, não vale à pena”, considera ele, que atualmente faz uma campanha nas redes sociais para arrecadar fundos para comprar uma cadeira de rodas adequada. Quem quiser ajudá-lo pode entrar em contato pelo e-mail saulodiasfranca@hotmail.com ou pelo telefone 3273-6555.

Para João Maurício Rocha, do Sead/PE, antes de qualquer julgamento, é preciso observar o contexto social. “Às vezes, um conjunto de fatores impede a inserção no mercado de trabalho, como moradia e transporte inacessíveis. Também, as condições de emprego nem sempre estimulam. O que se espera é uma maior promoção da acessibilidade”, destaca.

Sobre o benefício assistencial, o chefe do Serviço de Administração de Informações de Segurados do INSS em Pernambuco, Olacir Luchetta, explica a concessão depende da avaliação da assistência social e da perícia médica. “Primeiro, os assistentes sociais fazem a análise das condições, como renda per capita familiar, chegando a fazer visitas residenciais. Em seguida, a pessoa passa por uma perícia e só então se torna um beneficiário”, explica. Segundo ele, muitas pessoas com deficiência temiam entrar no mercado de trabalho e perder o benefício. “Agora, a pessoa não perde mais. Se ela começa a trabalhar, o benefício é suspenso. Se um dia ela ficar desempregada, pode voltar a receber o benefício. Mas isso não é automático. É preciso retornar ao INSS e dar entrada no pedido”, esclarece.

Competência e superação
Para quem está no mercado de trabalho, a deficiência não é pretexto para fazer “corpo mole”. Há 22 anos trabalhando no Bompreço, Elaine Costa que começou como operadora de caixa, hoje é encarregada de gestão de abastecimento da loja localizada no Parque Amorim, no Recife. Ela conta com orgulho que sempre cumpriu com o dever e quer ir além na vida profissional. “Se me derem oportunidade, quero chegar à gerência do supermercado. Eu sei que tenho potencial”, evidencia.

No ambiente de trabalho, ela conta sempre com o apoio dos colegas, mas diz que isso depende da postura profissional. “Não dou brecha para a exclusão. Não deixo que me menosprezem ou me vejam como uma coitada. Coitada, por quê? Eu sou uma pessoa normal, exerço cargo de liderança e gosto de trabalhar acima de tudo”, diz.

Transmitir segurança ao funcionário é um dos papéis das empresas, que precisam colocar em prática uma política de inclusão. “Capacitamos os funcionários que não são portadores de deficiência para que eles possam se comunicar e se relacionar da melhor forma possível com os portadores de deficiência. Possuímos, também, espaços adaptados”, explica a diretora de Capital Humano do Walmart Brasil, Fernanda Caracciolo. Sobre as oportunidades de promoção, ela conta que as chances são as mesmas para qualquer funcionário. A dedicação, o empenho, os resultados e a excelência no trabalho é que contribui para o crescimento. “O varejo é uma das áreas de trabalho onde a ascensão profissional acontece de forma mais rápida. Nossos líderes, hoje, são em sua maioria pessoas que iniciaram em funções em lojas. Isso independe de ser portador ou não de deficiência”, salienta.

É com essa perspectiva que Elaine segue em frente. “Sou uma profissional competente. Não vou me conformar com o come e dorme, com o salário mínimo. Eu quero mais. Sei o meu valor. Adoro trabalhar e não me canso”, finaliza.

* Os entrevistados preferiram não teremos nomes divulgados.

As viradas dos séculos sempre trazem uma nova conquista no âmbito de liberdade para as mulheres. Do direito ao voto e da queima de sutiã em 1968 a inserção definitiva no mercado de trabalho, as mulheres surpreendem a cada geração e ocupam mais lugar na sociedade contemporânea.

