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Centenas de fiéis e turistas que se encontravam neste sábado (31), na Praça de São Pedro, no Vaticano, receberam com tristeza e orações a notícia da morte do Papa Emérito Bento XVI, definido por um deles como "um grande pontífice, apesar das críticas".

"Estou muito triste", disse à AFP o italiano Davide Di Tommaso, de 30 anos, da região de Molise (sul), ao saber do falecimento do ex-pontífice de 95 anos, que abdicou do cargo em 2013, em uma decisão sem precedentes desde a renúncia de Celestino V em 1294.

"A primeira reação foi a de orar. Demos a bênção e pedimos a salvação de sua alma", disse o francês Charbel Youssef, que fazia parte de um grupo de peregrinos.

O toque dos sinos ressoou na enorme esplanada para anunciar a morte. A notícia era iminente desde que o papa Francisco pediu, na quarta-feira (28), que os fiéis rezassem por seu antecessor, em grave estado de saúde.

Os sinos também tocaram na igreja de Trastevere e em outros bairros da capital italiana, em homenagem ao ex-bispo de Roma.

Para muitos fiéis e turistas, assistir ao funeral de Bento XVI em 5 de janeiro, na Praça de São Pedro, presidido por Francisco, será um evento excepcional.

- Funeral solene e ao mesmo tempo sóbrio -

"Espero assistir", disse Massimo, de 60 anos, que compareceu ao funeral, em abril de 2005, do carismático papa polonês João Paulo II junto com mais um milhão de pessoas.

Como ex-papa, Bento XVI terá um funeral solene, mas "sóbrio", como ele mesmo desejava, segundo o porta-voz papal, Matteo Bruni.

Ferrenho defensor da ortodoxia, Bento XVI renunciou ao cargo em meio à crise de uma Igreja assolada por escândalos e intrigas.

"Acho que, como líder mundial, é fascinante que ele tenha tomado a decisão de renunciar. A maioria das pessoas no poder não toma essas decisões", comentou Michael Dauphinee, um turista dos Estados Unidos.

"É um grande exemplo para os líderes mundiais. Sou protestante, mas (Bento) mostrou que é preciso conhecer as próprias limitações", acrescentou.

À beira da célebre Columnata Bernini, que circunda a praça, jornalistas do mundo inteiro já instalaram suas câmeras.

Um imponente serviço de segurança, com policiais e carabineiros italianos, começou a organizar o fluxo de pessoas rumo à imensa praça.

"Apesar das críticas, foi realmente um grande papa", afirmou Davide Di Tommaso.

Quando cardeal, o alemão Joseph Ratzinger governou com mão de ferro a poderosa Congregação para a Doutrina da Fé (antiga Inquisição), condenando teólogos progressistas e defendendo que, fora da Igreja católica, não havia salvação.

Hoje, no entanto, é mais lembrado por sua aposentadoria voluntária.

"Lembro-me da grande caridade que o encorajou", disse Charbel Youssef.

Embora sua popularidade nunca tenha chegado à de João Paulo II, o papa alemão terá o funeral de um ex-chefe de Estado, com a presença de várias autoridades e fiéis.

O papa Francisco reapareceu neste domingo (18) na tradicional janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça de São Pedro para pronunciar em público sua tradicional oração semanal, que desde 21 de março vinha sendo transmitida de sua biblioteca, devido às restrições da pandemia.

“Uma cordial saudação a todos vocês, romanos e peregrinos brasileiros, poloneses e espanhóis (...). Graças a Deus, podemos nos encontrar novamente neste lugar para o nosso encontro dominical”, lançou o papa, sorrindo, perante os fiéis na majestosa praça emoldurada pela famosa colunata de Gian Lorenzo Bernini, em frente à imponente Basílica de São Pedro.

“Devo confessar a vocês uma coisa: senti falta da praça. Quando tive que rezar na biblioteca, não estava contente. Graças a Deus, obrigada pela presença (...) desejo a todos um bom domingo!"

