Tópicos | Políticas Culturais

Maria Marighella tomou posse, nessa quinta-feira (2) à noite, na presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte), em cerimônia na Sala Cecília Meireles, no centro do Rio de Janeiro. O evento foi chamado de “As Artes Tomam Posse!”: uma promessa de mudanças não só nos gestores da instituição, mas também uma reconstrução das políticas culturais e artísticas do país. A nova presidenta prometeu uma relação mais direta da Funarte com o povo, por meio de medidas que respeitem a diversidade nacional.

“A nossa tarefa coletiva, que será feita por muitas mãos, tem um grande desafio logo de saída: retomar a Funarte às vésperas de seus 50 anos, restaurar por dentro e por fora dela o respeito aos servidores e servidoras, aos trabalhadores das artes e ao povo brasileiro. Frente aos ataques do último período, à censura e à perseguição, além de políticas para as artes brasileiras, faremos a defesa do processo de memória, verdade, justiça e reparação. Nós refundaremos o país com a força da cultura e das artes brasileiras”, disse a primeira mulher nordestina na presidência da instituição.

Maria Marighella tem 47 anos, é baiana, atriz graduada pela Universidade Federal da Bahia. Ela é neta do escritor e guerrilheiro Carlos Marighella, fundador da Ação Libertadora Nacional, que foi assassinado pela ditadura militar em 1969. Já foi coordenadora de teatro da Funarte entre 2015 e 2016. Acumula experiências como coordenadora de Teatro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e diretora de Espaços Culturais da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult/BA). Atualmente, está licenciada do cargo de vereadora em Salvador (PT-BA). 

Além da presidenta, foram apresentados os novos nomes da Diretoria Colegiada da Funarte. O órgão é subordinado ao Ministério da Cultura e tem, entre as principais atribuições, desenvolver políticas públicas para fomentar diferentes artes: visuais, musicais, corporais, teatrais e circenses. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou do evento e disse que, depois do “processo de desmonte” da pasta no governo anterior, o momento é de retomar a importância do ministério, que tem a Funarte como uma das partes fundamentais.

“A cultura é ferramenta de transformação, de emancipação, de qualificação e também é um vetor econômico. Precisamos tirar proveito melhor da nossa cultura. Das periferias, da cultura digital, das culturas populares de todas as regiões do Brasil”, destacou a ministra, para depois complementar: “Nós entendemos que a cultura é uma coisa viva. E ela sempre se reinventa. Não há como matar a cultura”.

A primeira-dama Janja Lula da Silva também prestigiou a cerimônia de posse. 

“Vocês sabem o caminho que a gente fez no ano passado, levando a cultura em toda a campanha. Estou muito feliz de estar aqui hoje. Parabéns, Maria. Você vai fazer um trabalho maravilhoso na Funarte”, disse.

O Brasil viveu um verdadeiro apagão cultural nos últimos anos em que o governo Bolsonaro esteve no comando. Além da extinção do Ministério da Cultura (MinC), rebaixado para secretaria em 2019, a pasta sofreu com grandes cortes de orçamento; paralisação de projetos e editais; e a constante mudança de titulares, cujas escolhas - seis ao total -,  foram de Regina Duarte - que chegou a dar entrevistas minimizando a tortura durante a Ditadura Militar e relativizando os milhares de mortos decorrentes da pandemia -, a Mario Frias, que mais apareceu posando com armas, durante seu período como secretário, do que efetivamente trabalhando pelo segmento. 

Já em 2023, a pasta volta a ser ministério, por determinação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, e terá no comando uma mulher preta e nordestina: a cantora e compositora baiana Margareth Menezes. Ao aceitar o convite, a artista disse que o encarava como uma verdadeira “missão”. "O presidente me disse que quer fazer um Ministério da Cultura forte. Conversamos e eu aceitei a missão. E recebo isso como uma missão mesmo, até porque foi uma surpresa para mim também, até para eu entender o lugar desta minha representação e a necessidade de a gente fazer uma força-tarefa para levantar o Ministério da Cultura”, disse à imprensa na última terça (13), quando foi anunciada como futura ministra. 

