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O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu nesta quarta-feira (8), uma moratória para a aplicação de reforços nas vacinas contra a Covid-19 não mais apenas até outubro, mas até o fim deste ano. Segundo ele, a medida seria importante para se garantir o avanço da imunização contra o vírus nos países mais pobres.

Ghebreyesus falou sobre o assunto em entrevista coletiva. "Não há motivo agora em dar reforço a pessoas saudáveis ou completamente vacinadas", afirmou ele.

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No mundo, já foram aplicadas 5,5 bilhões de doses de vacinas, mas 80% delas em países de renda alta. A meta global da OMS é vacinar 10% da população de todos os países do mundo até o fim deste mês, pelo menos 40% até o fim deste ano e 70% até meados de 2022.

A autoridade também comentou que alguns países têm barrado a entrada de pessoas completamente vacinadas com um imunizante que está na lista de uso emergencial da OMS, mas não foi aprovada por seus próprios reguladores nacionais.

Segundo ele, isso causa "mais caos, confusão e discriminação". E notou que a lista da OMS é elaborada a partir de um processo rigoroso, com padrões reconhecidos internacionalmente. De acordo com ele, todas as vacinas da lista são seguras e eficazes contra casos graves da doença, "inclusive contra a variante delta".

O diretor-geral da OMS também alertou contra o "relaxamento prematuro" de medidas de saúde e sociais. Segundo ele, isso coloca os imunodeprimidos e a população não vacinada em "extremo risco".

Os reflexos da pandemia ultrapassaram a saúde e acentuaram a crise economia no Brasil. Além de demissões, muitos profissionais sofreram redução salarial e tiveram a renda mensal limitada. Endividados, trabalhadores buscam meios para arcar com as despesas, contudo as opções ficaram restritas diante da paralisação financeira. Nesses casos, a recomendação é renegociar financiamentos, realizar portabilidade das dívidas ou recorrer à moratória.

A condição atípica da pandemia fez a Caixa Econômica Federal anunciar que os mutuários com até duas prestações em atraso poderão renegociar os empréstimos, suspender o pagamento de parcelas por 90 dias ou pagar apenas uma parte delas, no mesmo período. O Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander estenderam por 60 dias vencimentos de dívidas para pessoa física, micro e pequenas empresas, inclusive no crédito imobiliário.

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Para atenuar a situação dos endividados, em março, a Serasa Experian promoveu dois feirões online de negociação com descontos de até 98%. Cerca de dois milhões de acordos foram formalizados. Tais medidas apresentam resultados satisfatórios para quem continua empregado, porém os desempregados ainda buscam alternativas para os pagamentos.

A opção para quem perdeu o emprego é solicitar a moratória para que as obrigações sejam cumpridas além do vencimento. O acordo com o credor é uma boa possibilidade de evitar mais prejuízos.

A TV Record pediu um adiamento de 90 dias no pagamento de suas dívidas trabalhistas, em ação protocolada na Justiça do Trabalho, em São Paulo. A companhia afirma que a moratória de três meses nos pagamentos foi solicitada em virtude do surto de coronavírus, que prejudicou suas receitas. A informação foi controlada pela diretoria de comunicação da emissora ao Estadão.

De propriedade de Edir Macedo, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, a companhia vem perdendo audiência nos últimos anos, atualmente alternando-se em segundo e terceiro lugares na audiência com o SBT. A companhia, há cerca de uma década, tinha a intenção de rivalizar com a líder TV Globo, mas as ambições não se materializaram.

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A informação sobre o pedido de moratória foi primeiro anunciada na coluna de Ricardo Feltrin, no UOL.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou, nesta segunda-feira (4), que universidades detentoras de cursos de medicina autorizados através de editais de chamamento público ou no âmbito da política de expansão das universidades federais poderão solicitar ampliação do número de vagas para o curso. As instituições poderão pleitear até cem novas vagas além das já existentes.

A decisão veio meses depois de o MEC ter decretado moratória de cinco anos na abertura de novos cursos e aumento de vagas nos cursos de medicina em abril deste ano. De acordo com declarações do então ministro Mendonça Filho, a proibição era uma demanda de profissionais e entidades da área que temiam pela qualidade dos cursos ofertados.

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As instituições poderão solicitar o aumento do número de vagas uma só vez através do envio de ofício à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, órgão responsável por verificar se a universidade atende aos critérios elencados pelo portaria divulgada no Diário Oficial da União, que já está em vigor.

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--> MEC suspende criação de cursos de medicina por cinco anos

Em seus últimos dias à frente da pasta, o ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) assinará uma moratória, na próxima quinta-feira (5), proibindo a abertura de novos cursos de medicina no Brasil durante cinco anos. O Ministério da Educação (MEC) confirmou a informação ao LeiaJá e afirmou que “os detalhes sobre a portaria serão anunciados amanhã”. 

