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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira que a realização de um plebiscito é a "melhor alternativa" para se fazer a reforma política. Logo após a solenidade de posse do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, Cardozo disse considerar "muito importante" ouvir a população sobre a eventual mudança no atual sistema político-eleitoral.

"O plebiscito define linhas anteriores ao que será feito. O referendo é uma resposta de 'sim' ou 'não' a algo que já está estabelecido. Na situação que nós estamos, com uma legitimidade na busca de ouvir todos os brasileiros, realmente o plebiscito é a melhor das alternativas. Em vez de o povo simplesmente dizer 'sim' ou 'não', vai dizer que linhas quer", afirmou o ministro da Justiça, ao destacar que a reforma política se arrasta para ser executada "há muito tempo".

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Cardozo disse que o atual sistema político "não é mais aceito em geral pela sociedade". "Quem melhor do que o próprio povo para se manifestar. Quem melhor do que ele diretamente dizer o que quer em relação a sua própria representação", reforçou.

José Eduardo Cardozo lembrou que a presidente Dilma Rousseff, no pronunciamento que fez na segunda-feira, 24, defendeu que se ouça "a voz das ruas". Ele disse que o poder Executivo está "cumprindo essa missão". "Eu acredito que o sistema político exige que cada brasileiro fale sobre o que quer votar, e a partir disso serão estabelecidas as diretrizes do novo sistema político", completou.

Mercadante

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta manhã que a realização de um plebiscito para tratar da reforma política vai permitir que a população participe ativamente da reforma política, o que deve levar a um aprimoramento das instituições democráticas.

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta quarta-feira, 26, que a presidente Dilma Rousseff vai convidar amanhã os líderes da base na Câmara para expor suas ideias a respeito da reforma política, entre as quais a proposta de realização de um plebiscito pelo qual a população responderia a algumas questões pontuais sobre o tema.

"A ideia é que a presidente ofereça, respeitosa e democraticamente a esta Casa, alguns pontos que ela considera importantes para que esta Casa possa acelerar o processo de reforma política", afirmou. "Acho importante que haja um engajamento da presidente Dilma porque esta Casa sabe que precisa votar uma reforma política."

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Segundo Alves, porém, a Câmara tem autonomia para decidir se vai acatar ou não a proposta do plebiscito. "Eu, pessoalmente, sou favorável. É importante haver interação com as ruas", afirmou. "Mas essa é uma decisão que esta Casa tomará com absoluta liberdade. Como será, de que maneira, de que tamanho, a decisão cabe aos partidos e à Casa."

Alves destacou que o ideal seria que a reforma política já valesse para as eleições de 2014, mas ponderou que isso depende do cumprimento de prazos regimentais para votação na Câmara e no Senado, até outubro deste ano.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira, 26, que o Palácio do Planalto está "trabalhando para viabilizar plebiscito" sobre reforma política e que as principais questões serão definidas junto com a população. Para Mercadante, a opção por um plebiscito permitirá um envolvimento maior da sociedade do que se fosse feito um referendo.

"Ao estabelecer o instrumento do plebiscito, nós poderemos eleger as principais questões que devem orientar, balizar a reforma política e isso será definido com a participação direta da população, a exemplo da definição do presidencialismo como regime de governo. O plebiscito tem essa qualidade: permite um balizamento que vai ser estrutural para a reforma política que o Congresso irá concluir", disse Mercadante, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. Para o ministro, o plebiscito será "estrutural" para a reforma política.

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"Tenho visto agora a proposta do referendo, referendo também é um instrumento de participação popular. No referendo, a população ela apenas vai dizer apenas 'sim' ou 'não' à proposta feita pelo Parlamento, a população não tem uma interferência direta na construção da reforma política" , prosseguiu o ministro.

De acordo com Mercadante, por meio do plebiscito, vai ser aberto de um debate político de várias propostas, como financiamento de campanha e sistema de voto.