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Margareth Menezes tem 60 anos, é cantora e compositora, uma das precursoras da Axé Music e uma das vozes mais potentes da música brasileira. Com uma carreira ativa desde os anos 1980, iniciada no teatro, ela fez parte de um expressivo movimento de valorização da cultura negra desenvolvido na Bahia à época. Margareth, desde então, chamou atenção do mercado internacional e chegou a ser considerada uma das artistas mais relevantes da música baiana então. 

O primeiro disco homônimo da cantora saiu em 1988. De lá para cá, foram 16 álbuns e mais de duas dezenas de turnês internacionais. A futura ministra também já foi descrita inúmeras vezes, pela crítica de fora, como a “Aretha Franklin Brasileira”, e é apontada como a principal representante do movimento afropop nacional, que visa preservar e promover a cultura negra no país.

Além de uma expressiva carreira artística, Margareth também tem um largo currículo atuando em prol de políticas culturais. Em 2004, ela fundou a Fábrica Cultural, uma organização não-governamental com a finalidade de desenvolver projetos nas áreas de educação, cultura e produção sustentável na Península de Itapagipe, em Salvador. A partir de 2014, a ONG passou a abrigar o centro cultural Mercado Iaô, que promove música, artes visuais e gastronomia.

A futura ministra também é embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/Unesco, desde 2020. Já no ano seguinte, ela foi reconhecida como uma das 100 personalidades negras mais influentes do mundo pela Most Influential People of African Descent (MIPAD), instituição reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Representatividade

Como se não bastasse o currículo farto e vasta experiência, nos palcos e fora deles,  Margareth Menezes ainda traz em sua bagagem o peso da representatividade. Ela será a primeira mulher negra a comandar a Cultura no país, fato que já vem sendo celebrado país afora. 

No Recife (PE), a cantora Dani Carmesim comemorou a indicação da colega de profissão para o MinC. ”É um avanço de milhões. Uma coisa que demorou muito pra gente ver acontecer, mas dessa vez, vai. Eu me sinto representada e contemplada como mulher preta, nordestina, periférica e artista vendo outra mulher assim como eu à frente do MinC, espero que ela tenha esse olhar mais voltado para essas políticas públicas culturais que contemplem as pessoas pretas e que mais necessitam, que têm menos recursos. A expectativa é boa: a gente sair desse poço fundo sem fim que era o governo Bolsonaro para entrar num governo onde vai ter o Ministério da Cultura de volta e ainda assumido por uma mulher preta, é muito avanço”, disse em entrevista ao LeiaJá. 

Dani Carmesim, cantora e compositora pernambucana - Foto: Reprodução/Instagram

Já o produtor cultural Du Lopes, citou o currículo de Margareth enquanto artista e gestora de Cultura demonstrando confiança em sua indicação. Ele também acredita que o poder da própria figura da futura ministra em si agrega extrema relevância ao papel que ela vai desempenhar. “Uma escolha de representatividade que certamente buscará realizar  uma boa gestão para toda a classe artística". 

Du Lopes, ator, diretor de palco, cineasta e produtor cultural - Foto: Reprodução/Instagram




 

O Teatro Arraial Ariano Suassuna, localizado no Centro do Recife, sedia na próxima terça-feira (12), das 15 às 17h uma mesa redonda que discutirá políticas culturais. A iniciativa faz parte do Janeiro de Grandes Espetáculos e o Festival do Teatro Brasileiro.

Com o tema "Conexão DF/PE: experiências e perspectivas na gestão pública da Cultura", o evento irá debater a Lei Orgânica da Cultura e mecanismos de fomento, desafios e perspectivas.

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Participará do evento Thiago Rocha, advogado e consultor em gestão de Projetos e Políticas Culturais, além de representantes das secretarias de Cultura do Estado de Pernambuco, da cidade do Recife, do Conselho de Cultura e da Fundarpe. A mediação será feita por Sergio Bacelar, idealizador do Festival do Teatro Brasileiro. A entrada é franca.

