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A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) anual mostra que o perfil da pessoa endividada no Brasil é de uma mulher, com menos de 35 anos e ensino médio incompleto, moradora das regiões Sul ou Sudeste, cuja família recebe até dez salários mínimos.

A pesquisa foi divulgada hoje (19) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).  Na série histórica, iniciada em 2011, o ano bateu recorde: 77,9% das famílias estavam endividadas em 2022, uma alta de 7 pontos percentuais em relação a 2021 e de 14,3 se comparado com 2019, antes da pandemia de covid-19. O índice mais baixo foi registrado em 2018, quando 60,3% das famílias estavam com dívidas.

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O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que a pandemia reverteu a tendência de queda no endividamento que era registrada até 2019, especialmente entre os mais pobres. Segundo ele, os “efeitos perversos” da pandemia, com o fechamento de negócios e o aumento do número de desempregados, e no pós-pandemia, o avanço da inflação, fez com que as famílias com rendas mais baixas precisassem recorrer ao crédito para manutenção do consumo de primeira necessidade.

“Enquanto entre as famílias de maior renda foi a retomada do consumo reprimido que levou a maior contratação de dívidas. Esses fatores geraram o aumento no número de endividados em 2022 no país”, afirmou Tadros.

Recorde de superendividamento A Peic anual indicou que, do total de endividados, 17,6% se consideraram muito endividados, a maior proporção da série histórica. A cada dez famílias com renda mais baixa, duas comprometeram mais da metade da renda mensal para o pagamento das dívidas.

Já entre aqueles com maiores salários, o índice cai pela metade, o que sugere que o superendividamento está concentrado entre os mais pobres.

“Em média, durante 2022, o brasileiro gastou, a cada R$ 1 mil, R$ 302 em dívidas. No total, 70% das famílias comprometeram pelo menos 10% da renda com essa finalidade. Mais de 1/5 dos endividados tiveram de gastar, no mínimo, metade do salário para pagar dívidas”, diz a CNC.

O diretor de Economia e Inovação da CNC, Guilherme Mercês, afirmou que é importante que sejam adotadas medidas que possibilitem uma redução nos juros e na inflação, com uma nova âncora fiscal para a gestão das contas públicas.

“Em mais de dez anos, nunca as pessoas se sentiram tão endividadas, e o que a Peic demonstra é que o superendividamento é principalmente um problema para as famílias de baixa renda. Se esse endividamento diz respeito ao custo dos créditos e da inflação, um dos fatores essenciais para resolver isso é ter uma economia brasileira com juros mais civilizados, porque taxa de juros alta é sinônimo de dívidas caras, sempre”, disse Mercês, durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro.

Para o diretor, programas de renegociação de endividamento como os que estão sendo anunciados pelo governo federal são fundamentais e “estancam as angústias das pessoas e famílias”. “Mas, em termos estruturais, o que vai resolver esse problema é uma taxa de juros mais baixa”, ressaltou.

A capital paulista teve um aumento de 224 mil famílias inadimplentes no comparativo de um ano, maior número registrado em 12 anos segundo informações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O porcentual chegou a 25,8% em novembro, somando 1,04 milhão de lares com dívidas atrasadas.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), aferida todo mês pela Instituição, 9% das famílias alegaram não ter condições financeiras de quitar as dívidas pendentes. A população de renda mais baixa, que ganha até dez salários mínimos, é a que mais sofre com a inadimplência, alcançando a marca de 31,8%, quase três vezes maior que a registrada pela parcela da população de renda mais alta, de 11%.

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O levantamento aponta preocupação em relação aos indicadores, já que o grupo mais afetado é também o que possui menos patrimônio e estrutura para investir e, portanto, dificilmente consegue equilibrar as contas. O cenário de juros altos também contribui com a inadimplência, já que coloca os lares em risco financeiro por conta do atraso, que eleva exponencialmente a arrecadação dos bancos em cima da dívida. Sendo assim, o montante para gastos considerados essenciais fica cada vez mais escasso.

A Federação aconselha que as famílias em débito priorizem o pagamento das contas atrasadas caso constituam vínculo empregatício formal e, dessa forma, venham a receber o décimo terceiro salário. A Instituição também sugere que os trabalhadores endividados procurem os feirões "Limpa Nome" para verificar as oportunidades de renegociação dos débitos com a redução de taxas e multas de atraso.

