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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quarta-feira, 21, que o governo ainda não definiu o nome de quem vai ocupar o Ministério da Segurança, a ser criado pelo presidente Michel Temer, mas disse acreditar que a definição pode acontecer ainda esta semana.

Padilha comentou ainda a conversa do presidente com integrantes do PTB e disse que foi sugestão de Temer que o Ministério do Trabalho continuasse com o interino Helton Yomura até a reforma ministerial e pediu que o PTB chegue a um nome de consenso para manter a pasta com a legenda.

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Segundo o ministro, Temer prepara uma reforma até abril - por conta da desincompatibilização de ministros que querem concorrer à eleição - mas vai buscar figuras que possam aproveitar os últimos meses de mandato para dar "grande visibilidade" às suas respectivas pastas.

Direitos Humanos

Padilha afirmou que conversou com a ex-ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois, e que ela compreendeu que não faz mais sentido ela representar o Brasil na 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em Genebra (Suíça). "O ato da autorização foi assinado antes de ela ter sido exonerada", afirmou.

Nesta quarta, no Diário Oficial da União, um decreto designava a ex-ministra para a viagem, com ônus pagos pelo governo. O ato era assinado pelo presidente Michel Temer e Gustavo do Vale Rocha, que agora comanda os Direitos Humanos. O período da viagem da ex-ministra seria de 24 de fevereiro a 2 de março. "Agora o ministério vai decidir quem representará o Brasil", disse Padilha.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu, nesta quarta-feira (29) um "projeto único de poder" dos partidos aliados para a eleição presidencial de 2018 e antecipou a saída do PSDB da equipe ao afirmar que o partido não faz mais parte da base de apoio do governo. Padilha disse que o presidente Michel Temer não tem "pretensão" de disputar um segundo mandato e está à procura de um candidato para defender o seu legado.

Um dia depois de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin - pré-candidato do PSDB à Presidência -, pregar o desembarque dos tucanos, o ministro adotou tom mais contundente. "O PSDB não está mais na base de sustentação do governo", disse Padilha. "O partido tem os seus interesses políticos, que está procurando preservar. Nós vamos fazer de tudo para manter um caminhar conjunto, com um projeto único de poder para 2018. Mas o PSDB já disse que vai sair da base no dia 9", argumentou ele, em uma referência à data da convenção do partido.

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Ao ser questionado se não haveria constrangimento com a presença de três ministros do PSDB na Esplanada, Padilha disse que Temer pode manter auxiliares tucanos em sua "cota pessoal". Mais tarde, à saída de um almoço da Frente Parlamentar de Comércio, Serviços e Empreendedorismo, o presidente fez sinal de negativo quando repórteres lhe perguntaram se o PSDB estava fora do governo.

Alckmin deverá assumir o comando do PSDB na convenção marcada para 9 de dezembro, na tentativa de unificar o partido. Suas primeiras declarações, no entanto, causaram extremo desconforto no Planalto. O governador disse que, se dependesse dele, o partido nem teria entrado na equipe de Temer, como sempre afirmara.

Foi por esse motivo que Padilha decidiu também elevar o tom. "Governar é gerir sob tensão. A tensão é permanente", disse ele. O ministro, porém, combinou o jogo antes com Temer, que se reuniu nesta quarta no fim do dia com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

A nova tática do governo em relação ao PSDB é conhecida como "morde e assopra", na qual o presidente aparece como o conciliador que articula uma "saída negociada" dos tucanos.

Até agora, apenas Bruno Araújo (PSDB) pediu demissão, entregando o comando do Ministério das Cidades, que passou para Alexandre Baldy, prestes a se filiar ao PP. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, permanecerá no cargo. O titular da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, tende a ser substituído pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), mas pode ser deslocado para outra função. Luislinda Valois (Direitos Humanos) deixará o Executivo.

O governo tenta formar uma frente de centro-direita, integrada por partidos como PMDB, DEM, PP, PR, PSD e PTB, não apenas para aprovar a reforma da Previdência, mas também para se contrapor às possíveis candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do deputado Jair Bolsonaro (PSC). Questionado sobre a possibilidade de aliança entre o PMDB e o PSDB na eleição presidencial 2018, Padilha afirmou duas vezes que o partido de Alckmin não fazia mais parte da coalizão.

Logo depois, porém, o ministro tentou contemporizar. Questionado pelo jornal se estava descartando totalmente uma composição com os tucanos, ele respondeu que o governo não exclui ninguém "a priori" dessa frente. "Admitindo que o candidato do PSDB dissesse: ‘Vamos defender por inteiro o legado do governo’, abre-se aí uma possibilidade", afirmou.

