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O número de localidades atingidas por óleo continua aumentando e chegou a 998, segundo balanço divulgado na sexta-feira (3), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Praias, mangues, rios e áreas de proteção ambiental de ao menos 130 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.

O balanço também indica que 471 localidades ainda têm fragmentos da substância e 527 são consideradas "limpas". Para o Ibama, uma localidade equivale a uma área de até um quilômetro de extensão.

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Embora o petróleo não seja mais encontrado em grandes manchas, a presença de pequenas partículas da substância exige um trabalho de mais difícil remoção e também tem impacto no meio ambiente, principalmente à fauna.

Dentre os locais ainda com óleo, cerca de 30 ficam na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com cerca de 120 quilômetros de praias e mangues.

Em relação à fauna, ao menos 159 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (105) e aves (39).

A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.

Ao todo, foram retiradas mais de 4,5 mil toneladas de petróleo e itens contaminadas com o óleo, tais como baldes e equipamentos de proteção.

"Aqui foi o primeiro lugar que apareceu. Tenho na memória o cheiro forte daquele líquido preto, que não sabíamos o que era. Os turistas saindo do mar com os corpos pretos", lembra Irenilze Paixão, coordenadora da Defesa Civil de Conde (PB), sobre a chegada da primeira das manchas de petróleo cru na costa brasileira, em 30 de agosto. Quatro meses depois, nesta segunda-feira (30), ainda havia novos registros de petróleo cru - e há possibilidade de mais avistamentos até março -, mas o balanço é de que a maior parte das praias está limpa, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos 980 localidades de 129 municípios foram atingidas em 11 Estados até agora, incluindo praias, rios, ilhas, manguezais e áreas de proteção ambiental permanente. Mas o problema vem diminuindo: só em dois locais há manchas, com mais de 10% da praia contaminada. Do total, pouco mais de metade (507) é considerada "limpa" e outra grande parte (471) só tem 10% de contaminação, conforme balanço do dia 28 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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Após dois meses, o petróleo cru voltou a poluir o litoral norte do Ceará. Os registros desta segunda foram as praias de Caetanos de Cima, no município de Amontada, e de Apiques, em Itapipoca, no litoral norte cearense, segundo a Marinha. Para o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Luis Ernesto Bezerra, um efeito chamado swell pode ter sido a causa. "Esse óleo continua no mar e ondas um pouco mais fortes, criadas por ventos mais fortes, acabam trazendo de volta o óleo que estava em alto-mar", explica. Outra hipótese levantada pelo especialista é de que ainda pode haver óleo no fundo do mar, e as ondas mais fortes trazem a substância.

A Secretaria de Meio Ambiente também considera essas possibilidades - com os ventos fortes, pode haver reaparecimento de óleo no Ceará até março.

Até agora, 22 toneladas de resíduos oleados foram recolhidas em 29 praias de 16 municípios cearenses. O mesmo se vê em outros Estados: na última semana, 30 quilos foram retirados da Praia de Tambaba, localizada em área de preservação ambiental e atrativo turístico de Pernambuco. Ele ainda está nas pedras.

"A sensação que tenho é de que o óleo é uma assombração, sabe? Continuamos fazendo o trabalho de vistoria nas praias, retirando os resquícios que aparecem com a maré", desabafa Irenilze, de Conde.

A taxa de ocupação dos hotéis e pousadas no município diminuiu 15% em relação ao mesmo período do ano passado. E o impacto ambiental também afeta o comércio local, restaurantes e as empresas de passeios náuticos. Na Associação dos Pescadores da Praia do Amor, Antônio Jerônimo dos Santos, de 60 anos, diz que está "cismado". "Moro aqui há 35 anos e nunca tinha visto isso", afirma.

O pescador Felipe Montenegro, de 26 anos, lembra que ainda tem óleo colado no convés "É uma tristeza tudo isso. Ficamos assustados, mas agora acredito que vai melhorar."