Ainda conforme os dados da FecomercioSP, o cartão de crédito continua sendo o maior obstáculo para que as famílias paulistanas fechem as contas com saldo positivo, representando 85% dos endividados. Logo atrás vem o carnê (15,6%), o financiamento de carro (11,7%) e o financiamento de casa (10,8%). Apesar de menor, o porcentual ligado ao crédito consignado (7,1%) também chama atenção devido à alta acumulada nos últimos meses.

A intenção das famílias de contratar crédito também aumentou: 9% das famílias responderam positivamente quando questionadas no mês de novembro, avanço de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A finalidade principal, de acordo com 66%, é o consumo. No entanto, 34,1% afirma que o destino da contratação é o pagamento de dívidas e contas.

Sobre os meios mais vantajosos de consumir, 24,7% escolheu o parcelamento no cartão de crédito. Já outros 16,7% deram ênfase às transações via Pix como forma mais viável de fazer compras.

O volume de famílias com contas atrasadas no país subiu em outubro e atingiu a maior taxa anual em seis anos, revelou nesta segunda-feira (7) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira pela CNC, a proporção de famílias inadimplentes ficou em 30,3% em no mês passado, alta de 0,3 ponto percentual em relação a setembro, e de 4,6 pontos em relação a outubro do ano passado. 

Esse avanço de 4,6 pontos em 12 meses foi o maior registrado na comparação anual desde março de 2016, informou a CNC. O indicador subiu pelo quarto mês consecutivo. 

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O aumento na inadimplência ocorreu mesmo com a relativa estabilidade na proporção de endividados. Em outubro, o percentual das famílias com dívidas a vencer chegou a 79,2%. O indicador caiu 0,1 ponto na comparação com setembro, mas subiu 4,6 pontos percentuais em relação a outubro de 2021. 

De acordo com a CNC, o aumento da inadimplência pode ser explicado pela combinação de grande nível de endividamento e juros altos. Na avaliação da entidade, esse cenário dificulta a quitação de todos os compromissos financeiros dentro do mês, mesmo com a melhora progressiva no mercado de trabalho, a queda da inflação e as políticas de transferência de renda reduzindo a proporção de endividados. 

Estados e renda

Na divisão por estados, a inadimplência cresceu em 12 das 27 unidades da Federação, com destaque para a Bahia, onde 43,7% das famílias relataram estar com as contas atrasadas. Em relação ao endividamento, a proporção de famílias com débitos a vencer subiu em 17 unidades da Federação. A maior alta foi no Paraná, onde 95,8% das famílias afirmaram estar endividadas. 

Na comparação por renda, a taxa de endividamento aumentou nos últimos 12 meses tanto entre as famílias de baixa e média renda (que ganham até dez salários mínimos) quanto entre as de maior renda (que recebem mais que dez salários mínimos). Segundo a CNC, as dívidas no cartão de crédito e no cheque especial, que cobram os juros mais altos, estão pressionando o aumento na proporção de endividados. 

Desaceleração

Na comparação com outubro de 2021, o número de famílias com dívidas a vencer subiu 4,6 pontos percentuais, menor taxa anual desde julho de 2021, disse à Agência Brasil a economista da CNC Izis Ferreira. Segundo Izis, nessa base de comparação, o aumento tem sido cada vez menor. A economista destacou que hoje ainda existe uma proporção de endividados mais alta do que havia em outubro de 2021, mas disse que a taxa anual vem desacelerando, ficando “cada vez menos expressiva”.

  Izis Ferreira ressaltou que, atualmente, as pessoas circulam mais pelas ruas e podem consumir produtos e serviços sem nenhuma restrição. O contexto econômico mostra que a inflação está dando uma trégua, temporariamente e ainda em nível elevado, mas tem aliviado um pouco a renda disponível. “Isso se refletiu na proporção de endividamento, embora o nível de endividamento ainda seja muito alto.” 

A economista ressaltou que, em 2021, a proporção de endividados cresceu mais entre famílias de maior renda (5,8 pontos percentuais) que entre as de menor renda (4,3 pontos percentuais ). De setembro para outubro deste ano, a redução foi mais significativa entre os consumidores de renda elevada (-0,5 pontos percentuais).

“Temos 80,2% de famílias de baixa e média renda endividadas hoje e 75,4% de famílias de renda alta endividadas. Na comparação com outubro do ano passado, o endividamento foi maior para o grupo de alta renda, que retomou o consumo de serviços em um ambiente em que estes estão mais caros. Estamos falando de passagens aéreas, viagens, salão de beleza, alimentação fora do domicílio. Tudo isso cresceu muito de preço no último ano.” 