O chefe da Casa Civil ainda lembrou a posição histórica dos tucanos em defesa de mudanças na Previdência. "E a gente conta que mantenha esses compromissos", insistiu.

Votos

Padilha também disse que o governo não cederá a novos pedidos de alterações na proposta de reforma, nem às reivindicadas pelos tucanos. O Planalto, hoje, não tem os 308 votos para aprovar na Câmara as mudanças na aposentadoria.

Diante da insistência dos jornalistas sobre a possibilidade de uma candidatura própria do PMDB, com Temer encabeçando a chapa, Padilha desconversou. O ministro afirmou que Temer tem conversado com todos os partidos da base sobre um projeto de desenvolvimento para o País. "Ele disse que não tem nenhuma pretensão em disputar eleição, mas, sim, de cumprir bem o seu mandato para colocar o Brasil nos trilhos."

Há, nos bastidores, uma articulação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que é filiado ao PSD e quer ser candidato à Presidência e procura apoio tanto de Temer como do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal informou nesta quarta-feira (29) que, a partir do dia 1º de dezembro, os cidadãos não precisarão levar alguns documentos no momento da emissão de passaportes. De acordo com a subchefe de articulação e monitoramento da Casa Civil, Natália Marcassa, a iniciativa faz parte do programa Brasil Eficiente e será possível graças a otimização do banco de dados do governo federal.

Segundo a representante da Casa Civil, agora os cidadãos não precisarão apresentar a quitação de serviço militar e a quitação eleitoral e nem levar o comprovante de recolhimento de taxas. "Nós temos esses dados, eles já vão estar na base de dados", afirmou Natália.

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Com a mudança, os documentos necessários para solicitar o passaporte serão apenas: identidade e CPF. Além disso, os cidadãos terão no momento da emissão que tirar a foto e as digitais.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, apresenta na manhã desta quarta a jornalistas alguns resultados do programa Brasil Eficiente, que, segundo o governo, visa a adotar medidas para desburocratizar alguns sistemas nacionais, gerar economia, evitar fraudes e melhorar a prestação de serviços.

Com a prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, chamado de "mensageiro" pelo empresário Joesley Batista, da JBS, o Palácio do Planalto agora se preocupa com possíveis investidas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Investigados na Operação Lava Jato, eles são os auxiliares mais próximos do presidente Michel Temer.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pode agora tentar acelerar as apurações contra os dois peemedebistas, na avaliação de assessores do Planalto. Com isso, a prisão de Geddel na Operação Cui Bono, um amigo pessoal de Temer há mais de 30 anos, reacendeu a preocupação com a crise política, uma vez que a semana havia começado em um clima mais "tranquilo", nas palavras de um aliado.

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Com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira passada, de devolver as funções parlamentares de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado e soltar o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o Planalto avaliava que poderia se concentrar nas articulações com a base para ter voto suficiente na Câmara para barrar a denúncia por corrupção passiva apresentada por Janot contra Temer. São necessários 342 votos para dar prosseguimento da acusação.

Agora o governo quer evitar que o caso Geddel contamine as negociações na Câmara. Embora aliados tentem minimizar o impacto da prisão, sob a alegação de que não tem relação com o caso JBS, foi com base nos depoimentos de Joesley e também do operador Lúcio Funaro que a prisão preventiva foi decretada. Em entrevista a Época, o empresário afirmou que Geddel era o "mensageiro" de Temer para tratar de interesses do Grupo J&F e o responsável por averiguar se Funaro e o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos na Lava Jato, não fariam delação.

Oficialmente, o governo não comentou a prisão de Geddel e lembrou de sua saída em novembro passado, quando foi acusado pelo então ministro da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo a produzir um parecer técnico para viabilizar um empreendimento imobiliário em Salvador em área tombada.

Interlocutores do Planalto, no entanto, já diziam que a prisão do ex-ministro seria um baque para o presidente. Logo depois de tomar conhecimento da prisão de Geddel, auxiliares de Temer não conseguiam disfarçar o desânimo com mais uma notícia negativa para o governo.

Normalidade. Antes da prisão de Geddel em Salvador, Temer anunciara que vai à reunião do G-20, em Hamburgo (Alemanha), na sexta-feira, para mostrar que o "País não pode parar" - o evento é considerado fundamental pelo governo na agenda da retomada da confiança.

Já no Congresso, o líder do governo, André Moura (PSC-SE), disse que o caso Geddel não terá influência na análise da denúncia. "Espero que não tenha nenhum impacto porque o motivo que gerou a prisão não tem nenhum tipo de conexão com a denúncia. Nossos parlamentares têm transmitido a certeza da rejeição da denúncia", afirmou. Ele, porém, admite que é preciso trabalhar para que a prisão não contamine o ambiente na Câmara.

Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), evitou comentar o caso. "Acho que a prisão deve ser o último recurso, mas não conheço o processo, então prefiro não comentar", disse o senador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o presidente Michel Temer (PMDB) comentar, nesta terça-feira (20), que a reforma trabalhista vai ser aprovada no plenário, apesar da derrota na Câmara de Assuntos Sociais (CAS), foi a vez do ministro-chefe da Casa Civil corroborar o pronunciamento do peemedebista. 

Ele disse que a votação de hoje trouxe algo que já é “corriqueiro”. “Perde na comissão e ganha no plenário. Aliás, isso já aconteceu na Câmara dos Deputados com esse mesmo projeto”, argumentou afirmando que tem a “convicção plena” de que a matéria será aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para onde segue.

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Padilha também afirmou que, com a aprovação da reforma, milhares de brasileiros terão emprego. “Com esta aprovação, nós estaremos dando início a aquilo que todo o Brasil espera: a geração de milhões de empregos para nós podermos trazer mais tranquilidade ao povo brasileiro”, garantiu. 

Mais cedo, Temer também declarou que “o Brasil vai ganhar no plenário”. “O governo vai ganhar no plenário. É assim mesmo, têm várias fases. Têm várias etapas e nas etapas ganha uma, perde outra, o que importa é o plenário, o Brasil vai ganhar no plenário”, expôs durante coletiva na Rússia. 

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira, 2, que o governo tem "convicção absoluta" de que vai chegar até o final de 2018 com Michel Temer (PMDB) na Presidência. Padilha disse ainda que a crise política "vem perdendo força" e que acredita que o Planalto continuará contando com o PSDB na base aliada.

"Nós vamos chegar de qualquer forma lá no final de 2018, temos convicção absoluta", disse o ministro, que justificou que o governo está tendo "vitórias e vitórias no Congresso" e citou as aprovações das sete medidas provisórias na semana passada. "Não posso admitir que não haja nenhuma crise, mas que ela já foi muito mais forte e vem perdendo força é absolutamente indiscutível."

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Sobre o apoio do PSDB, Padilha disse que "no processo político, sempre temos variáveis", mas que a sigla é governo. "Acreditamos, sim, que vamos contar com o PSDB. Aliás, nós já estamos contando com o PSDB."

Questionado sobre uma eventual apresentação de denúncia contra Temer por parte da Procuradoria Geral da República (PGR), Padilha lembrou que é preciso que 2/3 da Câmara dos Deputados aprove esta denúncia antes que ela chegue ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Enquanto isso não acontecer, não se discute essa questão de legitimidade", disse Padilha, que lembrou que a gravação apresentada por Joesley ainda passa por perícia. "Essa denúncia se baseará nesses elementos desta fita e vamos dizer, mais uma vez, que a fita ainda se encontra sob perícia por determinação do STF."

Encontro

Padilha também comentou, na entrevista, o encontro fora da agenda entre o presidente Michel Temer (PMDB) e o empresário Joesley Batista, da JBS, e disse que considera a prática "normal".

"Eu participei de jantares com dirigentes de grandes empresas, grandes grupos empresariais, inclusive de comunicação, que não estavam na agenda do presidente. Chegava de última hora, foi feito contato e foram recebidos. E essa recepção vai até tarde da noite", justificou o ministro.

Ainda segundo o ministro, o governo não teme eventual delação do deputado suplente Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer. Nesta sexta-feira, o presidente também afirmou, em entrevista à revista Istoé, que não teme qualquer delação por parte do ex-assessor.

"Ele (Temer) acha que o deputado Rodrigo Rocha Loures vai manter esse perfil ético em relação a ele, Michel, que teve durante todo esse tempo. Não há qualquer tipo de preocupação", disse o ministro, lembrando que o presidente conhece o ex-deputado há 10 anos, inclusive sua "origem familiar".

Padilha disse que não teria como opinar o motivo pelo ex-assessor ter recebido uma mala com R$ 500 mil. Rocha Loures chegou a ser flagrado, em vídeo, correndo com a quantia até um táxi. "Ele é um aliado do Palácio do Planalto, mas o Palácio do Planalto não pode sair atrás de busca de explicação pelos atos de cada uma daquelas pessoas que trabalham no governo, e atos que não dizem respeito à sua atuação como representante do governo."

Para o ministro da Casa Civil, Rocha Loures "caiu em um engodo" ao ser filmado com a mala de dinheiro. "A versão que nos chegou é que ele caiu em um engodo, que havia a necessidade de gravar ele com essa mala, com esse dinheiro."