"A presidenta está recolhendo junto a todos os partidos as propostas para o plebiscito. As entidades da sociedade civil também serão ouvidas, a exemplo do que aconteceu com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e outras possibilidades para que a gente possa desenhar um bom plebiscito que estimule a cidadania, permita um grande debate sobre o sistema político brasileiro e modernize as instituições no sentido de acolher essas aspirações que estão expressas nas manifestações dos últimos dias", afirmou Mercadante.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, na terça-feira (25), ser preciso "que todos os partidos saibam que a reforma política é necessária", mas opinou que "do ponto de vista constitucional, o caminho do plebiscito não é o mais indicado" para realizá-la. "Sou entusiasta da consulta popular, mas acho que o governo tem força suficiente para colocar a reforma na pauta do Congresso. E ela pode então ser submetida a um referendo popular. Mas, agora, o plebiscito vai perguntar o quê? Se as pessoas querem ou não a reforma? Todo mundo quer. Vamos então buscar uma proposta e depois submetê-la à população", sustentou FHC.

O tucano, que na terça-feira, 25, afirmou ser própria de "regimes autoritários" a proposta da presidente Dilma Rousseff de convocar de uma Assembleia Constituinte para a reforma política, defendeu, na campanha de 1998, a mesma ideia. Naquele ano, ele declarou que uma Constituinte deveria avançar nas reformas política, tributária e do poder judiciário. Na eleição de 1994, ele já defendera a convocação de uma Assembleia exclusiva para a revisão constitucional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Depois de conversas com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, o governo decidiu que a solução de “convergência possível” para fazer a reforma política é um plebiscito, e não a convocação de uma Assembleia Constituinte específica, como chegou a ser cogitado ontem (24). A decisão foi anunciada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

“Nessas consultas, houve um entendimento da realização de um plebiscito com foco na reforma política, que é um tema fundamental para melhorar a qualidade da representação política no país, para ser mais permeável, mais oxigenável às aspirações populares que estão se manifestando nas ruas”, disse o ministro.

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A presidenta Dilma Rousseff vai se reunir nos próximos dias com líderes de partidos do governo e da oposição, do Senado e da Câmara, para discutir o processo que levará ao plebiscito e quais questões poderão fazer parte da consulta popular. Ainda nesta semana, o governo vai consultar a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, sobre o tempo necessário para a preparação e realização do plebiscito.

Segundo Mercadante, a ideia é realizar a consulta “o mais rápido possível” para que as eventuais mudanças no sistema político entrem em vigor antes do processo eleitoral do ano que vem. Na  consulta popular, os eleitores deverão responder a perguntas diretas sobre temas da reforma política, como financiamento de campanha e representação política, informou o ministro.

“O que nós queremos é fazer a reforma política com participação popular. O instrumento que temos que viabiliza o entendimento é o plebiscito, é o povo participar e votar”, disse Mercadante.

O impasse em torno da convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva surgiu depois que a presidenta Dilma sugeriu um “processo constituinte específico” para a reforma política em meio ao anúncio de pactos nacionais para melhoria dos serviços públicos e da transparência no sistema político.

Após questionamentos de juristas e de manifestação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o governo esclareceu hoje, por meio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que Dilma não sugeriu exatamente a convocação de uma Assembleia Constituinte, mas de um plebiscito para ouvir a população sobre como fazer a reforma política.

“Há uma polêmica constitucional, se na Constituição Federal existe espaço para a Constituinte exclusiva, ou não. Vários juristas de peso sustentam que há. No entanto, nós não temos tempo hábil para realizar uma Constituinte. Por isso, a presidenta falou em plebiscito popular para que se estabeleça um processo constituinte específico para a reforma política. Processo constituinte porque há matérias no plebiscito que poderão tratar de questões constitucionais da reforma política”, reforçou Mercadante.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta terça-feira que a presidente Dilma Rousseff deve se reunir com líderes da Câmara dos Deputados e do Senado, tanto da base aliada quanto da oposição, para definir como deverá ser feito o plebiscito sobre a reforma política. De acordo com Mercadante, o objetivo do Palácio do Planalto é fazer com que o plebiscito ocorra "o mais breve possível". Os comentários foram feitos no Palácio do Planalto.

Mercadante participou nesta tarde de reunião Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Houve entendimento em torno da realização de um plebiscito com foco na reforma política, que é um tema que temos perseguido já há muito tempo, fundamental para melhorar a qualidade da representação política do País, para (nosso sistema) ser mais oxigenado às aspirações populares que estão se manifestando nas ruas", disse Mercadante.

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"Será realizado um plebiscito. A presidenta ainda nesta semana fará reunião com líderes da Câmara e do Senado, da base e da oposição, para discutir quais as questões que deverão ser incorporadas ao plebiscito para que ele seja implementado o mais breve possível. Amanhã estaremos entrando em contato com o Tribunal Superior Eleitoral para verificar as condições materiais para a realização do plebiscito", afirmou o ministro.

