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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira, 21, um projeto de lei que concede aumento salarial de 18% ao procurador-geral da República. O valor do subsídio passará dos atuais R$ 39,2 mil para R$ 46,3 mil. A matéria vai à votação no Senado.

De acordo com o texto, de relatoria da deputada federal Celina Leão (PP-DF), o reajuste será feito em três parcelas anuais: R$ 41.650,92, a partir de 1º de abril de 2023; R$ 44.008,52, a partir de 1º de fevereiro de 2024; e R$ 46.366,19, a partir de 1º de fevereiro de 2025.

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A proposta aprovada hoje é um substitutivo feito pela parlamentar, já que a matéria original, encaminhada ao Congresso pelo Ministério Público Federal (MPF), previa um reajuste em quatro parcelas em dois anos. A justificativa de Celina para a alteração leva em conta "a situação fiscal do País e a necessidade de compatibilizar os reajustes de outros servidores federais".

Segundo o MPF, o aumento é necessário para recompor perdas inflacionárias desde novembro de 2018, época do último reajuste. A defasagem supera os 24%, de acordo com o órgão do Judiciário. "Observa-se, portanto, que a proposta encontra lastro no índice oficial utilizado para medir a inflação no Brasil IPCA e foi estruturada de maneira a viabilizar sua implementação, ainda que sem a recuperação de todas as perdas acumuladas", informa a justificativa do projeto.

O MPF estima que o impacto do reajuste no orçamento será de R$ 40,9 mil, considerando apenas o salário do PGR em 2023, e de R$ 105,8 milhões em relação aos demais membros do Parquet, cujos vencimentos são atrelados ao do procurador-geral.

O Partido Novo chegou a apresentar requerimento para que a votação fosse feita de forma nominal, sendo possível verificar como cada deputado votou. O pedido foi, no entanto, rejeitado. A sigla é crítica ao texto e argumentou ao longo do dia, em todas as sessões que propuseram aumentos salariais, que os aumentos geram impactos nos cofres públicos.

Mais cedo, os deputados aprovaram reajuste para servidores do MPF e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O Congresso também aprovou, em plenário, projetos de lei que propõem aumentos salariais aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), servidores do Tribunal de Contas da União (TCU) e membros da Defensoria Pública da União (DPU). Os textos vão agora à sanção presidencial.

Luciano Oliveira Mattos de Souza foi escolhido o novo procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e será o chefe do Ministério Público estadual (MP-RJ) pelos próximos dois anos, a partir de 15 de janeiro, segundo anunciou na noite desta quarta-feira, 6, o governador Cláudio Castro (PSC), responsável pela nomeação.

Mattos foi o mais votado na eleição realizada pelos integrantes do Ministério Público do Estado do Rio, com 32% dos votos, mas o governador poderia escolher outro nome. "Recebi nos últimos dias os três integrantes da lista tríplice eleita pelo Ministério Público Estadual e decidi nomear como novo Procurador-Geral de Justiça o dr. Luciano Mattos, nome mais votado entre seus pares", escreveu o governador no Twitter. "O processo eletivo da lista tríplice foi conduzido pelo atual PGJ dr. Eduardo Gussem, que realizou excelente trabalho à frente do @MP_RJ. Desejo ao novo PGJ Luciano Mattos sucesso na sua missão", completou Castro.

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"Agradeço aos membros do MP-RJ, promotores e procuradores de Justiça, pela vitória na eleição. Agradeço ao governador pela nomeação. Agora é aguardar a posse no próximo dia 15 e implementar as propostas que apresentei para fortalecer o MP-RJ na defesa da sociedade e na melhoria da qualidade de vida da população do nosso Estado", afirmou Luciano Mattos.

Ele ingressou na instituição em 1995 e atuou na Promotoria de Justiça em São João da Barra e Cabo Frio e na Central de Inquéritos, até assumir a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente de Niterói (Região Metropolitana do Rio). Foi presidente da Associação do Ministério Público (Amperj) por seis anos, sendo reeleito duas vezes pela classe. O novo procurador vai tomar posse no próximo dia 15 e terá mandato até 14 de janeiro de 2023.

Investigações

Caberá a Luciano Mattos chefiar investigações sensíveis para a família do presidente Jair Bolsonaro. Um dos filhos dele, o senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso das "rachadinhas". Outro filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), também é investigado por peculato. Ambos negam irregularidades e alegam perseguição de adversários.

O próprio Cláudio Castro, que assumiu o governo do Estado do Rio após o afastamento de Wilson Witzel (PSC), também tem problemas com o Ministério Público. Um vídeo em que o então vice-governador se encontra com um empresário foi usado pelo delator Bruno Campos Selem para alegar que ele estava recebendo propina de R$ 100 mil por contratos da Fundação Leão XIII. O órgão presta assistência social no Estado. Ele nega.

A escolha do novo procurador-geral gerou pressão sobre Castro, que é aliado da família Bolsonaro. Em 1 de janeiro, na internet, Bolsonaro citou um hipotético flagrante por tráfico de drogas contra o filho de um promotor: "O que aconteceria, MP do Rio de Janeiro? Vocês aprofundariam a investigação ou mandariam o filho dessa autoridade para fora do Brasil e procurariam maneira de arquivar esse inquérito?".

