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Nas quatro primeiras semanas de 2024, o Rio de Janeiro teve 17.437 casos prováveis de dengue. Para efeitos de comparação, no mesmo período em 2023, foram 1.441 casos. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (31) no boletim Panorama da Dengue, produzido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). Há duas mortes confirmadas até agora: a de uma mulher de 98 anos, em Itatiaia, na região serrana, e a de um homem de 33 anos, em Mangaratiba, na Costa Verde.

Dos 92 municípios do estado, 14 estão com taxa de incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes. A doença avança com mais velocidade em cidades menores e nas mais próximas aos estados de Minas Gerais e São Paulo. Na região serrana, o número de casos está 14 vezes acima do esperado para o período e, na região metropolitana, dez vezes maior. Na Baía de Ilha Grande e no Centro-Sul Fluminense, são nove vezes mais casos.

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Nos exames analisados pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ), que pertence ao governo do estado, a taxa de positividade oscilou de 35% para 33%. Foram processados 4.464 testes para a doença na terceira semana epidemiológica do ano (14/01 a 20/01), mais do que em qualquer semana de 2023.

O boletim Panorama da Dengue é divulgado todas as semanas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Pelos números divulgados, a análise é que o número real de casos pode ser bem maior.

“Os números estão altos e ainda continuam subindo rapidamente. Historicamente, os casos costumam aumentar no fim do primeiro trimestre e caem a partir de maio, junho. Mesmo que a gente esteja diante de uma antecipação dessa curva de crescimento, o que indicaria uma possibilidade de a queda também acontecer mais cedo, os dados são um sinal de alerta. As pessoas devem evitar a automedicação e procurar atendimento médico aos primeiros sintomas, principalmente se apresentarem febre”, diz a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.

Medidas

O governo estadual lançou um programa na semana passada voltado especificamente para o combate à doença, chamado de Gov.RJ contra a Dengue Todo Dia!. Na ocasião, foram apresentadas medidas como a compra de equipamentos e insumos para os municípios que registram mais casos, que incluem a montagem de 80 salas de hidratação, para atender até 8 mil paciente por dia. O valor do investimento é de R$ 3,7 milhões.

A Secretaria de Saúde também anunciou o treinamento de 2 mil médicos de emergências e profissionais de saúde em todos os municípios, com o objetivo de fazer diagnóstico e tratamento mais precisos. Além disso, 160 leitos de nove hospitais de referência do estado poderão ser convertidos para tratamento da dengue, caso seja necessário.

O Brasil lidera o número de casos de dengue no mundo, com 2,9 milhões registrados em 2023, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os casos são mais da metade dos 5 milhões registrados mundialmente. A organização chamou atenção, nesta sexta-feira (22), para a doença que tem se espalhado para países onde historicamente a doença não circulava.

Entre as razões para o aumento está a crise climática, que têm elevado a temperatura mundial e permitido que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti sobreviva em ambiente onde antes isso não ocorria. O fenômeno El Niño de 2023 também acentuou os efeitos do aquecimento global das temperaturas e das alterações climáticas.    Em todo o mundo a OMS relatou mais de 5 milhões de infecções por dengue e 5 mil mortes pela doença. A maior parte, 80% desses casos, o equivalente a 4,1 milhões, foram notificados nas Américas, seguidas pelo Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental. Nas Américas, o Brasil concentra o maior número de casos, seguido por Peru e México. 

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Os dados são referentes ao período de 1º de janeiro e 11 de dezembro.

Brasil

Do total de casos constatados no Brasil, 1.474, ou 0,05% do total são casos de dengue grave, também chamada de dengue hemorrágica. O país é o segundo na região com o maior número de casos mais graves, atrás apenas da Colômbia, com 1.504 casos.    Países anteriormente livres de dengue, como França, Itália e Espanha, reportaram casos de infecções originadas no país – a chamada transmissão autóctone – e não no estrangeiro. O mosquito Aedes aegypti é amplamente distribuído na Europa, onde é mais conhecido como mosquito tigre.

Mudanças climáticas 

No Brasil, levantamento feito pela plataforma AdaptaBrasil, mostrou que as mudanças climáticas no Brasil podem levar à proliferação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti e, em consequência, ao agravamento de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. A plataforma é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),  As projeções indicam também expansão da malária, leishmaniose tegumentar americana e leishmaniose visceral. O trabalho levou em conta as temperaturas máxima e mínima, a umidade relativa do ar e a precipitação acumulada para associar a ocorrência do vetor, que são os mosquitos transmissores das diferentes doenças em análise. A AdaptaBrasil avalia também a vulnerabilidade e a exposição da população a esses vetores.  A dengue é a infecção viral mais comum transmitida a humanos picados por mosquitos infectados. É encontrado principalmente em áreas urbanas em climas tropicais e subtropicais.   

Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.   Para evitar a infestação de mosquitos, o Ministério da Saúde orienta que é necessário eliminar os criadouros, mantendo os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas. Medidas de proteção contra picadas também podem ajudar especialmente nas áreas de transmissão. O Aedes aegypti ataca principalmente durante o dia.   

Vacina   

Nesta quinta-feira (21), o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.   Conhecida como Qdenga, a vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro momento, mas será focada em público e regiões prioritárias. A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).   

O Ministério da Saúde informou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) trabalhará junto à Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) para definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível, como público-alvo e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses. A definição dessas estratégias deve ocorrer nas primeiras semanas de janeiro.

Em entrevista à Radioagência Nacional, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, enfatiza a importância da vacina para controlar a dengue no país. “A vacina, sem dúvida, junto com outras medidas, será importante instrumento para controle dessa doença”, disse.  Ele acrescenta que  “a dengue é uma doença que impacta diretamente praticamente todo o território nacional, vem se expandindo em regiões onde a gente não tinha dengue e o controle do vetor do mosquito transmissor da doença têm sido insuficientes para que nos consigamos diminuir as taxas de infecção que só se alastram”.   

Ministério da Saúde   

Em nota, o ministério diz que está alerta e monitora constantemente o cenário da dengue no Brasil. Para apoiar estados e municípios nas ações de controle da dengue, a pasta repassou R$ 256 milhões para todo o país para reforçar o enfretamento da doença.  A pasta informa que instalou uma Sala Nacional de Arboviroses, espaço permanente para o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chikungunya e Zika para preparar o Brasil em uma eventual alta de casos nos próximos meses. Com a medida, será possível direcionar melhor as ações de vigilância.

“O momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção por parte de todos para reduzir a transmissão da doença. Para evitar o agravamento dos casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas”, diz o texto, que ressalta ainda que cerca de 11,7 mil profissionais de saúde foram capacitados em 2023 para manejo clínico, vigilância e controle da dengue. 