Ministro. Sobre a Medida Provisória que confere status de ministro a Moreira Franco, alvo de investigação da Lava Jato, Padilha afirmou que o caso é "completamente diferente" de quando a presidente cassada Dilma Rousseff nomeou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. "O ministro Moreira Franco já estava dentro do governo, praticando ações como se ministro fosse. No caso do presidente Lula, ele estava fora e iria entrar no governo."

Padilha afirmou, ainda, que "o fato de nomear alguém ministro de forma alguma significa obstrução de justiça". Com a MP, Moreira Franco mantém a prerrogativa de foro.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse neste domingo (21) que a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de protocolar na Câmara pedido de impeachment do presidente Michel Temer, diante da gravidade das delações da JBS, surpreendeu o governo. "É algo que surpreende porque a OAB, tradicionalmente, é uma entidade que tem sido sustentáculo da institucionalidade e da legalidade no exercício do poder no Brasil", afirmou Padilha à reportagem.

Na busca de um contraponto, o Palácio do Planalto também tenta arregimentar a adesão de outras entidades favoráveis à permanência do presidente. "Temos recebido muitos telefonemas de apoio de várias organizações da sociedade civil, especialmente empresariais", disse o ministro da Casa Civil.

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Embora o PSDB e DEM já estejam avaliando, nos bastidores, uma saída alternativa para a crise, com a construção de um nome de consenso para substituir Temer, caso a situação fique insustentável, Padilha afirmou que os dois partidos estão "firmes" na base aliada. Questionado sobre a decisão do PSB de romper com o governo, o chefe da Casa Civil procurou amenizar o fato. "O PSB sempre foi dividido e vai continuar dividido", respondeu ele.

A reportagem apurou que as cúpulas do PSDB e do DEM só aguardam o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido feito pela defesa de Temer, que quer a suspensão do inquérito contra ele, para decidir se os dois partidos continuam ou não dando sustentação ao governo. O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor do presidente, pede a suspensão do inquérito que investiga crimes de corrupção passiva, obstrução à investigação e organização criminosa, sob o argumento de que o áudio apresentado pelo dono da JBS, Joesley Batista, foi "fraudulento".

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, decidiu enviar o áudio para perícia da Polícia Federal e o julgamento do caso pelo plenário da Corte está marcado para quarta-feira. "O mais importante é a realização da perícia, que vai mostrar que a fita foi editada e não tem credibilidade", disse Padilha.

O ex-diretor da Odebrecht José de Carvalho Filho, um dos delatores da empreiteira na Operação Lava Jato, detalhou pagamentos realizados supostamente a pedido do ministro-chefe da Casa Civil do governo Michel Temer, Eliseu Padilha (PMDB), entre 1997 e 2014, em um total de R$ 10 milhões. Carvalho apontou datas e locais de entrega de valores. Os repasses teriam sido feitos sob os codinomes Angorá e Primo.

A delação implica Padilha no recebimento de propina desde quando ele era ministro dos Transportes, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Carvalho narra pelo menos três ocasiões em que o ministro do governo Temer teria recebido dinheiro da Odebrecht, uma em 2000 e duas em 2014, quando ele já era ministro da Aviação Civil do governo Dilma (PT).

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De acordo com Carvalho, o ministro "facilitou a atuação da empresa em obras no Estado do Tocantins, incluindo a eclusa de Lajeado, que permitiria aumentar a navegabilidade do rio Tocantins".

Na ocasião, Eliseu Padilha teria recebido R$ 2 milhões, como pedido para "ajudar nos custos da campanha do PMDB no País naquele ano". À Procuradoria-Geral da República, José de Carvalho Filho citou o interlocutor de nome "Edgar Santos, ligado ao partido". Segundo o delator, Edgar teria sido o destinatário do dinheiro. "Indicaram uma pessoa com o nome Edgar Santos ligado ao partido e que repassasse a ele o valor de R$ 2 milhões", disse.

Carvalho ainda relata duas ocasiões em que Padilha teria recebido propina em 2014. Na primeira delas, em março, o executivo Benedicto Júnior - também delator da Odebrecht - determinou o pagamento de R$ 4 milhões, que teria sido feito no gabinete do então ministro da Aviação Civil.

Nesta época, a Odebrecht participava da concorrência das concessões de alguns aeroportos do País. Acabou levando o contrato do Galeão, no Rio. Em maio de 2014, afirmou o delator, Marcelo Odebrecht determinou o pagamento de R$ 4 milhões, como "ajuda de campanha ao PMDB".

Carvalho declarou que soube depois que Padilha destinou parte dos valores, cerca de R$ 1 milhão, para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - hoje preso no Paraná.

O delator afirmou ainda que recebeu uma ligação do ex-presidente da Câmara cobrando os valores. "Um belo dia me liga o deputado chateado, porque não tinha recebido o dinheiro, brigou comigo, falou de forma ostensiva e agressiva."