O Ministério Público do Rio reagiu e, em nota, cobrou que Bolsonaro faça uma reclamação formal à instituição. "Caso o presidente da República ou qualquer outra pessoa vislumbre desídia, favorecimento ou prevaricação por parte de membro do MP-RJ, deverá provocar a atuação dos órgãos de controle da instituição, entre eles o Conselho Nacional do Ministério Público e a Corregedoria-Geral do próprio MP-RJ", afirmou o texto.

O Ministério Público do Rio (MP-RJ) define, nesta sexta-feira (11), os três candidatos mais votados para ser o novo procurador-geral de Justiça. Responsável direto pela investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), já denunciado pela Promotoria, o novo chefe será escolhido em janeiro pelo governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), que é próximo à família do presidente Jair Bolsonaro.

Diferente do que ocorre no caso da Procuradoria-Geral da República (PGR), a Constituição Estadual do Rio obriga o governador a optar por um dos três nomes selecionados pelos 907 integrantes do MP aptos a votar na eleição interna. Há, entre os cinco candidatos, um bolsonarista assumido: Marcelo Rocha Monteiro, que tem fotos com camiseta do presidente da República nas redes sociais. No entanto, ele dificilmente estará na lista tríplice, segundo estimativas internas.

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Três nomes são associados ao grupo do atual comandante do órgão, Eduardo Gussem: seu chefe de gabinete, Virgílio Stavridis, o promotor Luciano Mattos e o procurador Ertulei Laureano Matos. Completa a lista de candidatos a procuradora Leila Costa. A votação ocorre entre 10h e 17h, de modo eletrônico.

Além de herdar o caso de Flávio, denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no processo das "rachadinhas", o novo chefe do MP terá de lidar com outras investigações sensíveis. Uma delas, sob a alçada do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), também envolve a família presidencial: apura supostas irregularidades no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).

Até aqui, a investigação jogou luz sobre possível desvio de dinheiro público na Câmara Municipal por meio de funcionários "fantasmas". Mas, assim como ocorreu com Flávio, é possível que a Promotoria se debruce sobre possíveis atos de lavagem de dinheiro.

Em setembro, o Estadão mostrou que Carlos pagou R$ 150 mil em dinheiro vivo por um imóvel na zona norte do Rio em 2003, quando tinha 20 anos. A prática é semelhante a transações imobiliárias apontadas na denúncia contra Flávio.

Outra investigação complexa é a que busca desvendar o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 14 de março de 2018. Desde setembro daquele ano, a apuração está a cargo do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O grupo também investiga as milícias no Rio. Partiu do Gaeco a denúncia contra Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, apontado como chefe do Escritório do Crime. Morto em fevereiro, ele é citado nas investigações contra Flávio por ter a mãe e a ex-mulher empregadas no antigo gabinete dele na Assembleia Legislativa.

Cláudio Castro, que assumiu o governo após o afastamento de Wilson Witzel (PSC), também tem seus problemas com o MP. Um vídeo em que o então vice-governador se encontra com um empresário foi usado pelo delator Bruno Campos Selem para alegar que ele estava recebendo propina de R$ 100 mil no âmbito de contratos da Fundação Leão XIII, voltada para assistência social no Estado. O governador nega.

Perfil

Apesar de ter perfil discreto, Gussem comandou o MP num período em que o órgão teve protagonismo no Estado. A Promotoria costumava ser criticada pela suposta omissão nos anos de governo de Sérgio Cabral (MDB), hoje preso e condenado a mais de 300 anos de prisão por investigações do Ministério Público Federal (MPF).

Um ex-procurador-geral nos tempos de Cabral, Cláudio Lopes, chegou a ser preso acusado de receber mesada de R$ 150 mil nos esquemas do ex-governador. Lopes nega.

O chefe do Departamento de Justiça americano, William Barr, autorizou nesta segunda-feira procuradores federais de todo o país a abrirem investigações sobre irregularidades nas eleições, enquanto o presidente Donald Trump continuava afirmando que perdeu a votação devido a uma fraude.

Barr, próximo de Trump, indicou em carta aos procuradores do país que não se trata de uma indicação de que o Departamento de Justiça tenha provas de casos genuínos durante as eleições, e sim libera os funcionários de antigas restrições a esse tipo de investigação, em meio a denúncias dos republicanos de que houve votos ilegais e irregularidades na apuração.

"Uma vez que a votação nas atuais eleições foi concluída, eu os autorizo a investigar denúncias substanciais de irregularidades na votação e no processo de recontagem, antes da certificação das eleições em suas jurisdições em certos casos", determinou Barr.

O funcionário, nomeado por Trump, disse aos procuradores que "essas investigações ou revisões devem ser conduzidas quando houver denúncias claras e aparentemente confiáveis de irregularidades que, caso comprovadas, poderiam ter impacto potencial no resultado da eleição federal em um determinado estado".

Habitualmente, as investigações de fraude são de competência dos estados, que estabelecem suas regras. A política do Departamento de Justiça tem sido evitar qualquer envolvimento federal até que as apurações sejam certificadas; as recontagens, concluídas; e as disputas, encerradas.

Em carta encaminhada aos membros do Ministério Público do Rio, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, defendeu a investigação do MP sobre o caso Marielle Franco. No documento, ele também defendeu a promotora Carmen Eliza Carvalho, uma das responsáveis pelo inquérito. Carmen pediu afastamento depois que foram divulgadas fotos em que vestia camiseta de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Ela também aparece em imagens abraçada ao deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL). Ele destruiu uma placa em homenagem a Marielle na campanha eleitoral.