De acordo com o ministro da Educação, após encontro com as lideranças Dilma encaminhará aos presidentes da Câmara e do Senado proposta do Executivo para a realização de plebiscito. "Ela mandará sua proposta ao presidente da Câmara e do Senado e eles encaminharão ao plenário para aprovação. É uma mensagem à Câmara e ao Senado propondo a realização do plebiscito. A forma de superarmos esse impasse é a participação popular, só ela dará uma nova qualidade à reforma, vai permitir um amplo debate político", disse Mercadante.

Polêmica

Para o ministro, há uma polêmica "constitucional" sobre a convocação de uma Constituinte específica para tratar de reforma política. Segundo ele, "não há tempo hábil" para a realização de uma Constituinte. "Por isso que a presidenta falou em um plebiscito popular, para que estabeleça um processo constituinte específico para a reforma política", prosseguiu o ministro.

"A Constituição estabelece que o voto na Câmara dos Deputados é um voto proporcional. Se for discutir voto distrital, necessariamente tem de modificar a Constituição. O plebiscito pode tratar de matérias de natureza constitucional, encaminha ao Congresso Nacional e o Congresso Nacional formata depois a resolução final a partir da vontade popular", explicou Mercadante.

O plebiscito, afirmou o ministro, poderá questionar a população sobre outros temas, como o financiamento de campanha e representação política. Questionado sobre a vinculação de royalties do petróleo para educação, Mercadante disse que o governo aguardará a aprovação do projeto de lei que trata do assunto para fazer qualquer definição sobre a destinação de 10% do PIB para a área de educação, como prevê uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Mercadante também reiterou que a presidente Dilma Rousseff dará apoio a governadores para garantir a ordem.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta terça-feira que o plebiscito sobre reforma política vai ter "perguntas concretas, específicas" sobre a natureza da reforma política, como "financiamento de campanha, representação política e outros temas correlatos". De acordo com Mercadante, o "povo tem consciência, sabe o que quer, sabe o que precisa reformar".

"Esse é o recado que a rua está mostrando. As urnas terão de se encontrar com as ruas. O País tem de ter reforma política. Não queremos postergar essa agenda", disse Mercadante, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer. Os presidentes da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também participaram da audiência.

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"A presidenta em momento algum falou em Assembleia Constituinte. Ela falou que era plebiscito para instituir um processo constituinte específico para fins da reforma política, ou seja, foco", afirmou Mercadante. Sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte específica para a reforma política, Mercadante disse que a "Câmara se manifestou contra, o presidente do Senado disse que não haveria objeção, mas a convergência possível é o plebiscito e é uma convergência que permite o povo participar".

"É um grande momento que podemos construir a partir do plebiscito. A nossa expectativa é que (ele) seja o mais breve possível. Vamos imediatamente entrar em contato (com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia) para ela analisar qual é a brevidade possível pra realizar um plebiscito. A ministra Cármen Lúcia vai ser consultada", disse Mercadante.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) defendeu nesta terça-feira a realização de um plebiscito sobre reforma política em que a população decida sobre pontos específicos a serem definidos pelo Congresso Nacional, em vez de uma consulta sobre a convocação de uma constituinte exclusiva. "Não precisa de uma constituinte específica. O Congresso atual pode estabelecer uma pauta e pode-se aproveitar o Sete de Setembro ou o Quinze de Novembro para a realização de consultas específicas à população", disse Cabral em entrevista ao Grupo Estado.

Cabral defendeu o voto facultativo e a possibilidade de candidaturas avulsas, de pessoas não filiadas a partidos políticos, dois pontos que, segundo Cabral, deveriam estar no plebiscito. "A mensagem das ruas pode ser traduzida na candidatura avulsa. É um tema da ordem do dia e não acredito que comprometa os partidos políticos. Podem argumentar que aventureiros poderiam lançar candidaturas avulsas. Mas também há aventureiros nos partidos. Esse tema vale uma consulta pública, assim como o voto obrigatório. O voto facultativo melhoraria demais a política brasileira", diz o governador.