Por falta de estoque, o Ministério da Saúde tem atrasado o envio de inseticidas contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e da zika - o produto é utilizado na nebulização espacial (conhecida popularmente como fumacê). Há escassez do insumo e atraso no repasse a Estados desde o ano passado e a alta de casos em vários pontos do País preocupa.

Ao Estadão, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, disse que a atual gestão assumiu "sem nenhum estoque". "Já refizemos os contratos, mas, como são compras internacionais, que chegam de navio, a previsão de entrega é demorada. Um dos (itens) que precisávamos foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no fim de fevereiro." Segundo ela, a situação de quatro Estados, onde há condições climáticas mais favoráveis à reprodução do mosquito, preocupa mais: Espírito Santo, Minas, Tocantins e Santa Catarina.

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Até o fim de fevereiro, segundo o ministério, o Brasil teve alta de 46% nos casos de dengue e de 142% nas infecções por chikungunya na comparação com o mesmo período do ano passado. Em nota técnica da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses de 3 de março, o ministério informou aos municípios e Estados que o processo de aquisição de um dos fumacês, o Cielo-UVL (Praletina+Imidacloprida), estava na fase final de contratação, com expectativa de recebimento do insumo nos próximos 45 dias.

Queixa

O atraso nos cronogramas, enfrentado desde 2022, é reflexo de dificuldade global de aquisição do produto. A nota explica ainda que, diante dos percalços, optou-se por incluir um novo adulticida para uso em UBV (equipamento que nebuliza o inseticida), o Fludora Co-Max (Flupiradifurone + Transflutrina), para evitar a dependência de um fornecedor único.

Conforme a nota, "se aprovada a excepcionalidade pela Anvisa, por se tratar de aquisição internacional, o produto não estará disponível para distribuição nos próximos 60 dias". Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), houve problemas nos processos de compras no ano passado. "A atual gestão teve de reiniciar as compras, o que está levando ao atraso para o recebimento do Cielo."

"Outro adulticida estava em processo de compra, mas estava aguardando uma liberação da Anvisa, que só saiu recentemente, para que pudesse concluir a compra e iniciar o processo de importação", acrescentou o órgão de secretários. Ainda segundo o conselho, os Estados precisarão ser capacitados para usar o novo produto, o Fludora.

O Conass diz que a aquisição é de responsabilidade do ministério, pois não há produção nacional e o processo de compra "geralmente é longo". A reportagem entrou em contato com Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde, para comentar o assunto, mas não obteve resposta.

Conscientização

A preocupação agora começa até em outros países. Por enquanto, o Paraná não registra mais casos que o normal, mas segundo César Neves, secretário estadual da Saúde, o Paraguai já tem mais de 20 mil casos confirmados e mais de 20 óbitos. "Isso fez com que tomássemos a medida, há mais ou menos um mês, de bloqueio na região da tríplice fronteira", e há três semanas o Estado pediu ao ministério kits para diagnóstico de chikungunya, além de receber litros do adulticida Cielo.

O uso do inseticida Cielo só é recomendado em situações de emergência, como surtos e epidemias, pois tem como alvo apenas os mosquitos adultos, diz nota técnica da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses do ministério, de 2020. Segundo Neves, embora a estratégia de nebulização seja importante, ela só resolve "30% do problema". O restante, afirma, são medidas de conscientização. "O principal, em termos epidemiológicos, é matá-lo (o mosquito) no estado larvário." Para isso, é preciso evitar deixar água parada, em vasos e cisternas sem cobertura, por exemplo.

SP compra produto por conta própria

Diante da escassez nacional, São Paulo se mobiliza para comprar, por conta própria, insumos para lidar com a escalada de casos. No Diário Oficial de anteontem, despacho da Secretaria da Saúde autoriza a compra, em caráter emergencial, do inseticida adulticida Cielo, em quantidade suficiente para "pronto abastecimento" de todo Estado, por R$ 3,528 milhões.

Segundo o despacho, há "aumento expressivo" de dengue e chikungunya no Estado, situação "semelhante ao mesmo período de 2022, em que o Estado de São Paulo foi classificado com alto risco, a partir da avaliação da matriz de prioridades, construída com indicadores do Diagrama de Controle para Dengue, casos graves e óbitos confirmados e/ou em investigação". Segundo a secretaria, até agora foram relatados 35,6 mil casos de dengue e 25 óbitos em todo o Estado, o que representa uma redução de 13% nas infecções em relação ao mesmo período do ano passado.

Ao Estadão, a Secretaria de Estado da Saúde diz que não recebe entrega do ministério desde dezembro e, por isso, abriu processo para adquirir 15 mil litros. A remessa, afirma, é para suprir a demanda de março, abril e maio, fase de maior incidência das doenças ligadas ao mosquito.

A Prefeitura também importou, por conta própria, 15 mil litros do Cielo. A compra direta, sem intermédio federal, passou a ser estudada em agosto. Ao todo, 10 mil litros já chegaram e permitiram que a política de nebulização não fosse descontinuada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A dengue é uma realidade no Brasil, há décadas. Já sabemos quais são os sintomas da doença e como combater a reprodução do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, mas muitas pessoas ainda confundem os pernilongos normais com os transmissores da dengue. As diferenças são muitas e fáceis de identificar.

Para começar, o mosquito da dengue e o pernilongo são mosquitos de famílias diferentes. Enquanto o primeiro é o Aedes aegypti, o pernilongo é o Culex quinquefasciatus. É possível identificá-los tanto durante o voo, “em ação”, quanto em repouso. As cores são diferentes. O pernilongo tem uma coloração uniforme marrom e o Aedes aegypti tem o corpo preto com listras brancas. O tamanho também: o primeiro mede de 3 a 4 milímetros enquanto o segundo tem de 5 a 7 milímetros.

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As características e o hábito do voo de ambos também são diferentes. Enquanto o pernilongo tem um voo mais lento e ruidoso (gerando um zumbido), o Aedes aegypti é mais veloz e silencioso e costuma atacar de 9h às 13h. Os pernilongos, por sua vez, agem à noite, a partir das 18h.

Outra diferença está na picada. O pernilongo deixa um pequeno calombo avermelhado e essa marca provoca coceira. Já o mosquito da dengue não deixa marcas e não provoca coceira na picada. Vale lembrar ainda que o Aedes aegypti também é o transmissor da febre chikungunya, da febre amarela e do zica vírus.

Ambos colocam ovos em água parada, mas o mosquito da dengue prefere água limpa e deposita os ovos em vários locais, individualmente. Já o pernilongo coloca seus ovos juntos, em forma de jangada, em água suja, poluída.