A oração do último domingo pronunciada pelo papa em público datava de 14 de março. As restrições contra o coronavírus adotadas na Itália, e portanto em Roma, onde está localizado o Vaticano, não permitiam a realização de reuniões e foi necessário suspender este evento popular entre fiéis, peregrinos e turistas.

Francisco expressou sua "preocupação" com o "aumento das atividades militares" na Ucrânia, onde a Rússia é acusada de implantar numerosas tropas na Crimeia (uma península anexada em 2014) e na fronteira, com novos combates, que quase acabaram com a trégua do verão (boreal) de 2020.

"Estou profundamente preocupado com os acontecimentos em algumas regiões da Ucrânia, onde nos últimos meses se multiplicaram as violações do cessar-fogo", disse ele em uma passagem de seu discurso aos fiéis.

A tradicional árvore de Natal da Praça de São Pedro, um pinheiro vermelho e um presépio gigante de cerâmica, foram inaugurados e iluminados nesta sexta-feira (11) como uma mensagem de "esperança" em meio à pandemia, disse o papa Francisco.

"Hoje mais do que nunca" a árvore e o presépio "são um sinal de esperança", declarou o pontífice, ao receber no Vaticano as delegações que doaram as decorações natalinas.

O papa elogiou "o majestoso pinheiro vermelho", originário das florestas de Kočevje, na Eslovênia, assim como o "monumental presépio de cerâmica" feito por artesãos na Itália.

"Também neste Natal, em meio ao sofrimento da pandemia, Jesus, pequeno e indefeso, é o 'sinal' que Deus dá ao mundo", afirmou.

Estes símbolos "ajudam a criar um clima natalino favorável para viver com fé o mistério do nascimento do redentor", acrescentou.

O pontífice, que teve que adiantar a missa de Natal de 24 de dezembro em duas horas por causa do toque de recolher em vigor na Itália devido ao coronavírus, lembrou que este feriado "nos lembra que Jesus é nossa paz, nossa alegria, nossa força, nosso consolo".

Ainda que para isso "precisamos nos sentir pequenos, pobres e humildes como os personagens do presépio", disse ele.

O papa Francisco pronunciará no domingo de sua biblioteca a tradicional oração do Angelus, que será transmitida ao vivo por vídeo, e não em sua janela diante da praça de São Pedro, anunciou o Vaticano neste sábado (7), para "evitar riscos de difusão" do coronavírus.

"A oração será retransmitida por vídeo ao vivo (...) nas telas na praça de São Pedro para permitir a participação dos fiéis", disse a nota do Vaticano.

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O papa Francisco pediu nesta quarta-feira "esperança para todo o continente americano, onde várias nações estão passando por um período de agitação social e política", durante sua tradicional mensagem de bênção "Urbi et orbi" na Praça São Pedro de Roma.

O pontífice lançou palavras específicas para a Venezuela, pedindo que "o pequeno Menino de Belém anime o amado povo venezuelano" e que receba "a ajuda de que precisa".

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Francisco também elogiou "os esforços daqueles que lutam para alcançar a justiça e a reconciliação, e se esforçam para superar as várias crises e as inúmeras formas de pobreza que ofendem a dignidade de cada pessoa".

Em sua tradicional mensagem de Natal na Praça de São Pedro do Vaticano, o Papa Francisco também exortou a comunidade internacional a "garantir a segurança no Oriente Médio, particularmente na Síria".

Que Cristo "inspire os governantes e a comunidade internacional a encontrar soluções que garantam a segurança e a coexistência pacífica dos que estão na região e ponha fim aos sofrimentos", disse o papa.

"Que Cristo seja a luz para tantas crianças que sofrem a guerra e os conflitos no Oriente Médio e em vários países do mundo", desejou o papa.

O argentino Jorge Bergoglio também pediu uma solução para a crise política no Líbano, um país de "coexistência harmoniosa" e denunciou a ação de "grupos extremistas no continente africano", particularmente em Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria.

