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O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmaram nesta segunda-feira que a adoção de ônibus elétricos no País tem o potencial de baratear o preço do transporte coletivo. As falas vieram após os dois receberem nesta data no Palácio da Alvorada, fora da agenda oficial, representantes da Marcopolo, empresa do setor que apresentou ao governo justamente um protótipo da tecnologia.

Os ministros Joaquim Leite (Meio Ambiente), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) também estavam presentes na agenda com a Marcopolo, além do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Após o encontro, todos seguiram para o Palácio do Planalto dentro de um ônibus elétrico dirigido por Bolsonaro e entraram no prédio pela rampa do Palácio.

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Na avaliação de Guedes, o ônibus elétrico da Marcopolo é uma "celebração do empreendedorismo brasileiro". "É o Brasil reagindo com uma tecnologia verde para tentar justamente derrubar o preço do transporte público de massa", declarou o ministro, mesmo após citar um salto nos preços da energia elétrica no mundo inteiro.

Bolsonaro foi além e associou a iniciativa ao valor dos combustíveis, hoje em disparada. "Os preços dos combustíveis estão altos no Brasil, as causas disso são algumas. Isso aqui ônibus elétrico vem então para nos ajudar", disse. O presidente também elogiou o projeto de ônibus elétrico da Marcopolo. "É um protótipo. Ainda, obviamente, custa caro, mas a tendência é baixar o preço".

O chefe do Executivo e Guedes ainda afirmaram que o Brasil vive um processo de reindustrialização. Também presente, o secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, atribuiu o suposto fenômeno a ações tomadas pelo governo. "Participação da indústria tem aumentado, graças a políticas que esse governo implementou", declarou.

O Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) questionou a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) se o presidente possui habilitação para dirigir ônibus, mas ainda não obteve retorno.

Meio ambiente

Bolsonaro ainda afirmou que o Brasil é um exemplo para o mundo na área ambiental e está em processo de reflorestamento. No entanto, os dados oficiais mostram que o desmatamento na Amazônia está em níveis altos históricos.

Em um gesto incomum, o presidente Jair Bolsonaro decidiu utilizar a rampa do Palácio do Planalto para se dirigir ao seu gabinete nesta segunda-feira. Ele estava acompanhado pelos ministros Paulo Guedes (Economia), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Todos eles chegaram à sede do Executivo em um ônibus elétrico.

A Secretaria Especial de Comunicação (Secom) somente avisou a imprensa de que o presidente utilizaria a rampa do Planalto minutos antes da chegada de Bolsonaro e ainda não explicou o porquê da decisão.

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A agenda oficial do chefe do Executivo não prevê reuniões com os ministros supracitados nesta segunda-feira. Teoricamente, o primeiro compromisso do dia seria um encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, às 11h30.

Entre os titulares da Esplanada, só Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, tem agenda divulgada com Bolsonaro, às 16 horas.

Tampouco a agenda de Guedes informa a reunião com o presidente. De acordo com o documento, ele teria nesta segunda-feira um despacho com o secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, às 10h15, na sede do Ministério da Economia.

A pasta ainda não deu detalhes sobre a chegada de Guedes ao Planalto junto a Bolsonaro em um ônibus elétrico.

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Para muitos estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o caminho a ser percorrido até o momento da formatura é difícil diante de tantos desafios acadêmicos. Outros alunos, além de enfrentarem a intensa rotina de aulas, trabalhos e provas, encaram obstáculos que não pertencem à esfera pedagógica, mas fazem parte das barreiras impostas no caminho pela falta de acessibilidade.  

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Os problemas de acessibilidade encontrados em vários pontos do Campus Recife da UFPE dificultam o ir e vir de quem tem deficiência ou mobilidade reduzida. Faltam elevadores em certas instalações, existem calçadas inadequadas, postes no meio de calçadas. Faltam vagas de estacionamento para pessoas com deficiência e há rampas mal feitas que fazem as rodas das cadeiras travarem.

A Universidade tem 308 estudantes com deficiência matriculados, sendo 99 com deficiência física, 82 com deficiência auditiva ou surdez, 66 com cegueira ou baixa visão e 61 com deficiência intelectual, deficiência múltipla e autismo. Há também estudantes com altas habilidades/superdotação. No que diz respeito à distribuição desses alunos, há casos nos campi Recife, Vitória de Santo Antão e Caruaru.

As dificuldades de acessibilidade ficam mais evidentes após o estudante de biomedicina Lucas Vinícius, que sofre de paralisia cerebral e é cadeirante, cair da escada do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da instituição de ensino. Ele estava sendo carregado por um amigo pelas escadas até o terceiro andar, em direção ao laboratório de anatomia, porque o único elevador do prédio, que é destinado ao transporte de cadáveres e tem o uso proibido para alunos, estava quebrado. 

Após o ocorrido, foi reaberto um processo que a UFPE respondeu em 2015, quando foi condenada a adequar todas as suas estruturas para tornar toda a instituição acessível. Durante o restante do semestre, Lucas não assistiu mais aulas, nem fez prova prática de anatomia por não ter como chegar ao laboratório sem correr risco de cair outra vez; o estudante recebeu presença e nota, mas perdeu em aprendizado.