O Ministério da Saúde adotará as Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs), tecnologia desenvolvida pela Fiocruz Amazônia, que basicamente utiliza água em um pote plástico de dois litros recoberto por um tecido sintético impregnado de larvicida. O instrumento atrai as fêmeas do Aedes aegypti para colocar ovos e ao pousar elas se impregnam com o larvicida presente nas estações. As fêmeas, impregnadas com larvicida, acabam contaminando outros recipientes com o inseticida que impede o desenvolvimento das larvas e pupas, reduzindo a infestação e, por conseguinte, o avanço das doenças causados pelo mosquito.

A estratégia - fruto de pesquisa desenvolvida pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), como diretriz da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses (CGARB/SVS/MS) - já foi testada e aprovada com resultados comprovados em 14 cidades brasileiras, de diferentes regiões, nas quais foi aplicada entre 2017 e 2020.

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Uma carta-acordo firmada entre a Fiocruz Amazônia e a Organização Panamericana de Saúde (Opas), no Brasil, com mediação do Ministério da Saúde, definirá as ferramentas de transferência tecnológica que serão utilizadas para a expansão da estratégia no país.

Implantação

Serão elaborados manual com orientações básicas para implementação das estações e um curso virtual (a ser disponibilizado na plataforma da Fiocruz) para agentes de saúde retirarem dúvidas e serem certificados.

O treinamento virtual será oferecido nas modalidades síncrona e assíncrona, mostrando o passo a passo do processo de montagem das armadilhas, a implantação e manutenção das estações disseminadoras com o larvicida Pyriproxyfen – de uso aprovado pelo MS, com eficácia comprovada de até 95% na eliminação de larvas do mosquito – com ED’s.

A estimativa é de que o processo de transferência tecnológica ao Ministério da Saúde ocorra até o final deste ano para que a estratégia seja, em definitivo, incorporada como Diretriz Nacional da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses para o Controle de Aedes.

“Conseguir desenvolver um estudo, chegar à comprovação de um método para apoiar as ações de controle do vetor para todo o Brasil e com apoio do Ministério da Saúde é um grande passo. Do mesmo modo nos orgulhamos muito de tudo isso ter sido realizado, do início ao fim, aqui no Amazonas, na nossa Fiocruz”, afirma Sérgio Luz, da Fiocruz Amazônia.

Redução dos mosquitos

“Micronizamos o produto (larvicida) num tamanho e textura ideal para que fique impregnado nas patas e no abdômen da fêmea do Aedes aegypti, quando esta pousa na armadilha para depositar seus ovos. Ao pousar, o pó fica aderido na fêmea e é levado por ela para vários outros criadouros, uma vez que é da biologia das fêmeas do Aedes colocar os ovos em vários criadouros, para manter a sobrevivência da espécie”, explica José Joaquin Carvajal Cortes, também da Fiocruz Amazônia.

O produto é potente e tem efeito exclusivo sobre as larvas e pupas, alterando o desenvolvimento até a morte delas, reduzindo assim a quantidade de novos vetores. Os ensaios realizados atestaram que o mosquito consegue carregar o larvicida até 400 metros de distância atingindo 94% de cobertura de todos os criadouros da área e uma mortalidade de 90 e 95% das larvas.

Tecnologia barata

Além de ser uma metodologia de fácil operacionalização e principalmente de custo baixíssimo, as EDLs se adaptam bem à realidade dos programas de controle das cidades e não alteram muito a dinâmica laboral dos órgãos municipais de saúde, o que facilita a implementação da estratégia em cidades com pouca disponibilidade de recursos humanos.

Como funciona?

A estação simula o criadouro do mosquito. Lá ele procura um local de repouso e para colocar seus ovos. A principal preocupação é a de manter o nível de água nos recipientes, principalmente em locais de temperatura alta. A residualidade do larvicida gira em torno de 40 a 50 dias.

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Com informações da assessoria da Fiocruz Amazônia

Indicadores do InfoDengue, sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontam a região Sul do país como área de atenção em 2022, com tendência de expansão da atividade da dengue para maiores latitudes.

Surtos importantes de dengue ocorreram na região de Londrina/PR, Sengés/PR e Joinville/SC, no ano passado e anos anteriores, que podem indicar adaptação do vetor e alterações climáticas, tema que precisa ser melhor investigado.

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Um projeto para avaliar mudanças no padrão de temperatura do país e possível associação com o aumento da temporada de dengue já está em desenvolvimento pelo InfoDengue.

“Seria importante fomentar projetos de pesquisa na área de entomologia para estudar as mudanças de comportamento do Aedes aegypti”, explica Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue.

Época de dengue

Períodos chuvosos atrelados ao calor são favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya. Há relatos de epidemias de dengue no Brasil desde 1846, mas foi em 1986 que ela reemergiu e rapidamente se espalhou pelo país tornando-se motivo de preocupação e alerta constante para a saúde pública.

“A antecipação do período de transmissão em alguns estados traz preocupação e pode levar a incidências altas, se não for feito o controle adequado dos vetores”, afirma a pesquisadora.

Segundo os indicadores do InfoDengue, além do Sul do país, encontram-se atualmente em situação de atenção: o noroeste de São Paulo/SP, região entre Goiânia/GO e Palmas/TO, passando pelo Distrito Federal/ DF, e alguns municípios isolados da Bahia, Santa Catarina e Ceará.

Dengue no Brasil e países vizinhos

Os pesquisadores do InfoDengue também apontam para o padrão de ocorrência da dengue no país em 2021, em particular na parte Oeste do Brasil, desde o Acre até o Mato Grosso, fato que coincidiu com a alta circulação do vírus em países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, ressaltando a importância de vigilância forte e articulada nas fronteiras. Rio Branco (Acre) sofreu com epidemia de proporções altas, com alto impacto na população já fragilizada com as cheias ocorridas no período.

Nos meses de inverno de 2021, observou-se atividade aumentada de dengue na região Nordeste, considerada atípica. Uma possível explicação foi a circulação de chikungunya na região.

“As duas doenças apresentam quadros clínicos semelhantes, especialmente em suas fases iniciais, o que dificulta a classificação baseada predominantemente em critérios clínico-epidemiológicos. Logo, pode ser que parte dessa atividade de dengue seja proveniente de uma dificuldade de diagnóstico diferencial. Isso aponta para a importância de fortalecer a vigilância laboratorial no país, com a implementação de vigilância sentinela para arboviroses”, alerta Codeço.

Já nos meses de primavera de 2021, houve um crescimento expressivo e antecipado da curva de dengue no centro oeste (MT, GO, DF) e ao longo da estrada Brasília-Belém, passando por Palmas/TO e sul do Pará, região que deve ser monitorada por encontrar-se com um padrão precoce de circulação de dengue. O Estado de São Paulo também teve em 2021 uma atividade aumentada de dengue, na região noroeste, capital e baixada santista.

O cenário apresentado pelo InfoDengue ressalta a importância de observar o comportamento do mosquito e manter o controle, para evitar os focos da dengue e combater o vetor.