"A busca da verdade real não se submete a preferências ideológicas ou partidárias, decorrendo, isto sim, do inarredável compromisso institucional com a defesa da ordem jurídica e o combate à criminalidade", assinala Gussem na carta. "Após a apresentação à sociedade da comprovação do vínculo existente entre Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, executores dos homicídios que vitimaram Marielle Franco e Anderson Gomes, foi a instituição gravemente atacada, tendo como principais alvos o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado e a promotora de Justiça Carmen Eliza Carvalho."

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Segundo reportagem que foi ao ar no Jornal Nacional do último dia 29, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde vivia o acusado Ronnie Lessa, contou à Polícia Civil que Élcio Queiroz recebeu autorização da casa 58 (do então deputado federal Jair Bolsonaro) para entrar no local no dia do crime, 14 de março de 2018, às 17h10.

No dia seguinte, 30, à tarde, o MP-RJ convocou uma entrevista coletiva, na qual informou que o porteiro havia mentido. Promotoras do Gaeco afirmaram também estar de posse de áudios de comunicação interna do condomínio que comprovavam que a entrada de Élcio tinha sido autorizada por Ronnie Lessa, da casa 65/66, e não por Bolsonaro. No dia em que Elcio esteve no Vivendas, segundo a Globo, Bolsonaro estava em Brasília.

No mesmo dia, entidades de peritos criminais questionaram a validade dos áudios apresentados pelo MP como provas porque não tinham sido devidamente periciados. Peritos chamaram a atenção para o fato de que somente os áudios de comunicação entre a portaria e a casa de Ronnie Lessa foram analisados. O MP justificou a decisão explicando que, o mais importante naquele momento era estabelecer que Élcio e Ronnie tinham estado juntos no dia do crime.

"Desde que foram presos, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz omitiram, peremptoriamente, que estiveram juntos no dia 14/03/2018, minutos antes da prática do crime. Portanto, a comprovação do vínculo entre eles, atestada pelo ingresso de Élcio no condomínio Vivendas da Barra, poucas horas antes do duplo homicídio, é fato de extrema relevância para o processo", escreveu Gussen.

Segundo o inquérito, os áudios da portaria tinham sido enviados pelo síndico do condomínio às promotoras no dia 15 de outubro. O pedido de análise técnica dos áudios, no entanto, só foi pedido por volta das 13h do dia 30, menos de duas horas e meia antes da coletiva.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, por sua vez, prestaram depoimento às promotoras por meio de videoconferência (eles estão presos em Porto Velho, Rondônia), em 04 de outubro. Neste depoimento, os dois confirmaram que estiveram juntos no dia do crime na casa de Ronnie e, mais tarde, em um bar na Barra da Tijuca, na zona oeste.

Um dia depois da entrevista do MP, vieram a público fotos e postagens da promotora Carmen Eliza. Elas revelavam que ela havia apoiado Bolsonaro na eleição presidencial. Outra postagem mostrava a promotora abraçada a Amorim. A lei proíbe a atuação partidária de integrantes do Ministério Público. Em documento, o PSOL pediu o afastamento da promotora do caso.

"A promotora (...), por sua vez, foi colocada no centro das críticas e atingida com ataques absolutamente desarrazoados, que ignoraram seus 25 anos de carreira, marcados pelo zelo, seriedade e técnica, bem como pela eficiência e resolutividade do seu trabalho", escreveu Gussem. "Os ataques à reputação da promotora configuram não só um desrespeito às liberdades expressas no artigo 5º da Constituição Federal, mas também - e sobretudo - um irresponsável gesto de defesa dos criminosos."

Gussem encerra a carta afirmando:

"Todos que se preocupam em macular o trabalho do MPRJ, insinuando parcialidade, devem se despir dos interesses políticos imediatos e se curvar à verdade dos fatos e ao trabalho técnico que vem sendo realizado, pois cada ofensiva representa, na verdade, um ataque à ordem jurídica e aos interesses da sociedade, especialmente no que diz respeito ao tão necessário quanto urgente combate ao crime."

Um promotor turco afirmou nesta quarta-feira, 31, que o jornalista saudita Jamal Khashoggi foi estrangulado como parte de uma morte premeditada assim que entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. Em seguida, o corpo de Khashoggi teria sido desmembrado e descartado.

Em nota, o escritório do Procurador-Geral de Istambul, Irfan Fidan, também afirmou que discussões com o promotor saudita Saud al-Mojeb terminaram sem "resultados concretos" apesar da "boa-vontade nos esforços" da Turquia em revelar a verdade.

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A nota do procurador é a primeira confirmação por parte de uma autoridade da Turquia de que Khashoggi foi estrangulado e desmembrado dentro da representação diplomática saudita em Istambul.

Também nesta quarta-feira, a mídia turca disse que al-Mojeb está em Istambul para se encontrar com agentes de inteligência do país e discutir a morte do jornalista. A agência de notícias DHA diz que o saudita fez uma visita durante a madrugada à agência turca de inteligência, em Istambul.

A Turquia tenta extraditar os 18 suspeitos detidos na Arábia Saudita pelo assassinato de Khashoggi no consulado, onde ele entrou em 2 de outubro para buscar papéis necessários para casar com a sua noiva, nascida na Turquia.

O governo de Erdogan pressiona o reino saudita por informações sobre os restos mortais de Khashoggi, que ainda não foram achados, assim como para saber quem ordenou o assassinato.