Ao falar das várias zonas do planeta que atravessam conflitos, o papa enfatizou que os habitantes da Terra Santa "aguardam dias de paz, segurança e prosperidade".

Ele também mencionou as "tensões sociais" no Iraque e a "grave crise humanitária" no Iêmen.

E se referiu à Ucrânia, "que aspira a soluções concretas para alcançar uma paz duradoura".

A polícia do Vaticano pediu ao grande número de pessoas sem-teto instaladas em torno da Praça de São Pedro que se afastem do local durante o dia por motivos de segurança, segundo o serviço de imprensa da Santa Sé.

Com o impulso do papa Francisco, o Vaticano instalou duchas públicas, serviço de barbearia gratuito, distribuição de sacos de dormir, guarda-chuvas e hambúrgueres.

Mas nos últimos dias a polícia começou a retirar os sem-teto instalados sob a famosa Colunata de Bernini.

"É somente durante o dia, sobretudo por motivos de segurança", explicou à AFP o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, que evocou a inquietação das forças de ordem perante as barracas, cabanas de papelão e as grandes sacolas que os sem-teto utilizam.

Eles poderão, por outro lado, dormir no local durante as noites.

O papa Francisco criticou o que chamou de banalização das injúrias neste domingo, falando na Praça de São Pedro, sem aludir diretamente aos taques anônimos que recebeu na última semana.

Por ocasião da oração dominical do Ângelus, o Papa se referendo ao mandament de Jesus de "não matarás", que engloba também outros "comportamentos que ofendem a dignidade da pessoa humana, incluindo as palavras injuriosas". "Certamente, estas palavras injuriosas não têm a mesma gravidade e culpabilidade do assassinato, mas estão na mesma linha, porque são suas premissas e revelam a mesma malevolência", afirmou.

"Estamos acostumados a insultar, é como dizer 'bom dia', mas quem insulta o irmão, mata em seu próprio coração o irmão", acrescentou, incentivando os fiéis a evitarem as ofensas. Autoridades italianas tentam identificar os responsáveis ​​por uma campanha sem precedentes contra o papa Francisco, lançada em Roma por meio de centenas de cartazes criticando o pontífice.

Os cartazes apareceram durante o fim de semana passado nos muros de vários bairros centrais da capital italiana e neles se vê a imagem de Francisco, com cara de raiva e uma legenda em dialeto romano.

"A France (Francisco), você tutelou congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e a dos Franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais, ma n'do sta la tua misericórdia (onde está a sua misericórdia?)", diz o cartaz em tom irônico.

As acusações a Francisco dizem respeito a problemas que ele teve com os setores mais conservadores da Igreja Católica e da Cúria Romana, a poderosa máquina central da Igreja.

Os dizeres citam, entre outros, a guerra travada com a Ordem de Malta e a aposentadoria forçada do ultraconservador Stefano Manelli, de 83 anos, fundador em 1970 da ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada.

Também critica o fato de que o Papa "ignora cardeais", em uma alusão aos quatro cardeais ultraconservadores que pediram publicamente em uma carta datada de setembro que Francisco corrija os "erros doutrinais" de sua encíclica Amoris Laetitia. A polícia analisa as imagens de câmeras de segurança para tentar determinar os responsáveis pelo ato.

Em um programa de televisão, o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos, conhecido por suas posições conservadoras, condenou "os métodos anônimos, inspirados pelo diabo, que querem semear a divisão".

No final de semana, um falso "Osservatore Romano", o jornal oficial do Vaticano, chegou ao correio de inúmeros cardeais e bispos. Na publicação, o Papa era novamente criticado de forma mais sutil e em tom de sátira.

Os assessores do santo pontífice minimizaram ambos incidentes. Segundo o jornal La Stampa, após ser informado da campanha, o Papa reagiu com "serenidade e indiferença".