Carvalho disse que o dinheiro pago a Padilha não foi contabilizado. Ele afirmou que desconhece o destino dado aos recursos e que apenas recebeu a ordem de seu superior, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, para que procurasse o peemedebista e avisasse que os valores estavam à disposição.

A abertura de inquéritos com base nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht colocou oito ministros do governo Michel Temer - entre eles Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) - sob investigação. Segundo as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros receberam R$ 53,5 milhões da maior empreiteira do País.

As acusações contra os ministros envolvem os crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Segundo os delatores, os pagamentos estão ligados de caixa 2 de campanhas eleitorais a repasses de propinas relacionadas a obras, contratos ou projetos de interesse da Odebrecht.

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Nos inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, Padilha e Moreira são suspeitos de cobrar propina para irrigar campanhas eleitorais do PMDB, segundo delações do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, e mais cinco executivos. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves", por causa da "solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e do presidente Michel Temer".

A cobrança de propinas envolveu, de acordo com as delações, os processos de concessão de aeroportos, quando Moreira era ministro da extinta Secretaria de Aviação Civil, no governo Dilma Rousseff. Ele teria mantido uma cláusula para aumentar as chances da Odebrecht na disputa. Em troca, teria recebido R$ 4 milhões para a campanha de 2014.

Primeiro escalão

O ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), é suspeito de ter recebido R$ 20 milhões entre 2008 e 2014, a pretexto da obtenção de vantagens pela sua condição de prefeito de São Paulo e, depois, de ministro das Cidades. Segundo a PGR, há "vários episódios informados pelos colaboradores e como se deram os pagamentos". O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), é suspeito de ter recebido um total de R$ 600 mil divididos em diversos pagamentos, para beneficiar temas de interesse da Odebrecht dentro do Congresso, entre 2010 e 2012.

O inquérito do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), vai apurar fraude "ao caráter competitivo de processo licitatório associado à construção do Rodoanel Sul", obra do governo do Estado de São Paulo. Segundo a PGR, os colaboradores narram a ocorrência de "solicitação de vantagem indevida, a pretexto de doação eleitoral, efetuada pelo então chefe da Casa Civil do governo de São Paulo." Teriam sido repassados R$ 500 mil.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), é alvo de investigação, sob suspeita de ter recebido R$ 12 milhões para campanha ao governo do Mato Grosso, em 2006. Segundo a Odebrecht, a empresa detinha créditos por causa de obras públicas realizadas no Estado, que não eram honrados por conta da incapacidade financeira estadual.

O ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho (PMDB), será investigado por suspeita de ter recebido R$1,5 milhão da empreiteira para sua campanha ao governo do Pará, em 2014. Marcos Pereira (PRB), ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, teria recebido para seu partido R$ 7 milhões. O repasse seria parte de um pagamento de R$ 24 milhões solicitado pelo então ministro da Fazenda Guido Mantega para comprar apoio à chapa de Dilma Rousseff-Michel Temer, em 2014.

O pedido de abertura de inquérito contra o ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS), foi devolvido à PGR.

O presidente Michel Temer (PMDB) se irritou nessa sexta-feira (24), em São José do Rio Preto (SP), ao ser questionado sobre as delações de ex-executivos da Odebrecht. Enquanto falava sobre a recuperação da credibilidade do País, ele foi interrompido pela pergunta de uma jornalista. "Você me dá licença para terminar meu raciocínio? Falamos disso depois", disse o presidente.

Logo depois, entretanto, questionado se as novas delações complicam a situação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do PMDB, Temer virou-se e se afastou, passando o microfone para o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE).

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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, coordenará nesta segunda-feira (20) uma reunião com todos os ministérios, com exceção dos militares, para tratar da Reforma da Previdência. O encontro faz parte da ofensiva do governo na busca do empenho de todas as pastas, ministros e partidos na aprovação da reforma. O governo quer que ministros trabalhem no convencimento dos parlamentares sobre a necessidade das mudanças.

Padilha retorna de Porto Alegre a Brasília nesta manhã e segue direto para o Palácio do Planalto, onde ocorrerá a reunião, marcada para 18h. Também estarão presentes ao encontro os líderes do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Andre Moura (PSC-SE) e Lelo Coimbra (PMDB-ES), além do presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara, Carlos Marun, e do relator, Arthur Maia.

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O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebeu da Odebrecht pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB, segundo informou o ex-executivo José de Carvalho Filho em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (10), de acordo com fontes. As senhas eram as seguintes: Foguete, Árvore, Morango e Pinguim.

