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O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta quarta-feira (22) que não há interferência do MEC e do governo federal nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em resposta aos deputados, ele disse que as questões foram elaboradas por professores contratados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2021.

"Não há a menor interferência do MEC, do governo, nas provas do Enem. Aliás, a comissão que elaborou essa prova foi do seu governo (Bolsonaro). Os professores foram selecionados em 2020, os itens foram criados em 2021", reforçou Santana.

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Ele foi ouvido nesta manhã pelas comissões de Educação; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Uma questão da prova sobre territorialização da produção trazia como correta a afirmativa de “cerco a camponeses inviabilizando manutenção da vida”. Questionado pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) sobre a depreciação do setor agropecuário, Camilo afastou alinhamento ideológico: "Este governo tem valorizado e apoiado o agronegócio brasileiro. Nós estamos tratando aqui de uma questão de interpretação. Isso não significa dizer que é um posicionamento do governo nem do Ministério da Educação", reforçou Camilo.

Violência nas escolas
Camilo Santana reiterou que o governo tomou “ação efetiva” contra a onda de violência nas escolas ao combater as fake news e plataformas digitais que incitavam o ódio. "Pessoas foram presas. São jovens estimulando o armamento, são jovens estimulando matar as pessoas nas redes sociais e as plataformas digitais precisam ser responsabilizadas", disse.

Ele elogiou a iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de convocar governadores e prefeitos para atuar de forma conjunta para evitar novos incidentes em ambientes escolar. Segundo ele, é preciso construir “parcerias com estados e municípios que estão na ponta, porque são eles que executam as políticas públicas”.

Novo ensino médio
Outro tema em destaque foi o envio ao Congresso, pelo governo, do projeto de lei com diretrizes para a Política Nacional de Ensino Médio, que propõe mudanças no novo ensino médio, aprovado em 2017.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) classificou a iniciativa de "revogação branca" das regras do ensino médio e disse que "anos de debate foram jogados no lixo". Ventura afirmou que o Brasil tem uma "estrutura arcaica de ensino que não conversa com o resto do mundo em relação à rigidez de disciplina obrigatória, em relação ao aluno não ser volitivo em suas escolhas, seguir seus interesses, suas inspirações." De acordo com a parlamentar, tudo isso se reflete "nos nossos índices, em último posicionamento em rankings de educação."

Diante o que expôs, ela quis saber o que a pasta propõe para a educação básica e o ensino médio. Em resposta, Camilo Santana reforçou que foram ouvidos representantes de professores, alunos, secretárias e conselhos de educação na elaboração do projeto.

Entre as medidas, está prevista a volta de todas as disciplinas obrigatórias do ensino médio, como sociologia, filosofia e artes, além da inclusão da língua espanhola em toda a rede no prazo de três anos. "Queremos uma escola que seja criativa, acolhedora, que diminua a evasão, focada no novo mercado de trabalho, que dê esperança", frisou o ministro.

Sistema Nacional de Educação
Camilo defendeu a aprovação, pela Câmara, do Projeto de Lei Complementar (PLP) 235/19, que cria o Sistema Nacional de Educação (SNE) com o objetivo de articular políticas, programas e ações da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios na área educacional. O texto já foi aprovado pelo Senado.

O titular do MEC informou que o governo deve enviar ao Congresso propostas sobre o novo Fies e a bolsa poupança para o ensino médio.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

A primeira fase da prova da Fuvest 2024, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), teve questões de interpretação envolvendo o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, cobrou história do Brasil só até a presidência de Juscelino Kubitschek e pediu para que os candidatos mapeassem o DNA de Wandinha Addams para descobrir como ela herdou seu poder de visão. A prova foi aplicada para mais de 100 mil estudantes neste domingo, 19.

Segundo a própria Fuvest, o índice de abstenção na primeira fase ficou em torno dos 8%, menor que os mais de 11% registrados no vestibular do ano passado. Ao todo, 100.818 candidatos realizaram a prova, apoiada majoritariamente por questões interdisciplinares, alternando entre uma questão e outra os temas cobrados.

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Uma dessas questões abordou com dois textos o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, aplicada no último dia 5. "Isso mostra a importância do tema, uma vez que a prova da Fuvest provavelmente foi elaborada até julho, no máximo", comenta Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli.

Outros temas que surgiram na prova foram violência doméstica, o conceito de raça, o aumento da população autodeclarada preta e parda no Brasil e as tragédias climáticas sofridas no litoral norte de São Paulo em fevereiro deste ano. "O que me chamou muita atenção na prova em si foi a de história. Não caiu nada de regime militar para frente, ela estacionou em Juscelino Kubitschek e depois não se tem mais nada", comenta Alvarez.

Professor de história do Cursinho da Poli, Fernando Rodrigues também observa a ausência de questões sobre a Antiguidade, Idade Média e outros períodos importantes do País, como a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina ou a Revolução Praieira. "Questões e movimentos sociais contestatórios não apareceram muito, sejam eles rurais, urbanos ou militares", diz.

O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorreu no último domingo (12) em todos os estados do país e no Distrito Federal. Cerca de 2,7 milhões de candidatos realizaram o vestibular, que se tornou assunto principal no Brasil.

Entre os tópicos levantados, uma questão de matemática teve muita repercussão nas redes sociais, por ter um “teor racista” na charge. O quesito levanta as diferenças culturais de povos e possui uma imagem caricata de pessoas pretas. O professor de matemática Edu Coelho, também é um homem preto e conversou com o Vai Cair no Enem sobre a situação.

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O docente explica que a questão aborda o conteúdo de sequência e lógica indutiva, para fazer o aluno descobrir qual o próximo termo da sequência, seguindo a lógica por trás da sequência de termos apresentados na figura. Segundo o matemático, este tipo de pergunta poderia ser feita de diversas maneiras, utilizando os mais “diversos símbolos, nos mais diversos contextos”. Porém, o uso da charge não foi a melhor escolha.