Munida de imagens de seu filho no hospital e também do Boletim de Ocorrência (BO) feito após o acidente, Andréa Maria da Costa, que é mãe de Lucas, acionou o Ministério Público Federal para fazer uma nova denúncia contra a UFPE. O pedido foi acatado, mas até o presente momento, não há novidade sobre o caso. 

Até o momento, apenas promessas por parte da Universidade de consertar o elevador - reservado para o transporte de cadáveres para estudos - até o recomeço das aulas de 2018 (marcadas para o dia 13 de agosto). Também há a promesse de que outro elevador será instalado para os estudantes, com adaptação para cadeirantes, até dezembro deste ano.

Lucas sente dificuldades para se locomover pela unidade Recife da UFPE / Foto: Lara Tôrres/LeiaJáImagens

A mãe do estudante também reclama bastante do tratamento dado pela Universidade à acessibilidade e ao caso de seu filho. Andréa conta que chegou a ouvir que “órgão público é assim mesmo”,  ao se queixar do elevador quebrado. “Com o processo, eu quero garantir as necessidades de Lucas, as questões de acessibilidade para garantir os direitos dele aqui na Universidade. Dele e dos que vierem depois”, contou Andréa, enquanto empurrava a cadeira de rodas que trepidava na calçada, sacudindo Lucas.  

As calçadas, muitas vezes, são um problema. Junto ao Centro de Biociências (CB), por exemplo, além do piso degradado e irregular, a calçada é estreita e tem postes instalados bem no meio, o que impossibilita a passagem da cadeira, forçando a descida até a via destinada a veículos, gerando risco de acidentes. 

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A existência de degraus na porta de saída, de areia e de uma tampa de esgoto na entrada fazem com que a circulação no Restaurante Universitário (RU) e seus arredores apresentem problema semelhante com o mesmo resultado: alunos cadeirantes precisam disputar espaço com os carros que circulam pelo campus. 

Os problemas se repetem, ainda, em outros pontos da UFPE como no estacionamento do Centro de Ciências da Saúde (CCS), onde os bicicletários foram instalados no lugar onde anteriormente havia vagas para pessoas com deficiência, ou as calçadas próximas ao Centro de Artes e Comunicação (CAC) e Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), onde há desníveis, barracas e sacos de lixo, dificultando a passagem das cadeiras de rodas.

Questionada pelo LeiaJá, a Universidade Federal de Pernambuco informou, através de uma nota escrita pela superintendente de infraestrutura, Silmara Melo, que está elaborando um Plano de Acessibilidade que será enviado ao Ministério da Educação (MEC) para liberação de recursos. O Plano se encontra em fase de levantamento das áreas que precisam de obras para adequação. 

Foi dito também que, no momento, estão sendo realizadas obras de readequação das casas de máquinas para instalar elevadores nos prédios do CTG, do CCS Bloco A, e com previsão para iniciar no CCS (Bloco D de Anatomia) e CFCH. O Centro Acadêmico do Agreste, segundo a instituição, também está no plano de acessibilidade. 

A Universidade destacou, ainda, que concluiu a obra de acessibilidade do Centro Acadêmico de Vitória e que está elaborando o edital de contratação de empresa “para serviços de manutenção, onde constam itens de execução de calçadas e outros”. Apesar das afirmações acima, não foram informadas as datas para a conclusão do plano de acessibilidade e dos editais de contratação de empresas para realizar as obras de manutenção.

O LeiaJá também identificou que o elevador para pessoas com deficiência do Centro de Artes e Comunicação não estava funcionando, mas a Universidade não respondeu sobre o problema. O elevador do Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (NIATE) também não apresentou funcionamento, entre outros problemas do Campus Recife.

Diante de questionamentos do LeiaJá sobre a situação jurídica da universidade, a UFPE respondeu que “em relação à Ação Civil Pública – Processo nº 0800971 –14.2014.4.05.8300, a Universidade concluiu obras e instalações que estavam em andamento, e continua realizando intervenções para atender às normas de acessibilidade”. Por outro lado, a UFPE não informou se já foi formalmente notificada pelo Ministério Público Federal sobre a nova denúncia, feita pela mãe de Lucas Vinícius.

No que diz respeito ao apoio pedagógico aos alunos com deficiência, a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade (NACE) da UFPE, professora Ana Karina Morais de Lira, explica que a instituição de ensino realiza atendimento em acessibilidade em diversos eixos de atuação, prestando orientação a coordenação de curso e docentes, orientação a pais e familiares do estudante, oficinas de sensibilização, empréstimo e orientação para uso de tecnologia assistiva, serviço de tradução e interpretação de Libras. A coordenadora ainda garante que há adequação de material pedagógico em Braille e em letras ampliadas, avaliação funcional da visão e treinamento em orientação e mobilidade, entre outros serviços.