Como revelou neste sábado (11) o Estado, Carvalho afirmou ao TSE que Padilha intermediou o pagamento de caixa 2 para o PMDB. Segundo fontes informaram à reportagem, Padilha teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas com o ex-executivo. O valor total destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Segundo o Estado apurou, José de Carvalho Filho procurou o peemedebista para solicitar os endereços onde seriam entregues as quantias. Padilha teria fornecido os endereços repassados para a ex-secretária Maria Lúcia Tavares, que atuava no setor de propina da Odebrecht. Era Maria Lúcia a responsável por criar senhas que seriam entregues posteriormente por José de Carvalho a Padilha.

O depoimento do ex-executivo foi feito nesta sexta-feira (10), no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

José de Carvalho afirmou que, para entregar as senhas, esteve com Padilha pelo menos quatro vezes. O ex-executivo da Odebrecht trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. No anexo de delação premiada que veio a público em dezembro, Melo relata que foi Carvalho Filho quem o apresentou a Padilha.

Os repasses da Odebrecht ao PMDB teriam ocorrido nas seguintes datas: 13/08/2014 (R$ 1,5 milhão, senha: foguete); 02/09/2014 (R$ 1 milhão, senha: árvore); 04/09/2014 (R$ 1 milhão; senha: morango), 10/09/2014 (R$ 1 milhão, não constaria a senha); 30/09/2014 (R$ 500 mil, senha: pinguim)

De acordo com José de Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014.

Outro lado - Procurado pela reportagem na sexta-feira (10) à noite, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria sem ter conhecimento do conteúdo.

Segundo o Estado apurou, apesar de o depoimento de José de Carvalho Filho trazer novas suspeitas sobre Padilha, o ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode cassar a chapa Dilma/Temer no TSE, não deverá intimá-lo para prestar depoimento. Isso porque os fatos narrados não se relacionam diretamente com captação de recursos para a campanha da chapa presidencial, que é o objeto da ação que tramita na Corte Eleitoral.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, deixou o hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (8) após ter recebido alta pela equipe médica. Ele foi internado para ser submetido a uma cirurgia na próstata, que ocorreu no último dia 27 e foi bem-sucedida.

Segundo o hospital, a previsão era que Padilha recebesse alta na quinta-feira (9), mas sua liberação foi antecipada para hoje pela equipe médica por ele "apresentar excelente recuperação".

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Apesar da alta, Padilha não vai adiantar seu retorno ao governo. Segundo a assessoria de imprensa do ministro, sua volta continua prevista para a próxima segunda-feira (13), quando termina o período de licença médica. Até lá, ficará em casa, em repouso.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, terá alta médica na quinta-feira (9). Boletim divulgado na noite desta terça-feira (7) pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, diz que Padilha apresenta "excelente recuperação de seu quadro de saúde".

O ministro foi submetido a uma cirurgia para retirada da próstata no dia 27 de fevereiro. Padilha está em licença informal do trabalho há doze dias, período que coincidiu com o agravamento da crise política.

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Dias antes da internação, o advogado José Yunes disse que, em setembro de 2014, recebeu um "pacote" em seu escritório, a pedido de Padilha, das mãos do operador financeiro Lúcio Funaro. O lobista é ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Tanto Funaro quanto Cunha estão presos no âmbito da Lava Jato.

Além disso, delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht - incluindo a do ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht - também ligaram Padilha a um esquema de recebimento de recursos para campanhas do PMDB.

Articulador político e fiador da reforma da Previdência - hoje em tramitação na Câmara dos Deputados -, o ministro deve retornar ao trabalho na segunda-feira (13). Nos bastidores, porém, aliados dizem que ele pode não ter condições de permanecer no cargo.

Afastado de suas funções desde o dia 20 de fevereiro, quando passou mal com o agravamento de um problema na próstata, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, pretende voltar efetivamente ao trabalho, em Brasília, na próxima segunda-feira (13). Enquanto isso, mesmo internado no hospital em Porto Alegre, onde foi submetido a uma cirurgia, na semana passada, o ministro despacha, por telefone, e tem conversado diariamente com o presidente Michel Temer.

Para o Planalto, Padilha é considerado uma peça fundamental no momento em que o governo começa a tocar, de fato, a reforma da Previdência. Por enquanto, a negociação política com os parlamentares, que tinha Padilha à frente, está a cargo do próprio presidente.

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Desde domingo, Temer está comandando as conversas com o Congresso e promoverá jantares, almoços e recepções para "convencer" deputados e senadores da importância da aprovação, não só da reforma da Previdência, como também da trabalhista. O primeiro encontro ampliado com os líderes da base aliada foi feito na noite dessa segunda-feira (6) no Palácio da Alvorada.

