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Um dos primeiros delatores da Operação Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco foi advertido por displicência no uso da tornozeleira eletrônica. O histórico de monitoramento de Pedro Barusco indicou quatro faltas de bateria nos dias 14 de janeiro deste ano, das 06h48 às 10h56, em 24 de janeiro, das 08h18 às 08h22 e das 08h28 às 08h33, e em 21 de fevereiro, das 07h02 às 08h58.

A tornozeleira de Barusco foi colocada em 29 de março de 2016 e trocada em 3 de fevereiro passado. Segundo a juíza federal substituta Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, "o último incidente registrado ocorreu em 21 de fevereiro de 2017, após a troca do equipamento, e com duração de quase duas horas".

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"Em contato com o plantão judiciário, o executado justificou, às 8h57, que dormiu utilizando a bateria extra e que pela manhã, enquanto estava no banho, a bateria do dispositivo acabou sem que percebesse", relatou a juíza.

A defesa de Barusco argumentou que o delator "está ciente de seus deveres quanto ao cumprimento da pena e, quanto às notificações registradas, que ele estava dormindo quando constatada a falta de bateria, alegando que o aparelho não vibra o suficiente para despertá-lo".

Em manifestação, o Ministério Público Federal afirmou que é obrigatório "carregar diariamente a tornozeleira eletrônica, tomando as cautelas necessárias para que a bateria não acabe durante o sono".

Para a juíza, "constata-se displicência do apenado em violações por falta de bateria". "A manutenção da carga da bateria da tornozeleira eletrônica encontra-se entre uma das obrigações expressas dos apenados em monitoramento. O descumprimento de tal dever pode configurar falta grave (artigo 50, VI, Lei de Execuções Penais). Além disso, eventual ausência de zelo do apenado em relação à manutenção da tornozeleira eletrônica, deixando-a com a bateria fraca ou descarregada, caracteriza descumprimento aos termos assumidos quando da sua inclusão no sistema de monitoramento eletrônico", anotou Carolina Lebbos.

A magistrada observou, ainda. "Considerando, porém, não ter sido constatado efetivo prejuízo ao controle geográfico do apenado, bem como ter sido registrado apenas um episódio de descarregamento após a substituição do equipamento, comunicado ao Juízo pelo próprio apenado, com fundamento no princípio da proporcionalidade e nos critérios do artigo 146C da Lei nº 7.210/84, mostra-se suficiente a advertência ao executado, devendo zelar pelo correto cumprimento das condições de manutenção do aparelho, em especial o carregamento da bateria, evitando que o incidente se repita."

Condenações

Pedro Barusco fechou delação premiada com o Ministério Público Federal em 2014 e não chegou a ser preso. As revelações do executivo foram feitas entre novembro e dezembro de 2014 à força-tarefa da Lava Jato e tornadas públicas em fevereiro de 2015.

O ex-gerente já foi condenado a 47 anos e 7 meses de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Como firmou delação premiada, Barusco cumpre as penas acordadas em sua colaboração.

O acordo de colaboração do ex-gerente prevê, que, após o trânsito em julgado das sentenças condenatórias que somem o montante mínimo de 15 anos de prisão, os demais processos contra Barusco ficam suspensos.

Em março de 2016, Barusco começou a cumprir sua pena de regime aberto diferenciado perante a 12ª Vara Federal de Curitiba, sob tutela do juiz federal Danilo Pereira Júnior.

Foram impostas quatro medidas ao delator - recolhimento domiciliar nos finais de semana e nos dias úteis, das 20 às 6 horas, com tornozeleira eletrônica, pelo período de dois anos; prestação de serviços comunitários à entidade pública ou assistencial de 30 horas mensais pelo período de dois anos, apresentação bimestral de relatórios de atividades; após os dois anos iniciais, remanescerá, pelo restante da pena, somente a obrigatoriedade de apresentação de relatórios de atividades periódicos a cada seis meses; e proibição de viagens internacionais, pelo período de dois anos, salvo autorização judicial.

O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, que confessou ser uma espécie de contador da propina na Diretoria de Serviços da estatal - cota do PT no esquema de corrupção alvo da Operação Lava Jato -, confirmou nessa segunda-feira (10) ao juiz federal Sérgio Moro que obra da reforma do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), no Rio, envolveu pagamentos de 2% para o PT e para os agentes públicos sustentados pelo partido nos cargos. Segundo ele, a propina estava "institucionalizada".

"As vezes fica difícil responder o que a gente (agentes públicos e partidos) fazia para receber essa propina. Às vezes eu não sabia, porque estava institucionalizada. Tava instituída essa propina, a gente não fazia nada especial para ter essa propina", declarou Barusco - delator da Lava Jato.

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Avaliadas em R$ 850 milhões na época da licitação, em 2008, as obras do Centro de Pesquisa custaram R$ 1 bilhão.

O ex-gerente de Engenharia - que já confessou que o PT recebeu quase R$ 200 milhões em propinas em dez anos via contratos de sua área - foi ouvido nessa segunda-feira, como testemunha de acusação do Ministério Público Federal contra ex-executivos da OAS, entre eles o ex-presidente José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro e o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. "Era uma regra geral, nem sempre aplicável, mas era uma regra geral. Normalmente aplicável quando os contratos era destinados à essas companhias (integrantes do suposto cartel, alvo da Lava Jato)". Disse Barusco

Os pagamentos de propina nas obras do Cenpes foram inicialmente acertados com o ex-executivo da OAS Agenor Franklin de Medeiros, que cuidava das tratativas e pagamentos por todas as empreiteiras que formaram o Consórcio Novo Cenpes, responsável pela obra - OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Construcap CCPS Engenharia e Schahin Engenharia.