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O governador elogiou a iniciativa da presidente de ouvir os governantes e disse que esses encontros deveriam se repetir periodicamente. "A presidente tomou uma iniciativa muito positiva que deve se repetir com frequência. É preciso um espaço de debate dos entes federativos, que muito ajudaria na construção de políticas de curto, médio e longo prazo. Estamos vivendo um aprendizado e temos que estar mais juntos para discutir o pacto federativo. Não dá para um jogar a responsabilidade para o outro. Questões como reforma política, combate à corrupção, mobilidade, saúde, educação têm envolvimento direto de todos os entes federativos", afirmou.

Angústia

Sobre a reunião de segunda-feira, 24, Cabral disse que sentiu uma "angústia" entre os participantes em relação ao futuro das manifestações que têm tomado as ruas do País. "O mais importante é a preocupação de garantir que tudo seja feito dentro do processo democrático, com manifestações legítimas que não sejam tomadas por setores do 'quanto pior melhor'. Não falo só de vândalos, mas de setores que, ideologicamente, defendem o caos. Há uma angústia em relação a isso", afirmou.

Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coêlho, sugeriu três perguntas que poderiam ser feitas no plebiscito para a população definir o que quer da reforma política. Elas seriam referentes ao financiamento de campanha, ao modelo de eleição para deputados e sobre a liberdade de expressão das redes sociais, na internet, durante a campanha eleitoral.

Segundo o presidente da OAB, o plebiscito tem de ser convocado em até 45 dias. Isso seria necessário para que em agosto o Congresso já tenha o resultado em mãos e possa referendar a reforma política defendida pela população. Assim, ela estaria aprovada no início de outubro e teria validade para as eleições de 2014.

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Ao explicar as perguntas que devem ser formuladas no plebiscito, o presidente da OAB disse que o primeiro ponto diz respeito ao financiamento de campanha. "É preciso perguntar se a população quer o financiamento atual por empresas ou um novo modelo, que é o financiamento democrático", disse Coêlho.

A segunda pergunta, prosseguiu, "é para saber se a população quer o modelo atual de eleição dos deputados federais, que é eleição proporcional, que todos conhecemos, ou o sistema de lista fechada, como alguns defendem, ou sistema que nós (OAB) defendemos, o de voto em dois turnos, que é o voto transparente".

A terceira pergunta, explicou, "seria qual a amplitude da liberdade de expressão das redes sociais, na internet, na campanha eleitoral". Segundo o presidente da OAB, "hoje a campanha eleitoral na internet é muito limitada. Nós temos que ampliar o direito de opinião e de crítica na internet, inclusive em questões políticas".

Na entrevista, o presidente da OAB lembrou que quem convoca o plebiscito é o Congresso, mas avisou que "a sociedade civil estará vigilante para que o Congresso faça as perguntas de modo adequado, para que a população não seja induzida à resposta A, B ou C". Reiterou ainda que estará "vigilante" para que o plebiscito seja feito em 45 dias. De acordo com Coêlho, "45 dias é tempo suficiente (para a realização do plebiscito) porque já começaremos um processo de publicidade formando as frentes, que não serão frentes partidárias, que é outro ponto importante".

Para ele, "a frente deve ser composta pela sociedade civil". Estas frentes de campanha, emendou, "abririam a propaganda eleitoral para que elas esclarecessem suas propostas para que o povo decidisse. O mais importante é que seja feito em 45 dias. Até cinco de outubro, porque a população não quer esperar e as instituições têm de se adequar, reduzir seus prazos para que seja feita esta reforma constitucional".

O presidente da OAB insistiu que essa consulta ao povo "tem de ser feita em agosto, para que o Congresso, colhendo o resultado das consultas, elabore a regulamentação do que o povo decidiu". Segundo ele, "o Congresso não vai decidir, vai só implementar o que povo decidiu no plebiscito". Para isso, ressaltou, "o Congresso teria dois meses, até início de outubro, para aprovar isso e não teria a desculpa que não teve prazo para aprovar a efetivação do que o povo decidiu no plebiscito. Por isso o plebiscito tem de ser feito no inicio de agosto".

Antes de encerrar a entrevista, o presidente da OAB citou que "o diálogo foi feito" e que "apresentamos o projeto de lei de reforma política que mexe em pontos cruciais, sem a necessidade de reforma da Constituição". Ele destacou ainda que conseguiu "mostrar ao governo que tecnicamente a Constituinte é desnecessária, além de muito perigosa".