Serviço

Mesa-redonda "Conexão DF/PE: experiências e perspectivas na gestão pública da Cultura"

12 de fevereiro | 15h às 17h

Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, 457, Boa Vista)

Entrada franca

Na próxima sexta (11), o Recife recebe a etapa estadual do processo eleitoral do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). O encontro será promovido pelo Ministério da Cultura (MinC) em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (Secult/PE). As inscrições e votações presenciais serão possíveis das 9h às 12h na Jump Brasil. Após a divulgação dos novos candidatos, o espaço sediará também a roda de conversas e palestra Participação social na gestão cultural, das 14h às 15h. 

As inscrições, tanto para ser somente eleitor quanto para concorrer a uma vaga no CNPC, podem ser feitas pela internet desde já até a sexta (11), quando acontece a votação. A quantidade de pessoas inscritas definirá a proporção de delegados para o Forum Nacional. Em Pernambuco, os Fóruns Nacionais Setoriais dos Colegiados: Cultura Popular, Artesanato, Patrimônio Imaterial, Cultura Afro-brasileira serão realizados de 14 a 29 de novembro, em Serra Talhada.

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O CNPC tem como objetivos propor e formular políticas na área da cultura e articular o debate entre o governo e a sociedade civil para desenvolver as atividades culturais no território nacional. As duas unidades de federação do país estarão realizando votações para o Conselho entre os dias 8 e 26 de setembro. 

Serviço

Etapa estadual do processo eleitoral do CNPC

Sexta (11) | das 9h às 12 e das 14h às 15h

Jump Brasil (Rua do Lima, 420 - Santo Amaro)

Nesta terça (16), um grupo de 50 mulheres da Zona da Mata do Estado, ligadas à cultura local e regional, embarcam para Brasília para ter aulas no Congresso Nacional sobre captação de recursos através de emendas parlamentares. A iniciativa do projeto é da Associação de Mulheres de Nazaré da Mata - Amunam em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), do Governo Federal, com consultoria do produtor cultural e consultor de políticas culturais, Afonso Oliveira. 

O grupo que vai à capital federal integra o Projeto Método Canavial, direcionado à formação em produção cultural para o público feminino da Zona da Mata de Pernambuco. A iniciativa buscou trabalhar com as mulheres atendidas pela Amunam que desenvolve um trabalho há 27 anos nas temáticas de gênero, raça/etnia, feminismo, educação sexual, enfrentamento da violência contra a mulher e políticas publicas, entre outros temas. 

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Durante os três dias de curso serão realizadas palestras sobre políticas culturais, cidadania e diversidade cultural, além de apresentações como a do Maracatu Coração Nazareno. As participantes receberão certificados na sede do Ministério da Cultura (MinC) e também farão visita guiada no Congresso Nacional. 

A Secult-PE e a Fundarpe realizam, neste mês de abril e em maio, audiências públicas para discutir a reformulação do Conselho Estadual de Cultura. Podem participar artistas, produtores, gestores e demais agentes culturais. As reuniões ocorrerão no Recife, em Caruaru e em Salgueiro. 

Na pauta estarão aspectos como a composição do Conselho Estadual de Política Cultural e do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, instâncias de participação já instituídas pelas leis estaduais 15.429/2014 e 15.430/2014, respectivamente. Para o secretario estadual de Cultura, Marcelino Granja, deve ser garantido o debate democrático com todos os setores da arte e da cultura do Estado para que possa ser implementada uma rotina efetiva de cogestão das políticas culturais em Pernambuco. 

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Entre outras atribuições, caberá ao Conselho Estadual de Política Cultural propor normas, diretrizes e linhas de ação da política pública, além de aprovar os planos estaduais, regionais e setorias de cultura. Já o Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural será voltado para deliberações sobre tombamentos e aprovação dos planos de porteção, restauração e intervenção de bens culturais, tanto materiais como imateriais.