Autoridades da Arábia Saudita disseram que o reino julgará os 18 suspeitos e os levará ao tribunal depois que a investigação estiver completa. Fonte: Associated Press

Os termos do acordo de delação premiada entre o Ministério Público Federal e os irmãos Joesley e Wesley Batista dividem os candidatos à procurador-geral da República. Na disputa pela cadeira de Rodrigo Janot, o jornal "O Estado de S. Paulo" questionou os subprocuradores que pleiteiam o posto. O trabalho na área penal e a defesa da Lava Jato são pontos em comum dos candidatos.

O novo procurador-geral da República, que assumirá em setembro, quando vence o mandato de Janot, será indicado pelo presidente da República - que, atualmente, é investigado pela instituição. Oito subprocuradores se inscreveram para concorrer na eleição interna organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). No fim do mês, uma eleição entre membros do Ministério Público Federal determina a lista tríplice que será entregue ao presidente com os nomes escolhidos pela carreira.

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Dentre os oito candidatos à chefia do Ministério Público Federal que se inscreveram nas eleições, metade é considerada de oposição a Janot: Carlos Frederico Santos, Raquel Dodge, Eitel Santiago e Sandra Cureau. A outra metade tem o aliado do atual procurador-geral, Nicolao Dino, e candidatos que apresentam críticas moderadas à gestão: Mario Bonsaglia, Ela Wiecko e Franklin da Costa.

Posições

Atacado pela classe política, o acordo de delação do grupo J&F - atrelado à concessão de imunidade aos irmãos Batista - deve ser um tema importante na disputa. Caso as tentativas de desconstrução do acordo tenham sucesso, o discurso dos adversários do grupo de Janot ficará fortalecido. Entretanto, dos candidatos questionados pelo Estado, apenas Eitel Santiago assumiu abertamente a possibilidade de pedir "retratação" do acordo. "Não merece perdão quem, depois de abocanhar, de modo irregular, bilhões de reais no BNDES e nos fundos pensão dos trabalhadores, aplica o dinheiro irregularmente obtido para abrir fábricas no exterior."

Sandra Cureau criticou a concessão de imunidade penal a determinados investigados. "Pessoas que confessam crimes de grande magnitude devem ser punidas." Carlos Frederico reconheceu que o perdão é previsto em lei, mas que não concorda que o "perdão seja condescendente com a permanência de um enriquecimento fundado na sangria dos cofres públicos". Os outros candidatos citaram a possibilidade de acordos serem revistos, mas deixaram claro que a Procuradoria é só uma parte do acordo e a homologação passa pelo Poder Judiciário. Franklin da Costa rechaçou uma possível rescisão do acordo. "Se o fizéssemos, o instituto da colaboração cairia em descrédito", afirmou.

Principal trunfo das gestões Janot e, portanto, bandeira do aliado Nicolao Dino, a condução da Lava Jato perante o Supremo Tribunal Federal é alvo de ataque direto apenas do candidato Carlos Frederico. Para o subprocurador, a atuação da Procuradoria-Geral da República "não tem se demonstrado eficaz" e será necessário, caso ele assuma o cargo, uma "mudança na forma de agir, visando a resultados concretos", uma vez que "divulgar listas não significa condenação dos investigados".

Relevância

Dino não negou que a "hora presente exige esforços no campo penal", mas disse que outras agendas também têm "relevância" e que é necessária a interação do procurador-geral com os vices-procuradores-gerais e subprocuradores-gerais da República.

Sobre o destaque na área criminal, em especial no combate à corrupção, os candidatos ponderaram sobre a necessidade de empenhar esforços em outros setores. Para Ela Wiecko, "há questões muito importantes que dizem respeito ao patrimônio público, ambiental e social, que está sendo dilapidado".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, assinou uma Portaria que institui a Política Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual e da Discriminação no Ministério Público do Trabalho (MPT) na última sexta-feira (22).

A inicitativa tem por objetivo estabelecer ações, princípios e diretrizes que garantam mais qualidade de vida no ambiente de trabalho. A portaria cria comissões para o desenvolvimento de ações de prevenção e enfrentamento ao assédio e à discriminação na Procuradoria Geral e nas 24 Procuradorias Regionais do MPT.

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Os representantes das comissões não apenas irão receber e analisar os casos que forem denunciados como também deverão recomendar ao procurador-geral e procuradores-chefes a adoção de medidas voltadas a relações interpessoais, liderança e gestão de pessoas.

No evento de assinatura da Portaria, Fleury destacou a importância da adoção destas medidas. "Temos que resgatar em todos nós, procuradores e servidores, o orgulho de trabalhar no MPT. Para isso, o primeiro passo é que os nossos servidores tenham essa sensação de pertencimento e que tenham a exata noção da importância de cada um para a construção de uma sociedade melhor”.

Participaram ainda da cerimônia o diretor-geral do MPT, Leomar Daroncho, o procurador-chefe do MPT no Distrito Federal (MPT-DF), Alessandro Santos de Miranda, a assessora especial do MPT Socioambiental, Mariana Flesch Fortes, o diretor regional do MPT-DF José Antônio Coutinho Vinhas Duran e a representante da Associação dos Servidores do Ministério Público do Trabalho e Militar (Asempt) Adeline Dias.

*Com informações do Ministério Público do Trabalho

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O procurador-geral de Teerã ordenou, neste sábado, condições mais estritas para a organização de shows na capital iraniana, um tema que causa polêmica no país há várias semanas.