“Nós sabemos que a charge se comunica não apenas com a fala, mas com tudo que ela mostra ali, com o desenho, com todo o contexto e tal. E o que nós temos ali é a escolha de uma linguagem que remete realmente ao que nós, por muito tempo, fomos acostumados a chamar de selvagem ou primitivo. Essa sonoridade que acaba remetendo alguns povos, que foi introduzido na gente de maneira errada, querendo ou não, existe essa ligação ao que a gente entende a muitos povos africanos”, explica o profissional.

Para Coelho, a forma que as pessoas foram representadas e suas feições, foram de “extremo mau gosto”. Ele defende que a pergunta, na parte da matemática, poderia ser feita de outras formas e que a escolha do quesito foi “bem complexa, bem complicada”. Um dos milhares de estudantes que fizeram a prova do Enem também expressou seu descontentamento com a prova nesta questão.

Valber Willians é um jovem negro de Recife, Pernambuco. O rapaz contou ao Vai Cair no Enem que, no início, não notou a problemática por estar tão nervoso ao fazer o vestibular, mas ficou abalado ao ver o quesito em casa.

“O que mais me pega nessa questão é o fato de estar estereotipando o negro, sabe? Tipo, aquele negro com o cabelo de pixaim, com aqueles lábios gigantes e o nariz muito avantajado. Só fica estereotipando o negro, relata o aluno. Well ainda levanta que esta atitude foi “hipocrisia da bancada”, porque, nas palavras dele, na primeira semana de provas, o Enem defendeu que “racismo não”, mas na semana seguinte, estaria “estereotipando”.

“De primeiro eu nem reparei, porque eu tava muito focado na prova, eu tava focado mais em responder as questões. Só que é quando eu cheguei em casa que eu dei uma lida de novo na prova e fui atrás das questões que eu vi, e isso me deixou muito chateado, me deixou abalado, porque como eu falei, foi hipocrisia da bancada, hipocrisia”, afirma o recifense.

O professor de matemática Edu Coelho concorda com o aluno no ponto de esteriotipar traços negros. Para o docente, esta pergunta foi muito problemática, por trazer uma charge que possui feições “animalesticas”. 

“Eu achei muito problemático porque meio que estigmatiza, sabe? Você piora o estigma que existe em relação às pessoas pretas, porque obviamente que dentro das pessoas pretas existem as características que já são muito estigmatizadas, sofrem bastante discriminação em relação, por exemplo, ao formato de lábio, de nariz, e aí você tem essas feições, com cahrges reproduzindo pessoas pretas. Nesse formato, eu achei bem errado, na verdade”, finaliza o matemático.

A questão apresentada é bem similar a outro quesito, presente no vestibular da Universidade Estadual de Goiás (UEG) de 2003. Contudo, o quesito original não possuía charge alguma, e foi adaptada para o Enem 2023. Mesmo com a similaridade, o ministro da educação Camilo Santana afirmou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira não tem pretensão de anular a questão. 

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O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, informou, durante coletiva do balanço preliminar do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, neste domingo (12), que será aberto, em janeiro de 2024, um edital de seleção para novos elaboradores de questões e confecção das provas. 

A informação foi dada após questionamentos devido à anulação de uma questão de matemática da avaliação. A justificativa dada foi a falta de ineditismo, tendo em vista que a questão já havia sido aplicada no Enem de Pessoas Privadas de Liberdade (PPL), em 2010

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O edital abrirá vagas para elaboradores e revisores de itens. “Nós vamos fazer um esforço mais significativo de mobilização das nossas universidades e das coordenações pedagógicas das diferentes secretarias de educação”, declarou Palácios.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, refutou nesta quarta-feira, 8, a possibilidade de que itens acusados de ter viés ideológico sejam anulados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Palácios disse ainda que o órgão pretende lançar novo edital para selecionar elaboradores de perguntas, mas descartou ajustes no modelo de escolha. O formato tem sido questionado pela maneira como abordou o agronegócio e a competitividade econômica, o que levou a uma onda de críticas.

Um dos itens tinha um texto que dizia que, no Cerrado, o "conhecimento local" está subordinado "à lógica do agronegócio" e que o "capital impõe conhecimentos biotecnológicos", que trazem consequências negativas para a população do campo. O trecho faz parte de um artigo que foi publicado na Revista de Geografia da Universidade Estadual de Goiás.

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Em outra questão, relaciona-se a competitividade na economia à pratica de dumping. Em reação, a Frente Parlamentar do Agronegócio pediu a anulação de três questões do exame.

Nesta quarta-feira, o presidente do Inep participou de sessão da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Palácios foi chamado a comparecer na audiência para prestar esclarecimentos sobre o exame, aplicado no domingo, 5. Os parlamentares também aprovaram convite para que o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), compareça na Comissão de Educação no dia 22 de novembro.

"A anulação de questões do Enem se deve a uma única razão: que aquele item incluído no teste não contribui para estimativa de proficiência do desempenho do estudante, não tem gabarito correto, o item não é capaz de avaliar as habilidades cognitivas do estudante. Essa é a única razão que leva à anulação de um item", disse Palácios.

O primeiro dia do Enem ocorreu no último domingo, 5, quando os estudantes foram avaliados nas áreas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação. No próximo domingo, os candidatos farão a prova de Matemática e Ciências da Natureza.

"É claro que o Enem não demoniza o agronegócio, é claro que o Inep não demoniza o agronegócio. É claro que todos reconhecemos a imensa importância do agronegócio no País. Mas isso não precisa ser dito, é um tanto óbvio", afirmou Palácios.

Ele também afirmou que não há interferência do governo na prova. Segundo o presidente do Inep, as questões que constam no Enem deste ano foram produzidas ainda na gestão Jair Bolsonaro (PL).

Dados divulgados pelo Inep mostram que das 50 questões que compunham o caderno de Linguagens, 42 foram produzidas entre 2019 e 2021. As restantes foram feitas entre 2012 e 2018. Já na prova Ciências Humanas, 39 dos 45 itens foram feitos em 2019 e 2021.

Novos elaboradores de perguntas

O presidente do Inep afirmou ainda que o órgão fará outro edital de seleção de elaboradores e revisores de itens no ano que vem, mas disse que os critérios continuarão os mesmos.