A situação política de Padilha se complicou na semana passada, depois de o executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, dizer em depoimento que tratativas para repasse de recursos para a campanha eleitoral de 2014 foram feitas com o ministro. Padilha já enfrentava desgaste com o depoimento espontâneo do amigo e ex-assessor especial de Temer, o advogado José Yunes. Ao Ministério Público Federal (MPF), Yunes afirmou ter servido de "mula involuntária" do ministro ao receber, em 2014, um "pacote" do lobista Lúcio Funaro, investigado na Lava Jato.

No Planalto, há pressão para que o ministro seja afastado do cargo.

Apesar de inicialmente a previsão fosse de que Padilha deixaria o hospital somente no sábado, a expectativa é de que consiga sair já na quarta-feira (8). Por isso, Temer não pretende nomear um interino para seu lugar.

Todos os dias, além de conversar com Temer, Padilha despacha também, por telefone, com seu secretário executivo, Daniel Sigelmann, para tratar de questões de governo. O presidente já conversou com Padilha sobre o depoimento de Yunes. Temer tem dito que está deixando a questão "temporariamente" de lado e focando nas discussões das reformas.

Em mais uma demonstração de que Padilha não é carta fora do baralho para o Planalto, a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que será realizada nesta terça-feira (7) no Planalto, com a presença de Temer, não terá um substituto do ministro na reunião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A bancada do PSOL na Câmara protocolou na quinta-feira (2) uma representação contra o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, na Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o líder do partido, deputado Glauber Braga (RJ), o objetivo é ampliar as investigações sobre as informações prestadas por José Yunes, em depoimento ao Ministério Público Federal, de que foi Padilha quem negociou com o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo uma doação de R$ 10 milhões para o PMDB em 2014.

Yunes, que é amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, afirmou que acredita ter sido utilizado como "mula" por Padilha para distribuição de recursos ilícitos para campanhas eleitorais.

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"Face os relevantes indícios aduzidos, vimos requerer a esse eminente órgão que dê prosseguimento à investigação, com a necessidade de celeridade, para que se apura eventuais irregularidades cometidas (por Padilha)", diz a peça.

O ministro está licenciado do governo desde a semana passada por causa de uma cirurgia para a retirada da próstata. O afastamento coincidiu com a revelação do depoimento de Yunes. Ele deverá ficar de licença por pelo menos 30 dias. Nos bastidores, não se descarta a possibilidade de Padilha não retornar à Casa Civil.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, não tem previsão de alta da cirurgia a que se submeteu na segunda-feira (27), para retirada da próstata. Boletim divulgado na noite dessa quarta-feira (1º) pelo Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, diz que Padilha está "em recuperação, dentro da normalidade".

O retorno do ministro ao trabalho estava previsto para segunda-feira, dia 6, mas sua licença será ampliada. O presidente Michel Temer aproveitará esse período para avaliar se a crise política envolvendo Padilha vai ou não arrefecer, mas a volta do ministro já é considerada incerta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Após passar por uma cirurgia para retirada da próstata na segunda-feira (27), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, será transferido para um quarto do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, nas próximas 24 horas. Boletim médico divulgado na noite desta terça-feira (28) afirma que Padilha "encontra-se em quadro estável, com recuperação adequada". O documento é assinado pelos médicos Cláudio Telöken e Nilton Brandão.

Homem forte do governo e fiador da reforma da Previdência, o ministro está de licença há uma semana. O retorno ao Palácio do Planalto está previsto para 6 de março, mas sua permanência na equipe é considerada incerta depois que o advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer, o envolveu em uma história que já apareceu em delação premiada.

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Em recente depoimento à Procuradoria-Geral da República, Yunes disse que atuou como "mula involuntária" de Padilha, na campanha eleitoral de 2014. Usou a expressão para explicar que, em setembro daquele ano, aceitou receber um "pacote" - a pedido do ministro - no seu escritório de advocacia, em São Paulo. À época, Padilha era titular da Aviação Civil no governo Dilma Rousseff. A petista e Temer concorriam à reeleição.

Yunes afirmou que a encomenda foi entregue a ele pelo operador financeiro Lúcio Funaro, homem da confiança do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Alvos da Operação Lava Jato, Funaro e Cunha estão presos desde o ano passado.

O ex-assessor de Temer disse que não abriu o "pacote" nem sabe o que havia dentro dele. Nega, porém, ter sido destinatário de dinheiro vivo, como denunciou o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho em delação premiada à força-tarefa da Lava Jato.

Ao Ministério Público, Yunes assegurou que só conheceu Funaro naquele dia. Na sua versão, o "pacote" foi retirado depois do escritório por outra pessoa, que ele não soube identificar. O advogado apresentou sua secretária como testemunha.