Pagamentos

O lobista Mário Góes - também delator da Lava Jato - teria sido o operador de propinas responsável pelos repasses das empresas para os agentes públicos e para o partido.

Barusco, que foi braço direito do ex-diretor de Serviços Renato Duque - indicado pelo PT ao cargo - de 2003 a 2011, disse que em determinado momento de execução do contrato, os pagamentos de propinas passaram a ser feitos diretamente pelas empresas que formavam o consórcio.

Os pagamentos direcionados aos agentes públicos eram concentrados por Barusco, segundo ele contou. "Pagamentos em espécie para mim e depósitos em contas no exterior", afirmou. "De tempos em tempos fazíamos uma balanço geral." Era quando operador das empreiteiras e ele acertavam quanto havia sido depositado em contas secretas na Suíça e quanto em dinheiro foi entregue. "Normalmente era na casa do Mário Góes, uma vez em casa e outra no escritório dele, da Riomarine."

O "advogado/conselheiro" Atan de Azevedo Barbosa, de 77 anos, afirmou em depoimento à Polícia Federal que fez transferências para a conta do ex-gerente executivo da Petrobrás Pedro Barusco "como cortesia". Atan Barbosa, funcionário aposentado da estatal, foi citado em delação premiada como um dos operadores de propina do esquema de corrupção instalado na companhia petrolífera, entre 2004 e 2014, sob a senha "Tadeu".

O advogado foi alvo de mandados de condução coercitiva e de buscas na 9ª fase da Operação Lava Jato, batizada como My Way, em fevereiro de 2015. Primo de primeiro grau do ex-ministro Nelson Jobim, que presidiu o Supremo Tribunal Federal (2004/2006), Atan de Azevedo Barbosa acabou passando uma noite na superintendência da Polícia Federal, no Rio. Foi preso porque policiais encontraram em sua casa munição sem que ele tivesse autorização para portá-las. O advogado pagou fiança de R$ 25 mil e deixou a prisão no dia seguinte.

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Em 2 de junho deste ano, Atan Barbosa foi questionado pela delegada federal Renata da Silva Rodrigues, da força-tarefa da Lava Jato, sobre a conta Heatherley Business.

"Perguntado novamente sobre sua vinculação com a Heatherley Business, tendo em vista que vasto material foi apreendido em posse do declarante vinculando-o à referida conta, afirma que por ocasião de sua primeira oitiva estava confuso e que experimentava também sequelas decorrentes de um AVC; que não se lembrava da referida conta, por isso acabou afirmando que a desconhecia; que afirma que, de fato, a conta Heatherley Business pertence ao declarante desde 1973, tendo aberto ela para receber rendimentos enquanto trabalhou na Europa; que trabalhou na Europa até 1992, inclusive tendo fabricado guaraná nesse período, por meio de indústrias locais; que quando saiu da Europa, a conta passou a ter pouca movimentação, mas mantinha um saldo razoável, de cerca de US$ 2 milhões", disse o advogado em seu depoimento.

No dia 24 de novembro de 2014, o delator Pedro Barusco afirmou à PF que em 17 de junho de 2008 abriu uma empresa chamada Rhea Comercial INC, com sede no Panamá, sob a conta 606419. O ex-gerente da Petrobras declarou que a conta "acumulou ativos até março/2014 num total de US$ 14.283.402,06".

"Desse montante US$ 11.687.863,00 foram relativos a depósitos de propinas e o restante foram rendimentos bancários, sendo que US$ 1.977.350 foram pagos por empresas offshores de Atan Barbosa, operador", apontou Barusco.

O ex-diretor disse ainda que usava siglas para se referir a nomes de operadores que depositaram propinas em seu favor. "Essas siglas eram usadas contemporaneamente aos fatos para a contabilidade das propinas: 'Tadeu é Atan Barbosa'", afirmou.

A delegada questionou Atan Barbosa por qual motivo realizou transferência partindo da conta Heatherley para a conta controlada por Pedro Barusco. Ele afirmou que fez tais pagamentos "como uma 'cortesia', buscando obter a simpatia de Barusco e alguma facilitação por sua parte em procedimentos da Petrobrás. Alegou, por exemplo, "que um simples cadastro de fornecedor na Petrobras pode ser um procedimento extremamente demorado, caso não haja um 'padrinho'"; "que Barusco era a única pessoa que realmente conhecia na Petrobras, já que havia saído da estatal quando o declarante entrou; e que então "passou a centralizar em Barusco todos esses pagamentos que buscam 'ajudar' seus clientes", declarou.

O ex-diretor da Sete Brasil e ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse nessa quinta-feira (19) acreditar que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto atuou para incentivar fundos de pensão de empresas estatais a investir na Sete Brasil. Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, Barusco afirmou que Vaccari se interessava pela Sete Brasil. Em crise, a empresa gerou perdas milionárias aos fundos.