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu nesta segunda-feira a realização de um plebiscito para tratar de uma reforma política no País. O comentário foi feito após audiência com o vice-presidente Michel Temer.

"Vejo que é muito positiva a preocupação da presidenta (Dilma Rousseff) em, de alguma forma, escutar a população, ouvir a sociedade. E, para isso, me parece que o mais importante é o plebiscito", afirmou Gurgel a jornalistas. Para o procurador-geral da República, o plebiscito é importante "para que se conheça a posição da sociedade a respeito de uma série de temas que são relevantes". "Isso é o que me parece essencial", disse.

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Em discurso feito na segunda-feira, 24, a prefeitos e governadores em reunião emergencial no Palácio do Planalto, a presidente propôs a convocação de um plebiscito para o "funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o País tanto necessita". De acordo com vice-presidente Michel Temer, Dilma fez referência a um plebiscito, e não à convocação de uma assembleia constituinte específica para fazer a reforma política.

PEC 37

Questionado sobre os protestos que tomam conta das principais cidades do País - e que levantaram, em muitos casos, a bandeira contra a PEC 37 -, Gurgel afirmou que o tema "sensibilizou" a população brasileira.

"O que eu posso dizer e já falei é que é claro que o Ministério Público viu com satisfação que a PEC 37 e os riscos, que ao ver do Ministério Público decorreriam de uma eventual aprovação, sensibilizaram a população brasileira, a opinião pública. O importante é que a sociedade brasileira esteja consciente da importância do tema", afirmou.

O vice-presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que, para ouvir "a voz das ruas", como sustenta a presidente Dilma Rousseff, deve-se fazer um plebiscito. Ele negou que o Palácio do Planalto pretenda convocar uma Assembleia Constituinte específica para tratar da reforma política.

"Ontem o que a presidente quis significar e disse é que era importante 'ouvir a voz das ruas'. E a voz das ruas se ouve pelo plebiscito. O que ela propõe exatamente é um plebiscito. A ideia é de um plebiscito, consultar o povo, não é exatamente uma Constituinte", disse Temer a jornalistas, após audiência com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

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Mais cedo, pela manhã, Temer participou de audiência no Palácio do Planalto com Dilma, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho.

"Acho que em nenhum momento houve uma expressão referente (de Dilma) à Constituinte exclusiva. Eu acho (a Constituinte exclusiva) inviável, por uma razão singela: a Constituinte é algo que significa o rompimento da ordem jurídica, seja ela exclusiva, ou não, porque nunca será exclusiva, sempre abarcará uma porção de temas. Para a solução atual, não se faz necessário uma Constituinte; o que se faz necessário é consultar o povo, o povo vai dizer qual a reforma política que quer", afirmou Temer.

Questionado se seria o caso de se convocar extraordinariamente o Congresso, Temer respondeu: "Se for necessário, pode-se convocar, mas tenho a impressão de que, se houver uma certa rapidez nessas matérias, convoca-se o plebiscito para daqui a uma semana, duas semanas, estabelece-se um prazo para o plebiscito, dois meses, três meses, e na sequência o Congresso pode aprovar essa matéria."

Para Temer, a presidente Dilma Rousseff "não voltou atrás". "Ela na verdade quis dizer aquilo que acabei de salientar: quis focalizar o tema do plebiscito e está corretíssima. Não se trata de Constituinte, trata-se de consulta popular", frisou Temer, que disse que só conversou nesta segunda-feira com a presidente.

O governo divulgou nesta terça-feira nota em que diz que a presidente Dilma Rousseff ouviu proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), "considerou-a uma importante contribuição, mas não houve qualquer decisão". A iniciativa lançada pela OAB propõe uma ampla reforma política que acabaria com o financiamento das campanhas por empresas. A proposta também estabelece um sistema de dois turnos para a eleição proporcional - no primeiro, os eleitores votariam em partidos; no segundo, em candidatos.

"O governo continuará ouvindo outras propostas de reforma política que lhe forem apresentadas", afirma a nota. Dilma recebeu nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, os presidentes nacional da OAB, Marcos Vinícius Furtado Coêlho, e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Marlon Reis, que, segundo o comunicado, apresentaram proposta de reforma política baseada em projeto de lei de iniciativa popular.