O papa Francisco celebrou neste domingo na Praça de São Pedro o jubileu dos migrantes diante de 5.000 pessoas, entre elas muitos latino-americanos e filipinos, convocando-as a "não deixar sua esperança ser roubada", apesar das "experiências de miséria, opressão e medo" que viveram.

"A presença de vocês nesta praça é sinal de esperança em Deus. Não deixem que roubem sua esperança e alegria de viver!", disse o Papa argentino aos centenas de migrantes reunidos.

A partir da janela do palácio apostólico, o Papa rezou o Ângelus e saudou com particular afeto as "comunidades étnicas" presentes na praça para celebrar a Jornada Mundial do Emigrante e do Refugiado.

"Cada um de vocês carrega uma história, uma cultura, valores preciosos e, às vezes, experiências de miséria, de opressão e de medo", lembrou o Papa.

O pontífice argentino, filho de imigrantes italianos, é muito sensível ao fenômeno da emigração, um drama que assola o mundo, tanto na Europa quanto na América.

No dia 11 de janeiro, diante do corpo diplomático credenciado ante a Santa Sé, o Papa convidou a comunidade internacional a ir além para enfrentar uma emergência histórica e elaborar "planos no médio e longo prazo" com "audácia criativa".

"Obrigado santidade, obrigado por tudo o que fez pela diáspora da Ucrânia", declarou à AFP-TV o ucraniano Mariam Kovanchuk, de 38 anos, que fugiu há quatro anos de seu país pela guerra e pela pobreza.

Grupos de peruanos e equatorianos que vivem na região italiana de Lazio, onde se encontra Roma, se reuniram na imensa praça para cantar e rezar pelo Papa.

"Após uma década esquecidos, por fim temos quem nos defenda", comentou Rosita, uma peruana de 60 anos que trabalha no serviço doméstico.

30 nacionalidades diferentes

Juntas a dois latino-americanos, famílias inteiras de filipinos, uma das maiores comunidades de estrangeiros residentes em Lazio, se preparavam para atravessar a Porta Santa da Basílica de São Pedro.

Com este gesto, que é realizado apenas durante o ano do Jubileu, é obtida a indulgência plena, ou seja, o perdão dos pecados, segundo a tradição católica.

"Que a missa e a passagem pela Porta Santa encham o coração de paz", clamou o pontífice.

Imigrantes de 30 nacionalidades diferentes acompanharão posteriormente na basílica uma missa presidida pelo cardeal Antonio Maria Veglio, entre eles 200 africanos que pedem asilo à Itália.

De um lado do altar da basílica foi colocada a cruz de Lampedusa, produzida com a madeira dos barcos que cruzam o Mediterrâneo repletos de migrantes e que o Papa abençoou em 2014, quando visitou a ilha italiana símbolo do drama da imigração.

"São pessoas que fogem da pobreza, da guerra, não podemos abandoná-las", comentou Giuseppe Giudici, de 74 anos, da Associação de Trabalhadores Católicos Italianos.

Segundo dados do Pontifício Conselho Pastoral para os Migrantes, 3.700 pessoas, entre elas 800 crianças, perderam a vida em 2015 na travessia do Mediterrâneo.

Entre os presentes havia um grupo de muçulmanos, palestinos, libaneses e sírios, liderados por Foad Aodi, presidente da Comunidade do Mundo Árabe na Itália. "Aqui estamos. Para dar e pedir solidariedade", disse.

Diante dos milhares de fiéis presentes na praça, o Papa pediu orações para as vítimas dos atentados de Jacarta e Uagadugú, reivindicados por organizações jihadistas.

Também neste domingo, sob um impressionante dispositivo de segurança, o Papa visitará a sinagoga de Roma com o objetivo de abraçar a comunidade judaica e se converter no terceiro pontífice a entrar em um templo hebraico depois de João Paulo II em 1986 e Bento XVI em 2010.

O papa Francisco pediu nesta sexta-feira (26) durante o Angelus na praça de São Pedro que o mundo se comprometa em reconhecer e assegurar a liberdade religiosa como um direito inalienável, aludindo às perseguições contra cristãos.