Questionado na CPI se Vaccari pode ter sido um agente de mobilização desses fundos, Barusco respondeu: "Eu acredito que ele tenha auxiliado no sentido de incentivar", antes de ponderar que não sabe de nada que ele tenha feito concretamente.

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Barusco, delator da Operação Lava Jato, foi um dos participantes da formação da Sete Brasil, criada pela Petrobras para gerenciar sondas na exploração de petróleo do pré-sal. O ex-diretor da Sete Brasil disse ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua então ministra Dilma Rousseff participaram de reunião na Petrobras sobre a demanda por sondas de perfuração, o que posteriormente levou à criação da Sete Brasil.

Modelo

Segundo ele, em delação e na CPI, "o esquema criminoso da Petrobras reproduziu-se na empresa Sete Brasil". Aos parlamentares, ele confirmou o que havia dito em delação, de que US$ 4,5 milhões provenientes de contratos da companhia teriam sido destinados ao PT, mas ponderou que não tem como provar a afirmação. Vaccari já afirmou que arrecadou doações ao partido com recibo e a devida prestação de contas à Justiça Eleitoral.

A CPI dos Fundos de Pensão foi instalada em agosto deste ano para apurar indícios de aplicação incorreta de recursos e manipulação na gestão de fundos de previdência complementar de servidores públicos no período entre 2003 e 2015.

O presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), afirmou que a comissão vai apurar possíveis irregularidades envolvendo o caso relatado por Barusco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco afirmou em interrogatório nessa quinta-feira (29) que identificou 'mais depósitos' de offshores da Odebrecht no exterior. Barusco disse em sua delação premiada, iniciada há cerca de um ano, à força-tarefa da Operação Lava Jato que havia recebido propina da maior empreiteira do País, no exterior, via offshore Construtora Del Sur. "A identificação das origens (do pagamento de propina), quando eu fiz meu depoimento era um, hoje já tem um nível de conhecimento bastante maior", afirmou.

Em julho deste ano, a Procuradoria da República revelou contas supostamente usadas pelo grupo em nome de empresas offshores Smith & Nash Engeinnering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, Golac Project, Rodira Holdings, Sherkson Internacional. A partir dessa descoberta, Barusco afirma que identificou novos repasses da Odebrecht.

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"Da Odebrecht, sempre (recebi) lá fora. Sempre recebi em contas na Suíça. Eu consegui identificar recebimento só de uma fonte que eu recebia da Odebrecht, que era aquela Constructora del Sur. Quando o Ministério Público fez uma apresentação, eu vi na televisão, colocou que outras contas, outras offshores seriam da Odebrecht, eu identifiquei, nos meus documentos bancários, depósitos dessas novas offshores que foram colocadas pelo Ministério Público", disse Barusco.

"Eu consegui identificar mais depósitos que seriam supostamente da Odebrecht. Fiz essa revisão e mandei para o Ministério Público, para o Dr. Deltan (Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato). Eu tenho lá com o Dr. Deltan a identificação de depósitos daquelas contas offshores que foram colocadas pelo Ministério Público."

Ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, Pedro Barusco afirmou que sobre os depósitos em suas contas no exterior, 'só verificava na conta se caiu determinada quantia, mais nada'. "Às vezes, falava: vai cair US$ 200 mil, US$ 300 mil. Eu identifiquei uma vez que caiu. Normalmente, não vinha, mas dessa vez veio a origem. Eu identifiquei que seria da Odebrecht. Teria que cair 'X' da Odebrecht, caiu e veio dessa Construtora Del Sur. Eu lembro que eu fiquei com isso na cabeça", afirmou Barusco.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, a Construtora Del Sur fez 9 transferências, de cerca de US$ 1 milhão, em 2009. Barusco confirmou estes depósitos e disse que identificou outros de offshores reveladas pela Procuradoria. "Eu tinha na documentação bancária algumas origens Innovation Research, Klienfeld, só que eu não relacionava de quem eu tinha recebido. Eu tinha a origem, mas não sabia como relacionar. Quando o Ministério Público falou que era da Odebrecht, eu identifiquei que era da Odebrecht."

A Odebrecht nega taxativamente envolvimento no esquema de corrupção instalado na Petrobras.

Após quase sete horas de sessão, a CPI dos fundos de pensão encerrou o depoimento do diretor-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser. O relator da CPI, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), já protocolou um requerimento para convocar o ex-diretor da Petrobras, Pedro Barusco.

A Funcef investiu na Sete Brasil, empresa envolvida na operação Lava Jato. Outro requerimento do relator convoca o ex-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz. "Tem muita informação que ainda não chegou mas vamos tentar ouvir o Barusco e o Ferraz para que eles expliquem essas ligações do fundo com a Sete Brasil", disse o relator.

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O presidente da CPI, Efraim Filho (DEM-PB), ressaltou que Caser precisa explicar a decisão do Funcef em continuar investindo na Sete Brasil. Durante a sessão da CPI, Caser afirmou que os investimentos do fundo na Sete Brasil foram feitos baseados na situação de 2010 e que os faria novamente.

O presidente da Funcef é filiado ao PT desde 1990 e sofreu diversas acusações ao longo do dia sobre uma possível influência de sua filiação partidária em decisões de investimento do fundo de pensão da Caixa.

A decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendendo a acareação do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, na CPI da Petrobras, surpreendeu os parlamentares. O presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), admitiu que as acareações previstas perderam agora sua finalidade.