"A procuradoria de Teerã propõe que o governo garanta a segurança dos shows, que o Ministério da Cultura aprove o conteúdo e que a polícia grave" os acontecimentos, declarou Abas Jafari Dolatabai, citado pela Mizanonline, a agência de notícias do poder judiciário.

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O Irã possui uma rica cultura de poesia e música e os líderes religiosos têm um enfoque em ocasiões mais flexível a respeito de eventos, como shows, do que em outros países muçulmanos.

Contudo, o Ministério da Cultura deve dar sua autorização para a letra e a música de todos os discos antes que estes entrem no mercado, assim como para a organização de shows. Também é proibido dançar durante estas apresentações.

Nas últimas semanas, devido à pressão de religiosos ultraconservadores, vários shows, que haviam recebido as autorizações necessárias, foram anulados em algumas cidades por autoridades locais.

Na cidade santa de Machhad (nordeste), onde não é organizado nenhum concerto há 11 anos, o ministro da Cultura, Ali Janati, queria autorizar alguns shows, o que provocou a ira dos religiosos.

Em meados de agosto, ele teve que renunciar "pela presença do mausoléu sagrado do imã Reza [oitavo sucessor do profeta, segundo os muçulmanos xiitas] e a oposição de algumas pessoas, principalmente o imã da cidade", o aiatolá Ahmad Alam Ol Hoda, informaram meios iranianos.

"Macchad é uma cidade religiosa [...]. Todo mundo deve saber que os fiéis não deixarão que se transforme em um centro de libertinagem", declarou o aiatolá Ahmad Alam Ol Hoda. "Os que quiserem shows, que vão a outras cidades".

Na semana passada, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, defensor de uma maior liberdade política e cultural que seu predecessor e que se apresentará a um segundo mandato em abril de 2017, criticou publicamente seu ministro da Cultura.

"Nenhum ministro deve ceder às pressões - que são grandes - e retroceder", declarou. "A República Islâmica é um Estado de Direito [...] Se a lei não for respeitada, isto é o caos", acrescentou.

Esta declaração, contudo, não mudou a opinião do ministro da Cultura.

Cerca de 5.000 músicos assinaram uma carta aberta para o presidente Rouhani solicitando "que fizesse respeitar seus direitos" e "a lei", informou neste sábado o jornal reformador Etemad.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, 2, contra a decisão do ministro Dias Toffoli de mandar soltar o ex-ministro do Planejamento (Governo Lula) Paulo Bernardo, preso em junho na Operação Custo Brasil - investigação sobre propinas de R$ 102 milhões para funcionários públicos e agentes políticos, entre eles o próprio Paulo Bernardo.

Para Janot, caso a decisão de Toffoli não seja reconsiderada, o STF deve reformar a decisão para manter a prisão do ex-ministro. A manifestação foi feita na Reclamação 24506.

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Para a Procuradoria-Geral a decisão de Toffoli ‘violou o devido processo legal, por ter indevidamente antecipado a liminar do habeas corpus contra o ato da Justiça de 1.º grau, relembrando um caso recente do próprio ministro, similar ao de Paulo Bernardo, e para o qual não foi concedida a liberdade’.

Além disso, Janot apresentou jurisprudência da Corte de total impossibilidade de ser atacado diretamente no STF um ato de juízo inferior - no caso o juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que ordenou a prisão de Paulo Bernardo, em junho.

A Procuradoria aponta que a reclamação foi usada ‘como forma de desvirtuar o sistema recursal’.

O procurador-geral argumenta que Toffoli reconheceu expressamente o descabimento da reclamação de Paulo Bernardo, mas ainda assim decidiu pela libertação.

Janot lembra ainda que Toffoli determinou a cisão do Inquérito 4130, do qual é relator, em relação a todos que não possuem foro, caso de Paulo Bernardo. "Não custa repisar que o caso originário teve seu trâmite determinado pelo STF por sua composição plenária ao entender que a cisão era necessária. Portanto, o juízo natural a apurar as condutas dos não-detentores de prerrogativa de função é o juízo de primeiro grau que ordenou, fundamentadamente, além de outras providências, as prisões cautelares", sustenta.

Na manifestação, Janot aproveita para reiterar a legitimidade dos atos de investigação realizados durante a busca e apreensão no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann, esposa ex-ministro, questionados na Reclamação 24.473. A defesa argumenta que a busca foi ilegal, já que a senadora possui foro por prerrogativa de função, razão pela qual a autorização devia ser do STF. Janot lembra que o Ministério Público Federal foi expressamente contrário a qualquer apreensão de bens da senadora, dirigindo-se exclusivamente a Paulo Bernardo. O procurador-geral aponta ainda que o próprio ex-ministro assinou o termo de consentimento de busca e apreensão.

Em 29 de junho, o Toffoli concedeu o habeas corpus a Paulo Bernardo, apontando "constrangimento ilegal" com a prisão. O ex-ministro havia afirmado que a 6ª Vara Criminal Especializada em Crimes Contra o Sistema Financeiro e em Lavagem de Valores de São Paulo usurpou a competência do STF para decretar sua prisão preventiva, por haver um inquérito contra ele (Inq. 4130) na Suprema Corte, além do fato de suas condutas estarem "indissociavelmente ligadas" à senadora Gleisi Hoffmann.

Paulo Bernardo foi preso, em 23 de junho, na Operação Custo Brasil, que apurou o pagamento de propina de mais de R$ 100 milhões para diversos funcionários públicos e agentes políticos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre os anos de 2010 e 2015, com o intuito de permitir que uma empresa de tecnologia fosse contratada para a gestão de crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos. A operação é um desdobramento da Lava Jato em São Paulo.