O Papa, que falou da janela do palácio apostólico para uma grande multidão, prestou homenagem às pessoas que "são perseguidas, discriminadas e mortas por professar a fé cristã".

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No dia 26 de dezembro se celebra a festa de São Estêvão, o primeiro mártir da Igreja católica.

"Os cristãos devem dar o testemunho de sua fé sem medo de ir contra a corrente ou sofrer consequências pessoais. É preciso ser coerente, não se pode pensar de forma cristã e viver de forma pagã", afirmou.

O Papa já havia criticado no Dia de Natal a perseguição brutal de cristãos, principalmente na Síria e no Iraque.

O Papa Francisco chamou os fiéis a "construir suas vidas no que é essencial", neste domingo (09) durante o Angelus, poucas horas antes de viajar a uma aldeia ao sul de Roma, onde passará seis dias em retiro quaresmal. "Devemos nos livrar dos ídolos, das coisas vãs", declarou o pontífice argentino a uma multidão entusiasmada na Praça de São Pedro.

Ele comentava a passagem bíblica em que Satanás procura, em pleno deserto, fazer com Cristo caia em tentação. "Em sua resposta, o Senhor nos lembra que 'o homem não vive só de pão, mas de toda palavra da boca de Deus'", ressaltou o Papa, considerando que "isto nos dá força, nos apoia na luta contra a mentalidade mundana que reduz o homem ao nível das suas necessidades básicas e que faz perder a fome de tudo o que é verdadeiro, bom e belo, a fome de Deus e de seu amor".

O ex-arcebispo de Buenos Aires citou "três tentações" a serem resistidas: "o bem-estar econômico", "um estilo de vida espetacular e milagroso" e "a sede de poder e dominação". Deixando o discurso de lado, o Papa chamou os fiéis a lembrar da lição de Jesus contra o diabo, que é um "grande sedutor": "quando estamos sujeitos a tentações, não deve haver diálogo com Satanás, só é necessário se referir às palavras do Senhor, elas vão nos salvar".

"Nunca devemos discutir com Satanás, mas seguir o curso indicado pelo Pai, sem compromisso com o pecado e a lógica do mundo", acrescentou.

Depois de recitar o Angelus com a multidão, o Papa pediu aos fiéis que orem por ele e seus "colaboradores da Cúria Romana", que vão se retirar no início da tarde para exercícios espirituais, até sexta-feira. O Papa, portanto, não estará no Vaticano para o primeiro aniversário de sua eleição, em 13 de março.

Até o momento, esses retiros, muitas vezes conduzidos por cardeais e arcebispos, eram realizados no Vaticano. Desta vez, o Papa e 82 membros da Cúria vão se retirar para um convento construído na década de 60 em Ariccia, uma pequena aldeia de Castelli Romani, ao sudeste de Roma. Cardeais e bispos deverão pagar por sua estadia.

 

O papa Francisco saudou neste domingo (11) a partir da Praça de São Pedro os muçulmanos do mundo inteiro, por ocasião da festa do fim do Ramadã, que termina na noite de hoje. "Gostaria de mandar uma saudação aos muçulmanos do mundo inteiro, nossos irmãos, que festejaram recentemente o fim do mês do Ramadã", disse o Papa diante de milhares de fiéis.

Francisco reiterou sua mensagem enviada no início de agosto às comunidades muçulmanas. "Pedi que cristãos e muçulmanos se comprometessem a promover o respeito recíproco, principalmente através da educação das novas gerações", disse após a oração do Ângelus.

No dia 2 de agosto, o papa enviou um texto, escrito por seu próprio punho, para expressar "a estima e a amizade com todos os muçulmanos, especialmente os que são líderes religiosos". Em sua carta, Francisco também pediu que seja evitada "a crítica injustificada ou difamatória" contra ambas as religiões.