"O último edital é de 2020, então evidentemente devemos providenciar, provavelmente para o início de 2024, um novo edital, um novo chamamento público para seleção de professores elaboradores e revisores dos itens do Inep para todas as avaliações da educação básica", disse.

Atualmente, as questões são elaboradas por professores externos ao Ministério da Educação (MEC), selecionados em um edital que estabelece critérios para a escolha dos profissionais. Depois da elaboração, os itens são pré-testados para medir sua eficácia para compor a avaliação. Os elaboradores e revisores são responsáveis por produzir as questões que vão compor o Banco Nacional de Itens (BNI), utilizado para a confecção das avaliações feitas pelo Inep.

"Os critérios são os mesmos: titulação, experiência docente e a experiência na construção de instrumentos de avaliação, esses itens são pontuados, o resultado é publicado por ordem de classificação, de acordo com a pontuação alcançada por esses critérios. Essa é a forma pública, republicana, transparente de seleção dos elaboradores", acrescentou.

A bancada do agronegócio do Congresso Nacional desaprovou questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que, segundo os parlamentares, apresentam críticas ao setor com "cunho ideológico e sem critério científico e acadêmico". A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que possui 347 congressistas, quer que os itens sejam anulados e que o ministro da Educação, Camilo Santana, preste esclarecimentos em audiências na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

A bancada também pede a anulação de três questões do Enem, que foi aplicado em todo o País neste domingo, 5. Um item tratou sobre fatores negativos do agronegócio no Cerrado, citando a "superexploração dos trabalhadores" e os efeitos de agrotóxicos.

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As outras duas questões trataram sobre a nova corrida espacial financiada por bilionários e o avanço da produção de soja e a sua consequência para o desmatamento da Floresta Amazônica.

"É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil. A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira", afirma a FPA em nota.

A FPA afirmou também que irá pedir informações sobre a atuação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é a banca organizadora do Enem e pede que sejam "detalhadas as referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame".

"A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. A vinculação de crimes a atividades legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades. Não permitiremos que a desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade, como foi feito durante os anos anteriores do governo atual", complementa a bancada do agro.

Inep diz que não elabora questões presentes no Enem

Em nota, o Inep afirmou que as questões do Enem são elaboradas por professores independentes, selecionados por um edital público para colaboradores do Banco Nacional de Itens (BNI).

"O Inep não interfere nas ações dos colaboradores selecionados para compor o Banco. O processo envolve as etapas de elaboração e revisão pedagógica dos itens, além de validação pelo trabalho de uma comissão assessora", disse o Instituto.

Deputados da oposição criticam questões nas redes sociais

Parlamentares da oposição ao governo Lula usaram as redes sociais para criticar as questões do Enem. O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR) afirmou que aguarda uma manifestação do Planalto e do ministro da Educação sobre "a falta de honestidade intelectual e ativismo ideológico".

Citando a nota da FPA, o senador Sergio Moro (União-PR) acusou o governo de utilizar o exame para fazer "doutrinação ideológica e ao mesmo tempo atacar o agronegócio".

Já o deputado Tião Medeiros (PP-PR) afirmou que as questões do Enem teria colocado o agronegócio "contra a juventude do País".

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado José Medeiros (PL-MT) afirmou que a questão que apresenta os efeitos do agronegócio no Cerrado "demoniza" o setor e mostraria que o Planalto "quer vingança".

Outros deputados bolsonaristas que criticaram a questão sobre o Cerrado foram Bia Kicis (PL-DF) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Kicis disse que o governo utilizou ideologicamente o espaço no Exame Nacional do Ensino Médio para a "desinformação".

Já Nikolas afirmou que o item "ataca o agro brasileiro, seus trabalhadores e produtores". O deputado também disse que entrou em contato com Lupion para protocolar uma convocação de Camilo Santana ao Congresso.

No aulão do Rio de Janeiro deste sábado (21), o professor de matemática Ricardinho trouxe questões para a aula do Vai Cair no Enem pelo Brasil para ajudar a responder os problemas da disciplina no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ricardinho afirmou que o conteúdo mais recorrente da prova é estatística, então trouxe explicações sobre o tema com moda, média e mediana. O docente abordou também o conteúdo “desvio padrão e variância”, uma aposta do profissional para a prova desta edição, também no conteúdo de estatística. 

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Para colocar os ensinos em prática, o professor chamou ao palco dois estudantes que estavam presentes na UNINASSAU Rio de Janeiro. Eles responderam questões de matemática em uma dinâmica de cobrança de pênaltis no futebol.

Dinâmica de perguntas e respostas. Foto: Gustavo Arland/LeiaJá

Os discentes responderam, juntos, o total de 20 questões sobre estatística nesta dinâmica, com direito a comemoração de gol quando acertavam as respostas.

A aula encerrou de forma descontraída e o matemático ainda complementou com a dica: “Estatística é um conteúdo muito presente na prova do Enem e eu tenho certeza que vocês vão acertar esse tipo de questão de moda, de média, de mediana, de desvio padrão, de variância. Porque todos os anos cai na prova esse tipo de conteúdo”. 

Vai Cair no Enem Pelo Brasil

O Vai Cair no Enem pelo Brasil viaja por diferentes estados promovendo aulas gratuitas de revisão para ajudar os vestibulandos com os conteúdos mais importantes do Enem. Iniciativa já passou pelo Pará, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Por Caio Moraes

Assuntos de Ecologia são constantemente cobrados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), chegando a contemplar 50% da prova. Entre os anos de 2009 a 2021 questões sobre o tema estiveram presentes no caderno de Ciências da Natureza. Para ajudar os estudantes que estão e preparando para o Enem 2023, o LeiaJá, em parceria com o Vai Cair No Enem, traz algumas questões de ecologia resolvidas pelos professore Leandro Alberto e Leandro Gomes.

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Confira:

1. (ENEM 2012) O menor tamanduá do mundo é solitário e tem hábitos noturnos, passa o dia repousando, geralmente em um emaranhado de cipós, com o corpo curvado de tal maneira que forma uma bola. Quando em atividade, se locomove vagarosamente e emite som semelhante a um assobio. A cada gestação, gera um único filhote. A cria é deixada em uma árvore à noite e pela mãe até que tenha idade para procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios grandes e o território de um macho inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele tem sempre diversos pretendentes à disposição para namorar!

Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.º 174, nov. 2006 (adaptado).


Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao seu:

a) hábitat.
b) biótopo.
c) nível trópico.
d) nicho ecológico.
e) potencial biótico.

Resposta: D) O enunciado relata características do ser vivo, como comportamento dele, comportamento diário, comportamento alimentar, comportamento reprodutivo. Quando uma questão fala sobre o desenvolvimento de características do comportamento, o que o ser vivo faz no ambiente em que ele vive, aí ele fala sobre o seu nicho ecológico. O local onde ele vive é o hábitat e o que ele faz no local em que ele vive é o nicho ecológico.

2. (Enem 2021) A curcumina, uma das substâncias que confere a cor alaranjada ao açafrão, pode auxiliar no combate à dengue quando adicionada à água de criadouros do mosquito transmissor. Essa substância acumula-se no intestino do inseto após ser ingerida com a água do criadouro e, quando ativada pela luz, induz a produção de espécies reativas de oxigênio que danificam de forma fatal o tecido do tubo digestório.

TOLEDO, K. Corante do açafrão pode ser útil no combate à dengue. Disponível em: http://agencia.fapesp.br. Acesso em: 25 abr. 2015. (adaptado).

A forma de combate relatada tem como atividade o(a):

A) Morte do indivíduo adulto.
B) Redução da eclosão dos ovos.
C) Comprometimento da metamorfose.
D) Impedimento do desenvolvimento da larva.
E) Repelência da forma transmissora da doença.

Resposta: D) Os insetos tem estágio de ovo - larva - pupa - adulto. Como a larva está na água, será onde terá a ação da curcumina na larva.

3. (Enem 2021) O rompimento da barragem de rejeitos de mineração no município mineiro de Mariana e o derramamento de produtos tóxicos nas águas do Rio Doce, ocorridos em 2015, ainda têm consequências para os organismos que habitam o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, localizado a mais de 1 000 quilômetros de distância. Esse desastre ambiental afetou o fitoplâncton, as esponjas, as algas macroscópicas, os peixes herbívoros e os golfinhos.

FRAINER, G.; SICILIANO, S.; TAVARES, D. C. Fransciscana calls for help: […]. International Whaling Commission, Conference Paper, jun. 2016 (adaptado)

Concentrações mais elevadas dos compostos citados são encontradas em:

A) Esponjas
B) Golfinhos 
C) Fitoplâncton.
D) Peixes herbívoros.
E) Algas macroscópicas.s

Resposta: B) Não são herbívoros e se alimentam de peixes - sendo consumidor secundário, acumulando mais minérios.

4. (ENEM 2013) As algas marinhas podem ser utilizadas para reduzir a contaminação por metais pesados em ambientes aquáticos. Elas podem funcionar como uma “esponja biológica”, absorvendo esses poluentes. Dentro das células dessas algas, esses metais são imobilizados no vacúolo por mecanismos bioquímicos.

Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 nov. 2011 (adaptado).

Nesse processo, as algas atuam como agentes que promovem a:

a) biodigestão.
b) eutrofização.
c) desnitrificação.
d) biorremediação.
e) biomonitoração.

Resposta: D) Biorremediação faz referência ao uso de microrganismos como as algas para tratar uma substância ou recuperar condições ambientais.

5. (ENEM 2016) Os ecossistemas degradados por intensa atividade agrícola apresentam, geralmente, diminuição de sua diversidade e perda de sua estabilidade. Nesse contexto, o uso integrado de árvores aos sistemas agrícolas (sistemas agroflorestais) pode cumprir um papel inovador ao buscar a aceleração do processo sucessional e, ao mesmo tempo, uma produção escalonada e diversificada.

Disponível em: saf.cnpgc.embrapa.br. Acesso em: 21 jan. 2012 (adaptado).
Essa é uma estratégia de conciliação entre recuperação ambiental e produção agrícola, pois:

a) substitui gradativamente as espécies cultiváveis por espécies
arbóreas.
b) intensifica a fertilização do solo com o uso de técnicas apropriadas e biocidas. 
c) promove maior diversidade de vida no solo com o aumento da
matéria orgânica. 
d) favorece a dispersão das sementes cultivadas pela fauna residente nas áreas florestais. e) cria condições para o estabelecimento de espécies pioneiras com a diminuição da insolação sobre o solo.

Resposta: B) Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são sistemas de uso da terra que combinam árvores, culturas agrícolas ou na criação de animais em uma mesma área. Eles promovem a biodiversidade, a conservação do solo e a produção sustentável de alimentos, madeira e outros produtos. Os SAFs são uma abordagem importante para a agricultura sustentável e podem contribuir para a mitigação das mudanças climáticas, melhorando a resiliência dos sistemas agrícolas. Eles são adotados em diversas partes do mundo como uma alternativa mais sustentável aos sistemas de monocultura tradicionais.

6. (ENEM 2015) Na natureza a matéria é constantemente transformada por meio dos ciclos biogeoquímicos. Além do ciclo da água, existem os ciclos do carbono, do enxofre, do fósforo, do nitrogênio e do oxigênio.

O elemento que está presente em todos os ciclos nomeados é o

a) fósforo.
b) enxofre.
c) carbono.
d) oxigênio.
e) nitrogênio.

Resposta: D) Água H2O
Carbono CO2
Enxofre SO4
Fósforo PO4
Nitrogênio NO2- , NO3-
Oxigênio O2, O3

7. (ENEM 2010) Um agricultor, buscando o aumento da produtividade de sua lavoura, utilizou o adubo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) com alto teor de sais minerais. A irrigação dessa lavoura é feita por canais que são desviados de um rio que abastece os canais, devido à contaminação das águas pelo excesso de adubo usado pelo agricultor.