Nos últimos 30 anos, o número de mulheres exercendo profissões antes ditas como masculinas dobrou. Foi o que concluiu a pesquisa feita pela professora de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Regina Madalozzo. O trabalho mostra um comparativo dos cargos ocupados pelas mulheres entre 1978 e 2007. Mas os resultados demonstram que isso ainda está longe de representar igualdade de oportunidade para ambos. Segundo a pesquisadora, em 1978 apenas 4,94% dos profissionais de engenharia eram mulheres. Já em 2007, a participação feminina neste setor passou para 10%. A diferença salarial também caiu, mas ainda não atingiu o mesmo patamar dos homens. Em 1978, uma mulher ganhava em média 33% menos que um homem exercendo o mesmo cargo. Em 2007, ela recebeu 16% menos. Atualmente, no Recife, a mulher 71,3% a menos que os homens.

Esses números podem até não expressar o amplo crescimento na participação feminina no mercado de trabalho, mas é no dia a dia que as profissionais conquistam espaço e consolidam-se a carreira de sucesso.
 
Fugindo do preconceito, a ex-professora de biologia Ana Karina Marques é árbitra de futebol há 10 anos. A profissional decidiu fazer um curso de formação em arbitragem em 2002. Ela foi a única mulher da turma, que, para surpresa de muitos, não gostava e não entendia nada de futebol. Por incentivo de um amigo de infância e do irmão, Ana Karina decidiu tentar a sorte. “Eu esperava muito do curso e acabei me identificando, por isso decidi investir nessa carreira”, conta. Dos colegas de curso e também de profissão vêm elogios e incentivo. Determinação também não faltou para a árbitra que, atualmente, integra o quadro de arbitragem da Fédération Internationale de Football Association (Fifa). Ela acaba de estrear na primeira divisão do Campeonato Pernambucano.

Em campo, ela aprendeu a lidar com jogadores e a torcida. “Os torcedores têm uma maneira diferente de torcer, uns elogiam e outros atacam e a gente se acostuma”, brinca a profissional. De fato, a função de juiz não é moleza. “Não é uma profissão fácil para um homem, imagine para uma mulher?”, frisa ela, que deixa a bola correr e dá cartão vermelho para o preconceito.

Formação
De acordo com a pesquisa da Insper, de alguns anos para cá, a média educacional das mulheres tem sido mais elevada que a dos homens, o que as possibilita enfrentar um processo de seleção e se arriscar em profissões masculinas. É o que constata a consultora de recursos humanos, Ana Teresa Almeida, gestora da empresa de recrutamento Fator RH. A especialista afirma que com o passar dos anos, ela vem percebendo a grande demanda de mulheres que chegam dispostas a trabalhar em funções masculinas, apesar de algumas empresas, ainda, solicitarem apenas homens para algumas vagas. “Essas empresas alegam que o ambiente é muito hostil para uma mulher e que o trabalho será braçal, mas o que eles ainda não entendem é que hoje em dia, há mulheres preparadas para esse campo”, explica a consultora.

A necessidade de ter um emprego para sustentar uma família e o número de mulheres como provedoras de uma casa, as impulsionou a ter mais opções na hora de procurar emprego e muitas se destacam nas áreas que escolhem.  Ainda segundo Ana Teresa, também há vagas de trabalho que solicitam apenas mulheres, visto que a função será mais minuciosa. “Nós mulheres temos características específicas e isso também atrai as empresas que procuram pessoas para um trabalho que requer um pouco mais de atenção”, afirma.

“Trabalho pesado”
Indo na contramão do velho ditado “mulher no volante, perigo constante”, Esmeralda Carmelita da Silva é motorista de ônibus há 10 anos. A profissional da empresa de transporte Globo é a única mulher nesse cargo dentro da companhia e se destaca pela delicadeza e cautela nas ruas. De acordo com Esmeralda, assim que conseguiu tirar sua primeira habilitação, correu para fazer um teste de motorista de ônibus em outra empresa. Depois de três tentativas, foi contratada. “Sempre gostei de dirigir, e isso foi como realizar um sonho: conduzir uma carro tão grande como esse”, declara. Ela se diverte com a reação dos passageiros, que ao entrar no ônibus se surpreendem com uma mulher ao volante. “Todo dia é uma reação diferente. Eles costumam dizer que nunca viram isso”, afirma. Já a reação dos colegas, segundo a profissional, é bem diferente. “Eles costumam ser discretos, mas não deixo de notar a reação quando me vêem dirigindo”, comenta.