COM A PALAVRA, A ADVOGADA VERÔNICA A. STERMAN, QUE REPRESENTA O EX-MINISTRO PAULO BERNARDO

"O procurador-geral da República se limita a repetir os argumentos já analisados pelo Ministro Toffoli, claros no sentido de que não há indícios da participação de Paulo Bernardo nos fatos, muito menos da legalidade ou necessidade da prisão."

Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "não é possível, com base no denominado direito ao esquecimento, limitar o direito fundamental à liberdade de expressão por censura ou exigência de autorização prévia". Em parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot se manifestou contra o Recurso Extraordinário de familiares da jovem Aída Jacob Curi, estuprada e assassinada brutalmente aos 18 anos de idade em julho de 1958, no Rio de Janeiro.

Janot destaca que "esse direito ainda não foi reconhecido ou demarcado no âmbito civil por norma alguma do ordenamento jurídico brasileiro". Para o procurador, também não existe direito subjetivo a indenização pela lembrança de fatos pretéritos.

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O recurso foi ajuizado no STF contra a transmissão da TV Globo sobre a morte de Aída Curi - irmã dos autores da ação - no programa Linha Direta - Justiça, exibido em 2004. Com o recurso, os parentes da vítima buscam indenização por danos materiais e morais. A tentativa de indenização da família já havia sido negada nas instâncias anteriores da Justiça.

Para os familiares de Aída, ao transmitir imagens não autorizadas das circunstâncias da morte da irmã, a emissora ofendeu o chamado "direito ao esquecimento". De acordo com a ação dos parentes da jovem, a observância desse direito, que deriva dos direitos constitucionais à dignidade, à honra, à imagem e à vida privada, impediria a emissora de publicar acontecimentos ocorridos há décadas, sem autorização prévia e em prejuízo deles.

Censura

Segundo Janot, a Constituição "proíbe toda espécie de censura ou licença prévia nos meios de comunicação, inclusive no rádio e na televisão". De acordo com o procurador, a Constituição já estabelece limites ao exercício das liberdades fundamentais, cabendo às emissoras de rádio e televisão a observância dos princípios que norteiam o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos cidadãos. Em caso de descumprimento, há a previsão de condenação dos responsáveis e reparação de danos materiais e morais, além do direito de resposta proporcional ao dano.

"Não há respaldo constitucional para impedir ou restringir previamente a veiculação de programas de rádio e de televisão", diz Janot. O procurador-geral argumenta que "a atuação de órgãos no sentido de impedir ou de limitar programas radiofônicos ou televisivos antes da publicação caracterizaria censura prévia, expressamente vedada pela Constituição".

Janot assinala que "somente a posteriori, ou seja, após divulgação do conteúdo produzido pela emissora, cabe verificar se, excedidos os limites das liberdades comunicativas, houve violação a direito fundamental e averiguar dano apto a ensejar indenização ou a direito de resposta, proporcional ao agravo".

O procurador-geral afirma que, em alguns casos, o direito a esquecimento significa impedir o direito à memória e à verdade por vítimas de crime, inclusive de graves violações de direitos humanos perpetradas por agentes estatais. "É arriscado para a sociedade aplicar de forma excessivamente ampla a noção de direito a esquecimento." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador Geraldo Alckmin recebeu na noite deste domingo (10) a lista tríplice da eleição para procurador-geral de Justiça de São Paulo. A lista foi levada a Alckmin pelo procurador Márcio Fernando Elias Rosa, que comandou o Ministério Público do Estado nos últimos quatro anos (biênios 2012/2014 e 2014/2016).

No sábado, 1,8 mil promotores e procuradores de Justiça elegeram a lista com os três candidatos ao posto máximo da Instituição. Gianpaolo Smanio, candidato de Elias Rosa, foi o primeiro colocado. Em segundo ficou a procuradora Eloísa Arruda. Em terceiro, o procurador Pedro Juliotti.

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Cabe ao governador do Estado a indicação do chefe do Ministério Público. Ele pode escolher qualquer nome da lista, independente da colocação alcançada na eleição interna do Ministério Público. O governador tem prazo de quinze dias para decidir. Se não indicar nenhum nome nesse intervalo, o primeiro lugar da relação assume o cargo de procurador geral de Justiça.

O procurador-geral da República Rodrigo Janot chamou o senador Delcídio Amaral (PT/MS) de 'agente criminoso'. Em manifestação enviada na semana passada ao Supremo Tribunal Federal, na qual pediu a permanência na prisão do ex-líder do Governo no Senado, o chefe do Ministério Público Federal sustentou que Delcídio 'se trata de agente que não mede as consequências de suas ações para atingir seus fins espúrios e ilícitos'. Os argumentos de Janot foram acolhidos no último dia 17 pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, que manteve de pé o decreto de prisão preventiva do senador.

Delcídio Amaral foi preso dia 25 de novembro pela Polícia Federal sob suspeita de tramar contra a Lava Jato. O senador planejou a fuga - que não ocorreu - de Nestor Cerveró com medo da delação premiada que o ex-diretor da área Internacional da Petrobras estava para fechar com a Procuradoria - o acordo foi assinado no dia 18 de novembro. Segundo os investigadores, aliado ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, Delcídio pretendia financiar as despesas de Cerveró e de sua família. O ex-diretor foi preso em janeiro por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema instalado na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.