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Mais cedo, Coêlho havia dito que ela se sensibilizou com a proposta da Ordem e estaria "convencida" de que convocar uma assembleia constituinte específica para fazer a reforma política não seria "adequado". O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, afirmou depois que Dilma se referiu a um "processo constituinte específico", sem defender uma tese.

Um dia após a presidente Dilma Rousseff ser alvo de críticas de congressistas e juristas por sugerir um plebiscito que autorizaria a convocação de Assembleia Constituinte específica para fazer a reforma política, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esclareceu, na tarde desta terça-feira, 25, que a presidente falou "em processo constituinte específico", sem defender uma tese.

"Há várias maneiras de se fazer um processo constituinte específico, uma delas seria uma Assembleia Constituinte específica, como muitos defendem. A outra forma seria por meio de um plebiscito colocar questões que balizassem o processo constituinte específico feito pelo Congresso Nacional. Há várias teses. A presidenta falou genericamente disso", afirmou Cardozo, depois de audiência no Palácio do Planalto com Dilma, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, e o vice-presidente da República, Michel Temer.

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"Se você vai discutir questões que estão colocadas na Constituição, precisa de um processo constituinte específico, seja comandado por uma Assembleia Constituinte específica, em que haveria delegação para que fosse feita assim ou um processo em que, balizado pelo plebiscito, essa modificação seria votada e decidida pelo Congresso. A presidenta não fechou as portas para nenhuma das teses que podem permear esse processo constituinte específico", prosseguiu Cardozo.

Conforme a edição desta terça do jornal O Estado de S.Paulo, a iniciativa lançada pela OAB propõe uma ampla reforma política que acabaria com o financiamento das campanhas por empresas. A proposta também estabelece um sistema de dois turnos para a eleição proporcional - no primeiro turno, os eleitores votariam em partidos; no segundo, em candidatos.

"Essa proposta que hoje a OAB traz não fala em mudança da Constituição, permite que seja feita por uma mera mudança na legislação", comentou Cardozo. "Isso pode ser visto como uma vantagem, pela agilidade, pela situação que obviamente ela vai propiciar. Agora, essa é uma questão que não se encerra. Outros terão de ser ouvidos, a decisão final é do Congresso Nacional, compete ao Congresso Nacional tomar uma definição a respeito."

O ministro reiterou que "não dá hoje para fazer uma reforma política sem a participação da sociedade, sem que brasileiros e brasileiras sejam ouvidos". "Não estamos fechando a questão para o caminho que o governo acha que deve sugerir ao Congresso, há várias teses, movimentos estão sendo ouvidos, pessoas estão sendo ouvidas, líderes políticos estão sendo ouvidos. O que posso afirmar é que o governo vê como muito interessante essa proposta da OAB, porque ela prescindiria de uma mudança constitucional", afirmou.

Questionado sobre uma convocação extraordinária do Congresso para ganhar tempo na apreciação do assunto, Cardozo respondeu: "O governo colocou esta proposta, mas ela implica diálogos, diálogo com o Congresso, afinal é o Congresso quem decide. É o Congresso quem pode convocar plebiscito, é o Congresso que aprova leis, que aprova emendas constitucionais. Este diálogo já está sendo feito e continuará sendo feito com o Congresso como um todo".

Lideranças da própria base do governo criticaram nesta terça-feira (25) a proposta da presidente Dilma Rousseff de realizar um plebiscito para decidir sobre a convocação de uma Constituinte exclusiva para debater a reforma política. Para o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), não existe previsão jurídica para realizar uma miniconstituinte. "Fazer um plebiscito para aprovar uma miniconstituinte é um negócio esquizofrênico", disse.

Ele disse ainda que será importante a consulta marcada para hoje com o Supremo Tribunal Federal (STF), mas cobrou que essa conversa da presidente com o STF deveria ter acontecido antes do anúncio da proposta. "Se houver entendimento de que isso é possível, que se faça. Mas eu não acredito que será a posição do Supremo", disse. A presidente Dilma Rousseff vai receber hoje, às 15h, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, para conversar sobre o tema.

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O líder do PSB disse também que seria possível realizar um plebiscito em que fossem consultados pontos específicos da reforma eleitoral.

O líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), foi na mesma direção. "O que a presidente propõe (a Constituinte exclusiva) não existe no mundo jurídico".