Assim como Esmeralda, muitas mulheres exercem profissões mais pesadas. É o que explica a professora do departamento de economia da Universidade Federal de Pernambuco, Tatiane Menezes. A economista alega que os homens não conseguiram suprir a grande demanda de trabalho que foi surgindo durante os anos e as mulheres viram um espaço para se colocarem no mercado. Mas a questão cultural de divisão de trabalho, onde o homem sai para trabalhar e a mulher fica em casa cuidado dos filhos, ainda está muito presente. A tecnologia se tornou uma amiga feminina e com os inventos de utensílios de casa, que facilitavam grande parte do trabalho nas residências, as mulheres conseguiram mais tempo para se dedicar à profissão. A economista afirma que a diferença salarial entre homens e mulheres só deixará de existir mediante uma mudança na legislação e na mentalidade cultural. “Com a mulher tem a questão da maternidade, quando poderá ter uma licença. É aí onde as empresas vêem mais uma despesa, já que terão de contratar um substituto, por isso a mulher continua em posição de desigualdade”, declara Tatiane Menezes. A professora lembra ainda que, em sua maioria, a mulher tem uma segunda jornada de trabalho em casa, por isso se torna difícil ficar mais tempo no trabalho.

As muitas questões que envolvem a liberdade feminina vêm se tornando mais comuns com o passar dos anos. A nova geração cresceu vendo as mães indo trabalhar e desenvolvendo uma vida profissional ativa, o que influenciou a maior parte das jovens que acabaram de entrar no mercado de trabalho. Como aconteceu com a aprendiz de pedreiro em edificações, Fernanda Lais de Lima, de 19 anos. A jovem, contratada pela Pernambuco Construtora, caiu de pára-quedas no curso de aprendiz. “Apenas mandei o currículo para construtora procurando alguma vaga de atendente e eles me ligaram oferecendo esse curso de aprendiz e eu aceitei na hora”. De acordo com ela, há, pelo menos, mais cinco mulheres no mesmo curso, que tem o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). As estudantes recebem orientações teóricas na sala de aula e, na semana seguinte, colocam a mão na massa.  Fernanda já decidiu seguir a profissão e afirma que a nova geração, da qual faz parte, recebe a mulher no mercado de trabalho com muito mais naturalidade do que antigamente. “Ver mulheres em obras já se tornou algo comum pra mim. Meus amigos, parentes e colegas de profissão não têm nenhum tipo de preconceito”, declara. Para ela, logo, as oportunidades e a remuneração serão as mesmas para homens e mulheres. “Acho que, com o passar dos anos, isso vem mudando para melhor e assim espero que continue”, torce.

O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy fez um discurso desanimador no parlamento hoje (08). Ele alertou que a taxa de desemprego no país que já é altíssima deve aumentar, ainda mais, ao longo do ano.

A taxa de desemprego espanhola é a maior de toda a União Européia e se aproxima dos 23%. Rajoy destacou que a crise afeta principalmente o jovem, uma vez que quase metade dos espanhóis com menos de 25 anos são de desempregados.

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Por isso, o primeiro ministro defendeu uma reforma no mercado de trabalho que será implementada a partir de sexta-feira (10). O plano prevê estímulos as contratações pelas empresas, maior flexibilidade nas regras para contratar funcionários e a limitação dos empregos temporários.

O governo, também, vai garantir incentivos para a formação de profissionais, com intuito de reduzir o desemprego entre os jovens.

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