Que processo biológico pode ter sido provocado na água do rio pelo
uso do adubo NPK?

a) Lixiviação, processo em que ocorre a lavagem do solo, que acaba disponibilizando os nutrientes para a água do rio.
b) Acidificação, processo em que os sais, ao se dissolverem na água do rio, formam ácidos.
c) Eutrofização, ocasionada pelo aumento do fósforo e nitrogênio dissolvidos na água, que resulta na proliferação do fitoplâncton.
d) Aquecimento, decorrente do aumento de sais dissolvidos na água do rio, que eleva sua temperatura.
e) Desnitrificação, processo em que o excesso de nitrogênio que
chega ao rio é disponibilizado para a atmosfera, prejudicando o desenvolvimento dos peixes.

Resposta: C) NPK, eutrofização, é o ato de adicionar, geralmente, derivados orgânicos em mananciais aquíferos, como, por exemplo, rios, lagos, lagoas. Isso, aumentando a taxa de derivado nitrogênio, fósforo e potássio, haverá um aumento da concentração de microrganismos, inicialmente, às algas verdes, altamente fotossintetizantes. Então, o processo de eutrofização é aumentar a taxa, barra, concentração de moléculas orgânicas na água, e isso desencadeará o surgimento, o desenvolvimento e proliferação de muitos microrganismos, como algas verdes, bactérias anaeróbias, que levam à mortandade de peixes, moluscos, insetos, aquáticos, entre outros animais, e entra em cena, em última instância, as bactérias anaeróbias. Que vão atuar na decomposição dessa matéria orgânica gerada pelo NPK.

8. (ENEM 2014) Embora seja um conceito fundamental para a biologia, o termo “evolução” pode adquirir significados diferentes no senso comum. A ideia de que a espécie humana é o ápice do processo evolutivo é amplamente difundida, mas não é compartilhada por muitos cientistas. 

Para esses cientistas, a compreensão do processo citado baseia-se na ideia de que os seres vivos, ao longo do tempo, passam por:

a) modificação de características
b) incremento no tamanho corporal
c) complexificação de seus sistemas
d) melhoria de processos e estruturas.
e) especialização para uma determinada finalidade

Resposta: A) A Evolução é o processo pelo qual as características hereditárias de uma população de organismos mudam ao longo do tempo, geralmente de geração em geração, devido a pressões ambientais, mutações genéticas e seleção natural. 
Esse conceito fundamental da biologia foi proposto por Charles Darwin e Alfred Russel Wallace no século XIX e é amplamente aceito como a explicação para a diversidade da vida na Terra. A evolução ocorre através da acumulação de pequenas mudanças ou modificações ao longo do tempo, resultando na adaptação das espécies ao seu ambiente.

9. (Enem Digital 2020) Gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus) é uma espécie de ave que tem um característico topete frontal alongado, plumagem azul-escura, parte posterior do pescoço e garganta pretos, barriga e ponta da cauda brancas. Alcança até 35 centímetros de comprimento. A espécie é onívora e sua ampla dieta inclui frutos, insetos, sementes, pequenos répteis e ovos de outras espécies de aves.

SICK, H. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (adaptado).

Além das características morfológicas do animal, a descrição da gralha-do-cerrado diz respeito a seu:

A) Hábitat.
B) Ecótopo.
C) Nível trófico.
D) Nicho ecológico.
E) Ecossistema

Resposta: D) O nicho ecológico é o papel ou função específica que uma espécie desempenha em um ecossistema. Ele engloba vários aspectos, como a dieta da espécie, o qual foi falado na questão sobre a Gralha do cerrado, o local onde vive, como obtém seus recursos, como interage com outras espécies e como influencia o ambiente ao seu redor. O nicho ecológico de uma espécie é fundamental para sua sobrevivência e reprodução, e diferentes espécies têm nichos distintos para evitar a competição direta por recursos.


10. (ENEM 2018) Corredores ecológicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas promovendo a ligação entre diferentes áreas, com o objetivo de proporcionar o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. São instituídos com base em informações como estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida (área necessária para o suprimento de suas necessidades vitais e reprodutivas) e a distribuição de suas populações.

Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 30 nov. 2017 (adaptado).

Nessa estratégia, a recuperação da biodiversidade é efetiva porque:

a) propicia o fluxo gênico
b) intensifica o manejo de espécies
c) amplia o processo de ocupação humana
d) aumenta o número de indivíduos nas populações
e) favorece a formação de ilhas de proteção integra

Resposta: A) O aumento do fluxo gênico com corredores ecológicos refere-se à promoção da diversidade genética e à movimentação de genes entre populações de organismos em paisagens fragmentadas. Corredores ecológicos são áreas de habitat que conectam áreas naturais ou fragmentadas, permitindo que os animais e plantas se desloquem entre essas áreas. Isso é importante para evitar a endogamia, aumentar a variabilidade genética e ajudar na sobrevivência a longo prazo das espécies.

O Enem 2023 será realizado nos dias 5 e 12 de novembro, em todo o Brasil. As provas começam Às e 13h30, com a abertura dos portões marcada para 12h e o fechamento às 13h. No dia 5  de novembro, serão realizadas 90 questões de Ciências Humanas, redação e Linguagens. Nesse dia, a prova acaba às 19h. Já no dia 12 de novembro, com encerramento previsto para as 18h30, a prova contemplará mais 90 questões de Ciências da Natureza e matemática.

Estudantes que fizeram o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 encontraram questões sobre a higienização de ambientes na pandemia e funcionamento de testes de covid-19. O exame, que é o principal vestibular de universidades públicas e privadas do País, fez menção ainda a órgãos como Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Organização Mundial da Saúde (OMS) e abordou a prática do doping no esporte.

A aplicação da prova começou às 13h30 deste domingo, 20. Os candidatos têm cinco horas para responder um total de 90 questões de Matemática e Ciências da Natureza. Na última semana, foram aplicadas as provas de Linguagens e Ciências Humanas, além da Redação. O número de inscritos foi de 3,4 milhões, o segundo menor patamar desde 2005.

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"No Enem, é a primeira vez que está caindo questões sobre pandemia", afirma Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de Educação. Após não ter aparecido na edição passada, o tema foi abordado de forma explícita em ao menos duas questões na prova deste domingo.