Em entrevista concedida à colunista Mônica Bérgamo, Mendonça Filho afirmou que “houve uma expansão muito grande na abertura de cursos de medicina” e que “é preciso puxar o freio de mão para um balanço e para que possamos garantir a qualidade do ensino na área”. Ainda segundo a colunista, o motivo do atraso na moratória foi “resistência política à medida”.

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Demanda antiga

Em 2017, já era debatida a possibilidade de decretar a proibição da abertura de novos cursos e a previsão era aprovar o veto a novos cursos ainda no mesmo ano. Na época, o MEC afirmou que a demanda da moratória havia sido feita por Mendonça a Michel Temer “visando a sustentabilidade da política de formação médica no Brasil no sentido de preservar a qualidade do ensino médico do país”. Ainda segundo o que foi dito pelo MEC em 2017, a decisão levou em conta dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e demandas de organizações de saúde que são favoráveis à proibição. 

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--> Novos cursos de medicina serão proibidos por 5 anos

A abertura de novos cursos de medicina poderá ser proibida pelo presidente Michel Temer (PMDB) durante cinco anos no Brasil, de acordo com o ministro da educação Mendonça Filho (DEM). O LeiaJá entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC), que confirmou a veracidade da informação.

Segundo o MEC, o ministro propôs a moratória ao presidente Michel Temer visando a sustentabilidade da política de formação médica no Brasil no sentido de preservar a qualidade do ensino médico do país. 

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Ainda de acordo com a nota do ministério, a decisão levou em conta dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontando que o Brasil já atingiu as metas de alunos e vagas estabelecidas, que é de cerca de 11.000 por ano. A medida, segundo o ministério, não abrange cursos que já estão em andamento nem o andamento de editais de solicitação de abertura que já estão em curso.

 

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--> Dobra concorrência por vaga de Medicina na USP

Mergulhado em uma espiral negativa de contração econômica, perda de população e deterioração fiscal, o território americano de Porto Rico recorreu ao Judiciário nesta quarta-feira (3) para suspender o pagamento de sua dívida, na maior moratória de um ente governamental da história dos EUA. A dívida de US$ 74 bilhões da ilha em bônus é mais de quatro vezes superior aos US$ 18 bilhões que levaram a cidade de Detroit a entrar em default em 2013.

A decisão foi tomada depois de seis meses de negociações com os detentores de papeis emitidos pelo território, que recusaram um plano de reestruturação apresentado em março. Além dos US$ 74 bilhões em títulos, Porto Rico tem um passivo de US$ 49 bilhões em aposentadorias. A dívida total de US$ 123 bilhões supera o valor do PIB, de US$ 100 bilhões.

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Em Washington, o governo e o Congresso se recusaram a socorrer financeiramente a ilha e o presidente Donald Trump deixou claro que não pretende percorrer esse caminho. No ano passado, os parlamentares americanos aprovaram legislação que suspendeu todas as ações judiciais de credores contra a ilha até o dia 1.º de maio de 2017.

Esse período deveria ser usado para aprovação de um plano de reestruturação da dívida, em negociação com os credores. A lei também criou mecanismos pelos quais o território poderia recorrer ao Judiciário para interromper o pagamento de seu débito, o que foi feito nesta quarta-feira.

A crise de Porto Rico é resultado de décadas de má administração, irresponsabilidade fiscal e distorções econômicas provocadas por políticas adotadas em Washington. "É uma situação parecida com a da Grécia", disse o presidente emérito do Interamerican Dialogue, Peter Hakim.

Segundo ele, os EUA davam isenção tributária para rendimentos de alguns dos bônus emitidos pela ilha. Além disso, fundos de investimentos em busca de retorno garantido emprestaram sem restrições ao território, apesar da crescente deterioração fiscal. "Eles achavam que estavam dando dinheiro ao Tesouro dos Estados Unidos."

Agora, Washington se comporta como a União Europeia em relação à Grécia, com a recusa de socorro e exigência de austeridade. "É uma situação terrível, da qual Porto Rico sairá com baixa credibilidade e dificuldade de acesso ao mercado internacional", ressaltou.

O pedido de moratória, que ainda tem de ser aprovado pela Justiça Federal americana, dará início a um período contencioso de definição de prioridades no pagamento da dívida. De acordo com Hakim, alguns dos bônus têm garantias tão elevadas que, em tese, os colocariam na frente dos pagamentos de salários de servidores.

A economia de Porto Rico entrou em uma era de crescimento zero ou negativo em 2005, quando seu PIB se contraiu em 2%. A recessão foi aprofundada pela crise financeira global de 2008, que reduziu o preço dos imóveis e provocou queda de 30% dos ativos dos bancos comerciais.