Banhistas

Amostras da águas das praias paraibanas atingidas pelas manchas não apontaram contaminação por petróleo, segundo avaliação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Segundo o governo da Paraíba, o óleo não afeta a balneabilidade

Embora o balanço mais recente aponte a presença de óleo em 473 localidades (cada localidade equivale a até um quilômetro de extensão), não há uma lista específica de praias não adequadas para o banho. Com manchas em Abrolhos e na Praia de Cumuruxatiba e fragmentos em 223 localidades, a Bahia apenas não recomenda que banhistas toquem ou recolham petróleo e avisem as autoridades (incluindo casos de animais oleados). Já em Alagoas, o governo diz que o óleo em praias como Japaratinga e outras 55 é antigo e ainda não foi completamente retirado por exigir uma busca mais "refinada" pelas prefeituras. (Com colaboração de Priscila Mengue, Leonardo Augusto e Lôrrane Mendonça, especiais para o Estado).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Manchas de óleo voltaram a aparecer em praia do litoral do Ceará entre a noite de ontem (29) e a manhã de hoje (30). A informação foi confirmada pelo Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), que acompanha o vazamento de óleo nas praias do Nordeste e Sudeste desde o fim de agosto. De acordo com o GAA, foram encontrados resíduos de óleo na praia de Caetanos de Cima, no município de Amontada, e na praia de Apiques, localizada em Itapipoca, ambas no litoral Oeste do Ceará.

Desde outubro a ocorrência de manchas não era registrada no litoral cearense. De acordo com o GAA, formado pela Marinha, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Petróleo (ANP), amostras do material estão sendo enviadas para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) a fim de identificar o tipo de óleo.

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"Participam do recolhimento dos vestígios de óleo militares da MB [Marinha do Brasil], membros do Ibama, da Defesa Civil e voluntários, sob coordenação do GAA. Mais militares estão sendo mobilizados para limpeza das áreas não habitadas das praias", informou o grupo em nota.

O mais recente levantamento do Ibama, divulgado na última sexta-feira (27), mostra que o óleo atingiu 980 pontos, em todos os nove estados do Nordeste, além de praias nos estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro.

Após o vazamento de óleo que atingiu praias de Pernambuco em outubro deste ano, o Governo do Estado anunciou, nesta segunda-feira (30), que é seguro comer peixes e frutos do mar do litoral pernambucano.

A gestão recebeu o relatório final das análises dos pescados coletados nas regiões atingidas - realizado em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) - e o exame confirma a segurança para o consumo de todas as espécies de pescados analisadas, que contemplam 17 tipos de peixes (ariocó, bagre, boca torta, budião, cação preto, carapeba, cavala, cioba, coró, guaiuba, manjuba, sapuruna, sauna, saramunete, serra, tainha e xaréu), duas espécies de camarão (camarão rosinha e sete barbas), além de siri, aratu, ostra, marisco e sururu.

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Essa análise também libera o consumo dos peixes xaréu e sapuruna, que em um primeiro tiveram, por segurança, a recomendação de suspensão temporária do consumo.

Ao todo já foram analisadas 150 amostras de peixes e frutos do mar. “As novas amostras dos peixes xaréu e sapuruna – coletadas nos mesmos locais das anteriores que tinham apresentado níveis de HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) um pouco acima do limite definido pela Anvisa – desta vez apresentaram índices seguros para o consumo. Os laudos nos dão segurança para dizer aos pernambucanos que nossos pescados estão seguros”, explica o secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Dilson Peixoto.

O trabalho de coleta e análise dos pescados integra o plano de ação do Governo de Pernambuco para avaliar e monitorar o impacto do derramamento de óleo no litoral do Estado, tanto em relação à qualidade da água nas praias como em relação ao consumo dos pescados. Os lotes analisados foram coletados diretamente com pescadores artesanais em dez localidades do litoral do Estado, incluindo praias e estuários: Cabo de Santo Agostinho, Canal de Santa Cruz, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, São José da Coroa Grande, Sirinhaém e Tamandaré, Pina e Ilha de Deus. Os locais e as espécies foram definidos pelo grupo técnico formado por professores da UFRPE, UFPE e extensionistas do IPA.

De acordo com o secretário Dilson Peixoto, o Governo de Pernambuco vai continuar acompanhando a situação da pesca artesanal em Pernambuco. “Vamos continuar acompanhando a recuperação da pesca artesanal e divulgando o resultado das análises, como fizemos com o trade turístico. As pessoas já estão voltando a comprar nossos peixes, crustáceos e mariscos e em breve a situação estará normalizada”, avaliou.