Em dezembro, a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S.Paulo, informou que Funaro entregou R$ 1 milhão no escritório de Yunes, a mando de Padilha, na campanha de 2014. A quantia seria proveniente da Odebrecht. Amigo de Temer há 40 anos, Yunes deixou o governo naquele mesmo mês, quando veio à tona a delação de Melo Filho.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, passou nesta segunda-feira (27) por uma cirurgia no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, para retirada da próstata. Boletim médico divulgado no início da noite diz que o procedimento foi realizado "sem intercorrências" e que as condições gerais do ministro são estáveis.

Padilha está de licença informal do governo desde a última quarta-feira. No dia 20, ele passou mal no trabalho e foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Na ocasião, os médicos detectaram obstrução urinária provocada por uma hiperplasia prostática, e o ministro acabou transferido para Porto Alegre, onde reside sua família. O urologista Cláudio Telöken e o intensivista Nilton Brandão, que assinam o boletim desta sexta-feira, dizem que Padilha permanecerá "monitorado pelas próximas 48 horas".

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A licença do chefe da Casa Civil coincidiu com um período de grande turbulência política, após o depoimento do ex-assessor da Presidência José Yunes à Procuradoria Geral da República, levando a investigação da Lava Jato para dentro do Palácio do Planalto.

Embora o retorno de Padilha ao Planalto esteja previsto para 6 de março, auxiliares do presidente Michel Temer admitem, nos bastidores, que talvez seja conveniente estender sua licença. Na prática, a volta do ministro à equipe é considerada incerta e depende dos desdobramentos da crise.

Yunes disse que serviu de "mula involuntária" de Padilha, na campanha eleitoral de 2014, ao aceitar receber um "pacote" - a pedido do ministro - em seu escritório de advocacia, em São Paulo. De acordo com o relato de Yunes, a encomenda foi entregue a ele pelo operador financeiro Lúcio Funaro, homem da confiança do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Alvos da Lava jato, Funaro e Cunha estão presos desde o ano passado.

Amigo de Temer, o ex-assessor disse que não abriu o "pacote" nem sabe o que havia em seu conteúdo. Nega, porém, que houvesse dinheiro vivo, como denunciou o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho em delação premiada. Yunes disse que só conheceu Funaro naquele dia. Na sua versão, o "pacote" depois foi retirado por outra pessoa, que ele não se lembra nem mesmo do nome.

Em dezembro do ano passado, a Coluna do Estadão informou que Funaro entregou R$ 1 milhão no escritório de advocacia de Yunes, a mando de Padilha, na campanha de 2014. A quantia era proveniente da Odebrecht. Um dos auxiliares mais próximos de Temer, Yunes deixou o governo dias depois, quando veio à tona a delação de Melo Filho.

Para se posicionar em relação às declarações do ex-assessor especial José Yunes, que disse ter sido "intermediador" do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o presidente Michel Temer decidiu soltar uma nota pública para reiterar que não tem participação no episódio.

"Quando presidente do PMDB, Michel Temer pediu auxílio formal e oficial à Construtora Norberto Odebrecht. Não autorizou, nem solicitou que nada fosse feito sem amparo nas regras da Lei Eleitoral", diz o texto, divulgado nesta sexta-feira, 24, pela Secretaria de Comunicação da Presidência. "A Odebrecht doou R$ 11,3 milhões ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. É essa a única e exclusiva participação do presidente no episódio", completa o texto.

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Assessor especial da Presidência da República até o final do ano passado e amigo pessoal do presidente Michel Temer há mais de 40 anos, o advogado José Yunes confirmou nesta sexta-feira em entrevista à Rádio Estadão que recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro, a pedido do hoje ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, um mês antes da eleição presidencial de 2014 que reelegeu a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, mas alegou que não viu o conteúdo. Apesar da afirmativa, Yunes negou que tenha atuado como operador dos recursos de campanha do PMDB.

"Nunca operei dinheiro de campanha para o PMDB. Nego peremptoriamente que recebi dinheiro para a campanha do PMDB", reiterou, ironizando que, se isso fosse verdade, conforme relatos de delatores da Operação Lava Jato que Padilha teria sido o destinatário de R$ 4 milhões em caixa dois para a campanha, "o dinheiro não iria em um envelope, mas num caixa forte".

Yunes disse que conversou na quinta-feira, 23, pessoalmente com o presidente Michel Temer e falou sobre o depoimento espontâneo que fez à Procuradoria-Geral da República sobre o imbróglio, em razão da delação premiada de Claudio Melo, lobista da Odebrecht, que disse que ele teria recebido dinheiro vivo em seu escritório de advocacia, em São Paulo. Segundo ele, Temer não demonstrou preocupação com o fato e lhe disse que "o melhor é sempre contar a verdade".

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