Cunha

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse que "a Casa é contra esse plebiscito", acrescentando que o governo tem que detalhar melhor os termos da proposta. Cunha defendeu que a Constituinte trate também de reforma tributária e afirmou que não ficou claro o que está sendo proposto pela presidente Dilma Rousseff. "Quem apresentou a proposta que a detalhe". O líder peemedebista disse ser, pessoalmente, favorável à Constituinte. Mas destacou que o PMDB ainda vai tomar uma decisão conjunta a respeito do tema.

A reunião entre a presidente Dilma Rousseff (PT), governadores e prefeitos, realizada nessa segunda-feira (24), em Brasília, debateu as cobranças da sociedade em virtude dos protestos ocorridos em várias cidades brasileiras. Entre as sugestões, a petista anunciou um possível plebiscito para a criação de um congresso específico que discuta a reforma política no Brasil. Mas, a ideia não tem sido bem aceita pela oposição.

Segundo o deputado federal Mendonça Filho (DEM) a proposta é inconstitucional. “Vários constitucionalistas já se manifestaram e essa medida é anticonstitucional. A presidente está colocando uma postura que desvia a real crise do Brasil que é decorrente da falta de ação nas áreas da saúde, transporte de massa e outros. A solução dessa constituinte não vai a lugar nenhum”, alfinetou.

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Para o democrata é difícil discutir a problemática considerando que há reivindicações variadas na população. “A grande dificuldade é que cada cidadão tem uma visão de que seria errado e isso dificulta bastante. Sem dúvida a agenda de prioridade da população é muito ampla e real, fora isso tem a crise econômica grave, o desemprego começa a subir, não tem crescimento econômico, a renda da população está diminuindo, enquanto a inflação está subindo”, descreve.

Mendonça Filho acredita ainda que algumas discussões como o término do julgamento mensalão, por exemplo, é um dos caminhos para se começar a resolver as dificuldades da sociedade. “Eu acho que você tem que atentar para a grande insatisfação do povo no combate a corrupção, rejeitar a PEC 37 e pressionar o Supremo para concluir o mensalão que é uma coisa que gera uma insatisfação de impunidade para os poderosos aumentar o investimento na área de saúde. O Pacto pela Mobilidade anunciado por Dilma era de 18 bilhões e até agora só gastou apenas só 1.3 bilhão”, critica.

Já para o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Daniel Coelho (PSDB) a pauta sugerida por Dilma já devia ter sido debatida há muito tempo, mas não em forma de plebiscito. “O ideal é que o governo tome atitudes esperadas da reforma política. O PT já está no governo há 10 anos e em nenhum momento se esforçou para discutir e debater o assunto. Ela (Dilma) tem que dá solução aos problemas. Essa proposta é perigosa. A proposta beira ao autoritarismo de poder retirar os poderes do próprio parlamento”, avalia o parlamentar.

De acordo com o tucano, votar um plebiscito agora, diante do fervor da população nas ruas é um risco para o País. ”O que teria que ser feito é votar a reforma política dentro do Congresso onde governo tem a maior bancada nas duas Casas, tanto na Câmara quanto no Senado e deveria colocar em pratica esse caminho e não chegar no 10 anos de governo e falar de plebiscito.Para o governo, está na hora de mostrar resultados”, enfatiza Coelho.

A presidente Dilma Rousseff dá continuidade nesta terça-feira (25), às reuniões que têm realizado para ouvir setores da sociedade e adotar medidas que respondam às reivindicações das ruas. O primeiro compromisso de Dilma será com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho, em reunião marcada para as 10 horas.

A presidente deve conversar com Marcus Vinicius sobre a proposta de convocação de um plebiscito para instalar uma Assembleia Constituinte específica sobre reforma política. O plebiscito é um dos cinco pontos propostos ontem, 24, por Dilma para tentar conter os protestos realizados no País.

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Dilma também recebe o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, às 15 horas, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, às 17h30. Nos dois encontros, o tema do plebiscito deve marcar as conversas.

Ainda nesta terça (25), a presidente terá encontro com representantes de 'Movimentos Urbanos'. A reunião está marcada para as 16h30. Todas as reuniões do dia ocorrerão no Palácio do Planalto.

Após o encontro da presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT), com os governadores e prefeitos dos estados do país nesta segunda-feira (24), em Brasília, onde foram discutidos os problemas que a sociedade reivindicou durante essas últimas semanas, cinco pactos foram lançados durante a convocação: Responsabilidade Fiscal; Construção de uma Reforma Política; Melhoria na Saúde Pública; Qualidade no transporte coletivo e Educação de qualidade.