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A manifestação de Rodrigo Janot foi dada nos autos do requerimento da defesa de Delcídio que pedia a revogação da prisão cautelar do senador. "Há se compreender que este tipo de agente criminoso, violando de forma grave as funções relevantíssimas que lhe foram confiadas pelo voto popular, não media esforços para atingir os fins ilícitos."

Para o procurador-geral da República, em liberdade Delcídio continuará na linha do crime. "Certamente assim continuará, já deixou bem claro seu modo de atuação."

Janot alertou para a 'ganância (de Delcídio) em ter recursos desviados dos cofres públicos para interesses exclusivamente privados'.

O procurador apontou, ainda, para a 'influência direta' de Delcídio na Petrobras. "Os documentos apreendidos em seu poder comprovam que ele tinha ingerência nos quadros respectivos. Foram encontradas diversas anotações referentes a pessoas que deveriam ou não deveriam ocupar cargos na estatal, além de diversos documentos relativos à sua reestruturação"

Ao indeferir o requerimento de revogação da prisão provisória de Delcídio, em decisão do dia 17, o ministro Teori Zavascki ressaltou. "Nesse contexto não há motivo suficiente a alterar os fundamentos do decreto prisional ou apto a justificar a revogação da prisão decretada em 24 de novembro de 2015. Ao contrário, foram encontradas na posse do chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral anotações que corroboram os indícios probatórios já existentes, assim como estavam em seu poder cópias das colaborações premiadas de Fernando Falcão Soares e Nestor Cerveró, cobertas por sigilo legal."

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, abriu procedimento para apurar as declarações do candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, sobre homossexuais durante debate veiculado no Domingo passado pela TV Record.

O procedimento preparatório eleitoral foi instaurado com base em representação da Comissão Especial de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) levada à Procuradoria-Geral Eleitoral.

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O Ministério Público Federal recebeu também representações de cidadãos sobre o assunto, aponta a Procuradoria-Geral. "Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Não tenha medo de dizer: 'sou pai, uma mãe, vovô', e o mais importante é que esses (homossexuais) que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente", disse Fidelix na TV. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A homofobia deve ser enquadrada como crime de racismo, na avaliação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na falta de uma lei específica sobre o tema, Janot enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação favorável para aplicar as penas de racismo nos casos de homofobia e transfobia. A pena para quem pratica, induz ou incita a discriminação ou preconceito de raça, cor, religião ou procedência nacional, pela lei, é de reclusão de 1 a 3 anos e multa.

O procurador considerou que a alternativa seria aplicar as sanções previstas no Projeto de Lei 122, de 2006, que criminaliza a homofobia; ou o Projeto de Código Penal que tramita no Senado, até que o Congresso Nacional edite legislação específica. No parecer, Janot afirma que existe "clara ausência" de norma que regulamente a questão, o que torna inviável o exercício da liberdade de orientação sexual e identidade de gênero.

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Prazo

A avaliação do procurador é de que a legislação atual não dá conta da discriminação em razão de orientação sexual. Para Janot, que considera "patente" a duração excessiva no Legislativo da proposta sobre o tema, é importante que o Supremo se manifeste para acelerar a produção normativa que criminaliza a homofobia.

Por isso, afirma no parecer que cabe a fixação de prazo razoável para que o processo legislativo se encerre. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) sugere que o prazo seja de um ano. A associação entrou no STF com a ação pedindo a criminalização.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu ontem que o ex-governador José Roberto Arruda (PR) não dispute a eleição para governador do Distrito Federal. Arruda, que renunciou ao cargo em 2009, meses antes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, foi condenado neste mês em órgão colegiado do Judiciário por envolvimento no chamado mensalão do DEM, partido ao qual era filiado na época do escândalo.

O Ministério Público Eleitoral já pediu a impugnação de Arruda com base na Ficha Limpa. Se a candidatura for mantida e o ex-governador vencer a disputa de outubro, Janot afirmou que a Procuradoria vai recorrer para tentar impedir a diplomação.

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"Na minha opinião é causa de impugnação, sim. Tem ampliação da Lei da Ficha Limpa agora. E, se por acaso, essa tese jurídica não for vitoriosa na Justiça Eleitoral, o que eu confio que será, vamos para a segunda etapa", afirmou Janot.

Ao entrar com a impugnação de Arruda, o procurador regional eleitoral do Distrito Federal, Elton Ghersel, argumentou que o ex-governador deve ser considerado inelegível por ter sido condenado pelo Tribunal de Justiça em decisão colegiada. A decisão da corte ocorreu no dia 9, quatro dias após o prazo para políticos registrarem suas candidaturas.

De acordo com a Justiça Eleitoral, as condenações por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito são as causas de inelegibilidade do candidato. Como a condenação veio após o registro da candidatura, Arruda se diz "ficha-limpa" e alega preencher os requisitos legais para concorrer a um novo mandato como governador do Distrito Federal.

Operação Lava Jato.

Durante um café da manhã com os jornalistas, Janot afirmou que o esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, envolve vários "destinos e destinatários", e teria movimentado uma quantia de recursos que ele nunca viu na vida.

A operação prendeu o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, além de levar o deputado paranaense André Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, a ser forçado a deixar o posto e o PT, partido ao qual era filiado.

"O que eu posso dizer é que é um esquema enorme de lavagem de dinheiro. E esse dinheiro era utilizado em mais de uma utilidade. Então tem campanha, corrupção, enfim. São vários os destinatários e destinos dessas importâncias", afirmou o procurador-geral.