InfoDengue

Atualmente, o sistema InfoDengue monitora dados de dengue, zika e chikungunya em todo o país de forma integrada analisando dados epidemiológicos de notificação, dados climáticos e dados de menção às doenças nas redes sociais realizando uma correção de atraso das notificações dos dados para agilizar a tomada de decisão. Boletins são enviados semanalmente para as secretarias de saúde com as informações.

Aplicativo InfoDengue

Com o objetivo de otimizar o tempo dos usuários do sistema de monitoramento online de arboviroses InfoDengue, o coordenador do projeto e pesquisador/professor da Escola de Matemática Aplicada da FGV, Flávio Coelho desenvolveu o primeiro aplicativo para celulares Android e IOS do InfoDengue ao identificar o aumento do acesso mobile ao site. A partir do aplicativo, é possível buscar a situação das arboviroses na região de interesse.

Por Camile Duque (Agência Fiocruz de Notícias) e Marcelle Chagas (InfoDengue)

A Justiça do Trabalho determinou que uma rede de lojas de roupas, com unidade em Ouro Preto-MG, pague uma indenização por danos morais a uma ex-empregada que era obrigada a trabalhar em um galpão de estoque em um ambiente degradante, com risco de dengue. A empresa deverá indenizar a profissional em R$ 5 mil.

A autora da ação alegou que o depósito era sujo, mofado, com água parada no poço do elevador, que era foco de mosquito da dengue. 

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Em sua defesa, a empresa declarou que a limpeza do depósito era feita por uma auxiliar. Também confirmou que houve um período de grande incidência de dengue nos empregados da loja, mas informou que não sabia onde eles pegaram a doença, lembrando ainda que atrás da loja passa um rio.

Uma testemunha ouvida no processo confirmou que o fosso do elevador ficava cheio de água. "O local acumulava água, mofo e bicho e a manutenção era feita de três a quatro meses. Havia muito mosquito no depósito, sendo que empregados da loja foram infectados, e, por causa da instalação de ar-condicionado nos demais pisos, havia uma quantidade menor de mosquitos nos outros andares", relatou.

Para a juíza, a situação se revela abuso da empresa, em decorrência da omissão do empregador em fornecer locais de trabalho apropriados e livre de riscos. "É preocupante ter a ciência de que diversos empregados contraíram a dengue e não verificar nos autos a adoção de medidas para conter a contaminação", assinalou.

A magistrada fixou o valor de R$ 5 mil de indenização por dano moral. Na análise do recurso, o TRT de Minas manteve a sentença por unanimidade.

De acordo com o último boletim de arboviroses divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), foram registrados 8.723 casos suspeitos de dengue em Pernambuco em 2021, número que representa um decrescimento de 28% com relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, os números de chikungunya e zika vírus, também transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, seguem a tendência contrária, com casos crescentes.

Durante a época mais chuvosa do ano, quando as larvas do mosquito da dengue costumam se proliferar em locais de água parada, foram notificados 3.417 casos de chikungunya em 89 municípios do estado, o que corresponde a um aumento de 135,8% em relação ao mesmo período de 2020. Para zika, o número também preocupa: são 1.176 notificações da doença, totalizando um acréscimo de 61,8% comparado ao ano anterior.

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De acordo com o médico infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, José Neto, dentre as três doenças transmitidas pelo mosquito, a dengue é a que apresenta maior probabilidade de evolução para um quadro de alta complexidade. “O maior risco da dengue é a evolução para a forma grave, que pode trazer hemorragia, instabilidade e disfunções orgânicas múltiplas. Já a chikungunya se caracteriza pela cronicidade das dores articulares. Quanto à zika, há o risco, para mulheres em idade fértil, de microcefalia fetal”, diferencia o médico.

“Existe bastante semelhança entre as três doenças, por serem síndromes febris virais, mas podemos pontuar características importantes de cada uma delas: a dengue costuma ter uma sintomatologia mais rica, com predomínio de sintomas mais sistêmicos, a exemplo de febre alta, moleza e dores pelo corpo, diarreia e vômitos; as dores da chikungunya costumam ser mais articulares e a febre é menos intensa que a da dengue; a zika tem um quadro mais leve de febre e dores, e o mais marcante são as manchas vermelhas na pele”, complementa.

Casos graves e tratamento

O boletim da Secretaria de Saúde indica que os 8.723 casos suspeitos de dengue foram registrados em 153 municípios do estado. Destes, 75 confirmaram os casos. O sorotipo 2 da dengue, responsável pela forma mais agressiva da doença, foi detectado nas cidades de Água Preta, Amaraji, Camaragibe, Chã Grande, Custódia, Goiana, Jaboatão dos Guararapes, Lagoa dos Gatos, Paulista, Recife, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão. 

Também em Pernambuco, nove óbitos foram notificados como suspeitos de arboviroses, outros oito estão em investigação e um foi descartado. Em relação às formas mais graves das doenças, a Secretaria informou que 14 casos de dengue com sinais de alarme foram localizados, e mais dois de dengue grave. 

Em relação a gestantes com manchas vermelhas na pele (um dos indicativos sugestivos de arboviroses), há 130 registros este ano. Entre elas, 62 realizaram exame para dengue (14 positivaram), 46 para chikungunya (18 positivaram) e 39 para zika. Todas tiveram diagnóstico descartado, segundo a Secretaria de Saúde. 

O tratamento das doenças, como destaca José Neto, varia de acordo com a complexidade da infecção. Os casos leves, segundo o infectologista, podem ser tratados em unidades de atenção básica, buscando evitar as urgências e emergências que encontram-se lotadas em decorrência da Covid-19. “Os casos graves - de dengue, principalmente - devem ser manejados em serviço de saúde devido ao risco de uma má evolução. Os sinais de alerta para dengue grave: dores abdominais intensas e contínuas; vômitos persistentes; pele fria e úmida, palidez; sangramento pelo nariz, boca e gengiva; manchas vermelhas na pele; sonolência, agitação ou confusão mental; boca seca; pulso fraco e rápido”, explica.

Diagnóstico durante a pandemia

A análise do 2º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), também disponibilizado pela Secretaria de Saúde (SES-PE), expõe 118 (64,1%) municípios em situação de risco para transmissão elevada das arboviroses, sendo 36 (19,6%) em situação de risco de surto (3,9%) e 82 (44,6%) em situação de alerta. Outros 49 (26,6%) municípios estão em situação satisfatória e 17 (9,2%) não encaminharam resultados. Os números, portanto, alertam para a importância do diagnóstico e tratamento adequados.

Os sintomas febris das arboviroses podem ser facilmente confundidos com a Covid-19, aumentando a procura pelos serviços de saúde que já se encontram em sobrecarga. Assim como o uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social são primordiais para a prevenção do novo coronavírus, existem medidas que ajudam a manter o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika longe.