O cientista político e blogueiro pernambucano, Magno Martins, afirma que a presidente está “acuada” diante das manifestações.  “Dilma fez, simplesmente, o pacto para construção de obras comuns. Ela está querendo fazer uma reforma política com os projetos que transitam dentro do congresso através das emendas”, afirmou. 

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Mas segundo a visão política do Magno, a petista está com dificuldades dentro da casa legislativa. “É notório que a Dilma está com enormes problemas de fazer qualquer tipo de reforma, porque ela perdeu o controle dos partidos políticos pequenos que não aprovam a mudança”, explicou o blogueiro. 

Essa reforma consiste em reduzir o número dos partidos políticos e a proliferação deles, além de fazer a retribuição dos mesmos. Mudar a eleição para opcional e a implementação do voto inlista, momento em que a população vai deixar de votar em um deputado específico e passará a escolher pelo grupo/partido que ele se encontra. “Surgiu uma briga entre os grandes e pequenos partidos. Ela está usando a população para pressionar o congresso para que os partidos entrem em consenso em favor da reforma”, enfatizou o cientista. 

Na reunião de governadores e prefeitos no Planalto com a presidente Dilma Rousseff foram sugeridas duas datas para a realização de um plebiscito para ver se a população concorda com uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para tratar de reforma política: 7 de setembro ou 15 de novembro.

A ideia do Planalto é que a presidente Dilma Rousseff encaminhe, nos próximos dias, um mensagem ao Congresso pedindo o plebiscito. Lá, o texto seria transformado em projeto de lei ou se aproveitaria alguma matéria em tramitação.

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Com isso, nas eleições presidenciais do ano que vem, seriam eleitos dois congressos: um exclusivo para fazer a reforma política e outro formado por senadores e deputados, que exerceriam seus mandatos tradicionais. A ideia também é que a Constituinte exclusiva teria um tempo menor de funcionamento que os quatro anos tradicionais.

Da mesma forma, o entendimento é que não seriam necessários 513 deputados e 81 senadores para a Constituinte. Poderia ser um sistema unicameral e com número reduzido de parlamentares-constituintes.

"Ainda está tudo em discussão, mas o que a classe política, aqui representada por governadores e prefeitos, precisava mostrar é que nós estamos ouvindo as vozes das ruas", disse o governador da Bahia, Jacques Wagner, (PT). Segundo ele, "queremos encontrar soluções para o que estão nos cobrando, pois a classe política captou o recado do povo". Para esta Constituinte, comentou, juristas e pessoas da sociedade civil estudiosas do assunto deveriam se candidatar, além dos políticos tradicionais, para ampliar a sua representatividade.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Pernambuco está coletando votos para o Plebiscito Nacional sobre o Fim do Imposto Sindical como parte da mobilização nacional por Liberdade e Autonomia Sindicais. As assinaturas estão sendo obtidas na Estação Central de Metrô, no bairro de São José, Recife, desde a última segunda-feira (16).

A contribuição é descontada compulsoriamente, uma vez por ano, em março, do salário dos empregados com carteira assinada. De acordo com a CUT, por ser compulsório, a taxa ajuda a manter sindicatos “fantasmas” e “pelegos”, sem vínculo com suas categorias e sem representatividade sindical.

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A votação também pode ser feita pela internet, no endereço eletrônico diganaoaoimposto.cut.org.br/votar, e nas sedes dos sindicatos.  O Plebiscito Nacional sobre o Imposto Sindical foi lançado pela CUT no dia 26 de março passado em Campinas (SP), e termina no dia 30 de abril.

Com, 75% das urnas apuradas até o momento o "Não" venceu o plebiscito no Pará. A vitória já é irreversível. Até agora, dos votos apurados, 69% se declararam contra a criação de Carajás e 68,5% contra Tapajós.

Os paraenses foram as urnas neste domingo decidir sobre a divisão do Estado e a criação de outras duas unidades federativas, Tapajós e Carajás.

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Ao todo, 4.842.286 eleitores paraenses deveriam ter comparecido às urnas para responder a duas perguntas: "Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado de Tapajós?" e "Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado de Carajás?".

Quem não compareceu à votação terá 60 dias para apresentar uma justificativa à Justiça Eleitoral.

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