Passagens aéreas pesam muito no item de viagens para famílias de renda elevada, que as compram com cartão de crédito, disse a economista. A retomada de serviços por esse grupo, em um ambiente em que há inflação de serviços alta, levou-o a um aumento mais expressivo na proporção de endividados. Mas o grupo de menor renda ainda tem famílias mais numerosas quando se olha o total de endividados no Brasil, destacou. 

Juros altos

Os orçamentos domésticos continuam apertados, principalmente entre as famílias de menor renda, apesar da retomada progressiva do fôlego na economia, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “O nível de endividamento alto e os juros elevados pioram as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento, ficando mais difícil quitar todos os compromissos financeiros dentro do mês.” 

Segundo o Banco Central, os juros anuais em todas as linhas de crédito para as pessoas físicas atingiram 53,7% em média, em setembro, com evolução de 12,5 pontos percentuais. Izis Ferreira afirmou, contudo, que a proporção de famílias com dívidas atrasadas por mais de 90 dias vem se reduzindo desde abril. Em outubro, esse indicador alcançou 41,9% dos inadimplentes, menor proporção desde dezembro de 2021. 

Segundo Izis, os consumidores têm buscado renegociar as dívidas atrasadas. A porcentagem de famílias que afirmaram não ter condições de pagar as contas caiu 1 ponto percentual de setembro para outubro, representando 10,6% do total de famílias. 

Principais dívidas

O cartão de crédito mantém-se, já há algum tempo, como principal tipo de dívida das famílias brasileiras, indica a Peic. Aumentou de 84,9%, em outubro do ano passado, para 86,2% em igual mês deste ano. Do mesmo modo, houve expansão no cheque especial, de 4,9% para 5,1%, na mesma base de comparação.

"São duas modalidades de fácil acesso, além de serem meios de pagamento muito difundidos. E, muitas vezes, as famílias consideram o limite aprovado como renda disponível, assim como o cheque especial. O que aconteceu, ao longo do ano, é que as duas modalidades foram suportando o consumo, especialmente de gêneros de primeira necessidade, para consumo imediato, e o orçamento não deu. Aí, como a família não tem reserva de emergência, usou o cheque especial e o cartão de crédito.”  Izis salientou que, nesse caso, além da questão conjuntural, há o fator comportamental.

Além de ser muito fácil de usar e muito divulgado, o cartão de crédito enfrenta promessas de benefícios e incentivos de muitas lojas. Isso, de certa forma, incentiva as pessoas a usar mais o cartão de crédito. “Por isso, chegamos a 86,2% de endividados no cartão. Só que o cartão é uma faca de dois gumes. Ele é muito fácil, mas é muito caro.” 

A taxa de juros média do rotativo do cartão alcança em torno de 380% ao ano, embora existam instituições que pratiquem juros bem maiores que a média. “Aí, a pessoa, quando não consegue pagar toda a fatura, fica sujeita a essa taxa de juros que é a maior do mercado de crédito. A taxa do cheque especial é a segunda maior. Então, o que a gente vê são as modalidades que custam mais caro apresentarem crescimento quando se olha o resultado de outubro em relação a outubro do ano passado.” 

Já o crédito consignado, um dos tipos de crédito com juros mais baixos (cerca de 25% ao ano, segundo dados do Banco Central, perdeu espaço no endividamento dos brasileiros: 5% do total de consumidores endividados tem dívidas consignadas atualmente, ante 7% em outubro de 2021.

Após três reduções seguidas, o número de brasileiros com dívidas voltou a subir no último mês de 2020, informou nesta quarta-feira (6) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de dezembro apontou que 66,3% dos consumidores estão endividados, uma alta de 0,3 ponto percentual com relação a novembro. No comparativo anual, o indicador registrou aumento de 0,7 ponto percentual.

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Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o crédito deve ganhar destaque na retomada da economia em 2021. “É importante não somente seguir ampliando o acesso aos recursos com custos mais baixos, mas também alongar os prazos de pagamento das dívidas para mitigar o risco da inadimplência no sistema financeiro”, disse, em nota, Tadros, ressaltando que grande parte do crédito ofertado durante a pandemia de covid-19 foi concedido com carência nos pagamentos e deve começar a vencer no início deste ano.