Hakim disse que ao longo de décadas os EUA adotaram incentivos "perversos", que reduziram o potencial de crescimento da ilha. A linha da pobreza usada para concessão de benefícios sociais é a mesma adotada no continente, apesar de a renda per capita ser muito mais baixa. Como consequência, observou, grande parte da população depende de programas sociais e não têm participação ativa na força de trabalho.

O salário mínimo também é o mesmo dos Estados Unidos, o que torna a mão de obra local cara e reduz a competitividade do território. No passado, Washington também deu isenções fiscais para o estabelecimento de empresas em Porto Rico, mas elas foram suspensas no fim dos anos 90. Com o fim dos benefícios, indústrias farmacêuticas que haviam se instalado na ilha transferiram suas linhas de montagem para outros locais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois do aceno do socorro de R$ 3 bilhões para o Rio de Janeiro, governadores vão se reunir nesta segunda-feira, 20, em Brasília para pressionar o governo federal a resolver a questão do acordo de negociação da dívida de todos os Estados nesta semana. A reportagem apurou que a ala política do governo defende um alívio maior que o oferecido pelo Ministério da Fazenda: uma moratória de dez meses.

Um prazo maior para a carência deve servir como uma espécie de armistício na disputa que está sendo travada há meses em torno da questão dos débitos. O Ministério da Fazenda ofereceu apenas um mês de suspensão de 100% dos débitos e uma queda gradual da carência de 5% a cada mês. Dessa forma, no primeiro mês seria 100%, no segundo, 95%, até chegar a zero, depois de 18 meses. Os Estados fizeram uma proposta formal de moratória por dois anos. O Ministério da Fazenda foi procurado pela reportagem neste domingo, 19, mas preferiu não se manifestar.

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"Os Estados precisam de uma carência total nos próximos meses. Só assim conseguiremos pagar servidores, prestadores de serviços, colocar nossas contas em dia", afirmou o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).

Nesta segunda-feira, ele recebe os governadores para uma reunião na residência oficial, em Águas Claras. Após o almoço, o encontro será com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em seguida, se reúnem com o presidente em exercício Michel Temer.

Pedido

"Vejo sensibilidade do governo federal para atender a esse pedido. Não vamos conseguir dois anos, como pedíamos, mas teremos um prazo maior [que a proposta da Fazenda]", afirmou o governador. Rollemberg disse que Temer, com quem se encontrou na quinta, se mostrou com disposição para encontrar uma solução que seja boa para todos os Estados.

Em 27 de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão por dois meses do pagamento da dívida para que fosse negociada uma nova metodologia para quitar os débitos, que datam dos anos 90. A maior parte dos débitos refere-se ao pagamento de juros. O prazo dado pelo STF para que Estados e União se entendam sobre a disputa em torno da reestruturação das dívidas e recálculo dos passivos dos governos regionais se encerra na próxima segunda, dia 27.

A União deixa de receber por mês entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões com a suspensão do pagamento. O governo federal reservou entre R$ 27 bilhões e R$ 29 bilhões para cobrir essas despesas, valor que cobriria a suspensão por dez meses. Uma fonte da equipe econômica disse que a carência de 100% da dívida por dois anos é um "exagero" e que geraria problemas para os governadores que vão assumir os governos estaduais em 2019. Ele disse que a equipe econômica deve insistir na redução gradual da porcentagem de carência até chegar a zero.

"Se o governo federal não resolver essa questão logo, teremos em cascata a mesma situação do Rio de Janeiro", disse o secretário de Fazenda do governo de Santa Catarina, Antonio Gavazzoni. Na sexta, o governador do Rio em exercício, Francisco Dornelles (PP), decretou estado de calamidade, sob o argumento de que a crise financeira impedia o Estado de honrar os compromissos assumidos para a realização da Olimpíada.

Para o secretário de Fazenda de São Paulo, Renato Villela, o socorro ao Rio de Janeiro vai acabar ajudando os outros Estados. Ele disse que apoia o socorro ao governo fluminense, desde que não prejudique o alívio fiscal para os outros Estados que está em negociação com o governo Federal. De acordo com ele, do contrário, outros governos estaduais poderão ficar em situação semelhante ao Rio em muito pouco tempo, principalmente por que as receitas da União com tributos que são compartilhados com os Estados continuam caindo.