*Da assessoria de imprensa

Uma semana antes de a Polícia Federal deflagrar a Operação Mácula no dia 1º de novembro, que apontava o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pela mancha de derramamento de óleo avistada no litoral, o Ibama já havia rejeitado as imagens que dão base à prova da PF, por saber que não se tratava de uma mancha de óleo.

A revelação foi feita pelo coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) do Ibama, Pedro Alberto Bignelli. Em declarações dadas à CPI do Óleo, durante audiência na Câmara, o técnico especializado em análise de imagens de sensoriamento afirmou que as imagens chegaram a ser levadas ao Ibama em outubro, pela empresa Hex Tecnologias Geoespaciais. O material, segundo Bignelli, foi exposto ao Ibama como parte de uma oferta comercial de serviço. A Hex mantém, desde março, contrato com o Ibama para análise de imagens por satélite, mas se trata de serviço sob demanda - a Hex ganha quando presta o serviço.

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Ao ver as imagens que a Hex apresentou, Bignelli disse que o material já apresentava características básicas de que não se tratava de petróleo, como a coloração. A ausência de dados técnicos básicos, disse ele, levou o Ibama a rejeitar o material como prova da origem do óleo. Uma semana depois, porém, a PF deflagrou a operação com base nessas mesmas imagens, as quais foram cedidas gratuitamente pela Hex às investigações. Os investigadores teriam alegado que, além das imagens, teriam outras evidências.

"Vendo as imagens, eu, como técnico, não me senti confortável em assumir aquele relatório como verdadeiro", disse Bignelli. A operação da PF apontava o navio grego Bouboulina, da empresa Delta Tankers, como o autor do derramamento. A declaração contradiz o que afirmou, no mês passado, o presidente da Hex, Leonardo Barros. Ao Estado, o executivo comentou que tinha decidido ceder as imagens à PF porque não tinha sido acionado pelo Ibama nem pelo Ministério do Meio Ambiente.

Deflagrada a operação da PF, o Ibama fez laudo técnico próprio sobre as supostas provas e concluiu que, na realidade, se tratava de clorofila. A Marinha, que centraliza os trabalhos de investigação, chegou a dizer, na semana passada, que o Bouboulina ainda faria parte dos trabalhos das investigações. Já a Delta Tankers rejeita ligações com o crime ambiental. Procuradas, a Hex, a Marinha e a PF não se manifestaram até a publicação desta matéria. As causas do derramamento de óleo ainda são desconhecidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a origem do derramamento de petróleo no litoral brasileiro estaria a milhares de quilômetros da costa do País. Mais precisamente as avaliações indicam que o óleo teria se deslocado da região sul do mar da África, em abril, até chegar à costa brasileira, em setembro.

Essa hipótese refuta completamente a linha mais recente de investigações divulgadas pela Marinha e pela Polícia Federal, que apontaram, como principal suspeito pela tragédia, o navio Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers. No início de novembro, o Ministério da Defesa, a Marinha e a PF declararam que, por meio de geointeligência, haviam identificado uma imagem de satélite do dia 29 de julho relacionada a uma mancha de óleo a 733,2 quilômetros da costa brasileira, na região leste do Estado da Paraíba. De um dia para o outro, essa mancha teria aparecido, na região por onde o navio passava.

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A Delta Tankers negou qualquer tipo de incidente com a embarcação e se prontificou a auxiliar nas investigações. Nesta semana, a Marinha evitou falar sobre o assunto em audiência na CPI do Óleo, instalada na Câmara dos Deputados.

A nova hipótese de que o local de origem seria o mar na região sul da África é detalhada por Ronald Buss de Souza, pesquisador do Inpe que atua no Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) da crise do óleo. Oceanógrafo, Souza é chefe de gabinete e diretor substituto do Inpe. Segundo o especialista, modelos estatísticos que levam em consideração situações tecnicamente reconhecidas sobre as correntes marítimas, vento e ondas indicam que o óleo, que efetivamente chegou ao litoral de forma submersa, teria como origem a região sul da África. O pesquisador, no entanto, não detalhou se seria um acidente com embarcações ou um vazamento.