"Não posso dizer que é uma decisão simpática aos nossos trabalhos, que ficam prejudicados", disse Motta ao ser informado sobre o deferimento do pedido de Barusco. Sem as acareações entre Barusco, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vacari Neto, a comissão ainda não sabe como ficará a programação de oitivas para os próximos dias.

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A defesa de Barusco alegou que seu câncer ósseo se agravou e que por isso ele não poderia ficar horas sentado e sob estresse. Motta lembrou que o delator da Operação Lava Jato esteve na semana passada em Curitiba depondo na Justiça Federal e que, na ocasião, não alegou problemas de saúde. "Ele não pode estar doente só para vir ao Congresso Nacional", protestou Motta.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras defendeu nesta terça-feira (7) no Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção do depoimento de acareação do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, marcado para quarta-feira (8). A defesa de Barusco pediu ao STF o adiamento da oitiva, por motivos de saúde.

Antes de recorrer ao Supremo, a comissão rejeitou pedido do ex-gerente para não comparecer. A CPI informou que colocará à disposição de Barusco acompanhamento médico, condições adequadas e ajustamento do horário do depoimento. A comissão informou que o ex-gerente não apresentou qualquer impedimento para prestar depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, na semana passada.

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Na última segunda (6), Barusco pediu ao ministro o adiamento da acareação e disse não ter condições físicas de comparecer à sessão.  A defesa de Barusco alegou que, ultimamente, ele passou a sentir fortes dores e formigamentos nos membros inferiores, consequência de um câncer ósseo. Apesar de pedir o adiamento, Barusco assumiu o compromisso de ir em uma  data posterior.

As acareações na CPI foram autorizadas pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A acareação entre Barusco e o ex-diretor de Serviços Renato Duque está prevista para amanhã (8). Na quinta-feira (9), serão ouvidos Barusco e Vaccari. O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa serão confrontados no dia 6 de agosto.

A questão será decidida pelo ministro Celso de Mello, que está na presidência do Supremo durante o recesso do Judiciário.

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), confirmou as acareações marcadas na comissão. Apesar do pedido de cancelamento por parte do ex-gerente da área de Serviços da Petrobras Pedro Barusco , os deputados o colocarão frente a frente, nesta quarta-feira (8) e quinta (9), respectivamente com o ex-diretor de Serviços Renato Duque e com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

A solicitação de cancelamento foi encaminhado ao colegiado pela advogada de Barusco, Beatriz Catta Preta, que argumentou que o ex-gerente não pode comparecer nesta semana em razão de suas condições de saúde. No entanto, Motta indeferiu o pedido e explicou que, na data em que a advogada apresentou o requerimento, Barusco prestou depoimento à Justiça Federal do Paraná, mostrando que, portanto, tem condições de falar à CPI também. “Esta CPI considera as acareações imprescindíveis”, frisou ele, no início da sessão desta terça (7).

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As acareações só serão canceladas se o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso Mello, deferir o de habeas corpus impetrado pela advogada Beatriz Catta Preta. No documento, ela repetiu o argumento apresentado à CPI.

Primeiro depoente da CPI da Petrobras, o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal, Pedro Barusco, confirmou, em março, o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos.

Já Duque e Vaccari usaram o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-los e permaneceram em silêncio diante dos deputados. Ambos poderão repetir essa estratégia durante as acareações.

 

A defesa do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da acareação marcada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras para esta semana. Barusco alega que não tem condições físicas de comparecer à sessão. A questão será julgada pelo ministro Celso de Mello, que está na presidência do STF durante o recesso na Corte. 

Na petição, a defesa alegou que, ultimamente, Barusco passou a sentir fortes dores e formigamentos nos membros inferiores, consequência de um câncer ósseo. Apesar de pedir o adiamento, ele assumiu o compromisso de ir à CPI quando estiver em boas condições de saúde.

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“Infelizmente, neste momento, tendo em vista o agravamento da doença, não há como o senhor Pedro Barusco  enfrentar horas de deslocamento e de audiência, além do stress emocional – o que inclusive não é recomendado pelo seu médico – e, por isso, fora requerida pelo paciente a suspensão das sessões acima mencionadas ao menos até que a fase aguda do tratamento do câncer chegue a seu termo”, justificou a defesa.

A acareação foi autorizada pelo juiz federal Sergio Moro, em atendimento a uma solicitação da CPI. A acareação entre Barusco e o ex-diretor de Serviços Renato Duque está prevista para quarta-feira (8). No dia seguinte, serão ouvidos Barusco e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa serão confrontados no dia 6 de agosto.

Em depoimento à Justiça Federal no Paraná, o ex-gerente de Engenharia da Petrobras e delator da Lava Jato, Pedro Barusco, afirmou ao juiz Sérgio Moro que começou a tratar de propinas com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto em 2010 por meio de bilhetes repassados pelo petista para o então diretor de Serviços da estatal Renato Duque, preso na operação.

"Começou assim com uns bilhetinhos que vinham com uns assuntos. Ai o Renato Duque se reunia com o doutor Vaccari e me passava um bilhete para esclarecer alguns assuntos. Ai eu esclarecia e passava para ele (Renato Duque), para ele numa próxima reunião, digamos assim, passar o retorno. Ai depois ele (Renato Duque)passou a me levar nas reuniões e aí estreitou o relacionamento", afirmou o delator ao ser questionado pelo juiz.

