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Os resultados completos dos ensaios clínicos da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela aliança entre a americana Pfizer e a alemã BioNTech foram publicados nesta quinta-feira (10) no New England Journal of Medicine, a revista médica mais conhecida dos Estados Unidos.

Em um editorial, a publicação se refere a uma "vitória", em momentos em que um comitê de especialistas convocados pela Agência Americana de Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) começou a examinar em público os dados da vacina, nesta quinta-feira, com o objetivo de recomendar, ou não, sua autorização de lançamento ao mercado.

Os próprios fabricantes publicaram seus resultados em comunicados de imprensa emitidos em 18 de novembro, enquanto a FDA publicou na terça-feira seu próprio relatório detalhado sobre a eficácia e segurança da vacina.

A publicação desta quinta-feira confirma sua alta eficácia: as pessoas vacinadas tiveram 95% menos de risco de contrair a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. E a eficácia foi semelhante independentemente de idade, sexo, origem étnica, peso, ou presença de patologias.

O estudo também confirma a segurança da vacina. Os efeitos indesejáveis como desconforto ao redor do ponto de injeção no braço, cansaço e dor de cabeça são frequentes, mas nenhum problema grave de segurança foi constatado no ensaio clínico, que até hoje recrutou 44.000 pessoas. Metade delas recebeu a vacina, e a outra, um placebo.

A validação por um comitê de revisão composto por cientistas independentes da Pfizer e da FDA é uma confirmação adicional dos resultados dos ensaios e representa o mais alto nível de validação científica.

Dois responsáveis do New England Journal of Medicine apontaram em seu editorial "problemas menores" nos dados, especialmente sobre o desconhecimento da capacidade da vacina para prevenir as formas assintomáticas da doença.

Mas concluíram: "Contudo, os resultados do ensaio são suficientemente impressionantes para serem válidos em qualquer análise. É uma vitória".

Estar acima do peso pode aumentar a probabilidade de ser diagnosticado com câncer de estômago e do aparelho digestivo, assim como com certos tumores cerebrais e do sistema reprodutivo, disseram pesquisadores internacionais na quarta-feira.

Um relatório publicado na revista New England Journal of Medicine adiciona oito tipos à lista dos cânceres já conhecidos por serem mais comuns entre as pessoas com sobrepeso. Em 2002, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede na França, afirmou que os quilos em excesso poderiam aumentar o risco de câncer de cólon, esôfago, rim, mama e útero.

Agora, a IARC adicionou os cânceres de estômago, fígado, vesícula, pâncreas, ovário e tireoide, assim como um tipo de tumor cerebral conhecido como meningioma e o mieloma múltiplo, um tipo de câncer do sangue, disse o relatório. Pesquisadores analisaram mais de 1.000 estudos sobre excesso de peso e riscos de câncer e concluíram que limitar o ganho de peso ao longo de décadas pode ajudar a reduzir o risco desses tipos de câncer.

"A incidência do câncer devido ao excesso de peso ou à obesidade é mais extensa do que o que foi pressuposto", disse o presidente do Grupo de Trabalho da IARC, Graham Colditz, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis. O câncer muitas vezes surge sem explicação. Suas causas podem incluir vírus, poluentes, fatores genéticos e radiação.

Certos fatores de estilo de vida, como o tabagismo e o excesso de peso, também podem tornar uma pessoa mais propensa a ter câncer. Acredita-se que cerca de 9% dos casos câncer entre as mulheres da América do Norte, Europa e Oriente Médio estejam ligados à obesidade, disse o relatório.

A gordura extra pode promover inflamação e levar a uma superprodução de estrogênio, testosterona e insulina, que podem impulsionar o aumento do câncer, acrescentou o estudo. Cerca de 640 milhões de adultos e 110 milhões de crianças no mundo são obesos.

"Fatores de estilo de vida, como uma dieta saudável, manter um peso saudável e fazer exercício, além de não fumar, podem ter um impacto significativo na redução do risco de câncer", disse Colditz.

Dar pequenas quantidades de purê de amendoim a crianças no início da vida pode ajudá-las a evitar o desenvolvimento de alergias, mesmo que elas parem de comer amendoins durante um ano na primeira infância - disseram pesquisadores nesta sexta-feira.

As conclusões do New England Journal of Medicine sugerem que as autoridades globais de saúde reconsiderem o conselho de longa data de que os bebês devem evitar certos alimentos, em meio a um aumento da alergia a amendoim potencialmente fatal entre os jovens nos últimos anos.

"A introdução precoce de amendoim nas dietas de crianças com alto risco de desenvolver alergia a amendoim reduz significativamente o risco de alergia a amendoim até seis anos de idade, mesmo que elas parem de comer amendoim em torno da idade de cinco anos", disse o estudo, liderado pela King's College London.