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O Inpe considera ainda que, apesar de não terem surgido novas manchas no litoral brasileiro, há o risco de que parte do óleo ainda possa estar estocada no fundo do mar, presa a sedimentos. "A gente tem uma hipótese principal de que esse derrame aconteceu a partir de abril deste ano, e as manchas só chegaram ao País, em subsuperfície, de maneira difícil de ser detectada através de imagem de satélite, em setembro", comentou Ronald Buss de Souza, que participou da reunião da CPI do Óleo, na quarta-feira.

A Marinha tem reafirmado que o óleo seria uma mistura de petróleo com origem em poços da Venezuela. Passados mais de cem dias desde a primeira ocorrência do derramamento no litoral da Paraíba, em 30 de agosto, uma faixa de 3,6 mil quilômetros do litoral já foi atingida pelo óleo. São 942 localidades de 129 municípios nas Regiões Nordeste e Sudeste. O levantamento das ações feitas por Marinha, Ibama e demais órgãos que atuam na retirada do petróleo cru aponta que 5 mil toneladas de óleo já foram coletadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de localidades atingidas por óleo continua aumentando e chegou a 900, segundo balanço divulgado no domingo, 8, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Praias, mangues, rios e áreas de proteção ambiental de ao menos 127 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.

O balanço também indica que 23 localidades ainda estão com manchas de óleo (isto é, com mais de 10% de contaminação), outras 518 têm fragmentos da substância e 359 são consideradas "limpas". Dentre os locais ainda com óleo, mais de 40 ficam na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com cerca de 120 km de praias e mangues.

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O óleo está distribuído da seguinte forma: Maranhão (24 localidades), Piauí (12), Ceará (8), Rio Grande do Norte (10), Paraíba (4), Pernambuco (22), Alagoas (87), Sergipe (60), Bahia (237), Espírito Santo (75) e Rio de Janeiro (2).

Em relação à fauna, ao menos 155 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (102) e aves (38). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).

Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.

A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.

Três meses depois do desastre ambiental causado com o derramamento de óleo no Nordeste, as análises dos pescados e frutos do mar de Pernambuco atestaram a segurança do consumo desses alimentos. As exceções são o xaréu e a sapuruna, que apresentaram níveis de toxicidade equivalentes ou superiores aos determinados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As análises foram realizadas pelo Governo de Pernambuco, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal de Pernambuco (UGPE) e a Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Até o momento, 55 amostras das 94 enviadas a PUC foram examinadas.

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Segundo a professora do Departamento de Biologia da UFRPE, Karine Magalhães, coordenadora da equipe técnica do grupo de trabalho de análise dos pescados, em relação às duas espécies que apresentaram índices superiores aos estabelecidos pela Anvisa, serão realizadas novas coletas nas proximidades da Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, local onde os peixes contaminados foram pescados. 

"Essa contaminação pode ter sido pontual. Nesse caso, a indicação é voltar para essas localidades, coletar novas amostras para realizar novas análises e avaliar a evolução do quadro", explica Karine. A professora salienta que a expectativa é que o próprio metabolismo desses peixes se livrem das contaminações provocadas pelo petróleo. O tempo para isso depende de cada espécie. 

As amostras envolvem todas as colônias do litoral de Pernambuco onde os principais peixes consumidos no estado são pescados. As novas análises devem ser divulgadas ainda neste mês de dezembro.

Confira as espécies marinhas analisadas: Ariocó, Boca Torta, Budião, Carapeba, Cavala, Cioba, Coró, Manjuba, Sapuruna, Saramunete, Serra, Tainha, Xaréu, Camarão Rosinha, Camarão Sete Barbas, Marisco, Ostra e Sururu.

A Marinha informou nesta sexta-feira, 29, que considera estabilizada a crise pelo avanço do óleo sobre o litoral brasileiro e deve enviar de volta ao Rio de Janeiro, a partir de 20 de dezembro, tropas que reforçam o combate ao desastre ambiental.

"Basicamente o que toca a praia hoje são vestígios (das manchas de óleo). A quantidade é pequena. O que nos leva a falar que estamos vivendo período de estabilização", disse o coordenador operacional do grupo de acompanhamento e avaliação da Marinha, almirante Marcelo Francisco Campos.

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Em 20 de dezembro próximo começará a segunda fase da Operação Amazônia Azul, com foco em ações de manutenção e controle, conduzidas por equipes locais da Marinha e agentes de Estados e municípios. As equipes do Rio, no entanto, devem seguir em alerta para retornar às praias em casos de emergências.

"Diria que situação hoje é controlada, maior parte das áreas atingidas hoje estão limpas. E quantidade de óleo que tem aparecido, é cada vez menor", afirmou Campos. Com a decisão de desmobilizar tropas, devem retornar ao Rio os dois maiores navios da Marinha: o Bahia e o Atlântico.

No começo de 2020, a Marinha deve começar a 3ª fase da operação Amazônia Azul, com ações de monitoramento nas praias. O governo usará equipes da "Operação Aspirantex", com agentes da esquadra brasileira, e da tradicional Operação Verão, que fará ações de prevenção da poluição hídrica. Nesta fase serão mobilizados 5 mil funcionários militares e civis.

Segundo o almirante Campos, há 19 dias não são encontradas manchas no mar. Na última semana, 99% das ocorrências são de vestígios do óleo, afirmou. O militar não descartou, porém, o retorno de grande volume de óleo às praias. "Em face do ineditismo dessa grave ocorrência, estamos nos preparando para tudo", disse.

Segundo Marcelo Amorim, do Ibama, a "área de interesse" das ações de combate ao óleo se estende por 4 mil quilômetros, sendo que em 800 quilômetros houve pontos atingidos.

O almirante Campos disse que segue como "uma das hipóteses" que o olho tenha sido derramado pelo navio grego Bouboulina. "Estamos até analisando naufrágios da época da 2ª guerra. Mas o mais provável é o trânsito de embarcações com derramamento desse óleo acidentalmente ou não", disse.

O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo continua aumentando e chegou a 803, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 126 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.

O balanço também indica que 28 localidades ainda estão com manchas de óleo, outras 456 têm fragmentos da substância e 319 são consideradas "limpas". Os pontos com mais de 10% de contaminação estão exclusivamente em Alagoas (6), na Bahia (15), no Piauí (2), em Pernambuco (1) e no Sergipe (4).

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Dentre os locais ainda com óleo, ao menos 34 ficam na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com cerca de 120 quilômetros de praias e mangues em Pernambuco e Alagoas.

Por unidade federativa, as localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (217), Sergipe (71), Alagoas (51), Pernambuco (22), Rio Grande do Norte (13), Espírito Santo (78), Ceará (7), Maranhão (10), Paraíba (2), Piauí (12) e Rio de Janeiro (1).

Segundo o Ibama, o conceito de "localidade" utilizado no mapeamento "se restringe a uma área de 1 quilômetro ao longo da costa", isto é, uma praia com 10 quilômetros de extensão possui 10 localidades.

Em relação à fauna, ao menos 147 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (100) e aves (33). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).

Na Praia do Janga, em Paulista (PE), o Estado chegou a encontrar algumas dezenas de peixes mortos junto a uma grande mancha em outubro. Além disso, o material já foi encontrado em regiões de corais.

Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.

A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.

Ao todo, foram retiradas mais de 4,5 mil toneladas de petróleo e itens contaminadas com o óleo, tais como baldes e equipamentos de proteção.

O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo continua aumentando e chegou a 779, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (26), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 124 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.

O balanço também indica que 23 localidades ainda estão com manchas de óleo, outras 446 têm fragmentos da substância e 310 são consideradas "limpas". Os pontos com mais de 10% de contaminação estão exclusivamente em Alagoas (6), na Bahia (13), no Piauí (1) e no Sergipe (3).

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Dentre os locais ainda com óleo, ao menos 33 ficam na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com cerca de 120 quilômetros de praias e mangues em Pernambuco e Alagoas.

Por unidade federativa, as localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (214), Sergipe (60), Alagoas (50), Pernambuco (21), Rio Grande do Norte (12), Espírito Santo (83), Ceará (7), Maranhão (9), Paraíba (1), Piauí (11) e Rio de Janeiro (1).

Segundo o Ibama, o conceito de "localidade" utilizado no mapeamento "se restringe a uma área de 1 quilômetro ao longo da costa", isto é, uma praia com 10 quilômetros de extensão possui 10 localidades.

"Há 16 dias não são encontradas manchas de óleo no mar e, na última semana, 99% das ocorrências correspondem a vestígios de óleo nas praias atingidas", diz nota divulgada pela Marinha na segunda-feira, 25.

Em relação à fauna, ao menos 143 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (98) e aves (31). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).

Na Praia do Janga, em Paulista (PE), o Estado chegou a encontrar algumas dezenas de peixes mortos junto a uma grande mancha em outubro. Além disso, o material já foi encontrado em regiões de corais.

Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.

A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.

Ao todo, foram retiradas mais de 4,5 mil toneladas de petróleo e itens contaminadas com o óleo, tais como baldes e equipamentos de proteção.

A Marinha do Brasil confirmou na manhã desta terça-feira, 26, que os fragmentos de óleo encontrados na praia de Santa Clara, em São Francisco do Itabapoana, norte do Estado do Rio, são idênticos aos detectados no vazamento de óleo que atingiu o litoral do Nordeste. O mesmo óleo já havia sido detectado em São João da Barra, também no norte fluminense.

Mais óleo já foi recolhido também na praia de Guriri, em São Francisco do Itabapoana; na praia do Barreto, em Macaé; e no Canal das Flechas, em Quissamã. Essas amostras, no entanto, ainda não foram analisadas. Até agora o Instituto de Estudo do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) analisou somente o matéria da praia de Santa Clara.

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Desde o início da primeira ocorrência de vazamento de óleo, foram atingidas 772 localidades. Ainda não há conclusões sobre o navio responsável pelo vazamento nem quanto óleo ainda pode estar no mar.

O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo continua aumentando e chegou a 772, segundo balanço divulgado na segunda-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 124 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.

O balanço também indica que 21 localidades ainda estão com manchas de óleo, outras 455 têm fragmentos da substância e 296 são consideradas "limpas". Os pontos com mais de 10% de contaminação estão exclusivamente em Alagoas (5), na Bahia (12), no Piauí (1) e no Sergipe (3).

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Dentre os locais ainda com óleo, 34 ficam na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com cerca de 120 quilômetros de praias e mangues em Pernambuco e Alagoas.

Por Unidade Federativa, as localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (213), Sergipe (65), Alagoas (49), Pernambuco (21), Rio Grande do Norte (15), Espírito Santo (85), Ceará (7), Maranhão (9), Paraíba (1) e Piauí (11).

Segundo o Ibama, o conceito de "localidade" utilizado no mapeamento "se restringe a uma área de um quilômetro ao longo da costa", isto é, uma praia com 10 quilômetros de extensão possui 10 localidades.

"Desde o início da primeira ocorrência de óleo, 772 localidades foram atingidas, em algum momento. Há 16 dias não são encontradas manchas de óleo no mar e, na última semana, 99% das ocorrências correspondem a vestígios de óleo nas praias atingidas", diz nota divulgada pela Marinha.

Em relação à fauna, ao menos 143 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (98) e aves (31). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).

Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.

A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.

Ao todo, foram retiradas mais de 4,5 mil toneladas de petróleo e itens contaminadas com o óleo, tais como baldes e equipamentos de proteção.

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Para conter óleo e resíduos despejados no mar, a rede australiana de barbearias Grand Royal resolveu usar o cabelo de seus clientes para confeccionar barreiras ecológicas de contenção artesanais. A iniciativa se deu após uma parceria feita com a Universidade de Tecnologia de Sydney e a entidade Sustainable Salons - 'Salões sustentáveis'.

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A grande quantidade de cabelo que iria parar no lixo dos salões é recolhida e envolvida em um tecido. A estrutura do instrumento cria uma barreira física e absorve o óleo derramado.

A Sustainable Salons coleta até 95% das lixeiras de salões e redireciona o material para reciclagem. Todo valor ganho com a reciclagem é doada a organizações sociais dedicadas a alimentar pessoas em condição vulnerável.

Desde o fim de agosto, um derramamento criminoso de óleo cru atingiu mais de 770 localidades do Litoral brasileiro, sobretudo na região Nordeste. O impacto sem precedentes contaminou o ambiente marinho ainda não foi solucionado pelas autoridades competentes.

O Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), criado para acompanhar a crise gerada pela mancha de óleo derramada na costa brasileira, informou, em nota, que algumas empresas dos estados do nordeste estão recebendo os resíduos do óleo recolhidos para dar uma destinação adequada.

“As fábricas de cimento Votorantim, em Sergipe e Ceará; Apodi, no Ceará; Intercement e CTR-Resíduos, na Bahia; e Mizu, no Rio Grande do Norte, estão recebendo os resíduos de óleo recolhidos nas regiões atingidas, colaborando com as ações do GAA na destinação final do material oleoso”, disse a nota. O GAA é formado pela Marinha, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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O GAA informou ainda que os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe estão com a destinação final dos resíduos oleosos direcionada a fábricas de cimento ou aterro industrial, ambientalmente adequados.

Ainda segundo a nota, os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará estão com as praias limpas. No entanto, amostras de óleo encontradas no último fim de semana em praias do Rio de Janeiro foram recolhidas e enviadas para análise.

Foram recolhidas amostras nas praias de Santa Clara e Guriri, no município de São Francisco de Itabapoana; e na praia do Barreto, em Macaé-RJ. Já no canal das flechas, em Quissamã, foi recolhido, aproximadamente, 1 quilo de resíduo de óleo.

Segundo informações do GAA, desde quando o óleo se espalhou pela costa brasileira, no início de setembro, 722 localidades foram atingidas. O grupo de acompanhamento orienta às pessoas que avistarem óleo nas praias a ligarem para o número 185.

As praias do Sudeste brasileiro estavam, nesta segunda-feira (25), livres das manchas de óleo que se espalham pelo litoral brasileiro desde agosto, segundo balanço divulgado no início da noite pela força-tarefa de órgãos federais que monitora a situação.

Atualmente, oito localidades em quatro Estados permanecem com vestígios de óleo, com ações de limpeza em andamento: Araioses, no Maranhão; Barreiros, em Pernambuco; Japaratinga, Barra de São Miguel, Feliz Deserto, Maragogi e Roteiro, em Alagoas; e Cairu, na Bahia.

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Já tiveram registro de óleo e estavam limpas as praias dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe.

Desde o início das ocorrências, em 30 de agosto, na Paraíba, 772 localidades foram atingidas no Nordeste e no Sudeste. Segundo a nota da força-tarefa, há 16 dias não são encontradas manchas de óleo no mar e, na última semana, 99% das ocorrências correspondem a vestígios de óleo nas praias atingidas.

Um estudo feito pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) apontou redução de quase 66% no número de invertebrados bentônicos vivos (como corais, moluscos, crustáceos, polvos e lagostas) em quatro praias do litoral do Bahia, após o derramamento de óleo na costa, neste segundo semestre. Os corais foram as espécies mais afetadas até agora.

Os dados do trabalho foram apresentados ontem. Os pesquisadores compararam as informações de abril e de outubro de quatro praias (Forte, Itacimirim, Guarajuba e Abaí), em uma área de 140 metros quadrados. A quantidade média de indivíduos caiu de 446 para 151. Ainda conforme a pesquisa, houve queda no número de espécies - de 88 para 47.

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Branqueamento

As espécies mais afetadas foram os corais, que branquearam mais do que o normal. Desde 1995, quando o instituto da UFBA começou a acompanhar os recifes nas quatro praias, a taxa anual de branqueamento ficava entre 5% e 6%. Agora, o porcentual aumentou para 51,92%.

A cor dos corais é um fator para atestar a saúde dos invertebrados. O branqueamento pode levar à morte ou enfraquecer a estrutura reprodutiva das espécies.

O fenômeno pode aumentar, em condições naturais, se houver crescimento na temperatura da água ou aumento na incidência de radiação solar sobre os corais. Como não foi detectada nenhuma mudança considerável nesses fatores, a presença do óleo foi apontada como explicação para o fenômeno.

A possível perda de biodiversidade terá impacto na cadeia alimentar, segundo Francisco Kelmo, coordenador do estudo. "Esses números indicam que houve perda de patrimônio natural, redução no número de animais, na diversidade e aumento das doenças/mortalidade nos corais. Assim, compromete a cadeia alimentar, causa desequilíbrio", aponta o estudo.

Um dos ingredientes para a situação é o fato de que o óleo chegou às praias no início de outubro, justamente no período reprodutivo dos animais. Entre os tipos perdidos estão crustáceos e moluscos - polvos e lagostas estão no grupo e são os mais pescados e consumidos na região, segundo o professor.

Para Kelmo, o ecossistema deve levar de 10 a 20 anos para conseguir se recuperar naturalmente, caso não haja novos desastres. "Esse fantasma do óleo vai nos assustar por muito tempo", disse.

Consumo

Indagado sobre o perigo de consumo de animais pescados, o professor lembrou que análises recentes feitas pelo governo federal não apontaram riscos de contaminação por ingestão. Mas ponderou que o óleo consumido pelas espécies tem substâncias cancerígenas.

Kelmo foi autor de um estudo que mostrou vestígios de óleo nos aparelhos digestivo e respiratório de 50 animais. Procurado para comentar a pesquisa, o Ministério do Meio Ambiente informou que não poderia se posicionar ontem.

O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo continua aumentando e chegou a 764, segundo balanço divulgado no domingo (24) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 124 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde o dia 30 de agosto.

O balanço também indica que 21 localidades ainda estão com manchas de óleo, outras 459 têm fragmentos da substância e 284 são consideradas "limpas". Os pontos com mais de 10% de contaminação estão exclusivamente em Alagoas (4), na Bahia (13), em Pernambuco (1) e no Sergipe (3).

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Dentre os locais ainda com óleo, 34 ficam na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com cerca de 120 quilômetros de praias e mangues em Pernambuco e Alagoas.

Por Unidade Federativa, as localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (215), Sergipe (68), Alagoas (46), Pernambuco (20), Rio Grande do Norte (14), Espírito Santo (89), Ceará (7), Maranhão (8), Paraíba (1), Piauí (11) e Rio de Janeiro (1).

Segundo o Ibama, o conceito de "localidade" utilizado no mapeamento "se restringe a uma área de um quilômetro ao longo da costa", isto é, uma praia com 10 quilômetros de extensão possui 10 localidades.

O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que avalia a necessidade de interdição da Praia de Grussaí, em São João da Barra, no litoral norte fluminense, onde foram detectados fragmentos de óleo. Segundo o MP, que instaurou um procedimento administrativo para acompanhar o avanço da mancha, a medida visa proteger banhistas e a população local do risco de contaminação.

A necessidade de interdição será avaliada pela 2ª Promotoria de Justiça de São João da Barra, junto à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e à Defesa Civil.

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Em nota divulgada hoje (23), o Grupo de Acompanhamento e Avaliação do desastre, formado pela Marinha do Brasil e Agência Nacional de Petróleo e IBAMA, confirmou que, na sexta-feira, cerca de 300 gramas de pequenos fragmentos de óleo foram removidos da Praia de Grussaí.

De acordo com o comunicado, o material foi analisado pelo Instituto de Estudo do Mar Almirante Paulo Moreira e constatado como compatível com o óleo encontrado no litoral da região Nordeste e Espírito Santo.

As manchas começaram a atingir o litoral brasileiro pelas praias do Nordeste, no final de agosto. Neste mês, o óleo avançou para as praias do Sudeste, pelo Espírito Santo, chegando, agora, ao litoral fluminense.

O derramamento de óleo que atingiu o litoral do Nordeste e do Espírito Santo chegou ao Rio de Janeiro. O Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha do Brasil (MB), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), informou por nota, neste sábado (23), que sexta-feira (22) pequenos fragmentos do material - cerca de 300 gramas - foram detectados e removidos na Praia de Grussaí, em São João da Barra, no litoral norte fluminense.

"O material foi analisado pelo Instituto de Estudo do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e constatado como compatível com o óleo encontrado no litoral da região Nordeste e Espírito Santo", afirmou o grupo no texto.

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"Um grupamento de militares da MB já se encontra no local efetuando monitoramento e limpeza. Servidores do Ibama se juntarão a essa equipe no dia de hoje sábado, 23."

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