"Foi surpreendente (ter questões sobre pandemia) nessa prova, a gente não esperava", afirma o coordenador da área de Ciências da Natureza do Cursinho da Poli, Fábio Machado. Ele explica que a primeira pergunta sobre pandemia abordou a prática de higienizar espaços com ozônio. "O enunciado tratava de questões relacionadas com a higienização de ambientes e de objetos."

Conforme o coordenador, a questão abordava como, em alguns casos, a opção pelo tratamento não levava em conta os efeitos tóxicos do ozônio em relação à dosagem, o que pode ser danoso à saúde. Já a segunda questão abordou como funcionam os testes de PCR, considerados um dos mais precisos para detecção do vírus.

Além de abordar a pandemia de covid, o segundo dia de provas contou ainda com itens que trataram da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Organização Mundial da Saúde. Teve também uma questão sobre o hormônio eritropoetina, um tipo de doping sanguíneo usado no esporte. "Em 2019, teve uma questão que cobrava praticamente a mesma coisa", relembra Machado.

Coordenador de Ensino e Inovações do SAS Plataforma de Educação, Vinicius Beltrão aponta que, embora tenha abordado temas relacionados à pandemia em muitas questões, "a prova trouxe muitas referências e textos de publicações antigas, datadas de 2009, 2012, 2013 e 2014?. "Tinham poucos textos retirados do recorte de 2020 para cá", afirma.

Por outro lado, ele ressalta o espaço dado para um tema específico: o esporte. "Foi um tema bastante amplo nas duas áreas do conhecimento", afirma Beltrão. Segundo ele, além do doping, o exame teve também itens sobre pontuação, rotina de treinos e desempenho dos atletas.

A avaliação inicial do diretor do Cursinho da Poli, Giba Alvarez, é positiva. "Foi uma prova muito bem feita e muito explicada, mas que o contexto exigiu bastante que o estudante conhecesse os assuntos disciplinares. Teve pouca interrelação entre Biologia, Física e Química", afirma. "A maioria das questões foi de conhecimento específico, inclusive as de Matemática."

O bilionário Elon Musk reiterou que a questão de contas falsas no Twitter está entre assuntos "não resolvidos" com os quais ele precisa lidar antes de completar sua aquisição da empresa de mídia social, numa transação avaliada em US$ 44 bilhões.

No mês passado, o CEO da Tesla e da SpaceX suspendeu temporariamente a compra do Twitter, ao questionar dados sobre o porcentual de contas falsas na rede social.

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Em entrevista à TV Bloomberg durante o Fórum Econômico do Catar, em Doha, Musk também afirmou nesta terça-feira (21) que uma recessão nos EUA é "mais provável do que o contrário" no curto prazo.

Às 9 horas (de Brasília), a ação do Twitter subia 1,06% nos negócios do pré-mercado em Nova York. Desde janeiro, no entanto, o papel acumula perdas de cerca de 13%.

A Procuradoria Federal produziu um parecer técnico que libera a repetição de questões no Exame Nacional do Ensino Médio 2022. No entanto, o documento aponta sobre a necessidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) reavaliar a proposta ou explicar os critérios para a escolha dos quesitos.

No parecer, obtido pelo UOL, é ressaltado que não há ilegalidade na reutilização de itens de edições anteriores no Enem de 2022 e 2023. "Em que pese não se vislumbrar ilegalidade de plano na alternativa aventada pela administração de utilizar itens aplicados em exames anteriores na edição 2022 e 2023 do Enem, parece-nos salutar que o Inep avalie e envide os esforços necessários no sentido de viabilizar, do ponto de vista técnico e gerencial, de manutenção de aplicação do exame com a totalidade de itens inéditos, com o fim de preservar a qualidade da própria política pública de avaliação", salienta trecho do documento. 

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Na proposta do Inep, que tem relação com a escassez do Banco Nacional de Itens (BNI), que reúne quesitos para o exame, é sugerido a reutilização de 4680 perguntas nas próximas edições da avaliação. Além disso, gestores do Inep, responsáveis pela ideia, incluíram uma tabela que que mostra o quantitativo total de novos itens, as questões pré-testadas, assim como, as que são apontadas como "pré-testadas adequadas". Nos dados apresentados, como item 'pré-testado adequado', Linguagens aparece com o menor número de itens, 43, e Ciências da Natureza com o maior, 75. Esses quesitos não seriam suficientes para a realização do exame neste ano.

Um dia após o pedido de exoneração de Milton Ribeiro do Ministério da Educação (MEC), gestores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) propõem repetir questões de edições anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022. A proposta tem relação à escassez do Banco Nacional de Itens(BNI), que reúne quesitos para o exame.

Em documento obtido pelo UOL, aponta sobre a possibilidade de que 4680 perguntas, presentes em provas passadas, componham as aplicações deste ano e de 2023. "Considerando a possibilidade de reutilizar 4.680 itens, que foram aplicados para milhões de candidatos nas edições realizadas no Enem, não haverá a necessidade de executar novos pré-testes para viabilizar as edições 2022 e 2023", traz trecho do termo enviado ao presidente do Inep, Danilo Dupas.

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O documento é assinado por quatro novos coordenadores e diretores do instituto. A chegada desses servidores foi após a crise, em novembro de 201, que culminou com a saída de 37 profissionais do órgão. Na proposta foi incluída uma tabela que mostra o quantitativo total de novos itens, as questões pré-testadas, assim como, as que são apontadas como "pré-testadas adequadas".

Nos dados apresentados no documento há como item pré-testado adequado aponta Linguagens com o menor números de itens, 43, e Ciências da Natureza com o maior, 75. Esses itens não seriam suficientes para a realização do exame. Em outra parte do texto da proposta, os novos servidores do Inep justificam a reutilização dos itens para garantir a implantação do Novo Enem, previsto para 2024.

"Buscando garantir a segurança e a aplicação das edições de 2022 e 2023, e ao mesmo tempo garantir as condições para a implantação do novo Enem 2024, sugerimos que o edital da edição de 2022 traga a possibilidade de utilização de itens já aplicados com a seguinte redação: "A edição 2022 do Enem poderá utilizar itens inéditos e itens já utilizados em edições anteriores".