 

 

Em relação à renda, as trajetórias do endividamento passaram a apresentar tendências semelhantes em dezembro. Entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, o percentual subiu para 67,7% do total, após três reduções consecutivas. Para as famílias com renda acima de dez salários, o indicador aumentou para 60%.

 

 

Segundo a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, com o fim do auxílio emergencial, em janeiro as famílias de menor renda que recebiam o benefício precisam adotar maior rigor na organização dos orçamentos domésticos. “O crédito pode voltar a funcionar como ferramenta de recomposição da renda, ainda no contexto de incertezas sobre a evolução do mercado de trabalho”, afirmou Izis.

 

 

Inadimplência em queda

 

Apesar da alta do endividamento, os consumidores continuam conseguindo quitar débitos e compromissos financeiros. O total de famílias com dívidas ou contas em atraso apresentou a quarta redução consecutiva, caindo de 25,7%, em novembro, para 25,2%, em dezembro. Em comparação com igual mês de 2019, a proporção cresceu 0,7 ponto percentual.

 

Segundo a CNC, a parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permanecerão inadimplentes teve nova retração, passando de 11,5% para 11,2%. Em dezembro de 2019, o indicador havia alcançado 10%.

 

Com relação aos tipos de dívida, a proporção de brasileiros que utilizam o cartão de crédito voltou a crescer, alcançando 79,4% das famílias – a maior taxa desde janeiro de 2020 – mantendo-se como a principal modalidade de endividamento. Além do cartão de crédito, o cheque especial também aumentou a sua participação entre as famílias endividadas. “Ambas são modalidades associadas ao consumo imediato e de curto e médio prazos”, disse Izis.

 

Ano novo, dívidas novas. Quem não se planejou, sofre para honrar os compromissos do início de 2019, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e material escolar. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada entre novembro e dezembro de 2018, seis em cada 10 pernambucanos estão endividados, o que representa 66,8% da população e correspondente à 340.010 famílias. Para te ajudar a sair do vermelho, o LeiaJá conversou com um economista, que deu dicas de planejamento financeiro.

Segundo o economista da Fecomércio-PE Rafael Ramos, o motivo do aumento no número de endividados no Estado se dá pelo tradicional calendário de consumo e pela falta de organização dos compradores. “É importante que o planejamento financeiro familiar seja feito em conjunto, cortando despesas como serviços que não são essenciais naquele momento. Também é preciso entender que o controle de gastos exige sacrifícios, mudança de hábitos e reajustes de consumo, o que é difícil para muitas famílias”, enfatizou.

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Para ele, “quando a gente vai para os números, é preciso saber quanto esse endividamento vai comprometer o orçamento familiar. Se chegar até 15%, não é algo preocupante. O que preocupa são as famílias que não tem renda fixa e não conseguem pagar os tributos”. Apenas 9% dos brasileiros afirmaram ter condições de pagar as despesas de início de ano e 11% não fizeram nenhum tipo de planejamento para 2019, foi o que apontou o levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Constituída pela contadora Danielle Aleixo, o sócio de um estúdio de tatuagem Michel Fernando, a filha Laura, de 12 anos, e o mascote Thor, a Família Aleixo faz parte da parcela de endividados e se desdobra para honrar os compromissos mensais. “A gente trabalha, e no aperto, consegue pagar tudo. Mas todo início de ano é complicado, além das contas ‘normais’, tem essas pra gente quebrar a cabeça”, declarou Michel.

Inserida no SPC e quitando um empréstimo, a família acredita que o endividamento foi consequência dos gastos supérfluos, “antes eu ia lá e comprava mesmo. Aí você acaba gastando demais. Hoje, penso se realmente é necessário”, declarou Danielle. As refeições fora de casa, a compra de itens de vestuário e os passeios, comprometeram o orçamento familiar, revelou Michel, ao admitir o corte de gastos. “A gente teve que diminuir as idas ao cinema e à praia justamente para poder poupar”, observou.

Cartão de crédito: assistente ou vilão?

Com um dos maiores juros do mercado, em torno de 300%, o cartão de crédito foi outro fator que afetou as finanças da família. “Ele se tornou um vilão porque, as vezes, você nem precisa daquilo e compra”, declarou Danielle. Além dos longos parcelamentos, a má utilização foi preponderante para o endividamento. “Se você tem um cartão, vai lá e compra, quando vem a fatura é que você entra em pânico. O problema é que as contas do cartão viram uma bola de neve, por que você vai passando e quando vê já acabou comprando mais do que devia. De uns anos pra cá, venho me atentando a isso”, admitiu a contadora.