Serviço

Audiência no Recife

Quarta (22) | 16h

Auditório da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - FCAP (Av. Sport Club do Recife, 252 - Madalena)

Gratuito

 

Audiência em Caruaru

28 de abril | 16h 

Auditório do Instituto de Tecnologia de Pernambuco - ITEP (Rua Dalto Santos, 319 - Bairro de São Francisco)

Gratuito

 

Audiência em Salgueiro

5 de maio | 16h

Auditório do Salgueiro Plaza Hotel (Av. Cel. Veremundo Soares, 551)

Gratuito

O Cabo realiza, nesta terça (6), o 1° Fórum Municipal de Cultura do Cabo de Santo Agostinho. A reunião será no auditório Luiz Alves Lacerda, em Garapu, às 19h. Estarão presentes artistas e representantes culturais do munícipio para discutir políticas públicas voiltadas à cultura local.

A proposta do Fórum é dar início à implantação do Sistema de Cultura no município. Na ocasião, será apresentado o plano de trabalho e a escolha dos representantes para a reformulação do Conselho de Políticas Culturais do Cabo.

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No dia 22 de novembro do ano passado o governador de Pernambuco Eduardo Campos anunciou a adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). Mas ao que parece o anúncio foi apenas uma medida simbólica. De acordo com o Ministério de Cultura (MinC), a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult/PE) afirmou ter enviado a documentação necessária para a adesão ao SNC apenas no último dia 7 de fevereiro, e até o fechamento desta matéria o material não havia chegado ao MinC em Brasília. Das 27 unidades federativas do Brasil, apenas a terra dos altos coqueiros não aderiu oficialmente ao sistema.

Segundo Pedro Ortale, coordenador Geral de Institucionalização e Monitoramento do SNC, da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, na papelada enviada pela Secult/PE deve conter uma solicitação de adesão com dados do responsável por este processo, além de duas vias do acordo assinadas e anexadas aos documentos do governador. “Após publicarmos no Diário Oficial, Pernambuco terá dois anos para estruturar tudo o que falta e participar integralmente no sistema”, comenta Pedro ao LeiaJá, ressaltando que o prazo pode ser estendido caso haja necessidade. No site do MinC, a adesão pernambucana “Aguarda assinatura do governador”.

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“Para funcionar a nível estadual, o governo precisa ter um órgão gestor (Secretaria de Cultura), criar um fundo de cultura (Funcultura), preparar um Plano Estadual de Cultura com duração de 10 anos e ter um Conselho de Política Cultural com 50% de participação da sociedade civil”, diz Ortale. Em Pernambuco, os dois últimos requisitos citados ainda não foram concluídos.

Plano Estadual de Cultura

No que diz respeito ao Plano Estadual de Cultura, uma fonte próxima ao MinC, que prefere se manter anônima, entrou em contato com o Portal LeiaJá e disse que o ministério contratou, desde o ano passado, Clébio Marques para facilitar este processo. De acordo com a fonte, Clébio teria a função de assessorar a construção do Plano Estadual de Cultura, que deve ser feito em conjunto com a sociedade, porém até o momento não há cronograma nem planejamento. Além disso, a Secretaria de Cultura do Estado seria a responsável por nomear uma comissão interna de trabalho, mas o secretário Marcelo Canuto ainda não indicou os nomes que farão parte do grupo.

Ainda de acordo com a fonte, “A adesão de Pernambuco ao SNC é inclusive uma prioridade do Ministério de Cultura, porque ele precisa de 100% de participação das unidades federativas do Brasil para poder implantar o Plano Nacional de Cultura”. A reportagem entrou em contato com Clébio Marques, que revela de fato ter sido contratado como analista técnico de Politicas Culturais do MinC e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Estou contratado desde o último dia 15 de outubro através de um convênio firmado entre o Ministério de Cultura e a UFSC, que fez a oficina de capacitação e monitora meu trabalho. E meu contrato tem duração de um ano”, explica.