A Ucrânia, alvo nesta quinta-feira (24) de uma intervenção militar da Rússia para defender os separatistas pró-russos do leste, foi palco de revoluções, anexações de território e guerras desde o fim da União Soviética, em 1991.

Confira cinco coisas a saber sobre este país de 40 milhões de habitantes, localizado às portas da União Europeia.

- Raízes comuns -

Os povos russo e ucraniano são unidos por um milênio de história, com raízes que remontam à Rus de Kiev - estado eslavo medieval com Kiev como capital, que ocupava partes das atuais Ucrânia e Rússia - e se prolongaram até a União Soviética, passando pelo Império czarista russo.

Depois da revolução bolchevique de 1917, a Ucrânia se tornou uma república soviética, mas a partir da sua independência, em 1991, aumentaram as tensões com a Rússia, que culminaram em 2014 com uma revolução pró-ocidental.

Naquele ano, a Rússia anexou a península da Crimeia (sul) e desde então, apoia os repedes separatistas no leste da Ucrânia em um conflito que deixou mais de 14.000 mortos.

Este ano, a Rússia concentrou dezenas de milhares de soldados nas fronteiras com a Ucrânia e o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu em 21 de fevereiro a independência das autodenominadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk e ordenou a mobilização de tropas nestas áreas.

A maioria dos ucranianos fala ucraniano e russo, embora atualmente uma política de "ucranização" exija que os veículos de comunicação publiquem em ucraniano e que a língua e a literatura russas desapareçam dos currículos escolares.

Para Kiev, trata-se de reverter a "russificação" forçada da Ucrânia durante a era sovié.

- Crise econômica -

Com a crise de 2014, a economia ucraniana colapsou e o PIB caiu quase 7% para no ano seguinte despencar cerca de 10% e a inflação superou os 40%.

A Ucrânia deu sinais de recuperação nos dois anos seguintes, mas continua sendo um dos países mais pobres da Europa, com um salário médio mensal de 550 euros.

O país depende dos impostos gerados pelo tráfego do gás russo para a Europa e por isso tem expressado sua preocupação com projetos de gasodutos que evitam seu território.

A isto se soma uma fuga de capitais e uma aceleração da inflação.

- Corrupção endêmica -

A corrupção na Ucrânia é endêmica: em seu relatório de 2021, a organização Transparência Internacional situou o país na posição 122 de 180. Isto representou uma melhora em relação a 2014 (142), mas o país está muito atrás dos vizinhos europeus.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um ex-comediante de 44 anos, sem experiência política, chegou ao poder em 2019 com a promessa de adotar uma política de tolerância zero com a corrupção.

Mas sua luta nesta área estagnou, gerando críticas de países ocidentais e de doadores internacionais.

- Chernobyl -

O pior acidente nuclear da história ocorreu em 26 de abril de 1986 na Ucrânia - que então era uma das 15 repúblicas soviéticas -, quando um reator da usina nuclear de Chernobyl explodiu, contaminando até três quartos da Europa, especialmente na União Soviética.

Cerca de 350.000 pessoas tiveram que ser evacuadas de um perímetro de 30 km ao redor da usina, que continua sendo uma área proibida. O custo humano ainda é controverso atualmente.

Em anos recentes, o local onde ficava a usina se tornou um destino importante de turismo.

- Borsch -

Para muitos, o borsch, uma sopa de beterraba e repolho que costuma ser servida com creme fresco, é um símbolo da cozinha russa. No entanto, frequentemente se aceita que o prato tem origem ucraniana.

Um caso similar é o do frango a Kiev, cuja origem costuma ser alvo de disputa.

Neste domingo (20), estudantes e profissionais de direito de todo o Brasil realizaram a primeira fase do XXXIV do Exame de Ordem Unificado. Segundo o professor Paulo Rodrigo, as questões referentes ao Direito e Processo do Trabalho foram bem elaboradas.

Para o docente, os conteúdos cobrados exigiram dos candidatos um maior conhecimento sobre as duas áreas. “A prova do XXXIV Exame de Ordem, em Direito e Processo do Trabalho, exigiu muita atenção dos examinandos, visto que foram cobrados assuntos importantíssimos previstos no edital", comenta o professor.

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Tiveram destaques temas como alteração de turnos, previsto na súmula 265 do TST, contrato na modalidade de teletrabalho, jornada parcial de trabalho, adicional de transferência, cartão de ponto por exceção e natureza salarial das comissões, em Direito do Trabalho.

Já em Processo do Trabalho, a banca examinadora cobrou três fases processuais de maneira clara e objetiva, de acordo com a análise de Paulo Rodrigo. Para o docente, " Os destaques no exame foram as questões sobre a isenção de depósito recursal, embargos de execução realizado pelo ente da administração pública direita (União), procedimentos da audiência e recursos de agravo de petição e revista", finaliza. 

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No próximo domingo (16) e na segunda-feira (17) será realizado um dos vestibulares mais concorridos do país, a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) que dá aos estudantes a oportunidade de estudar na Universidade de São Paulo (USP). Para os vestibulandos, nesta reta final, após o longo tempo de estudos, é hora de revisar o conteúdo e se preparar para as particularidades deste exame. 

No domingo, serão realizadas as provas de português e redação, já na segunda-feira os candidatos irão responder a um prova de habilidades específicas, de acordo com a carreira escolhida. Para ajudar os alunos na preparação, o LeiaJá conversou com professores das disciplinas de língua portuguesa, geografia, matemática, química e biologia para saber o que eles esperam da segunda fase do exame: 

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Português e Redação 

A professora de redação Lourdes Ribeiro, que é idealizadora do curso de produção textual Estudos Arretados, afirma que ao mesmo tempo em que a Fuvest é uma prova extremamente exigente, por outro lado, pela sua  própria estrutura, é esperado que seja menos cansativa que outros exames:

“É uma prova que exige muito conteúdo, porém, o estudante não irá encontrar textos tão longos e trabalhosos como ele encontra no Enem, por exemplo. Então, nesse aspecto, é uma prova menos cansativa. 