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Barusco, que fazia a contabilidade da propina para Duque e registrava todos os repasses, reafirmou o teor de sua delação na audiência e explicou que começou a tomar conhecimento de pagamentos de propina ao PT na medida em que foi ganhando confiança de Renato Duque.

Ao ser questionado por Moro sobre quem introduziu a divisão dos pagamentos, o delator contou que foi tomando conhecimento das divisões da propina e dos repasses para o PT na medida em que Renato Duque falava com ele sobre o tema. "Não é que introduziu (o PT na divisão de propinas), ele (Renato Duque) passou a me dar mais informação, acredito que já tenha (a divisão de propinas com o PT) desde o começo", disse, em referência ao ano de 2003 quando foi para a diretoria.

Com o tempo, Barusco passou a participar dos encontros entre Duque e Vaccari e, segundo o delator, as reuniões envolvendo ele, o ex-tesoureiro e o ex-diretor ocorriam nos hotéis Windsor, em Copacabana, no Rio de Janeiro e Meliá, na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Além das propinas, eram tratados outros assuntos, como demandas e até reclamações das empresas que participavam das licitações na estatal trazidas por Vaccari.

"Se falava sobre o andamento das licitações, dos contratos, as vezes ele (Vaccari) trazia algum questionamento, alguma dificuldade, precisava resolver algum assunto (das empreiteiras), um assunto até técnico assim, algum impasse. As vezes até acontecia realmente de o contrato ter problemas de difícil solução, que, digamos assim, merece uma ação da gerencia mais alta, eventualmente que alguma empresa não estava pagando", relatou.

Barusco reafirmou que não sabe como era operacionalizado os repasses para o PT, mas disse que, em alguns destes encontros ouvia de Vaccari que as empreiteiras não estavam repassando a propina. "Não era o propósito especifico (conferir os repasses de propina nas reuniões), mas as vezes acontecia (de alguém reclamar): 'Pô ele pagou para mim e não pagou para casa (nome dado a Duque e Barusco na divisão da propina)'. Não era esse o objetivo principal, mas as vezes acontecia né? (de Vaccari indagar) 'está te pagando? porque para mim não está'", contou.

O depoimento de Barusco ocorreu na ação penal contra João Vaccari Neto, Renato Duque e o executivo e também delator Augusto Ribeiro Mendonça, da Setal. Nesta ação, Augusto é acusado de repassar R$ 2,4 milhões da propina destinada ao PT por meio de contratos com a editora Gráfica Atitude. Apesar de ser um dos principais delatores da Lava Jato, que entregou farta documentação aos investigadores sobre os repasses que ocorreram em 90 contratos da estatal, além de indicar os operadores que atuavam no esquema, Barusco não soube falar sobre o episódio específico envolvendo o repasse para a Gráfica.

Defesa

O criminalista Luiz Flávio Borges D'urso, que defende João Vaccari Neto, diz que "do ponto de vista da defesa o ponto mais importante do relato de Pedro Barusco à Justiça Federal é que ele voltou a reafirmar que não sabe se João Vaccari Neto recebeu de fato algum numerário, como recebeu, onde recebeu, desconhecendo por completo essa situação. É o que ressaltamos de muito importante no depoimento dele (Barusco).

A defesa de Renato Duque não foi localizada pela reportagem.

Dois delatores do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato devem prestar depoimento nesta terça-feira (30) à Justiça Federal em Curitiba. O consultor Júlio Camargo, que prestou serviços à empresa Toyo Setal,  e o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco  vão responder aos questionamentos do juiz federal Sérgio Moro na condição de testemunhas de acusação, por terem assinado acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

A audiência está prevista para começar às 15h.  Os depoimentos fazem parte da ação penal que envolve o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque.

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Duque foi preso no dia 16 de março pela Polícia Federal por determinação de Moro. Ele está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Segundo o juiz, mesmo após a deflagração da Operação Lava Jato, em fevereiro de 2014, Duque continuou cometendo crime de lavagem de dinheiro, ocultando os valores oriundos de propinas em contas secretas no exterior, por meio de empresas offshore. A defesa de Duque alega que a prisão é ilegal e que o ex-diretor não cobrou propina de empreiteiras durante o período em que esteve no cargo.

Vaccari foi preso em abril com base em declarações do doleiro Alberto Youssef e de Barusco, delatores do esquema  de corrupção investigado na Operação Lava Jato. Segundo eles, o ex-tesoureiro do PT recebeu propina de executivos de empreiteiras investigadas pela Polícia Federal. Os advogados de Vaccari afirmam que ele nunca pediu doações de origem ilícita e que todas as contribuições ocorreram de forma legal, por transação bancária.

Na próxima quinta-feira (4), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras vota os requerimentos que solicitam uma nova rodada de acareações entre os acusados pela Operação Lava Jato. Desta vez, os suspeitos que devem passar pelo processo são os que optaram por fazer um acordo de delação premiada com a Justiça. Na lista, estão o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o ex-gerente de Tecnologia, Pedro Barusco.

A votação dos pedidos acontece logo depois dos depoimentos dos empresários Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente da construtora Mendes Júnior, e Dario Queiroz Galvão Filho, presidente do Grupo Galvão, marcados para a próxima terça-feira (2).