“Para evitar a contaminação é primordial o controle do vetor de transmissão, que é o Aedes aegypti. Eliminar focos de água parada e uso de repelentes são pontos importantes dos cuidados individuais. Quanto às autoridades públicas, as campanhas informativas, vigilância epidemiológica de focos de reprodução do mosquito e investimento em saneamento básico são medidas efetivas para este controle”, destaca José Neto.

O especialista orienta que, em casos de qualquer sintoma, o recomendado é que o paciente recorra a um atendimento médico. A avaliação do profissional de saúde dirá se a pessoa está com Covid-19 ou dengue. Esse diagnóstico é muito importante para o paciente saber o que fazer, principalmente porque os infectados com o coronavírus precisam ficar de quarentena em isolamento social.

O cantor Zeca Pagodinho deixou muita gente de riso frouxo, no Instagram, nessa quinta-feira (22). Em um vídeo, o artista aparece segurando uma raquete de matar mosquito, onde percorre alguns cômodos de sua casa para se livrar de uma vez dos insetos.

Na postagem, a produção do sambista legendou: "Zeca Pagodinho: o terror dos mosquitos! Quem mais ama essa raquete mágica?". Com mais de 100 mil vizualizações, o vídeo ganhou comentários dos seus seguidores. Muitos chegaram a dizer que Zeca não tem nada de estrela, sendo que o mesmo é 'gente como a gente'.

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Confira:

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Um estudo realizado pelo World Mosquito Program (WMP), da Universidade de Monash, na Austrália, em parceria com a Tahija Foundation e Universidade Gadjah Mada, na Indonésia, apontou redução de 77% na incidência de casos de dengue, virologicamente confirmados, nas áreas onde houve liberação de Aedes aegypti com Wolbachia, em Yogyakarta, na Indonésia, quando comparado com áreas que não receberam o método. Este é o primeiro teste padrão-ouro que mostra a capacidade de redução de casos de dengue através da metodologia do Aedes aegypti com a Wolbachia. No Brasil, a iniciativa é conduzida pela Fiocruz e já apresenta dados preliminares que apontam redução de chikungunya.

O estudo clínico randomizado controlado (Randomized Controlled Trial - RCT) “Applying Wolbachia to Eliminate Dengue (AWED)”, teve duração de três anos e foi conduzido em uma área que abrange cerca de 321 mil habitantes. Doze de 24 áreas de tamanhos semelhantes da cidade de Yogyakarta foram escolhidas aleatoriamente para receber os mosquitos com Wolbachia do WMP em conjunto com as medidas de rotina de controle da dengue realizadas no município. As 12 áreas restantes continuaram recebendo apenas as ações de rotina de controle da dengue.

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Confira no vídeo abaixo, como funciona o método:

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O ensaio envolveu 8.144 participantes com idades entre 3 e 45 anos que se apresentaram a uma das 18 clínicas de atenção primária com febre aguda indiferenciada de um a quatro dias de duração. O estudo utilizou o método de teste negativo para analisar e medir a eficácia da Wolbachia (cepa WMel) em reduzir a incidência de casos confirmados de dengue em um período de 27 meses. Após 2 anos do término das liberações, a frequência de Wolbachia continua elevada nas populações de mosquitos Aedes aegypti nas 12 áreas de intervenção. A implementação do Método Wolbachia foi bem aceita pela comunidade e não houve preocupações de segurança.

Este estudo marca uma década de pesquisas de laboratório e de campo, começando primeiro na Austrália e depois expandindo para 11 países onde a dengue é endêmica, entre eles o Brasil. O diretor global do WMP, Scott O'Neill, afirma que este era o resultado que os cientistas do WMP esperavam. "Temos evidências de que nosso método é seguro, sustentável e reduz a incidência de dengue. Agora podemos ampliar essa intervenção para várias cidades em todo o mundo”, destaca. 

A diretora de avaliação de impacto do WMP, Katie Anders, ressalta que “este é o primeiro estudo para demonstrar impacto na incidência da doença. O resultado do ensaio é consistente com nossos achados de estudos anteriores não randomizados em Yogyakarta e no norte de Queensland, e com previsões de modelagem epidemiológica de uma redução substancial na carga de dengue após implementação do Método Wolbachia”.

O estatístico independente do estudo, Nicholas Jewell, professor de Bioestatística e Epidemiologia da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e também professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, avalia que "os resultados são convincentes. É duplamente empolgante, pois o desenho do ensaio usado na Indonésia fornece um modelo que pode ser seguido por outras cidades candidatas a realizar intervenções de saúde".

Detalhes do resultado serão apresentados em novembro, em um congresso acadêmico, além de publicação em um periódico científico. Mais informações podem ser obtidas na página internacional do programa.  

Método Wolbachia no Brasil

No país, o Método Wolbachia é conduzido pela Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde, com apoio de governos locais. As ações iniciaram no Rio de Janeiro e em Niterói, em uma área que abrange 1,3 milhão de habitantes. Em Niterói, dados preliminares já apontam redução de 75% dos casos de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam.

Atualmente, o projeto está em expansão para Campo Grande, Petrolina (PE) e Belo Horizonte. Na capital mineira também será realizado um estudo clínico similar ao conduzido pelo WMP na Indonésia. A cidade será a primeira das Américas a acompanhar casos de dengue, zika e chikungunya por meio de um estudo clínico randomizado controlado (RCT, em inglês), em conjunto com o Método Wolbachia.

Em uma primeira etapa, alguns bairros vão receber o Aedes aegypti com Wolbachia enquanto outros irão receber após a validação do estudo e aprovação junto ao Ministério da Saúde. A escolha dos bairros que vão receber o Método Wolbachia primeiro será por meio de sorteio, metodologia proposta pelo Estudo Clínico Randomizado. 

Para a realização do RCT, serão convidadas para participar 60 crianças, na faixa etária de 6 a 11 anos, da 1ª à 3ª série, matriculadas em escolas públicas municipais de BH selecionadas para participar do projeto. Com a autorização dos responsáveis e o necessário consentimento das crianças, será colhida uma amostra de sangue, para avaliar se elas tiveram contato com o vírus da dengue, zika ou chikungunya.

Este estudo, chamado Projeto Evita Dengue, é realizado em colaboração com a implementação do Método Wolbachia, feito pelo WMP Brasil/Fiocruz em conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte. Trata-se de uma colaboração científica entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Emory, a Universidade Yale e a Universidade da Flórida. O estudo é financiado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID/NIH), dos Estados Unidos.

Antes do RCT, será realizado um piloto da operação do WMP Brasil em BH em três áreas de abrangência da Regional Venda Nova (Centros de Saúde Copacabana, Jardim Leblon e Piratininga). A previsão é que a liberação dos mosquitos com Wolbachia seja iniciada ainda neste ano.

