Um plano de contingência para combater o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue e da chikungunya foi apresentado pela Prefeitura do Recife (PCR) nesta terça-feira (11). De acordo com o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia, várias ações preventivas são realizadas de forma integrada entre os órgãos municipais, mas os moradores também precisam combater o mosquito dentro das casas. Cerca de 80% das larvas são encontradas somente nos domicílios.
Dados da Vigilância Ambiental apontam que a zona norte da cidade é local com maior risco de proliferação do Aedes Aegypti. Foram confirmados 490 casos de dengue na capital pernambucana de janeiro até o mês passado, totalizando 59,4% de casos a menos em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas um caso de Chikungunya foi confirmado até agora.
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Cerca de mil agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) vão trabalhar na prevenção contra o mosquito em todos os Distritos Sanitários e cartilhas com orientação de prevenção. Em dezembro, o trabalho será ainda mais intensidicado, com distribuição de mais 25 mil telas de proteção para caixas d’água, recolhimento de pneus e treinamento com profissionais da rede de saúde.
Sintomas da chikungunya
O vírus causador da doença é o CHIKV, do gênero Alphavirus, que provoca febre alta, conjuntivite, dor e inchaço nas articulações (especialmente nas mãos e nos pés), além do aparecimento de pequenas pústulas na pele (exantema) e de outros sintomas característicos da virose como dor de cabeça, dor muscular, vômito e fadiga.
Em alguns casos, a dor nas articulações é tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora. A febre chikungunya, no entanto, costuma ter menos complicações que a dengue e não há registro de forma de manifestação hemorrágica da doença, sendo as mortes relacionadas à infecção por CHIKV bastante incomuns.
Transmissão
São dois os principais vetores do CHIKV: os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, muito comuns nas áreas tropicais, mas também presentes em latitudes mais temperadas. Após contato com o vírus, os mosquitos tornam-se capazes de transmitir o vírus em cerca de dez dias a um hospedeiro suscetível, tal como o ser humano. Este, depois de ser picado pelo mosquito infectado com o vírus, leva de três a sete dias para começar a sentir os sintomas da doença. Passados os sintomas, o paciente deixa de transmitir a doença.
Para se ter uma ideia da capacidade de propagação da doença, em 2006, um surto da epidemia atingiu a Índia ocasionando mais de 1,5 milhões de casos. De acordo com a OMS, as autoridades locais de saúde devem ficar alertas, pois dada a distribuição dos vetores (mosquitos) pelas Américas, toda a região se torna muito suscetível à introdução e à propagação do vírus.
Tratamento
Com sintomas muito parecidos aos de outras doenças, a confirmação do diagnóstico é feito a partir da análise clínica de amostras de sangue. O tratamento contra a febre chikungunya é sintomático, ou seja, analgésicos e antitérmicos, sempre sob supervisão médica, são indicados para aliviar os sintomas. Medidas como beber bastante água e guardar repouso também ajudam na recuperação.
Anti-inflamatórios e até fisioterapia podem ser indicados ao paciente se a dor nas articulações persistir mesmo depois da febre ter cessado.
Prevenção
Como não existe ainda uma vacina contra a febre chikungunya, o melhor meio de prevenir a doença é combater a proliferação dos mosquitos transmissores da doença. No caso do Aedes aegypti, cuja ocorrência é mais urbana, deve-se evitar o acúmulo de lixo e objetos que possam acumular água parada para servir de criadouro do mosquito. Já no caso do Aedes albopictus, o combate é dificultado por ele viver e se reproduzir em ambientes com maior cobertura vegetal, como matas e áreas suburbanas e por se alimentar, ao contrário do Aedes aegypti, com certa frequência do sangue de outros animais vertebrados, como cachorros, gatos e bois.
Por isso, recomenda-se que qualquer caso suspeito de infecção pelo CHIKV seja notificado em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde, para que sejam identificados e isolados os focos de transmissão da doença.
* Com informações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde