A um dia do amistoso contra a Austrália, o técnico Luiz Felipe Scolari ainda não fechou o time titular. Segundo ele, dificilmente Oscar entrará em campo e ele ainda não decidiu sobre quem substituirá Hulk. O jogo será realizado neste sábado (7), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
"Oscar dificilmente terá condições de jogo, mas não posso cortá-lo definitivamente", disse ele em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (6). No treino dessa quinta (5), o meio-campo pisou em falso e precisou deixar o treino amparado pelo ortopedista Rodrigo Lamar e pelo massagista Deni.
##RECOMENDA##
Sobre a vaga deixada por Hulk, Felipão pretende fazer mais observações no treino do Centro de Capacitação Física do Corpo de Bombeiros, à tarde. "Posso colocar dois centro-avantes, colocar Pato e Jô mudando um pouco as características de jogo. Ainda não decidi. Até amanhã a gente define", despistou ele, sem confirmar o time titular.
Há também a possibilidade de Ramires assumir a vaga de Hulk. "Ramires sabe como jogar como terceiro homem. "Ele sabe jogar nessa função, sabe entrar na área, se movimenta muito bem. Com características um pouco diferentes do Oscar, mas isso ajuda em determinadas situações", explicou.
Copa
"O que é quero é uma equipe equilibrada, em todos os sentidos", frisou Felipão, sobre o elenco para a Copa do Mundo 2014. "Eu não tenho uma equipe experiente em mundiais. Então, com a minha experiência e a de Parreira, vamos passar essa ideia de como se portar, saber que pode vencer os adversários, para que eles saibam que podemos levar o título se focarmos no trabalho".
Sobre a convocação definitiva, o técnico espera fechar a lista até dezembro. "Não tenho um grupo fechado. Tem uns 17 ou 18 que eu imagino que não será necessário trocar porque eles me dão aquilo que eu desejo. Mas ainda busco uns dois, três ou quatro para completar a lista de 23". Segundo ele, nos próximos amistosos, ele poderá fazer alterações para testar mais alguns jogadores. "Preciso observá-los para ver se são melhores do que os que tenho aqui ou tem a mesma qualidade, ou são piores. Eu ainda tenho essa chance de avaliar".
Os que estão jogando atualmente pela seleção ouvem sempre do técnico que ninguém tem lugar cativo. "Eles sabem que tem que se dedicar no treinamento e no jogo. Eu não quero 11, mas quero 23 que eu possa colocar e não ter dúvida".
Sobre a preparação psicológica do elenco, Felipão diz que a estratégia é impedir o pensamento de "já ganhamos". "Depois que ganhamos da Espanha na Copa das Confederações, o Parreira deu exemplo de 1997, que também levamos o título, mas no ano seguinte perdemos a Copa. Ganhamos, mas encerrou ali. Ganhamos, mas para Copa isso não quer dizer nada", salientou. Para ele, os jogadores já estão acostumados e sabem lidar com a pressão. "Isso é normal. Nos clubes, eles também são pressionados para ganhar o título. O que temos que pensar é que nós vamos ganhar e ponto", completou.
Manifestação
Neste sábado (7), vários grupos usam as redes sociais para marcar uma manifestação nos arredores do Estádio Mané Garrincha, onde o Brasil enfrentará a Austrália, às 16h15. Felipão não quis comentar o assunto, mas espera contar com o apoio da torcida, assim como ocorreu na abertura da Copa das Confederações, no jogo contra o Japão.
"Durante o hino nacional e também durante o jogo, as pessoas estão demonstrando carinho. Fora de campo nunca tivemos problema porque as pessoas sabem que estamos aqui para fazer o nosso trabalho". Ele não acredita em brigas nas arquibancadas. "No avião que nós viemos de São Paulo para Brasília, uma senhora que sentou ao meu lado perguntou se poderia ir ao estádio assistir ao jogo. Eu respondi: a senhora, a sua família, seus netos podem ir. Não tem problema algum. O público é diferente dos jogos normais. Para as autoridades o que eu digo é que leis existem, então apliquem".
40 jogos
O técnico Felipão está completando 40 jogos à frente da seleção, divididos em duas fases. Nessa segunda parte como técnico, o aproveitamento é de 70%. "No tempo em que eu estudava, nota sete passava sem fazer exame", brincou ele. "Claro que quero melhorar e chegar a 75% ou 80%. Seria maravilhoso".