Mais informações sobre o Método Wolbachia estão disponíveis no site do programa no Brasil

Da Fiocruz

Clima úmido, acúmulo de lixo e fezes de animais em ambientes externos – como quintais, por exemplo – são ambientes propícios para a proliferação do protozoário da leishmaniose. O motivo é que o principal vetor prefere ambientes úmidos com farto material orgânico. 

A doença é caracterizada como uma zoonose, sendo mais comum em animais – como cães e gatos –, podendo vir a ser transmitida ao homem. Em fase crônica, se não tratada, 90% dos casos levam ao óbito.

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A doença é infecciosa e grave, causada por um protozoário de espécie Leishmania chagasi. De acordo coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UNAMA – Universidade da Amazônia, Lilian Ximenes, existem – em média – 30 tipos de protozoários do gênero leishmania, sendo possível desencadear dois tipos da doença: a tegumentar ou cutânea e a visceral ou calazar, tipo mais grave – podendo atacar os órgãos internos.

“A transmissão acontece quando fêmeas do mosquito palha – também popularmente conhecido como asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros – picam os animais. Na área rural, as raposas e os marsupiais são os mais propícios a desenvolver a doença. No espaço urbano, os cães são os mais atingidos. Os sintomas aparecem como perda de pelo e peso – anorexia, em alguns casos –, além do crescimento anormal das unhas”, explicou Lilian, que também é doutora em Ciência Animal.

Nos humanos, a doença tem diagnóstico difícil por ter similaridade com outras enfermidades, como a doença de chagas, a malária e a tuberculose. Em geral, os indivíduos apresentam febre de longa duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força muscular e anemia.

A principal prevenção ocorre no combate ao mosquito. Essa ação se inicia pela higiene ambiental. É necessária uma limpeza periódica dos quintais, com atenção à matéria orgânica, como folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos. Deve ainda entrar na lista a limpeza diária dos abrigos de animais domésticos (casinhas, caminhas) e utilizar inseticida nas paredes de domicílios e abrigos de animais.

Atualmente, existe uma vacina de combate à doença. “Nós temos antileishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil. Entretanto, não existem estudos que comprovem a efetividade do uso dessa vacina na redução da incidência da leishmaniose visceral em humanos. Dessa forma, o seu uso está restrito à proteção individual dos cães e não como uma ferramenta de saúde pública”, lembra a coordenadora.

Vale ressaltar o que a leishmaniose tem tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos casos confirmados em animais, a eutanásia é a recomendação nacional dada aos centros de zoonoses.

Por Rayanne Bulhões/Ascom UNAMA.

 

Espírito Santo, Rio de Janeiro e nove estados do Nordeste podem ser alvo de um surto de dengue a partir de março deste ano. O alerta é do coordenador de Vigilância de Arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Saidí.

Em entrevista exclusiva à TV Brasil, o especialista explicou que o período favorável ao aumento de casos da dengue no Brasil, que começou em novembro de 2019, vai até o próximo mês de maio, época de chuva.

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Segundo Saidí, no entanto, a dinâmica da transmissão da doença é que pode ocasionar o surto nessas regiões. Hoje há quatro sorotipos da dengue e quando ocorre alteração do padrão de circulação, também aumenta o número de transmissões.

"A mudança no padrão de circulação, que está acontecendo agora nesses dois estados [Espírito Santo e Rio de Janeiro], e a possibilidade de isso ocorrer nos estados do Nordeste, em 2020, apontam para um cenário de risco", disse o coordenador.

Saidí afirma que 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências, por esse motivo, alerta sobre a importância de haver integração entre as políticas públicas de governo e a mobilização da população. Ele diz ainda que o controle deve ser feito porque, nesta época do ano, o mosquito completa seu ciclo de reprodução em 10 dias.

"É importante estar atento à caixa d'água, se ela está aberta ou não, à limpeza das calhas, à verificação permanente da presença de água em bandeja de ar-condicionado, na bandeja da geladeira, os pratinhos de vaso de planta; acondicionar adequadamente aqueles produtos que estão nos quintais, como garrafas e latas".

Histórico

Em 2019, o Brasil registrou mais de 1.544 casos de dengue e 782 mortes, em decorrência da doença. O número de óbitos representa aumento de 488% em relação a 2018, ano considerado atípico pelo ministério.

Os dados de registro de zika ainda estão baixos no Brasil. Mesmo assim o alerta de cuidado para gestantes continua porque o vírus do Zika ainda está em circulação por todos os estados do país, menos no Acre. O Ministério da Saúde também descarta um surto da chikungunya, este ano, no Brasil.

Especialistas confirmam que beber cerveja aumenta o número de picadas de mosquito. Os estudos foram realizados no Japão e em Burkina Faso, país da África Ocidental, que verificaram que a ingestão de cerveja atrai mais mosquitos para o bebedor e, consequentemente, o risco de doenças como o Zika, Chikungunya e Malária.

Segundo publicação da BBC Brasil, na pesquisa japonesa foi testada uma dose de 350 ml de cerveja feita de cevada, para a atração do Aedes albopictus, parente próximo do Aedes aegypti. Já em Burkina Faso, os estudiosos deram aos participantes uma quantidade não informada de cerveja feita com sorgo, localmente chamada de dolo, para verificar o resultado sobre a espécie Anaphoneles gambiae, responsável pela transmissão da malária.

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Nos dois estudos, se notou um aumento significativo na atração dos insetos. O professor titular do Departamento de Microbiologia, imunologia e parasitologia (MIP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Carlos Brisola Marcondes, em entrevista à BBC, diz que os autores supuseram que com a cerveja haveria maior produção de cairomônios, que são substâncias voláteis vindas dos bebedores - o que atrairia os mosquitos.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizará neste sábado (24), o 'Dia D' na capital baiana para mobilizar as pessoas a se vacinarem contra a Febre Amarela. Para facilitar o acesso à imunização, além das unidades de saúde, mais 57 pontos serão instalados em áreas com grande circulação de pessoas como hipermercados e shoppings. A ação é a partir das 8h às 17h e tem o objetivo de ampliar a cobertura da imunização em Salvador.

Além da capital, mais 8 municípios no interior do estado também farão a ação do 'Dia D'. A campanha vai até 9 de março e 1,2 milhão de soteropolitanos ainda não se vacinaram contra a doença. A dose fracionada será administrada em pessoas entre 2 e 59 anos que nunca foram imunizadas contra a Febre Amarela.

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De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina é contraindicada para crianças menores de 6 meses, idosos acima de 60 anos, mulheres que amamentam crianças até 6 meses, gestantes, pacientes que em tratamentos de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em todos estes casos, a orientação é de que pessoas nesses casos procurem um procurem um médico para avaliar o benefício e o risco de vacinação.

Macacos capturados

Desde o início de 2018 até essa quarta-feira (21), 107 macacos já foram capturados em Salvador para fazer exames laboratoriais de detecção da febre amarela. Os materiais coletados foram encaminhados para o Laboratório da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Os primeiros dez materiais analisados descartaram a presença do vírus da febre amarela, as outras 97 amostras seguem sob análise. Em 2017, 13 macacos foram confirmados com febre amarela na capital.


Começou o período chuvoso e as preocupações são sempre as mesmas, precisamos ter cuidado com objetos que possam acumular água para o Aedes Aegypti não proliferar. O mosquito de apenas sete centímetros, se infectado é capaz de transmitir várias doenças para o ser humano entre elas: a dengue, o zika vírus, a febre amarela e a chikungunya.

De acordo com a coordenadora de Enfermagem da UNINASSAU Parnaíba, Kelly Oliveira, esses cuidados básicos com o acúlumo de água, evita a finalização do ciclo do mosquito que é composto de quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. “A melhor forma de evitar essas doenças é combater os focos de acúmulo de água independente de limpa ou suja e locais propícios para a criação do mosquito transmissor” comenta a coordenadora.

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A professora orienta a população a colocar areia em pratinho de plantas, armazenar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada, lavar utensílios usados para guardar água (jarras, garrafas, potes, baldes), evitar água da chuva acumulada sobre a laje, remover folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas. Além de manter a caixa dágua sempre fechada com tampa adequada e ainda lavá-las semanalmente por dentro com escova e sabão.

Saiba como o mosquito vive e se comporta:

O Aedes Aegypti é um mosquito urbano que prefere viver dentro de casa mesmo em andares um pouco mais altos ele consegue chegar. Pode ser encontrado tanto em áreas urbanas como rurais;

Diferente de outros mosquitos que após picar fazem repouso, o Aedes pode picar muitas pessoas seguidamente, por isso as doenças se espalham tão rapidamente;

Precisa de água limpa e parada para pôr seus ovos, mas também pode fazer a postura em locais com mais matéria orgânica, ou seja, que pareça suja;

Os ovos podem ser depositados em qualquer local que acumule água como: pneus, baldes, plantas ou até mesmo um tampinha de refrigerante;

Possui hábitos diurnos, mas por ser oportunista, se não conseguir alimento durante o dia pode picar à noite, ou qualquer outra hora do dia;

Quem pica as pessoas é a fêmea que precisa do sangue para completar o seu ciclo de desenvolvimento e por seus ovos;

Ao picar uma pessoa infectada uma fêmea que não contenha o vírus se infecta e passa a transmiti-lo a outras pessoas;

Geralmente voa mais baixo, na altura das nossas pernas, mas pode picar qualquer parte do corpo;

Da assessoria

Os últimos dados do Ministério da Saúde apontam que de 1º de julho de 2017 até 23 de janeiro de 2018, 130 casos de febre amarela foram confirmados no país, com 53 pessoas vindo a óbito. Ao todo, foram notificados 601 casos suspeitos, com 162 ainda em investigação e 309 sendo descartados. Quase todos os estados do país estão com recomendação para a vacina. O surto tem deixado a população preocupada, o que acaba abrindo espaço para informações erradas e muitas dúvidas. Com informações colhidas com o Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde de São Paulo e a Fiocruz, o LeiaJá respondeu dez perguntas sobre a doença.

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O que é a febre amarela silvestre?

É uma doença infecciosa febril aguda, causada pelo vírus da febre amarela transmitido por mosquitos. A doença é comum em macacos, que são os mais afetados pelo vírus.

Qual é a diferença entre a febre amarela silvestre e febre amarela urbana?

A diferença entre elas é o vetor: na cidade a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. Na mata, os mosquitos do gênero Haemagogus transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção. Desde 1942, o Brasil não registra casos de Febre Amarela urbana.

Faz sentido a preocupação de parte da população com a segurança da vacina?

Não, segundo a Fiocruz. A vacina contra a febre amarela é considerada uma das vacinas mais seguras. Mas ela pode trazer reações como dor no local de aplicação, febre com duração de sete dias, dor de cabeça e dor no corpo. A ocorrência de eventos adversos é extremamente rara, com registros de 1 caso a cada 400mil doses aplicadas. São Paulo confirmou três mortes em reação à vacina e investiga outros seis casos. 

A febre amarela é contagiosa?

A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus.

Quais são as contraindicações para a vacina da febre amarela?

A vacina é contraindicada para crianças menores de noves meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.

Qual a orientação para turistas estrangeiros que visitam as áreas de recomendação de vacina no Brasil?

Para turistas que forem se dirigir a uma área com recomendação de vacina - tanto estrangeiros quanto brasileiros – e que não tomaram nenhuma dose da vacina, a recomendação é que seja vacinado pelo menos dez dias antes da viagem, que é o tempo que a vacina leva para criar anticorpos e a pessoa estar devidamente protegida.

O vírus é transmitido por macacos?

Não. O vírus é transmitido pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações. O inseto infecta tanto humanos quanto os macacos.

Qual é a diferença entre dose plena e dose fracionada da vacina?

Na vacina plena (dose total) a dose é única e confere imunidade para toda a vida. Diante do momento epidêmico enfrentado por alguns estados da federação, o Ministério da Saúde adotou a dose fracionada da vacina que será aplicada em campanha de forma a proteger um grande número de pessoas. Estudos indicam que a vacina da febre amarela em dose fracionada protege, pelo menos, por 8 anos. 

Se a dose da vacina for reduzida, a imunização pode ficar prejudicada? 

Não. Quando a vacina é fracionada, sua potência não é reduzida na mesma proporção. Estudo da Fiocruz aponta que mesmo uma dose cinco vezes menor que a dose padrão mantém o mesmo nível de potência vacinal, ou seja, tem a mesma eficácia de imunização. 

Como a febre amarela é tratada?

Não existe tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como as dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos, como AAS e Aspirina, devem ser evitados já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

Uma escola particular de Salvador, na Bahia, lançou um uniforme que contém um repelente natural de mosquitos. Entre os mosquitos, está o Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Segundo o Correio 24 Horas, o agente permetrina é aplicado no tecido de camisetas, bermudas e calças.

A instituição, Villa Campus de Educação, afirma que o ativo natural é invisível, inodoro e não prejudicial ao uso humano. Ele é aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA).

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O uniforme está sendo comercializado pelo mesmo preço do fardamento tradicional. O produto, segundo o jornal local, se mantém no tecido por até 70 lavagens. A substância não age como inseticida, ou seja, não mata os mosquitos. 