No levantamento da Fecomércio-PE, 93% das famílias informaram que o tipo de dívida está atrelado ao uso do cartão de crédito. “Cartão de crédito não é extensão de renda, não ultrapasse 25% do orçamento em parcelas para não comprometer sua capacidade de pagamento. Além das dívidas sazonais, existem as correntes, como água, alimentação e energia”, indicou o economista Rafael Ramos, antes de exemplificar o processo acelerado de endividamento com o cartão. “Se você fizer uma conta de R$ 1.000 e não pagá-la, em um ano essa conta vira R$ 4.000. Sendo mal utilizado, ele é muito perigoso”, completou.

Para o economista, a melhor forma de se prevenir financeiramente é separar 20% da renda para possíveis gastos pontuais ou casos de emergência. De acordo com Rafael, “não financiar despesas fixas, utilizar no máximo um cartão e controlar as datas de vencimento”, são os primeiros passos para utilizar o suporte do crédito com segurança.

Na prática

Com o início da reeducação financeira e a mudança de hábitos, a Família Aleixo faz parte dos 37% dos brasileiros que pretendem juntar dinheiro e sair do vermelho. “Meu foco agora é a quitação geral, para poder respirar com o cartão. Depois, pretendo poupar para sair do aluguel e conquistar minha casa própria”, revelou a contadora.

Para isso, ela mantém um pequeno empreendimento em casa para complementar a renda e atender às demandas mensais. “Nos fins de semana ou a noite, quando volto do escritório, começo a minha produção de picolés gourmet e salgadinhos por encomenda. O negócio vem apresentando um bom retorno, e essa renda extra têm ajudado muito a gente”, afirmou.

Sobre investir em empreendedorismo para ampliar a renda, Rafael Ramos advertiu em relação à análise prévia do investimento e do mercado geral. “Depende do perfil de cada um, se você pretende ter um retorno rápido e quanto pode gastar. É interessante procurar um profissional, analisar os níveis de risco do investimento”, salientou.

Confira as quatro dicas do economista:

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Apesar de registra uma queda em relação ao percentual do mês anterior, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) pernambucana mostrou que o número de endividados no estado é de 61,8%. O percentual é inferior aos registrados em junho de 2018 e julho de 2017, quando a taxa era de 62,8% e 67,6%, respectivamente, mas ainda é maior que a média nacional.

De acordo com a PEIC nacional, divulgada pela Conferência Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas no país cresceu de 56,4% em junho para 57,1% em julho deste ano. Especialistas afirmam que o mês de julho, período de recesso escolar, tradicionalmente apresenta um maior consumo das famílias nos serviços de alimentação e lazer.

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Em Pernambuco, o alto número de pessoas com algum tipo de débito pode ser reflexo de uma taxa de desemprego também muito alta, com mais de 700 mil pessoas no primeiro trimestre do ano. Em números concretos, o percentual de 61,8% equivale a 314.039 mil famílias que informaram ter algum tipo de dívida. O grande "vilão" das dívidas continua sendo o cartão de crédito, com 92,2% das dívidas, seguido pelo endividamento com carnês e crédito pessoal.

Jovens

Outro recorte importante é a quantidade de jovens brasileiros - entre 25 e 29 anos -com o nome "sujo na praça". Segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quase metade (46%) deste público está inadimplente. Entre os de 18 a 24 anos, a proporção é de 19%. Somados, os dois grupos representam cerca de 12,5 milhões de pessoas.

Economistas e especialistas em finanças são concordantes: para evitar ficar no vermelho, é preciso se organizar. Criar uma planilha, usar aplicativos de planejamentos financeiros no celular e renegociar as pendências atuais são pontos fundamentais para o reequilíbrio financeiro. A partir disso, a dica é criar o hábito de poupar. Se possível, por volta de 15% do seu orçamento mensal.  

O porcentual de famílias endividadas caiu a 61,0% em março, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em fevereiro, o porcentual estava em 62,7%. O resultado ficou abaixo do verificado em março de 2013, quando 61,2% das famílias relataram ter dívidas.

"A alta do custo do crédito induz a uma postura mais cautelosa das famílias ao contratar e renovar empréstimos e financiamentos. Juros mais altos e ganhos de renda mais modestos levam a condições menos favoráveis para o endividamento", diz a CNC em nota.

