Antes mesmo da divulgação oficial de seu edital, a edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem mexido com estudantes e professores. Diante das declarações do ministro da Educação Mendonça Filho, em que a reforma do ensino médio possibilita o aluno escolher quais áreas quer estudar e que a prova do Enem pode ser realizada em único dia, o público começa a apostar em mudanças para a aplicação do Exame. No Recife, cursinhos já alteraram seus programas de aula e docentes apostam no fortalecimento de uma avaliação mais ‘conteudista’ e consequentemente mais específica.
Representante do preparatório Squadrão Aula Show, o professor de química Berg Figueiredo acredita que o Enem terá questões específicas. Justamente pelas mudanças previstas no Exame deste ano, o docente montou um plano de aula com níveis mais difíceis, no que diz respeito às resoluções. “O preparo está sendo feito com uma abordagem em questões de níveis mais elevados e com temáticas específicas. Acredito que o aluno que se prepara com um nível mais alto terá vantagem, pois existe uma tendência para que a prova do Enem se torne mais difícil”, explica o professor, em entrevista ao LeiaJá.
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Para o educador, caso o Enem recue e mantenha questões mais cotidianas, os estudantes que optarem por uma preparação mais específica ainda assim podem ter bons resultados. “Tenho uma concepção que o estudante preparado num nível mais elevado consegue se sair muito bem em aulas e resoluções de questões com níveis mais baixos. É aquela história de quem pula um muro de dois metros tem grande chance de pular um muro de 1 metro”, opina.
Outra sugestão do Ministério da Educação (MEC) é a realização do Enem em apenas um dia. Caso isso aconteça, é provável que o número que questões seja reduzido. “Prova em um dia causará menos desgaste nos candidatos, sem falar que o emocional conta bastante pelo tempo extenso. Porém, a desvantagem é que você terá uma avaliação menor”, analisa Berg. Atualmente, o Exame é realizado em dois dias, somando 180 quesitos.
Professor do curso Conexão Isoladas, Marconi Sousa, da área de matemática, também optou por aumentar o nível de questões do seu cronograma de aula. O educador espera um Enem mais específico e vislumbra o retorno de assuntos não abordados nas últimas edições.
“Quando fazemos um planejamento nós procuramos contemplar todos os assuntos de matemática que seguem a cartilha das competências e habilidades do Enem, evidenciando assuntos que sempre são mais frequentes. O que pode acontecer, em meu ver, é que o Enem pode acrescentar alguns assuntos que foram excluídos, fazendo com que o professor adapte seu planejamento a esses novos assuntos, mas sempre procurando se adequar às competências e habilidades”, explana o professor. Segundo Marconi, alguns dos assuntos que podem aparecer são matrizes, determinantes, polinômios e números complexos.
A equipe do CN 1000 Vestibulares também preparou um plano de aula com questões de nível elevado. De acordo com a professora de biologia Juliana Duarte, a depender do edital do Enem 2017, o planejamento do preparatório pode, novamente, passar por alterações. Quem compartilha da ideia é o docente de química Bruno Ramos. Confira o vídeo a seguir com depoimentos dos educadores:
O edital do Enem 2017 será publicado em fevereiro, segundo o MEC. Para ajudar na composição do documento, o Ministério abriu uma consulta pública para colher opiniões da população.
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