Questionado se o montante ultrapassaria as primeiras estimativas da PF, de desvios da ordem de R$ 10 bilhões, Janot afirmou: "Está difícil fazer uma estimativa ainda, mas é muito dinheiro. Nunca vi tanto dinheiro na minha vida".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff cancelou a agenda de trabalho da tarde desta sexta-feira, 16, para descansar. Isso foi necessário em decorrência da recaída de uma gripe que havia atingido a presidente nas últimas semanas. Dilma pegou muito frio em Assunção, onde foi participar da cerimônia de posse do presidente do Paraguai, Horácio Cartes, nesta quinta-feira, 15. Por causa disso, Dilma adiou também a escolha do novo Procurador-Geral da República, nome que pretendia, a princípio, anunciar nesta sexta.

Pela manhã, no Palácio da Alvorada, Dilma fez uma espécie de reunião de coordenação com os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; da Educação, Aloizio Mercadante; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; além do ex-ministro da Comunicação do governo Lula, Franklin Martins.

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À tarde, Dilma planejava receber, no Palácio do Planalto, o embaixador da República Popular da China no Brasil, Li Jinzhang e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Mas os dois encontros foram adiados. Dilma passará o fim de semana em Brasília. Na segunda-feira, 19, cumpre agenda em São Bernardo do Campo, em São Paulo.

Com mal-estar e o corpo dolorido, a presidente Dilma preferiu cancelar os demais compromissos da tarde desta sexta-feira. Também liberou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que viajou para São Paulo, adiando uma nova reunião que deveria levar à decisão sobre a escolha do procurador-geral da República, nome que pretendia decidir nesta sexta.

Está nas mãos da presidente a lista tríplice encaminhada pela associação dos procuradores, que apresenta como os preferidos pela categoria, após votação, os nomes de Rodrigo Janot, Ela Wiecko e Deborah Duprat, nesta ordem. Dilma ainda não teria batido o martelo sobre um deles. Mas a expectativa é que a definição saia no início da semana que vem.

O procurador-geral do Estado Elival da Silva Ramos defende a concentração de poderes nas mãos do chefe do Ministério Público nos casos de investigação sobre improbidade de prefeitos, secretários de Estado e deputados estaduais. "Há vários argumentos que me sensibilizam no sentido de concentrar nas mãos do procurador-geral de Justiça.

Muitas vezes o procurador-geral tem uma exposição pública, inclusive maior, uma responsabilidade que decorre do cargo, que convém ponderação em alguns casos."

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O procurador-geral do Estado é o consultor e orientador jurídico do governo. Ele representa judicialmente o Estado. A concentração de poderes no gabinete do procurador-geral de Justiça, que é chefe do Ministério Público Estadual, é a essência da PEC 01, proposta de emenda à Constituição do deputado Campos Machado, líder do PTB na Assembleia paulista.

A PEC 01 criou uma atmosfera de forte tensão e animosidade entre parlamentares e promotores, a quem cabe investigar aquelas autoridades. Os promotores estão em pé de guerra contra a PEC 01 e contra a PEC 37, na Câmara dos Deputados, que alija o MP da investigação criminal.

"Deixar de uma maneira descentralizada (a cargo dos promotores), para a autoridade o ônus é muito grande", argumenta Elival. "Você pode ser processado em qualquer ponto do Estado, dependendo da esfera de atuação que você tenha. Um promotor acha que há problema, outro acha que não há, numa questão semelhante." Ele compara. "Um promotor acha que o secretário do Meio Ambiente cometeu (ato ilícito), o outro acha que não. Pela responsabilidade do cargo e o ônus que já é o cargo, é interessante que isso seja concentrado nas mãos do procurador-geral, em termos de propor a ação, as investigações e tal."

Para Elival, nenhum mandatário do MP seria omisso. "Óbvio que nenhum procurador-geral irá cometer a leviandade de afrouxar uma investigação - ‘ah, não vou entrar (com ação) por questões políticas’. Aí vai ter que responder por isso, inclusive pode ser responsabilizado criminalmente."

PEC 37

Mas Elival não aceita a PEC 37. "O MP pode realizar determinadas investigações que não são às vezes eficientes, em algumas situações. Na maior parte dos casos, a polícia deve investigar, ela tem inclusive estrutura, investigadores, pessoas especializadas, a polícia científica que o MP não tem, de apoio."

"No geral, a regra deve ser a investigação pela autoridade policial", pondera. "Em alguns casos, como crimes financeiros, o MP usando o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e o Banco Central, pode chegar a resultados que permitam a propositura da ação penal", afirma. "À República interessa que a verdade apareça. Não se pode ter aqui visão corporativista. O promotor é o titular da ação penal, acho que tem que ter troca de informações. Se o MP achar que tem elementos suficientes, por que não admitir que investigue?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Às vésperas de ser publicada a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta terça-feira que eventuais recursos para tentar reverter as condenações não serão admitidos. "Os infringentes são manifestadamente inadmissíveis. Não cabem de modo algum. Eu acho que não há espaço sequer para discussão", afirmou o procurador.

No julgamento iniciado em agosto e concluído em dezembro, 25 acusados de envolvimento com o mensalão foram condenados. Após a publicação oficial da decisão, que poderá ocorrer até o final desta semana, os réus deverão recorrer para tentar modificar as condenações. Eles terão um prazo de cinco dias para protocolar os eventuais recursos.

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