Após o dramático ano de 2016, com o aumento drástico de casos de microcefalia, Pernambuco comemora a redução de cerca de 90% de pessoas notificadas com dengue, chikungunya e zika em 2017. A maior redução das notificações foi de zika (93,2%), com 782 ocorrências suspeitas, contra 11.482 do ano anterior. Em seguida vem chikungunya (92,1%) e dengue (85,3%).

Para Daniela Bandeira, técnica do Programa de Controle das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a diminuição de casos de arboviroses envolve vários fatores. "Entre eles destacamos o empenho dos órgãos públicos e de toda a sociedade na eliminação dos possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti", ela afirma.

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O verão é o clima ideal para o mosquito se proliferar. O Governo de Pernambuco diz que permanece em alerta e mantém um comitê permanente com diversos entes da sociedade. Também é responsabilidade do Estado reforçar as ações dos municípios através do bloqueio de transmissão, que se dá por meio da aplicação de inseticidas com nebulização espacial a frio. O procedimento é indicado apenas em locais com alta incidência de registro.

Em 2018, estão previstos: Protocolo de Vigilância dos Óbitos Suspeitos por Arboviroses, para padronizar as informações e agilizar o fechamento dos casos suspeitos; campanha educativa focada nos alunos da rede estadual de ensino; e parceria com a secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, para aquisição de um aplicativo que auxilie o trabalho dos agentes de endemias.

Dados de 2017

Dengue

Notificados: 16.826

Confirmados: 5.106

Descartados: 7.768

Municípios notificadores: 181

Dados de 2016: No mesmo período, foram 114.375 casos suspeitos (redução de 85,3% em relação aos dados de 2017).

Chikungunya

Notificados: 4.829

Confirmados: 988

Descartados: 2.893

Municípios notificadores: 144

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 61.138 casos (redução de 92,1% em relação aos dados de 2017).

Zika

Notificados: 782

Confirmados: --

Descartados: 380

Municípios notificadores: 102

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 11.482 casos (redução de 93,2% em relação aos dados de 2017).

Óbitos pelas arboviroses

Notificados: 120

Confirmados: 3 (sendo 2 dengue e 1 chikungunya)

Descartado: 57

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 414 óbitos suspeitos.

Com o desejo de ajudar o bairro onde vivem, Jardim Brasil, no município de Olinda (PE), estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Desembargador Renato Fonseca usaram a tecnologia para promover uma caça ao mosquito Aedes aegypti na região. 

Com a ajuda de uma ferramenta online, Jeovani Cipriano, de 19 anos, criou um aplicativo de celular para que as pessoas denunciassem focos de reprodução do inseto transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Os alunos, então, organizam mutirões para acabar com o problema.

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O embrião do projeto surgiu em 2014, quando muitos alunos e professores da escola estavam faltando. Incomodados com isso, o grupo de estudantes se juntou à professora Jorgecy Cabral, que coordena a biblioteca da instituição, para visitar a casa dos faltosos e verificar se o surto de dengue que atingia a região era o culpado pelas faltas. Perceberam que sim.

“Encontramos o problema, vimos o que estava acontecendo. Fizemos mapeamento ao redor da escola para saber se havia foco de dengue. Para nossa surpresa, havia atrás, ao lado, em todos os lugares. Começamos então a fazer mutirões nas ruas”, diz a professora. A escola passou a ser uma referência na comunidade. Muitas pessoas procuraram o local para denunciar focos de reprodução do Aedes. Foi aí que surgiu a ideia do aplicativo.

Cipriano quebrou a cabeça por cerca de duas semanas e, por meio de uma ferramenta online de criação de aplicativos, desenvolveu a plataforma Caça ao Aedes em Jardim Brasil. “Ninguém tinha conhecimento na área. Fui estudando e fiz”, afirma o estudante.

Na pesquisa porta a porta feita pelo alunos na época do surto, eles identificaram um aumento de 300% dos casos. Agora eles trabalham em novos dados. Segundo Jorgecy Cabral, a pesquisa não está finalizada, mas ela garante que houve redução de infecções no bairro de Jardim Brasil.

Então estudante do terceiro ano do ensino médio, Cipriano, que agora cursa jornalismo em uma faculdade particular, diz também que o aplicativo já recebeu denúncias de focos em outros estados. “Quando é feita em Olinda a gente tenta resolver. Quando é em outra cidade a gente encaminha as informações para a secretaria municipal da localidade”, conta.

O aplicativo é simples e contém informações sobre sintomas de viroses transmitidas por mosquitos (arboviroses) e dicas para evitar a proliferação do Aedes aegypti. Há um espaço para fazer uma denúncia, por escrito, e um mapa onde estão marcados alguns pontos com água parada. Por dificuldades de funcionalidade, não foi possível marcar uma denúncia no mapa, mas a comunicação do bairro pode ser facilitada pelo app. Ele pode ser baixado no Google Play e pelo site.

Vaquinha virtual

A iniciativa foi premiada como Destaque em Iniciação à Pesquisa na feira Ciência Jovem 2016, evento realizado anualmente pelo Espaço Ciência, museu ligado à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco. O reconhecimento rendeu uma participação na Teccien Schöenstatt, uma feira estudantil de tecnologia e ciências promovida pelo colégio Nuestra Señora de Schöenstatt, do Paraguai, de onde os estudantes também saíram premiados.

Foi lá que conheceram a organização da Feira Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, outro evento estudantil do colégio Santa Fé, da Colômbia. Os organizadores convidaram os estudantes brasileiros a expor o projeto entre os dias 13 e 17 deste mês.

Para custear a viagem, o grupo abriu uma vaquinha virtual. As passagens de três pessoas – a professora e mais dois alunos – foram dadas pelo governo de Pernambuco, mas ainda é preciso pagar hospedagem, alimentação e deslocamento da na cidade. Segundo Cipriani, o embarque é no dia 12.

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Preocupado com os perigos oriundos do mosquito Aedes aegypti, um agente de saúde do Recife resolveu conscientizar o público de uma forma bastante criativa. Torcedor do Sport, Lamartine Gonçalves compareceu à Arena de Pernambuco, na tarde deste domingo (5), vestido justamente de mosquito. A ideia é incentivar o Rubro-Negro e ao mesmo tempo fazer um alerta para a torcida leonina.

“Fantasiado, passo uma mensagem de combate às doenças arboviroses, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Por incrível que pareça e apesar de diversas campanhas, ainda tem gente que relaxa e deixa água parada. Como sou agente de saúde, eu sei dos riscos e por isso procuro ajudar a população”, contou o torcedor, em entrevista ao LeiaJá.

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Outros torcedores que foram à Arena neste domingo, onde o Sport enfrenta o Náutico pelo Campeonato Pernambucano, aprovaram a iniciativa de Lamartine. O “mosquito” até fez questão de conduzir o grito de guerra do Leão. Confira no vídeo a seguir:

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