Fiscal

"O foco das negociações com os Estados é solução geral", disse ele, enfatizando que ajuda ao Rio não pode sair do espaço fiscal reservado nas contas desse ano para o auxílio a todos os Estados. O Estado de São Paulo, garantiu Villela, não corre o risco de ter problemas com o pagamento de salários, por exemplo, mas se a situação de crise econômica continuar, o quadro pode piorar. "Ao longo do ano que vem, vai depender de como a economia vai reagir", afirmou. Segundo ele, as negociações com o Ministério da Fazenda estão "maduras" e a expectativa é que haja um acordo ao longo desta semana. São Paulo, porém, ainda negocia uma trava maior do que a estipulada em R$ 160 milhões para o desconto da parcela mensal, uma vez que o Estado paga R$ 1,2 bilhão de serviço da dívida por mês. Com essa trava proposta pelo governo federal, na prática, a carência de 100% para o Estado ficaria em 13%.

O coordenador dos secretários de Fazenda no Conselho Nacional de Política Fazendeira (Confaz), André Horta, do Rio Grande do Norte, também espera uma solução definitiva. Segundo ele, a decretação de calamidade financeira pelo Rio vai acelerar as negociações. Horta defende também uma discussão sobre medidas para aumentar as receitas dos Estados e municípios, com a elevação de tributos federais, compartilhados com os entes. Uma forma seria a volta da cobrança de 15% de imposto de renda sobre distribuição de lucros e dividendos. Segundo ele, geraria uma receita de R$ 50 bilhões por ano. A elevação seria feita por uma lei ordinária, com tramitação mais fácil do que a volta da CPMF, que seria via Proposta de Emenda à Constituição (PEC). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, reiterou nesta segunda-feira que a Argentina escolheu o caminho correto ao reestruturar sua dívida. "A Argentina demonstrou que não foi fácil, mas que é possível responder à crise. A economia pode seguir adiante e a Argentina teve um alto crescimento durante muitos anos", disse o economista durante seminário sobre políticas para superar a crise de endividamento soberano, em Buenos Aires.

Stiglitz voltou a criticar as receitas de austeridade desenhadas por bancos e organismos internacionais aplicadas na Eurozona e que a América Latina seguiu no passado. Também apontou contra o Banco Central Europeu que, segundo ele, durante a crise na Grécia teve maior preocupação com os bancos. "Isso ocorre frequentemente com os bancos centrais que são captados pelos banqueiros e, às vezes, pelos especuladores", afirmou. Stiglitz também afirmou que "em 2008, nos Estados Unidos e, atualmente, na Europa, os banqueiros usam táticas de medo, dizendo que se os governos não fazem o que eles querem, se acaba o mundo".

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Ao lado do Nobel de Economia, a presidente da Argentina Cristina Kirchner aproveitou cada palavra para justificar medidas adotadas e promover seu governo. "Quem está dando razão à Argentina é o professor de Universidade, economista premiado, um homem do quilate de Stiglitz, que já foi funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) e conhece o monstro desde suas entranhas", disse ela ao criticar os ajustes econômicos na Europa e as receitas do organismo multilateral.

Ela disse que uma das chaves que a Argentina usou para pagar a dívida foi não ter acesso ao mercado de capitais, foi não endividar-se mais. "Muitos nos criticam e nos perguntam por que não nos endividamos. Não nos endividamos porque o vamos fazer quando as taxas forem convenientes para nós. E, não com essas taxas de loucos. Essas taxas de loucura e de especulação que qualifica a dívida argentina com risco muito mais elevado que a espanhola", disparou. A presidente também fez menção ao forte controle do mercado de câmbio que exerce em seu país. "Os únicos que podem emitir dólares estão em Washington. Quem dera se pudéssemos emitir dólares", comentou.

Em um longo discurso transmitido por cadeia nacional de rádio e de televisão, Cristina criticou a lógica das agências de classificação de risco e opinou que "quando um governo se endivida, quem tem mais responsabilidade é o credor porque é ele que tem experiência". Ela também afirmou que o problema da crise internacional é a falta de liderança política da Eurozona. "É preciso domar o touro pelas hastes e tomar a decisão que tem que ser tomada. A falta de liderança é um problema que a Eurozona", acusou a presidente que tentou mostrar-se conhecedora da economia mundial e de sua história. Segundo ela, se as decisões não são tomadas pelos presidente, são os mercados e os bancos que as tomam. Cristina criticou os bancos e reiterou que é preciso regular os mercados de capital.

"O problema que estamos vivendo hoje é que não encontramos um marco teórico pós neoliberalismo", disse ela, ressaltando que "esse capitalismo não é verdadeiro. É capitalismo de cassino, de especulação", disparou. A presidente ainda teve um parágrafo do discurso dedicado ao Mercosul e seu principal sócio, sem deixar de dar uma estocada: "Se o Brasil for mal, a Argentina vai mal. Se a Argentina vai mal, o Brasil vai pior, já que tem superávit comercial", conclui.

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