A UFPE argumenta que realizou obras de acessibilidade próximo ao CAC / Foto: Ascom/UFPE

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O estudante do primeiro semestre de Biomedicina, Lucas Vinicius Silva de Albuquerque, que é cadeirante devido a uma paralisia cerebral, caiu da escada do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) junto com seu amigo e também estudante, Vinícius dos Anjos, que o carregava até o terceiro andar para que o rapaz pudesse assistir às aulas.

O CCS da UFPE tem três andares, não possui rampas para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida nem elevadores adaptados a este público. O único elevador de que o edifício dispõe é destinado ao transporte de peças anatômicas e cadáveres humanos para o departamento de anatomia, e também estava quebrado no dia do acidente, ocorrido na última segunda-feira (4). 

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Lucas bateu a cabeça em um degrau e precisou ser socorrido ao hospital para passar por exames, mas não teve maiores complicações, voltando a assistir aula na terça-feira (5). Vinícius machucou o joelho tentando evitar o impacto.

Humilhação, indignação e impotência

Em entrevista ao LeiaJá, Lucas diz que foi humilhado e que se sente como “alguém que não tem direito a assistir às aulas”. Já Vinícius afirma ter “um sentimento de indignação e impotência ante a irresponsabilidade da instituição”. Ambos pretendem processar a universidade por danos morais.

Após a queda, Vinícius afirma que somente a coordenadora do curso de Biomedicina esteve no local, mas não recebeu assistência de nenhum outro órgão da UFPE. Por sua vez, Lucas se dirigiu ao hospital por conta própria, o que lhe gerou um custo de R$ 50. 

Após o ocorrido, o Diretório Acadêmico de Biomedicina Camila Alcides da UFPE (DaBiom) emitiu uma nota no Facebook em que relatou a solicitação de medidas para atender melhor às necessidades de Lucas, que não se limitam apenas às escadas, e aponta que muitas delas ainda não foram cumpridas, como a instalação de vagas para pessoas com deficiência no estacionamento, rampas, melhorias nas calçadas e realização de aulas em salas térreas. 

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Providências 

Em 2016, a universidade foi condenada pelo Ministério Público Federal (MPF) através do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) a realizar todas as obras de adequação à acessibilidade em um prazo de até 18 meses, que venceu em 25 de agosto de 2017, sob pena de multa.

Na tarde de terça-feira (5), a pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPE, Ana Cabral, entrou em contato com Lucas e sua família por telefone, prestando solidariedade diante do ocorrido e prometendo tomar as medidas necessárias para que todos os problemas de acessibilidade que o estudante enfrenta sejam sanados. 

Procurada pelo LeiaJá, Ana explicou que muitos dos problemas em relação às acessibilidade se devem ao fato de o processo para adequação estrutural para a acessibilidade é recente no Brasil e a UFPE tem alguns prédios que, por serem muito antigos, dificultam a realização das obras. De acordo com ela, esse seria o caso do CCS. 

A pró-reitora disse também que, ainda antes do acidente da última segunda, já havia sido feita a licitação para a instalação de elevadores no CCS, mas um problema estrutural e um enxame de abelhas gerou um atraso nas obras pois exige a retirada do enxame e a colocação de andaimes. Ela garante, no entanto, que diante do ocorrido a universidade realizou reuniões para agilizar o processo e a previsão é que tudo esteja pronto até o mês de dezembro. 

No que diz respeito a outras obras como adequação de calçadas, estacionamento e rampas, Ana Cabral explica que a universidade tem projetos já em execução, com algumas obras já entregues, de adequação de calçadas e vias, mas que a conclusão dessas melhorias foi atrasada por contingenciamento de recursos financeiros do Governo Federal para a instituição. Apesar disso, ela ressalta que tanto a conclusão de obras de acessibilidade quanto outras medidas de apoio como a compra de cadeiras de rodas estão no projeto da universidade

Protesto

Na manhã desta quinta-feira (7) os estudantes do curso de Biomedicina estão organizando um ato de protesto em frente ao Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE, com início às 9h, para cobrar agilidade na tomada de providências que previnam acidentes e permitam que Lucas frequente a universidades sem dificuldades de locomoção.

Na manhã desta quinta-feira (3), técnicos da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (SEAD) acompanharam a fiscalização do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a espaços públicos na estação de metrô Largo da Paz, no bairro de Afogados, no Recife.

No local, foram identificadas falhas  em rampas que dão acesso ao metrô, ao Sistema Estrutural Integrado (SEI) e à passarela principal do bairro de Afogados. Além de falta de calçamento, incompatibilidades nas rampas e corrimão que dão acesso à passarela local com uma inclinação e configuração incorretas para cadeirantes. Outro problema identificado foi a falta de piso tátil, fundamental para pessoas com deficiência visual, tanto na Estação do Metrô quanto na área dos ônibus do SEI.

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Depois da fiscalização, a SEAD vai emitir relatório técnico e protocolar junto ao MPPE, que dará continuidade ao processo, chamando os órgãos responsáveis para que sejam providenciadas as devidas correções. Além de representantes da SEAD,  a vistoria contou com a participação do promotor de Justiça do MPPE, Maxwell Vignoli, membros do Grande Recife, CTTU, Emlurb e Celpe. 

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