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Nas últimas oitivas, os deputados da CPI foram frustrados porque a maioria dos depoentes usou o direito constitucional de não responder as perguntas para não se incriminar.

Muitos deputados questionaram as convocações de acusados que não fizeram delação premiada. “Podíamos partir para outras linhas de investigação, em vez de perder tempo com quem não quer falar”, reclamou a deputada Eliziane Gama (PPS-MA).

Já o deputado Ivan Valente (Psol-SP) acha que os depoentes, mesmo se optarem pelo silêncio, não deveriam ser dispensados. “Já houve casos em que o depoente disse que não iria falar e acabou revelando alguma coisa”, lembrou, em referência ao depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa, preso em Curitiba (PR).

Nesta quinta-feira (28), os dois funcionários da empreiteira OAS convocados para depor na CPI da Petrobras se recusaram a responder perguntas dos deputados. José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho de Sá Oliveira estão sendo processados por lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Eles estão em prisão domiciliar e usaram o direito de permanecer calados para não se autoincriminar.

As empresas são acusadas de formação de cartel e pagamento de propina a diretores e agentes políticos em troca de contratos bilionários com a Petrobras.

A CPI da Petrobras aprovou uma série de requerimentos de convocações nesta quinta-feira (14). O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal, Pedro Barusco, deverá retornar ao colegiado.

Ele foi o primeiro depoente da CPI. Em março, ele confirmou aos deputados o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos e parte era destinada aos partidos. Desta vez, os deputados querem esclarecer pontos específicos das declarações de Barusco. Para eles, houve contradições.

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O colegiado irá convocar também pessoas ligadas ao doleiro Alberto Youssef, que prestou depoimento nesta semana. Serão chamados o doleiro Leonardo Meirelles, o funcionário de Youssef, Rafael Ângulo, e o empresário Caio Gorentzvaig.

Esse último é o ex-acionista da Petroquímica Triunfo que fez acusou, em vídeo postado na internet, o governo de beneficiar a Odebrecht, dona da empresa petroquímica Braskem, em contratos. Ele mencionou os nomes da presidente Dilma Roussef, do ex-presidente da Petrobras Luiz Sérgio Gabrielli e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa – um dos delatores da Operação Lava Jato.

Outras convocações - A CPI aprovou a convocação dos empresários Davi Feffer e Daniel Feffer, ex-sócios da empresa Suzano Petroquímica, comprada pela estatal um ano depois da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A petroquímica era avaliada em bolsa de valores por R$ 1,2 bilhão e tinha dívidas de R$ 2,7 bilhões. Mesmo assim foi comprada pela Petrobras por R$ 1,4 bilhão.

Também foi aprovada a convocação do ex-presidente da Sete Brasil João Carlos Medeiros Ferraz, e de dirigentes de duas empresas de tecnologia da informação contratadas pela Petrobras, nos últimos dez anos, a Accenture do Brasil Ltda. e SAP Brasil Ltda. Outra pessoa ligada à Petrobras convocada para depor é Carlos Frederico Trevia, ex-gerente de Relacionamento e Comunicação da estatal.

A CPI também irá convocar, dentre outros, a presidente e o diretor da SAP Brasil Ltda no País, Cristina Palmaka e Ricardo Kümmel Medina, respectivamente; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues; o presidente do Grupo MPE Montagens e Projetos Especiais S.A, Renato Abreu; o empresário Hamylton Padilha, que intermediou operações de vendas de poços de petróleo da Petrobras na África; o ex-diretor da BR Distribuidora João Augusto Rezende Henriques; o sócio da empresa Toyo Setal, Roberto Mendonça; o presidente do conselho administrativo da Sete Brasil, Newton Carneiro da Cunha; além de diretores do Grupo Schain, uma das empresas suspeitas de formação de cartel em contratos com a Petrobras.

Refinarias – Os deputados também aprovaram a realização de uma audiência pública para discutir o impacto do cancelamento da construção das Refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. Na ocasião serão ouvidos representantes dos municípios onde as refinarias seriam construídas, dos governos do Maranhão e do Ceará, e de funcionários da estatal envolvidos nas obras. Antes dos cancelamentos, R$ 2,7 bilhões foram gastos nos projetos, sendo R$ 2,1 bilhões na Premium I e R$ 596 milhões na Premium II.

 

O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco entregou à Operação Lava Jato os documentos que guardava de depósitos da offshore Constructora Internacional Del Sur, usada pela empreiteira Norberto Odebrecht para pagar propina no esquema de cartel e corrupção na estatal.

A conta de Barusco que recebeu valores da Odebrecht foi aberta em nome da offshore Pexo Corporation, que ele registrou em 2008.

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O delator afirmou aos investigadores da Lava Jato que conseguiu "identificar o recebimento de quase US$ 1 milhão depositados pela Odebrecht" nesta conta.

Pelo menos dez depósitos para a offshore de Barusco foram contabilizados ao longo de 2009 e cópias dos registros de depósitos entregues à Lava Jato.

A Constructora Del Sur, aberta no Panamá, fez pagamentos diretos ao ex-diretor de Serviços Renato Duque - braço no PT no esquema -, em 2009 em nome de uma conta que era controlada por ele. A descoberta foi feita no bloqueio da fortuna de 20 milhões de euros que ele mantinha no Principado de Mônaco.