Segundo a docente, alguns conteúdos têm alta probabilidade de estarem presentes no processo seletivo: “Conteúdos ligados a funções da linguagem, figuras da linguagem, questão de interpretação de textos, estão sempre presentes, porque isso é uma proposta do próprio ensino de linguagem. A gente sabe que os conteúdos não caem mais de maneira isolada, eles caem dentro de um contexto que requer interpretação textual.”

No que diz respeito à redação, Lourdes explica que o estudante deve estar atento a temas que envolvam algum problema social: “Geralmente são temas sociais. No Enem, você não sabe com certeza que eixo temático será tratado, mas na Fuvest você pode ter mais confiança de que serão temas sociais que provoquem uma reflexão.”

Geografia

Na matéria de humanas, o LeiaJá contou com a ajuda do professor Carlos Lima, que também ressaltou a grande carga de conteúdo da prova: “Tradicionalmente a prova da Fuvest costuma ser mais conteudista e exigente, quando comparada com outros exames. O perfil da prova é diferente do Enem, quanto à abordagem dos conteúdos de geografia, na Fuvest costuma-se cobrar todo o conteúdo, sendo no Enem mais restrito devido a habilidades e competências.”

O professor deu sua dica sobre quais os assuntos de geografia que deverão cair: “População, geopolítica, questões ambientais e geografia física (em especial clima e vegetação) devem ser mais cobrados, devido ao cenário político nacional e internacional atuais.”

Quanto à estrutura das questões, Carlos afirma que são mais concisas: “As questões de geografia na Fuvest costumam ser mais diretas, sem tanto artifício do texto de apoio, além de utilizarem muitas imagens, gráficos e mapas. Assim o candidato deve ter muita atenção aos detalhes dos comandos e alternativas para evitar deslizes.

Matemática

Na matéria exata, o professor Ricardinho Rocha, destaca a importância do domínio dos conteúdos específicos para que o aluno se saia bem: “A prova da Fuvest é temida pelos estudantes por ser mais conteudista. O conhecimento tido como interpretação de texto não é suficiente para o aluno fazer uma boa prova, existe a exigência de clareza nos conteúdos abordados e uma bela dedicação nos estudos”, disse.

Ricardinho também falou um pouco sobre quais habilidades são necessárias para alcançar melhores resultados no exame: “O estudante precisa ter uma linguagem apropriada, a capacidade de síntese, conhecimento de todas as disciplinas, saber relacionar uma disciplina com a outra, no caso a interdisciplinaridade.”

Enquanto aos assuntos que têm mais chances de cair na prova de matemática, o docente deixou sua dica: “Geometria Plana e analítica, trigonometria e suas funções, funções, progressão aritmética e geométrica, análise combinatória e probabilidades.”

Química

Na ciência da natureza, o Leiajá conversou com Francisco Coutinho, professor de química que explica um pouco como essa disciplina é cobrada na prova: "A prova da Fuvest tem um nível bem mais elevado de dificuldade, porque o exame exige que o aluno tenha um conhecimento do conteúdo em si em todas as disciplinas, inclusive em química, ela não faz muita interdisciplinaridade não, ela é bem mais objetiva.”

Para o professor, o grande diferencial é se preparar para solucionar problemas de cálculos: “Exige habilidades dentro da parte de cálculo, praticidade, resolução de questões, o aluno que é bom de matemática provavelmente também irá tirar uma boa nota da parte química." 

Segundo Francisco, alguns conteúdos são quase certos de estarem na prova: “A avaliação aborda muito a físico química, a parte da química que cobra os cálculos, eu destacaria estequiometria, soluções, termoquímica, equilíbrio químico e cinética química. Não esquecer também de radioatividade.”

Biologia 

Em biologia, o professor Leandro Gomes, explica um pouco da disciplina na Fuvest: “É uma prova bem diversificada, cai assuntos de biologia 1, 2 e 3, relacionados à citologia, ao problema de saúde e à genética. Na disciplina, é exigido uma boa interpretação dos fatos.”

Além dos conteúdos específicos, o docente chama atenção para uma visão mais atenta do candidato ao que está acontecendo na sociedade: “Insisto em dizer que a prova de biologia é mais abrangente e tem uma boa distribuição de conteúdos. Então, o aluno deve estar atualizado quanto às notícias sobre as ciências, aos problemas de saúde, as transformações biotecnológicas relacionadas às doenças, assim ele irá fazer uma boa prova”, garante.

Por Thaynara Andrade

A solenidade do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, realizada nesta quarta-feira (24), em Brasília, contou com a presença de autoridades, entre elas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Na ocasião, Ribeiro ressaltou a importância das instituições e enalteceu o Governo Federal ao alegar que "não há mais corrupção".

Após a fala do responsável pela pasta, Bolsonaro, além de destacar o programa, falou sobre o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, realizado no último domingo (21), e das acusações de interferências dele, como também, do ministro da Educação, na construção da avaliação.

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"Acusaram a mim e ao ministro, né? De ter interferido na prova do ENEM. Se eu pudesse interferir, pode ter certeza, que a prova estaria marcada para sempre com questões objetivas de fato, não com questões como ainda vimos nessa prova", criticou o presidente da república.

E continuou: “Até na imprensa saiu, né? Que eu queria botar a matéria da ditadura militar. Não vou discutir se foi ou não foi ditadura militar. Mas, eu queria botar aqui uma questão lá se pudesse. É (...) quem foi o primeiro general que assumiu em 1974 foi Castelo Branco. Em que data? Eu queria botar lá. Duvido que a imprensa acertaria, né? [...] O que que eu quero com isso? Não é discutir o período militar? É começar a história do zero”, afirmou.

Censura ideológica e crise no Inep

As semanas que antecederam o primeiro dia de aplicação do Enem foram marcadas por pedidos de demissões de 37 servidores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo exame. Os profissionais alegaram assédio moral, praticado pelo presidente do instituto, Danilo Dupas, e interferência, por parte do Governo Federal, na construção da avaliação.

De acordo com os servidores, temas "mais sensíveis ao governo" não deveriam compor a prova. No mesmo período, Jair Bolsonaro alegou à imprensa que, agora, o Enem estava "a cara do governo".

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