Os resultados oferecem um seguimento aos resultados inovadores anunciados no ano passado a partir de um estudo conhecido como Learning Early About Peanut Allergy (LEAP), que envolveu mais de 600 crianças. Constatou-se que os bebês de alto risco que comiam amendoim por volta dos 11 meses experimentaram uma taxa substancialmente mais baixa de alergia a amendoim por volta dos cinco anos do que as crianças que evitaram amendoins.

O estudo mais recente, chamado LEAP-On, inclui provas recolhidas após acompanhar 550 crianças com idades entre 5 e 6 anos, algumas das quais pararam de comer amendoim - enquanto outras continuaram.A parada por um ano não resultou em "nenhum aumento estatisticamente significativo da alergia", disse o estudo, notando que três jovens que comiam amendoim e três que evitaram desenvolveram alergias entre cinco e seis anos.

"No geral, o estudo viu uma redução relativa de 74 por cento na prevalência de alergia a amendoim naqueles que consumiam amendoim em comparação com aqueles que evitaram". A alergia a amendoim foi muito mais comum (18,6 por cento) em crianças que evitaram amendoim durante o julgamento, do que aqueles que comiam amendoim (4,8 por cento).

Pedidos para mudança

A pesquisa LEAP levou a pedidos de mudança nas recomendações de alimentação para bebês. Até agora as autoridades pediram aos pais para evitar dar castanhas para bebês e crianças pequenas - particularmente aquelas com outras condições, como eczema - até a idade de dois ou três anos.

Uma em cada 13 crianças nos Estados Unidos (oito por cento) sofre de uma alergia alimentar, e os Centros dos Estados Unidos para Controle e Prevenção de Doenças disseram que as alergias alimentares em crianças aumentaram cerca de 50 por cento de 1997 a 2011, por razões que não são claras . A alergia a amendoim afeta uma em cada 50 crianças na Grã-Bretanha, e é uma preocupação crescente em partes da África e da Ásia também.

"No passado, havia a recomendação de que evitar qualquer ingestão era melhor, mas agora está claro de que esse paradigma tem de mudar", disse Punita Ponda, assistente-chefe da Divisão de Alergia e Imunologia no instituto Northwell de Saúde em Great Neck, Nova York.

"Estamos apenas começando a ter relatórios de estudos como este que dão aos alergistas alguns dados cientificamente fundamentados para usar quando fazem recomendações", acrescentou Ponda, que não esteve envolvido no estudo.

Os especialistas concordam que muitas perguntas ainda precisam ser respondidas antes que os pais possam saber como ajustar os hábitos alimentares de seus filhos para coincidir com a ciência mais recente, e que o conselho de um médico deve ser procurado no mesmo período.

"Por exemplo, quais são as quantidades corretas de alimentos necessários para induzir tolerância, e qual é a idade em que é tarde demais para induzir tolerância?" disse Barry Kay, professor emérito de alergia e imunologia clínica no Imperial College London.

"Então, não tentem isso em casa", disse.

Cientistas ficaram surpresos ao descobrir que as células cancerígenas de uma tênia foram transmitidas para um ser humano, cujo intestino delgado foi infectado pelo parasita - um caso inédito e julgado muito raro.

"Ficamos surpresos quando descobrimos este novo tipo de doença: uma tênia que crescia dentro de uma pessoa teve câncer e esse câncer contagiou a pessoa, que desenvolveu tumores", disse o pesquisador Atis Muehlenbachs, um dos autores do estudo publicado nesta quarta-feira pelo jornal especializado New England Journal of Medicine (NEJM).

"Acreditamos que este tipo de fenômeno é raro", agregou o patologista do centro norte-americano para controle e prevenção de doenças(CDC).

O pesquisador estima que podem haver mais casos, principalmente nas pessoas infectadas pelo vírus HIV, cujo sistema imunológico está fragilizado.

A tênia é o parasita mais frequente nos seres humanos. É detectado em cerca de 75 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento e especialmente entre as crianças. Geralmente não apresenta sintomas.

A vítima deste raro caso de transmissão de câncer é um colombiano de 41 anos portador do vírus HIV. Morreu com tumores no pulmão e nos gânglios linfáticos pouco após ser diagnosticado, em 2013.

Mediante a análise de tecidos tumorais, os pesquisadores diagnosticaram as lesões incomuns para um câncer humano. Os testes iniciais mostravam que não se tratavam de células cancerígenas humanas, pois tinham um tamanho dez vezes menor.

Após uma série de análises, os pesquisadores descobriram que o DNA das células apareciam numa tênia anã.

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