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Já a inadimplência registrou alta em março, para 20,8%, ante 19,7% em fevereiro. Em março de 2013, o porcentual de famílias com dívidas em atraso ficou em 19,5%.

"A elevação do porcentual de famílias com contas em atraso no primeiro trimestre do ano é influenciada pela sazonalidade do período e reforçada pelo maior comprometimento médio de renda que as famílias endividadas relataram ter este ano", diz a nota da CNC.

O número de consumidores endividados recuou no mês de setembro para 61,4%, na comparação com agosto (63,1%), segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É o segundo mês seguido de queda. Em relação a setembro de 2012 houve alta já que, naquele ano, o total de endividados era de 58,9%.

O porcentual de famílias com dívidas ou contas em atraso ficou em 20,6% e seguiu a mesma tendência, apresentando queda na comparação mensal, mas permanecendo em nível superior ao observado em igual período do ano anterior. Em agosto passado, o indicador ficara em 21,8% e em setembro de 2012, em 19,1%.

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Já o porcentual de famílias sem condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso ficou em 7,0%, estável na comparação mensal (agosto também registrou 7,0%) e recuando ligeiramente em relação a setembro de 2012 (7,1%). A pesquisa considera como dívidas contas a pagar em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.

Segundo a CNC, a queda do número de famílias endividadas na comparação com o mês imediatamente anterior foi observada em ambos os grupos de renda. Na comparação anual, houve aumento em ambos os grupos de renda.

A Confederação informou que, para as famílias que ganham até dez salários mínimos, o porcentual de famílias com dívidas foi de 63,3% em setembro de 2013, ante 64,8% em agosto de 2013 e 60,5% em setembro de 2012. Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o porcentual de famílias endividadas passou de 54,7%, em agosto, para 52,9% em setembro de 2013. Em setembro de 2012 o porcentual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 51,7%.

O recuo do número de famílias com contas ou dívidas em atraso entre os meses de agosto e setembro ocorreu apenas para a faixa de renda inferior a 10 salários mínimos. Na faixa de menor renda, o porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso passou de 24,7%, em agosto, para 22,9% em setembro de 2013.

A proporção das famílias que se declararam muito endividadas recuou entre os meses de agosto e setembro de 2013, para 12,4% do total de famílias. A CNC destacou que desde fevereiro de 2013 não se observava queda nesse indicador. O cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 73,2% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 18,2%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 12,6%.

O nível de endividamento do consumidor com financiamento de veículo caiu mais uma vez em julho, o que pode aumentar a margem das famílias para tomar novamente esse tipo de crédito, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), entre as famílias endividadas que recebem acima de dez salários mínimos, a fatia que possui financiamento de veículos recuou para 19,7% em julho, após ter ficado em 20,5% em junho. Esse porcentual tinha sido ainda maior em maio, de 26,8%, após o ápice verificado em abril, quando 29,8% das famílias tinham dívidas em financiamento de carro.

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"Ainda é um tipo de dívida interessante, o segundo maior entre as famílias que recebem mais de dez salários mínimos. Só perde para o cartão de crédito. Mas, como já atingiu um patamar bem mais alto, há sim espaço para aumentar esse tipo de endividamento", avaliou Marianne Hanson, economista da CNC.

Entre as famílias que recebem até dez salários, o comprometimento da renda com financiamento de veículo é consideravelmente menor, apenas 8% das famílias endividadas declaram possuir esse tipo de dívida.

O resultado da pesquisa mostrou um aumento geral no endividamento, acompanhado de um recuo na inadimplência, o que pode sinalizar que os consumidores estão, aos poucos, voltando às compras.

"Por ter sido acompanhada pela redução do número de famílias inadimplentes, acho que essa alta modesta no porcentual de famílias endividadas é uma boa notícia", afirma Marianne. Isso porque, segundo ela, a cautela das famílias em relação ao endividamento elevado e à tomada de novos empréstimos está impedindo uma recuperação mais forte da demanda e da atividade econômica no Brasil.

No entanto, a economista alerta que ainda não é possível precisar se já houve uma retomada da demanda. "(Os consumidores) Voltaram a consumir, mas é cedo para dizer se vai ser uma tendência. É apenas a segunda alta consecutiva, mas ainda está abaixo do que a gente observou em 2011", contou.

O porcentual de famílias com dívidas subiu de 57,3% em junho para 57,6% em julho. No entanto, em julho do ano passado, essa fatia era de 63,5%.

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