Foram dois depósitos na conta de Duque aberta em nome da offshore Milzart Overseas Holdings Inc., do Panamá, totalizando US$ 875 mil. Os valores vieram de uma conta da Constructora Internacional Del Sur, no Credicorp Bank, em Genebra.

Em novo depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, confessou que a Odebrecht também usou Construtora Internacional Del Sur para movimentar propina em sua lavanderia.

"Odebrecht e Braskem (sociedade entre a empreiteira e a Petrobrás) era comum fazer esses pagamentos (de propina) lá fora, ou ela me entregava em dinheiro vivo no escritório da São Gabriel", afirmou o doleiro em audiência na Justiça Federal no Paraná nesta terça-feira, 31.

"Uma vez recebi uma ordem, não me lembro se foi em uma das contas indicadas por Carlos Rocha (doleiro Carlos Alberto Souza Rocha, também alvo da Lava Jato) ou Leonardo (Meirelles, outro réu da operação), da Odebrecht, que a remessa foi feita pela construtora Del Sur", relatou. Segundo o Youssef, ele teria recebido pagamentos por meio dessa empresa "umas duas ou três vezes".

Documento

A Lava Jato já sabe que Barusco era braço direito e espécie de contador da propina de Duque na Diretoria de Serviços. Por meio dela, o esquema arrecadava de 2% a 3% nos contratos da estatal. Parte ficava com os dois e parte ia para o PT.

Os documentos e depoimentos colhidos até agora na Lava Jato complicam a vida da Odebrecht e de seus executivos. Barusco e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa apontaram os executivos do grupo Rogério Santos Araújo e Márcio Faria da Silva como os responsáveis pelos pagamentos no exterior.

Costa diz ter recebido US$ 23 milhões da empreiteira por meio de transferências para a Suíça. O doleiro Bernando Freiburghaus, que mora na Suíça, é peça-chave nessas investigações. Era ele quem operava parte dessas contas na Europa.

A Odebrecht voltou a repudiar "as suspeitas lançadas sobre sua conduta". A empreiteira nega ter pago propinas no esquema Petrobras.

Em nota divulgada anteriormente, quando seu nome foi citado, a Odebrecht destacou: "A empresa não participa e nunca participou de nenhum tipo de cartel e reafirma que todos os contratos que mantém, há décadas, com a estatal, foram obtidos por meio de processos de seleção e concorrência que seguiram a legislação vigente".

O tesoureiro do PT João Vaccari Neto negociava diretamente com as empreiteiras o porcentual a ser repassado para o partido. A revelação foi feita pelo engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras que foi braço direito de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal.

Em novos depoimentos que prestou nos dia 9 e 12 de março, no âmbito da delação premiada que firmou com a força tarefa da Operação Lava Jato, Barusco citou o suposto pagamento de propinas nas obras do Gasoduto Pilar-Ipojuca, na Bahia, no valor equivalente a 2% do contrato e aditivos - esse contrato foi fechado pelo preço de R$ 430 milhões e três aditivos somaram mais R$ 139,8 milhões. A OAS foi contratada para a obra.

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A propina paga para a Diretoria de Serviços, então sob comando de Duque, chegou a R$ 11,39 milhões. Segundo Barusco, "houve pagamento de vantagens indevidas e metade desse valor ficava com o Partido dos Trabalhadores, sendo negociado diretamente por João Vaccari com os representantes da empreiteira".

Barusco explicou que entre 2011 e 2013 esteve reunido, "aproximadamente uma vez por mês, com João Vaccari Neto, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores". Segundo o delator, as reuniões ocorreram em hotéis de luxo, principalmente em Copacabana, no Rio, e que participavam Duque, Vaccari e ele.

"Era tratado do andamento de alguns projetos e contratos, em relação aos quais o Vaccari tinha interesses em ter conhecimento."

Barusco, que era braço-direito de Duque afirmou ainda que "Vaccari formulava algumas reivindicações em nome de empresas, por exemplo, para ver se era possível resolver algum problema, envolvendo licitações, celebrações de aditivos, inclusão de empresas na lista de empresas cadastradas, ou mesmo problemas técnicos".

O ex-gerente de Engenharia disse que as solicitações eram "atendidas dentro do possível, no limite dos procedimentos e requisitos técnicos das Petrobras".

"Nestas reuniões também era tratado da divisões do pagamento de propina."

Barusco explicou que a partir da reunião "cada um operacionalizava o recebimento de sua parte".

O advogado criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende Vaccari, afirma que o tesoureiro do PT arrecada exclusivamente doações lícitas, todas declaradas à Justiça eleitoral. D’Urso repudia as delações premiadas que apontam para Vaccari. Segundo o criminalista, os delatores "faltam com a verdade".

A OAS nega a prática de cartel na Petrobras e afirma que não pagou propinas para o tesoureiro do PT.

A Secretaria de Finanças do Partido dos Trabalhadores nega que o secretário João Vaccari Neto tenha participado de esquema para recebimento de propina ou de recursos de origem ilegal destinados ao PT.

O total repatriado até agora pelo Ministério Público Federal nas contas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco no exterior chega a R$ 182 milhões, informa nota da Procuradoria Geral da República. Desse total, R$ 139 milhões já estão em conta judicial vinculada ao processo da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal no Paraná. A PGR informa que este é o maior valor repatriado da história do Brasil.