O Papa consagrou a maioria de suas declarações deste domingo a uma exortação ao "amor de Deus", que "tem um nome e um rosto, o de Jesus Cristo". "O amor é o que dá valor e beleza a tudo mais: à família, ao trabalho, à escola, à amizade, à arte e a todas as atividades humanas", disse o Papa em meio aos aplausos dos fiéis.

O Papa Francisco falou neste domingo para 100.000 peregrinos na praça de São Pedro durante a tradicional bênção semanal, na qual pediu que evangelizem e "não tenham medo de ser cristãos".

"Não temos que ter medo de ser cristãos e de viver como cristãos", disse o Papa argentino, que foi eleito mês passado. "Temos que ter o valor de sair e proclamar Cristo ressuscitado", completou, da janela do Palácio Apostólico no Vaticano.

Ainda neste domingo, o Papa Francisco oficiará uma missa na basílica de São João de Latrão, a sede oficial do bispo de Roma, e presidirá uma cerimônia na qual tomará posse oficialmente desta igreja.

O papa Francisco fez neste domingo sua primeira celebração de uma das datas mais importantes para a Igreja Católica, a Páscoa. A cerimônia foi marcada pelo pedido de paz mundial durante uma missa que contou com 250 mil pessoas na Praça de São Pedro, segundo levantamento do Vaticano.

Com palavras eloquentes em sua mensagem de Páscoa, Francisco lamentou o endurecimento de conflitos no Oriente Médio, na península da Coreia e em outras partes do mundo, e lembrou das pessoas necessitadas. Com gestos físicos, ele ilustrou a marca de servidão de seu papado, ao embalar uma criança deficiente que se estendeu para ele no meio da multidão e ao aceitar um presente surpresa.

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Um admirador tanto do papa quando do time favorito de futebol do papa, o Saints de San Lorenzo (time argentino), insistiu que o Francisco aceitasse uma camiseta - "pegue, vamos lá, fique com ela", disse o homem que parecia falar com o papa. Finalmente, Francisco agradeceu feliz a camiseta segurando-a enquanto a população se manifestava num gesto de aprovação. Ele entregou o presente para um assessor sentado no banco da frente do papamóvel, enquanto continuava em seu passeio pela multidão.

Em um momento comovente, Francisco embalou e beijou um menino com deficiência física que passou por ele e se esticou para conseguir alcançá-lo.

Francisco colocou os pobres e os sofredores no centro de sua mensagem e seu discurso de Páscoa foi direcionado à Paz e à Justiça Social. O papa falou da sacada central da Basílica de São Pedro, do mesmo lugar em que foi anunciado como o primeiro papa latino americano, no dia 13 de março.

O líder católico direcionou seus cumprimentos de Páscoa a "cada casa e cada família, especialmente naquelas onde o sofrimento é maior, em hospitais e em prisões." Francisco rezou para que Jesus inspire as pessoas " a transformarem ódio em amor, vingança em perdão e guerra em paz".

Assim como fizeram papas anteriores, ele pediu que israelenses e palestinos cheguem a um acordo de paz e ponham fim ao conflito que "já durou o bastante". Ao refletir sobre o conflito sírio, que já dura dois anos, Francisco perguntou: "Quando sofrimento ainda haverá antes de uma solução política?"

O papa também expressou seu desejo por um "espírito de reconciliação" na península da Coreia, onde a Coreia do Norte diz ter entrado "num estado de guerra" com a Coreia do Sul. Ele também denunciou a guerra e o terrorismo na África, o que chamou de a forma mais extensiva de escravidão do século XXI: o tráfico humano. Francisco aconselhou as pessoas a deixarem o amor transformar suas vidas, ou como ele disse, "deixar os lugares desertos dos corações florirem".

O Vaticano preparou uma lista de cumprimentos de Páscoa em 65 línguas, mas Francisco não os leu. O Vaticano não disse o porquê, mas disse que o novo papa, pelo menos até agora, sente-se à vontade falando italiano, a língua do dia-a-dia da Santa Sé.

Em outra ruptura com a tradição de Páscoa, Francisco não vai partir para um descanso pós-feriado no palácio de verão do Vaticano, em Castel Gangolfo, nas montanhas no sudeste de Roma. O local está ocupado por seu antecessor, Bento XVI, desde suas últimas horas de papado, no dia 28 de fevereiro. Bento tornou-se o primeiro papa em 600 anos a renunciar seu cargo.

Francisco também negou-se a mudar para o apartamento do ex-papa, no Palácio Apostólico, que tem vista para a Praça de São Pedro. Ele ainda está no hotel do Vaticano, onde esteve no começo do mês com outros cardeais participando do conclave que o elegeu papa. Num momento em que começa a deixar sua marca na igreja, ele tem pouco interesse de abraçar muito da pompa comumente associada ao escritório. As informações são da Associated Press.

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Durante celebração na Praça de São Pedro, no Vaticano, na última terça-feira (19), o Papa Francisco falou sobre bondade, ternura e esperança. O discurso do Santo Padre aconteceu na primeira homilia de seu pontificado, uma reflexão após as leituras do Antigo e do Novo Testamento.

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O Papa Francisco ainda pediu que os fiés lutassem pela paz e pela defesa do meio-ambiente. Assista a trechos da homilia do pontífice na reportagem da AFP.

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De acordo com especialistas em Vaticano, o Papa Francisco, eleito após Conclave de dois dias na última quarta-feira (13), prefere uma vida discreta. O próprio pontífice comentou que costuma fazer suas refeições e andar de ônibus. A escolha do nome, Francisco, também pode indicar humildade e desapego, segundo os especialistas, em referência a Francisco de Assis, que abdicou de tudo para se dedicar aos pobres.

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Confira mais detalhes sobre o perfil do Papa Francisco na reportagem da AFP.

 

Duas feministas do grupo Femen protestaram brevemente, nesta terça-feira (12) à noite, com os seios à mostra, na Praça de São Pedro, enquanto os 115 cardeais eleitores se encontravam na Capela Sistina para eleger o novo Papa.

As jovens escreveram em seus corpos "Pope no more" (Papa nunca mais) e "Paedophilia no more" (Pedofilia nunca mais). Elas andaram em direção às barreiras metálicas de proteção antes de serem detidas pela polícia, que as encaminhou para uma delegacia nas imediações.

As duas mulheres, que dizem pertencer ao movimento feminista Femen, também acenderam um sinalizador de fumaça rosa, em referência à fumaça branca que deve sair da chaminé da Capela Sistina para anunciar a escolha de um novo Papa.

As integrantes do Femen ficaram conhecidas em 2010 por suas ações de "topless" na Rússia, na Ucrânia e em Londres. Em setembro, elas instalaram em Paris "o primeiro centro de treinamento" do "novo feminismo". Essas feministas lutam também pela democracia e contra a corrupção.

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Bento XVI se despediu nesta quinta-feira (28) do cargo máximo da Igreja Católica. Na última audiência pública do Papa, realizada na última quarta (27), mais de 150 mil pessoas acompanharam a passagem de Joseph Ratzinger pela Praça de São Pedro, no Vaticano. Antes da audiência, o Pontífice percorreu o local em um papamóvel sem cobertura e, durante o percurso, parou algumas vezes para cumprimentar jovens fiéis.

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O Papa afirmou que o seu papado de oito anos viveu momentos difíceis. Ele reforçou estar consciente da gravidade de sua renúncia e relatou também a sua emoção ao ver a Igreja "cheia de vida". Por fim, o pontífice pediu orações para os cardeais que vão escolher o seu substituto.

O Papa Bento XVI anunciou neste domingo (24) em sua última oração do Angelus que se dedicará à oração e à meditação, depois de sua histórica renúncia, o que não significa que abandonará a Igreja, advertiu com a voz emocionada.

"Deus me pediu para dedicar-me à oração e à meditação", afirmou neste domingo para milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para sua última oração do Angelus como pontífice.