Clébio ressalta que, de acordo com a metodologia do MinC, um grupo de trabalho é nomeado pela Secretaria de Cultura para dar início ao planejamento do Plano Estadual de Cultura. “Fernando Duarte (ex-secretário estadual de cultura) chegou a criar uma comissão, que foi desfeita quando Marcelo Canuto assumiu. Somente com este grupo de trabalho definido é que nós vamos poder criar o Plano Estadual de Cultura. A minha função aqui é facilitar este processo”, afirma o analista.

A comissão é responsável por realizar escutas com a sociedade e criar as diretrizes do Fórum Estadual de Planejamento da Cultura, o espaço responsável pelas validações durante o planejamento do plano e que será composto pelos diversos segmentos artísticos do Estado, além de representantes de universidades e das 12 Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco, entre outros. A formação do Plano Estadual de Cultura conta com quatro etapas: Sensibilização e Mobilização; Análise Situacional da Cultura; Prognóstico; e Monitoramento de Avaliação. E todos estes passos precisam ser respaldados pelo Fórum Estadual de Planejamento da Cultura.

“Quando o Projeto de Lei sobre o Plano Estadual de Cultura estiver concluído, ele será publicado na internet para uma consulta virtual e a ideia é também abrir uma audiência pública sobre o projeto. Definido, ele será validado pelo Fórum, encaminhado para a Casa Civil e depois segue para a Assembléia Legislativa (Alepe)”, explica Clébio. Mas ele ressalta que o processo está bastante atrasado porque depende da nomeação do grupo de trabalho por parte da Secult/PE. “Mensalmente eu entrego um relatório à UFSC sobre a situação e o secretário Marcelo Canuto também está ciente da situação. Tenho inclusive uma outra audiência marcada com ele. Mas para não perder tempo tenho auxiliado os municípios de Pernambuco a participar do SNC. De 185 cidades pernambucanas, apenas 72 fazem parte do sistema”.

Conselho Estadual de Cultura

Em relação ao Conselho Estadual de Cultura, a mudança necessária para que ele seja aceito pelo SNC é uma alteração na composição para passar a ter, no mínimo, 50% de representantes da sociedade civil eleitos democraticamente. Segundo Isaar França, indicada por Ariano Suassuna para compor o Conselho e a mais nova integrante do grupo, o Governo do Estado já está à procura da melhor forma de fazer este ajuste. “A gente (conselheiros) não tem a autonomia de mudar, criar nem de acabar com o conselho. É uma questão que a Casa Civil, junto com a Secult/PE, está estudando”, comenta.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secult/PE, Pernambuco já solicitou sua adesão ao Sistema Nacional de Cultura. A Secretaria aguarda agora a publicação do Diário Oficial da União e terá até dois anos para cumprir com todas as premissas exigidas pelo SNC.

Ainda segundo a Secretaria de Cultura de Pernambuco, a nova composição do Conselho Estadual de Cultura está em fase de conclusão e o projeto de lei seguirá para a Assembleia Legislativa até o final de fevereiro. Em relação ao Plano Estadual de Trabalho, a Secult/PE informa que está recompondo sua Comissão Interna de Trabalho para cumprir a agenda de reuniões, fóruns e validação com a sociedade civil. No entanto, prazos não foram divulgados.

Em entrevista concedida ao LeiaJá e publicada no último dia 3 de fevereiro, Canuto não poupou críticas ao SNC. “Eu acho que é um avanço, mas ainda tem muita incerteza. Primeiro, qual é o valor que vai ter para o Sistema? Falou-se em R$ 170 milhões para todos os Estados brasileiros, mas só o Funcultura tem R$ 33 milhões. O SNC é legal, mas na execução faltou pedra para fazer. Política cultural não tem jeito, tem que ter orçamento”, afirmou o secretário.

Questionado sobre as críticas, Pedro Ortale defende o sistema. “Os recursos para a área cultural serão aumentados à medida que o sistema mostrar resultados. As críticas ao SNC são de domínio público e todo mundo sabe que ele precisa melhorar. Mas quanto mais adesão o sistema tiver, com certeza aumentam as chances de acréscimo de verba”, justifica.

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