Ainda há R$ 43 milhões (taxa de conversão em 11/03) em dólares (USD 12.459.685,51), euros (EUR 222.191,59) e francos suíços (CHF 1.118.606,43) que precisam ser convertidos e também serão depositados na conta da 13ª Vara Federal de Curitiba.

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Todo esse dinheiro foi declarado por Pedro Barusco em acordo de colaboração premiada conduzido pela Força Tarefa do MPF que investiga a Operação Lava Jato no Paraná. Nas revelações feitas entre novembro e dezembro do ano passado, Pedro Barusco admitiu sua participação no esquema criminoso de desvio de recursos públicos da Petrobras e forneceu diversas informações e provas sobre crimes praticados por outras pessoas. A Operação Lava Jato investiga crimes de corrupção, organização criminosa, formação de cartel, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

A propina que caiu nas contas de Pedro Barusco, ex-gerente da Diretoria de Serviços da Petrobras, rendeu US$ 12,76 milhões em instituições financeiras na Suíça. Em quatro contas - Tropez, Dole, Marll e Rhea -, Barusco acumulou saldo de US$ 54,29 milhões, a maior parte no período entre 2004 e 2014. Eram tantos os pagadores de propinas que nem o próprio Barusco sabe apontar com precisão a origem de depósitos que abasteceram suas contas na Suíça.

Em duas passagens da delação, ele descreve a origem da propina e diz que não conseguiu identificar quem teria mandado o dinheiro.

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"Que US$ 2.146.415,00 de outros que ainda não conseguiu identificar", disse o ex-gerente em um primeiro momento. "Que o restante não conseguiu identificar a origem das propinas."

As informações constam do próprio depoimento de Pedro Barusco à força tarefa da Operação Lava Jato. Ele fez delação premiada. Para se livrar da prisão, decidiu revelar os caminhos da corrupção na estatal petrolífera. O relato em que ele esmiúça os ativos e as aplicações em bancos suíços foi dado em novembro de 2014.

A primeira conta foi aberta entre 1997 e 1998. Até 2003, o saldo era de US$ 1,8 milhão. Em 2004 Barusco abriu a primeira offshore, Tropez Real State. Ela deu nome à conta que atingiu montante de US$ 13,51 milhões, dos quais US$ 8,7 milhões tiveram origem em propinas e o restante foi de rendimentos (US$ 4,75 milhões).

Na segunda conta, batizada Dole, aberta em 2005 e encerrada em 2014, o saldo bateu em US$ 11,05 milhões, dos quais US$ 2,86 milhões só em rendimentos. Ainda em 2005 ele abriu a conta Marl que, ao ser encerrada, apresentava saldo de US$ 15,44 milhões. Desse montante, US$ 12,71 milhões foram em propinas. A Dole engordou com US$ 2,72 milhões em rendimentos.

A conta Rhea chegou a um volume de recursos de US$ 14,28 milhões, dos quais US$ 11,86 milhões relativos a "depósitos de propinas". O rendimento bateu em US$ 2,41 milhões.

Em depoimento à CPI da Petrobras na Câmara hoje, o ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da companhia Pedro Barusco relacionou o recebimento de propina do esquema de corrupção na estatal à campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010, quando ela foi eleita presidente pela primeira vez.

Segundo Barusco, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebeu US$ 300 mil para engordar o caixa da campanha. "Aqueles 300 mil que eu disse de reforço de campanha foi na campanha presidencial de 2010", declarou, durante o depoimento.

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Na delação premiada que fez à Polícia Federal em 21 de novembro de 2014, Barusco havia dito que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque - que está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) - solicitou a um representante da empresa SBM Offshore os US$ 300 mil.

De acordo com a delação, o dinheiro foi pedido "a título de reforço de campanha durante as eleições 2010, provavelmente atendendo a pedido de João Vaccari Neto, o que foi contabilizado pelo declarante (Barusco), à época, como pagamento destinado ao Partido dos Trabalhadores".

O ex-gerente disse em depoimento à CPI da Petrobras que foram solicitados à SBM Offshore recursos para campanha eleitoral e que os valores foram repassados ao PT, via Vaccari Neto.

Questionado a quem eram destinados os valores, Barusco disse que o dinheiro foi dado na época da eleição presidencial em que disputavam o tucano José Serra contra a petista Dilma Rousseff, em 2010. Ele ressaltou que o dinheiro foi encaminhado ao PT.

"Foi solicitado à SBM um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento", afirmou.

PT

O PT divulgou nota negando que João Vaccari Neto tenha tratado de doações para o partido com o ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco. O ex-executivo voltou a declarar hoje, em depoimento à CPI da Petrobras, que foram repassados US$ 300 mil a Vaccari para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. O PT informou na nota, assinada pelo presidente do partido, Rui Falcão, e pelo secretário nacional de Finanças, João Vaccari Neto, que as doações que recebe são legais.

O ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, disse em depoimento à CPI da Petrobras que foram solicitados à SBM Offshore recursos para campanha eleitoral e que os valores foram repassados ao PT, via o tesoureiro João Vaccari Neto.

Questionado a quem eram destinados os valores, Barusco disse que o dinheiro foi dado na época da eleição presidencial em que disputavam o tucano José Serra contra a petista Dilma Rousseff, em 2010. Ele ressaltou que o dinheiro foi encaminhado ao PT. "Foi solicitado a SBM um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento", afirmou.

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