"Neste momento de minha vida sinto que a palavra de Deus está dirigida a mim. O Senhor me chama a subir ao monte, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação", disse um emocionado pontífice diante de 100.000 pessoas, que o interromperam várias vezes com aplausos e gritos de "obrigado".

"Se Deus me pede isto é justamente para que possa continuar servindo à Igreja com a mesma dedicação e amor como qual tenho feito até agora, mas de uma maneira mais adequada a minha idade e a minhas forças", explicou o Papa alemão, que em abril completará 86 anos.

O Papa, que deixará o pontificado em 28 de fevereiro, um gesto inédito na história recente da Igreja, recebeu o carinho da multidão reunida na praça, que exibia cartazes e faixas, incluindo uma escrita em italiano: "Querido Papa, vai fazer falta".

O Angelus foi pronunciado da sacada de seu aposento privado no palácio apostólico, como é comum nos meses de verão, pois no inverno costuma acontece na sala Paulo VI, que tem capacidade para 10.000 pessoas.

Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, mais de 100.000 pessoas compareceram à Praça de São Pedro, nada comparável com a multidão registrada por João Paulo II nos meses anteriores a sua morte em abril de 2005.

Como é habitual durante a saudação dominical, o Papa falou em vários idiomas para agradecer aos peregrinos, incluindo em português. "Estaremos sempre perto", concluiu o pontífice.

Improvisando, o Papa brincou a respeito do clima e disse que "apareceu o sol" em Roma, ao contrário das previsões de chuva da meteorologia. "Vim para manifestar meu apoio e pedir a bênção", contou o seminarista brasileiro João Paulo, de 26 anos.

Para muitos presentes, a decisão de Bento XVI marcará a história da instituição milenar com 1,2 bilhão de católicos. "Esta bênção é particularmente importante. O Papa é o ícone do espírito cristão", comentou o italiano Gianpaolo, de 33 anos, que viajou de L'Aquila (centro da Itália) para presenciar o momento.

Neste domingo, o Papa também enviou um de seus últimos tuítes. "Neste momento particular, peço que orem por mim e pela Igreja, confio como sempre na Providência de Deus", escreveu.

Centenas de voluntários ajudaram os peregrinos e turistas que compareceram à audiência histórica, que também coincide com um dia de eleições legislativas vitais na Itália.

Na quarta-feira, 27 de fevereiro, o pontífice presidirá a última audiência geral, que também acontecerá na Praça de São Pedro, um dia antes de sua renúncia. Bento XVI partirá em 28 de fevereiro de helicóptero para Castelgandolfo, a 30 km de Roma, às 17H00 e às 20H00 (16H00 de Brasília) a renúncia ao papado será efetiva, explicou Lombardi.

Todos os atos do Papa previstos para depois de 28 de fevereiro foram anulados. Segundo fontes religiosas, ele perderá a sotaina branca mas conservará o título de "Sua Santidade Bento XVI", seu anel será destruído e deixará de ser infalível, o dom que a Igreja reserva apenas aos Papas no campo dos dogmas.

Mas, a despedida está sendo acidentada. Nos últimos dias, a imprensa italiana divulgou escândalos e comportamentos pouco éticos na Cúria Romana que abalaram os quase oito anos de pontificado de Bento XVI.

Segundo o jornal La Repubblica e a revista Panorama, o Papa decidiu renunciar depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.

No documento, eles descreve lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.

Ao contrário do habitual, o Vaticano reagiu no sábado com firmeza e criticou as "informações falsas", "boatos" e "calúnias" publicadas pela imprensa. Também afirmou que esta é uma manobra para "condicionar" o Conclave que escolherá o novo Papa.

Segundo a imprensa, o relatório foi entregue ao Papa em dezembro e havia sido encomendado pelo chefe da Igreja Católica após a explosão do escândalo "Vatileaks", o vazamento de cartas e documentos confidenciais do pontífice e que acabou com a condenação do mordomo de Bento XVI, que acabou perdoado posteriormente pelo pontífice alemão.

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